Alessandro Vieira e Eliziane Gama repudiam tentativa de Bolsonaro de deslegitimar as instituições com ataques ao Judiciário, ao sistema eleitoral e a CPI da Pandemia (Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado)
Os senadores Eliziane Gama (Cidadania-MA) e Alessandro Vieira (Cidadania-SE) subscreveram nesta quinta-feira (06) manifestação da CPI da Pandemia em apoio à decisão do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Luiz Fux, de cancelar uma reunião entre os chefes dos três Poderes. A decisão, segundo o ministro, foi motivada pela postura do presidente Jair Bolsonaro, de “divulgação de interpretações equivocadas de decisões do plenário e colocar sob suspeição a higidez do processo eleitoral brasileiro”. Para os senadores que assinam a nota, o presidente, com suas declarações, ataca o Legislativo e o Judiciário.
No texto em defesa da democracia e das instituições, os integrantes da CPI da Pandemia afirmaram que o presidente da República, como método, tenta deslegitimar as instituições e ataca sistematicamente o Judiciário de maneira autoritária. Além disso, citam tentativas de intimidação ao trabalho da comissão
“Em tempos sombrios, quando as piores pessoas perdem o medo, cabe às melhores não perderem a coragem em defender a democracia”, diz trecho da nota.
Além de Eliziane Gama e Alessandro Vieira, assinam a nota o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), o vice-presidente, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), o relator, Renan Calheiros (MDB-AL) e os senadores Otto Alencar (PSD-BA), Humberto Costa (PT-PE), Tasso Jereissati (PSDB-CE), Rogério Carvalho (PT-SE) e Simone Tebet (MDB-MS).
‘Mentira como método’
Os senadores do Cidadania também se manifestaram nas redes sociais contra a tentativa de Bolsonaro de deslegitimar as instituições com ataques ao Judiciário, ao sistema eleitoral e a CPI da Pandemia.
“Lidar com um presidente da República que usa a mentira como método é um desafio para as instituições. A Justiça dá passos firmes no sentido correto, de não aceitar ataques reiterados à democracia. Cabe ao Legislativo seguir o exemplo e defender os verdadeiros interesses da nação”, postou Alessandro Vieira em seu perfil no Twitter.
“Após a ditadura, todos os presidentes foram investigados dentro dos limites da Constituição, alguns sofreram até impeachment e respeitaram a decisão. Por que Bolsonaro não pode ser investigado? Por que acha que está acima da lei?”, questionou Eliziane Gama também do Twitter, ao criticar os novos ataques do presidente ao sistema eleitoral brasileiro.
Na quarta-feira (04), Bolsonaro alegou que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) “admitiu” invasão às urnas eletrônicas nas eleições de 2018. Dessa vez, o presidente citou um inquérito da Polícia Federal que ainda está em curso, mas a investigação nada provou até o momento.