Eliziane Gama: Ataque ‘machista’ do controlador-geral da União atinge todas as mulheres

‘Não um grito, uma agressão, que vai nos fazer recuar. Estamos firmes’, afirma a senadora (Foto: Pedro França/Agência Senado)

A senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) disse nesta quarta-feira (22) que o ataque “machista” desferido pelo controlador-geral da União, Wagner do Rosário, contra a  senadora Simone Tebet (MDB-MT) na CPI da Pandemia ontem (21) atingiu todas as mulheres.

“Chamar de descontrolada  é inaceitável. Inadmissível. Quero aqui manifestar a minha total solidariedade  à colega Simone Tebet e dizer que todas as mulheres foram atingidas por Wagner Rosário”, afirmou.

Segundo Eliziane Gama, a agressividade do controlador-geral da União se deve ao fato de que não teve argumentos para contrapor às provas irrefutáveis demonstradas por Tebet sobre a falta de ação da CGU para apurar as irregularidades cometidas por agentes públicos na  negociata da vacina Covaxin.  Por isso, buscou o mais fácil: a tentativa de desqualificação feminina.

“Chamar uma mulher de descontrolada, histérica, pedir calma faz parte da postura machista como instrumento para desqualificar a mulher. Mas não é um grito, uma agressão, que vai nos fazer recuar. Estaremos aqui [na CPI] firmes fazendo valer nossas prerrogativas”, afirmou a senadora do Cidadania. 

Ela ressaltou sensibilidade do presidente da CPI da Pandemia, Omar Aziz (PSD-AM), por dar ‘espaço e voz’ à Bancada Feminina na comissão parlamentar de inquérito.

“A despeito da vontade de alguns líderes partidários, o senhor foi sensível, atendeu o nosso pleito e nos deu direito à fala”, lembrou Eliziane Gama.

Senadores reagem ao ataque de ministro da CGU a Simone Tebet

‘Mulher não tem medo de grito’, diz Eliziane Gama; ‘comportamento machista’, afirma Leila Barros; ‘cortina de fumaça’, aponta Alessandro Veira sobre a ‘confusão’ provocada por Wagner Rosário na CPI da Pandemia (foto: Reprodução/Agência Senado)

Os senadores Leila Barros (Cidadania-DF), Eliziane Gama (Cidadania-MA) e Alessandro Vieira (Cidadania-SE) reagiram na rede social ao ataque do ministro da CGU (Controladoria-Geral da União, Wagner Rosário, que chamou a senadora Simone Tebet (MDB-MS) de “descontrolada” durante reunião da CPI da Pandemia nesta terça-feira (21).

“Meu total apoio a Simone Tebet [MDB-MS], que com trabalho bem feito , acurácia e precisão no interrogatório demonstrou a omissão do ministro da CGU, Wagner do Rosário. Confrontado e descontrolado, o ministro partiu para intimidação e machismo. Mulher não tem medo de grito”, postou Eliziane Gama no Twitter.

Rosário fez a declaração após Tebet ter criticado a atitude do ministro em relação ao presidente Jair Bolsonaro e ao processo de aquisição pelo governo federal da vacina Covaxin.

“É inadmissível o desrespeito por parte do ministro da CGU, que chamou a senadora Simone Tebet [MDB-MS] de “descontrolada” em plena CPI da Covid. Por que sempre somos nós mulheres as “descontroladas”? Não podemos tolerar mais esse comportamento machista seja no Senado Federal, no Congresso Nacional ou em qualquer outra circunstância”, afirmou a senadora Leila Barros.

A fala de Rosário gerou tumulto entre os senadores, e o ministro deixou a sessão. Logo depois, o relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), converteu a condição do ministro de testemunha para a de investigado pela comissão.

“Para lembrar: a cartinha [do presidente da República] não foi a única contribuição de Temer para Bolsonaro. O CGU Wagner Rosário é herança do governo Temer, como também parecem ser algumas das figuras e esquemas identificados pela CPI. A confusão de hoje na comissão é mais uma cortina de fumaça. Não vai adiantar”, escreveu Alessandro Vieira na rede social.

