Em entrevista à CBN, presidente do Cidadania também defendeu alternativa democrática a Bolsonaro e Lula em 2022
O presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire, participou nesta segunda-feira (31) do Bom Dia CBN Natal e falou que o país precisa se descolar do passado caso queira uma alternativa democrática em 2022.
“Não podemos chegar em 2022 com o populismo de esquerda de Lula ou o populismo fascista de Bolsonaro. Isso é continuarmos presos ao passado e sem perspectiva de ver o Brasil participando desse mundo globalizado com relevância. Não como um pária, que hoje é o que nos caracteriza”, ressaltou.
Questionado sobre uma terceira via para 2022, o presidente do Cidadania disse acreditar que um nome surgirá para enfrentar Lula e Bolsonaro.
“Precisamos discutir uma alternativa concreta para o que pensam Lula e sua base de sustentação, que é uma esquerda que se perdeu, para a qual o Brasil vive problemas do capitalismo industrial, enquanto, na realidade, estamos vivendo os problemas de uma sociedade já digital. E, ao mesmo tempo, uma alternativa a esse obscurantismo de Bolsonaro, com sua visão golpista”, destacou.
Freire disse não ter pressa para que um candidato se apresente como alternativa e ressaltou que a manifestação deste sábado (29) contra o governo Bolsonaro é um sinal da indignação da sociedade brasileira.
“Quem sabe se não chegamos antes de 2022 com um impeachment por conta da desídia criminosa com que foi enfrentada a pandemia. O Cidadania defende o impeachment. E a manifestação, apesar de preocupante porque ainda estamos vivendo uma pandemia, mostra que as pessoas explodiram. Discutir agora candidatura de A ou B não ajuda a oposição a ser forte o suficiente para quem sabe decretar o impeachment”, apontou.
Sociedade digital
Para Freire, é preciso pensar a nova sociedade digital, que, segundo ele, provoca mudanças na política tradicional.
“As gerações passadas trazem experiências importantes para que a nova geração expresse as necessidades do povo brasileiro. Mas a política tradicional está mudando de endereço, está nas redes. E no Brasil nós estamos com uma política que está conduzindo o país para um retrocesso, para discutir questões que já não correspondem a esse mundo de hoje”, sustentou.
Entre as questões, ele destacou, por exemplo, a forma como o governo atual trata a sustentabilidade e a proteção da Amazônia, em clara dissonância com o que defendem principalmente os mais jovens.
“Estamos caindo em irrelevância. Não pensam nas questões de sustentabilidade, mas em desmatar e derrubar floresta, ou seja, toda uma compreensão do século passado. O Brasil precisa, efetivamente, começar a se preocupar em se integrar às cadeias produtivas globais, entender que o mundo começa a não ter fronteiras”, afirmou.
Inflação em alta
O presidente do Cidadania também abordou a perspectiva de aumento da inflação e culpou o ministro da Economia, Paulo Guedes.
“Nós votamos a favor do plano real. Temos a nossa digital na luta contra a inflação num momento bem sucedido com Fernando Henrique Cardoso ministro da Fazenda, no governo Itamar Franco. Temos essa clara preocupação até porque isso é o mais perverso imposto que você impõe sobre os assalariados e mais vulneráveis. Estamos correndo risco de voltarmos a ter essa aceleração inflacionária, um surto de carestia, e depois uma dificuldade ainda maior de superá-la em razão dos erros principalmente de Paulo Guedes”, afirmou .