Cidadania no Senado: Veja o resumo das atividades da bancada

Relatórios de Jorge Kajuru e Eliziane Gama a projetos de combate à pandemia do novo coronavírus foram aprovados pelos parlamentares (Foto: Roque de Sá/Agência Senado)

O Senado aprovou na quinta-feira (17) dois projetos de grande repercussão social para o enfrentamento da pandemia da Covid-19 no País, com relatórios elaborados por parlamentares da Bancada do Cidadania na Casa.

O projeto de lei (PL 3229/2020) relatado pelo senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO) libera recursos do Suas (Sistema Único de Assistência Social) para a compra de álcool em gel e máscaras de proteção, a serem distribuídos à população em estado de vulnerabilidade durante a pandemia do coronavírus. A proposta segue agora para análise da Câmara dos Deputados (veja aqui).

O texto substitutivo ao projeto apresentado por Kajuru foi aprovado com 60 votos favoráveis e dois contrários, além de uma abstenção. A proposta e de autoria do senador Veneziano Vital do Rêgo (PSB-PB).

Kajuru apontou que, infelizmente, parte significativa da população brasileira não dispõe de recursos para adquirir esses ou outros produtos visando à sua proteção contra a doença. Segundo o senador, a proteção da camada mais desassistida da população, além de ser meritória em si, é também importante para ajudar a proteger a população como um todo.

“Este é um projeto que favorece a maioria absoluta da população brasileira”, afirmou Kajuru.

Em votação simbólica, o plenário do Senado também aprovou o relatório da senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) à proposta (PL 3289/2020)  que autoriza o uso de recursos do FNCA (Fundo Nacional para a Criança e o Adolescente) nos programas de acolhimento durante o estado de calamidade pública da pandemia de Covid-19. O texto segue agora para a análise da Câmara dos Deputados (veja aqui).

A parlamentar do Cidadania apresentou substitutivo ao projeto do senador senador Wellington Fagundes (PL-MT) incorporando  cinco emendas sugeridas pelos senadores. As modificações ampliam o prazo de uso dos recursos de seis para 12 meses após o fim do estado de calamidade pública e permitem usar o dinheiro para pagar o aluguel social — benefício do governo federal entregue mensalmente a famílias que perderam a moradia em consequência da pandemia.

Para Eliziane Gama, o Congresso Nacional deve se ocupar de legislação “que seja criativa e dê soluções ótimas e temporárias” para crianças e adolescentes, “em particular aqueles desprovidos ou afastados de suas famílias naturais.” Na apresentação de seu relatório, a senadora destacou a importância do projeto:

“Investir em crianças e adolescentes é investir no futuro da nação”, afirmou a parlamentar. 

Corte de R$ 1,57 bi da Educação

O ministro da Educação, Milton Ribeiro, responsabilizou os ‘gestores anteriores’ e o Ministério da Economia pelo corte de R$ 1,57 bilhões do orçamento da pasta determinado pela Junta de Execução Orçamentária – responsável pela condução da política fiscal do governo -, ao ser questionado quinta-feira (17) pela senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) sobre a ‘tesourada’ do órgão nos recursos do MEC durante audiência pública remota da comissão mista da Covid-19 (veja aqui).

“Nós temos R$1,5 bilhão de orçamento, que possivelmente será cortado em função do Pró-Brasil, e o impacto maior será exatamente na área da educação. Quais ações que o MEC estará fazendo para realizar a compensação desta perda?”, perguntou a parlamentar, vice-presidente da comissão.

“Eu fui pessoalmente ao [Palácio] Planalto tentar reverter, mas o assunto estava já encaminhado, considerando que os gestores anteriores não empenharam e executaram os valores, e o povo lá da Economia, que quer economizar de todo o jeito, eles viram que havia lá um valor considerável, praticamente parado, no segundo semestre. E eles, simplesmente, estenderam a mão e mudaram essa rubrica e tiraram da gente. Então, foi isso o que aconteceu”, afirmou o ministro da Educação.

‘Cartão vermelho’ para propostas que retiram direitos

A senadora Eliziane Gama disse que o ‘cartão vermelho’ prometido pelo presidente Jair Bolsonaro para integrantes de seu governo que propuserem congelar aposentadorias e pensões do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) tem de ser apresentando de fato para as propostas que retiram direitos dos brasileiros mais pobres (veja aqui).

“O cartão vermelho precisa ser erguido sempre que reformas e ajustes fiscais retirem direitos  de quem já não tem quase nada para sobreviver”, defendeu a parlamentar em seu perfil no Twitter, após a ameaça do presidente e da sua decisão de ‘congelar’ o Renda Brasil, programa em estudo pela equipe econômica para substituir o Bolsa Família.  

Segundo ela, ‘o momento é oportuno para discutir uma renda básica da primeira infância’. Eliziane Gama é autora do  PLP 213/2020, que estabelece uma renda mensal de R$ 800 para famílias vulneráveis com crianças de até seis anos de idade.

