Eliziane Gama defende novo depoimento de Élcio Franco à CPI para explicar ‘forte influência’ na Saúde

Para a senadora, ‘digitais’ do coronel ‘aparecerem em diversos momentos’ nas decisões da pasta ‘e precisam ser esclarecidas’ (Foto: William Borgmann)

A líder do bloco parlamentar Senado Independente, Eliziane Gama (Cidadania-MA), defendeu nesta quinta-feira (08) que a CPI da Pandemia convoque novamente o coronel Élcio Franco para falar  sobre sua “forte influência”  nas  decisões técnicas tomadas pelo Ministério da Saúde. Ele foi secretário-executivo da pasta na gestão do ex-ministro Eduardo Pauzello. 

“A CPI precisa aprofundar mais as investigações sobre a atuação do coronel Élcio Franco. Mais uma vez, ele foi citado  por um depoente nesta comissão. Suas digitais aparecerem em diversos momentos e precisam ser esclarecidas”, alegou Eliziane Gama.

A declaração da senadora foi feita após a ex-coordenadora do PNI (Plano Nacional de Imunizações), Francieli  Fantinato, revelar, em depoimento à CPI, que foi o ex-secretário-executivo quem determinou a retirada de presos do grupo prioritário de vacinação.

Francieli contou a Eliziane Gama que a decisão de Élcio Franco ‘contrariou’, inclusive, a Câmara Técnica do Ministério da Saúde e especialistas que participaram da discussão, em dezembro do ano passado, da elaboração do plano de imunização contra a Covid-19.

“Pelo visto, senhor presidente [senador Randolfe Rodrigues], o raio de influência do coronel Élcio vai muito além de suas funções: manda retirar população privada de liberdade de grupo prioritário, determina a retirada de apresentação no Palácio do Planalto de dados sobre os indígenas e negocia vacinas!”, ironizou a parlamentar.

‘Politização’ de Bolsonaro

Durante depoimento, Francieli Fantinato afirmou várias vezes à comissão que deixou a coordenação do PNI porque não teve apoio. Ela criticou a falta de doses de vacina e de campanhas publicitárias efetivas.

“Eu não tive nenhum dos dois”, afirmou ela, que criticou a ‘politização’ de Bolsonaro sobre vacina.

Acareação

Questionada por Eliziane Gama se ainda aceitava fazer  acareação com a infectologista Luana Araújo para dirimir a  polêmica em torno da  imunização de gestantes contra a Covid-19, a ex-coordenadora do PNI afirmou que sim, desde que a ‘requerimento’.

“Posso participar, mas acho que o assunto já foi amplamente debatido”, disse Francieli.  

Diante a resposta, Eliziane Gama insistiu:

“Mas a senhora pode mudar de ideia depois de hoje, para aceitar uma acareação?”, quis saber a senadora, mas Francieli demonstrou pouco interesse  em participar.

“Eu não tenho problema nenhum. Mas sabe qual é a minha preocupação? É a gente colocar em dúvida a vacinação de um grupo tão importante”, disse.  (Assessoria da parlamentar)

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