Para o senador ‘indícios são fortes’, mas comissão precisa aprofundar documentação de que nunca teve pedido de investigação das irregularidades nas negociações da Covaxin e Cansino (Foto: Reprodução/GloboNews)
Ao fazer uma avaliação dos trabalhos da CPI da Pandemia e dos ‘novos passos’ da investigação nas próximas semanas, o líder do Cidadania no Senado, Alessandro Vieira (SE), disse nesta segunda-feira (28) ao jornal ‘Em Ponto’ (veja aqui), da GloboNews, que a comissão precisará avançar mais na apuração de uma ‘possível prevaricação por parte do presidente Jair Bolsonaro’ no caso da compra da vacina Covaxin.
“Os indicativos são fortes, mas é preciso avançar um pouco mais nesse sentido documentando, juntando a certidão de que nunca teve pedido de investigação [sobre suposta irregularidade na contratação da Covaxin que o presidente alegou aos irmão Miranda ter determinado ao ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello ] e nem em órgão de controle”, disse o senador.
Segundo ele, vai ser necessário ‘ouvir brevemente’ Pazuello na CPI.
“A desculpa inventada pela cúpula do governo federal e de Pazuello teria ficado responsável por essa investigação, não fica em pé. Ouvir Pazuello é um peça fundamental no quebra-cabeça [da investigação]”, afirmou.
Outro ponto destacado por Alessandro Vieira na entrevista é a definição pela CPI se a compra dos imunizantes Covaxin e Cansino pelo governo federal se deu por ‘negacionismo, ignorância ou interesse econômico’.
“Nas duas negociações se descobre um método, uma forma de atuação: a imposição de intermediários no processo de compra, o que se afasta de todas as outras compras de vacina. E esse processo de intermediação era o preço mais elavado, uma aparente interferência política através do líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros, e todo processo de pressão dentro do grupo de servidores técnicos do Ministério da Saúde”, diz o senador, ao analisar que nada favorecia a compra das vacinas indiana e chinesa.