Senadores do Cidadania manifestam solidariedade a ministros do STF e apoiam cancelamento de reunião com Bolsonaro

Alessandro Vieira e Eliziane Gama repudiam tentativa de Bolsonaro  de deslegitimar as instituições com ataques ao Judiciário, ao sistema eleitoral e a CPI da Pandemia (Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado)

Os senadores Eliziane Gama (Cidadania-MA) e Alessandro Vieira (Cidadania-SE) subscreveram nesta quinta-feira (06) manifestação da CPI da Pandemia em  apoio à  decisão do presidente  do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Luiz Fux, de cancelar uma reunião entre os chefes dos três Poderes. A decisão, segundo o ministro, foi motivada pela postura do presidente Jair Bolsonaro, de “divulgação de interpretações equivocadas de decisões do plenário e colocar sob suspeição a higidez do processo eleitoral brasileiro”. Para os senadores que assinam a nota, o presidente, com suas declarações, ataca o Legislativo e o Judiciário.

No texto em defesa da democracia e das instituições, os integrantes da CPI da Pandemia afirmaram que o presidente da República, como método, tenta deslegitimar as instituições e ataca sistematicamente o Judiciário de maneira autoritária. Além disso, citam tentativas de intimidação ao trabalho da comissão

“Em tempos sombrios, quando as piores pessoas perdem o medo, cabe às melhores não perderem a coragem em defender a democracia”, diz trecho da nota.

Além de Eliziane Gama e Alessandro Vieira, assinam a nota o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), o vice-presidente, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), o relator, Renan Calheiros (MDB-AL) e os senadores Otto Alencar (PSD-BA), Humberto Costa (PT-PE), Tasso Jereissati (PSDB-CE), Rogério Carvalho (PT-SE)  e Simone Tebet (MDB-MS).

Mentira como método’

Os senadores do Cidadania também se manifestaram nas redes sociais contra a tentativa de Bolsonaro de deslegitimar as instituições com ataques ao Judiciário, ao sistema eleitoral e a CPI da Pandemia.

“Lidar com um presidente da República que usa a mentira como método é um desafio para as instituições. A Justiça dá passos firmes no sentido correto, de não aceitar ataques reiterados à democracia. Cabe ao Legislativo seguir o exemplo e defender os verdadeiros interesses da nação”, postou Alessandro Vieira em seu perfil no Twitter.

“Após a ditadura, todos os presidentes foram investigados dentro dos limites da Constituição, alguns sofreram até impeachment e respeitaram a decisão. Por que Bolsonaro não pode ser investigado? Por que acha que está acima da lei?”, questionou Eliziane Gama também do Twitter, ao criticar os novos ataques do presidente ao sistema eleitoral brasileiro.

Na quarta-feira (04), Bolsonaro alegou que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) “admitiu” invasão às urnas eletrônicas nas eleições de 2018. Dessa vez, o presidente citou um inquérito da Polícia Federal que ainda está em curso, mas a investigação nada provou até o momento.

Eliziane Gama repudia ataque de Bolsonaro à jornalista Daniela Lima

‘O xingamento do presidente da República à jornalista é mais um ataque à democracia e à imprensa brasileira’, afirma a senadora (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)

A líder do bloco parlamentar Senado Independente, Eliziane Gama (Cidadania-MA), manifestou nesta quarta-feira (02) solidariedade à jornalista Daniela Lima, da CNN, que foi chamada de “quadrúpede” pelo presidente Bolsonaro.

“O xingamento do presidente da República à jornalista é mais um ataque à democracia e à imprensa brasileira”, repudiou a parlamentar, antes do depoimento da médica infectologista Luana Araújo na CPI da Pandemia.

Eliziane Gama lamentou que os ataques de Bolsonaro tenham contribuído para colocar o Brasil na 107ª posição dos países que mais desrespeitam a liberdade de imprensa no mundo.

Levantamento da ONG Repórteres Sem Fronteiras constatou que o presidente e os filhos fizeram 469 ataques a jornalistas e veículos de imprensa em 2020.

Segundo a ONG, ao todo foram feitos 508 ataques de autoridades públicas à imprensa no País. O levantamento informa ainda que as jornalistas mulheres foram as que mais sofreram ataques pessoais. Foram 34, entre ofensas, ameaça judicial, descredibilidade e até impedimento de cobertura. Contra jornalistas homens, foram 29 ataques pessoais.

“Lamentavelmente, grande parte desses ataques foi desferida contra as mulheres jornalistas”, acrescentou Eliziane Gama. (Assessoria da parlamentar)