Eliziane Gama defende apuração do caso pela CPI da Pandemia e Alessandro Vieira diz que ‘os indícios que surgem são de corrupção’ na aquisição do imunizante indiano pelo governo federal (Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado)
Os senadores Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Eliziane Gma (Cidadania-MA) classificaram de ‘estarrecedoras’ e ‘gravíssimas’ a denúncia levada ao conhecimento do presidente Jair Bolsonaro pelo deputado federal Luís Miranda (DEM-DF) sobre um esquema de corrupção envolvendo a compra da vacina indiana Covaxin.
“As informações referentes ao caso Precisa/Covaxin são gravíssimas. Agora os indícios que surgem são de corrupção. Gente buscando lucro enquanto os brasileiros morriam sem vacina”, disse Alessandro Vieira na rede social.
Diferentemente dos demais imunizantes contra a Covid-19, negociados diretamente com seus fabricantes, no País ou no exterior, a compra da Covaxin pelo governo federal foi intermediada pela Precisa Medicamentos.
“As denúncias de irregularidades na compra da Covaxin, a pressão para a compra da vacina e as informações trazidas pelo servidor e pelo deputado Luís Miranda são estarrecedoras. A CPI precisa investigar. O bode está na sala”, postou no Twitter Eliziane Gama, representante da bancada feminina da CPI da Pandemia.
Luis Miranda afirma ter alertado o presidente sobre indícios de irregularidade na negociação do Ministério da Saúde com a Precisa em março. O deputado é irmão de Luís Ricardo Fernandes Miranda, chefe da divisão de importação da pasta. Em depoimento ao MPF (Ministério Público Federal) em 31 de março, o servidor concursado do ministério disse ter sofrido ‘pressão incomum’ para assinar o contrato.
De acordo com apuração do jornal ‘O Estado de S. Paulo’, o governo comprou a Covaxin por um preço 1.000% maior do que era anunciado pela própria fabricante do imunizante seis meses antes.