Presidente do Cidadania se reúne com amplo leque de partidos para costurar candidatura alternativa nesta 4ª
O presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire, afirmou em entrevista à jornalista Juliana Braga, do canal MyNews, não ver a candidatura de Luís Inácio Lula da Silva como o melhor caminho para derrotar Jair Bolsonaro em 2022 e que as conversas para construir uma candidatura alternativa aos dois continua. Freire se reunirá nesta quarta-feira (16) para discutir o assunto com os presidentes de MDB, PSDB, DEM, Novo, PV, Solidariedade e de parte do PSL não alinhado a Bolsonaro.
“Poderia ser mais amplo, incorporando e representando forças democráticas menos vinculadas ao antagonismo. Todos os partidos que derrotaram a extrema-direita mundo afora foi com essa unidade, essa busca entre setores que vão da direita democrática à esquerda. A tarefa fundamental de todos nós é derrotar esse governo genocida que aí está”, argumentou.
Freire disse que não deve sair um nome desta reunião, mas citou o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta e o também ex-ministro Ciro Gomes. Outros nomes lembrando são os dos também tucanos Tasso Jeireissati e João Dória, senador e governador de São Paulo, respectivamente. Freire alertou para o risco autoritário que Bolsonaro representa. “Temos de ter muito cuidado porque há uma escalada golpista. Não um golpe tradicional, com tanque militar nas ruas. Mas um golpe moderno, usando instrumentos da própria democracia para destruí-la”, apontou.
Ele elencou a tentativa golpista de Trump nos Estados Unidos e os governos autoritários da Hungria e da Polônia como exemplos. “O episódio Pazuello instalou um processo de indisciplina perigoso que não atinge só as Forças Armadas, mas todo o estamento militar brasileiro, incluindo as polícias militares em vários estados”, sustentou.
Na avaliação do presidente do Cidadania, a situação inédita, em meio a uma pandemia na qual Bolsonaro “fez clara opção por um genocídio, buscando a imunidade de rebanho”, favorece uma união de amplo espectro político. “Não tivemos nenhuma dessas conversas em 2018. Agora, a sociedade que não apoia Bolsonaro está toda ela voltada para como derrotá-lo. Estamos fazendo exatamente o que devemos fazer: conversando. Espero que do processo surja essa unidade”, analisou.