Desoneração da folha de pagamento

Protelação da votação de veto à proposta traz ‘prejuízo econômico muito grande’, diz Eliziane Gama (Foto: Leopoldo Silva)

Em entrevista ao ‘Jornal Nacional’ (veja aqui) segunda-feira (15), a senadora Eliziane Gama defendeu a derrubada do veto do presidente Jair Bolsonaro à desoneração da folha de pagamento. Segundo ela, o adiamento por quase dois meses da sessão do Congresso Nacional para análise do veto não se justifica porque a ‘protelação da matéria traz prejuízo econômico muito grande para o Brasil e deixa o mercado instável’ (veja aqui).

“Existe hoje a disposição dos líderes e também dos parlamentares, para a derrubada desse veto presidencial. Os países em todo o mundo atingidos pela pandemia da Covid-19 estão cortando tributos para preservar os empregos e também as suas empresas”, afirmou Eliziane Gama ao JN.

CPI da Crise Ambiental

A senadora Eliziane Gama apresentou sexta-feira (18) um requerimento para a instalação de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar o desmonte da governança ambiental no âmbito do Poder Executivo e as queimadas na Amazônia e no Pantanal (veja aqui).

A parlamentar destaca no pedido que o Brasil já foi reconhecido como um dos países que mais avançou no controle do desmatamento ao longo dos últimos anos, construindo um sólido e coerente arcabouço institucional na área ambiental que agora está sob ameaça.

“É estarrecedor testemunhar o quão rapidamente toda essa maturação socioambiental foi desconstruída pelo atual governo. Demonização e desautorização de fiscais ambientais; substituição de profissionais de carreira com experiência em gestão por profissionais sem experiência e sem qualificação técnica; extinção de órgãos e secretarias fundamentais, a exemplo da Secretaria de Mudança do Clima e Florestas; ameaças e punições injustificadas a servidores; eliminação da participação popular de comitês e outros fóruns de decisão; inexecução de recursos orçamentários da pasta ambiental. A lista poderia se estender praticamente ad infinitum, tantos são os exemplos que poderíamos elencar. Em suma, a política ambiental brasileira se caracteriza, pela atual gestão, como não política ambiental”, afirma a parlamentar.

Ampliação da assistência aos mais pobres

O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) disse terça-feira (15) que a proposta da equipe econômica de congelamento de salários e pensões para a criação de um programa de assistência social para substituir o Bolsa Família, o Renda Brasil, não melhora o atendimento aos brasileiros mais vulneráveis (veja aqui).

“Sou 100% contra o congelamento de salários e pensões. Não precisa de nada disso para ampliar e melhorar a assistência aos mais carentes, através da reformulação do Bolsa Família. E não importa o nome que se escolha, o essencial é garantir um programa robusto e fiscalmente viável”, escreveu o senador em seu perfil no Twitter.

Ao site ‘O Antagonista’, Alessandro Vieira disse também que não dá para falar em ‘fim do Renda Brasil’, o programa em estudo pelo governo federal para substituir o Bolsa Família (veja aqui).

“Fim de algo que nem sequer começou? O Renda Brasil virou a Viúva Porcina dos programas sociais”, ironizou o parlamentar.

Moradia popular

O senador Alessandro Vieira apresentou emenda à medida provisória (MP 996/2020) que institui o Programa Casa Verde e Amarela para garantir a efetivação do financiamento de moradias populares para a população de baixa renda (veja aqui).

Ele propõe que, nesse segmento, a subvenção incidirá não apenas sobre os juros, mas também sobre o valor do financiamento, de modo a reduzir o saldo devedor a ser amortizado pelo mutuário.

O parlamentar do Cidadania explica que a sua emenda assegura uma redução do principal a ser amortizado, além da redução da taxa de juros sobre ele incidente, para que, desse modo, a política de financiamento seja direcionada efetivamente para os brasileiros de menor renda.

Pacote de projetos contra corrupção

Alessandro apresentou 9 propostas que estão sendo chamadas ‘As Novas Medidas contra a Corrupção’ (Foto: Pedro França)

Alessandro Vieira protocolou quinta-feira (17) um pacote de projetos de combate à corrupção. As propostas que passam a tramitar no Senado foram apresentadas na Câmara dos Deputados pelo Partido Novo (veja aqui).

Dentre os nove projetos do pacote para combater a corrupção no País, está o que propõe a a criação do crime por corrupção privada e o que prevê o aumento de cinco para para 10 anos da prescrição em ações de improbidade administrativa.

Tribunal Regional em Minas

Em declaração ao jornal ‘Gazeta do Povo’, senador Alessandro Vieira avaliou que a criação do TRF-6 (Tribunal Regional Federal da 6ª Região), com sede em Belo Horizonte e jurisdição no estado de Minas Gerais, é desnecessária (veja aqui).

Para ele, o Poder Judiciário deveria adotar antes medidas de contenção de gastos ou de melhoria de gestão. O jornal lembra que o parlamentar ‘foi um dos principais articuladores da chamada CPI da Lava Toga, que tinha como objetivo investigar gastos e abusos do Judiciário em todo o Brasil. O presidente do Senado, porém, barrou essa investigação, e com apoio do Planalto.

O projeto do TRF-6 foi aprovado pela Câmara dos Deputados em 26 de agosto e aguarda deliberação pelo plenário do Senado.

Emendas participativas para 2021

O senador Alessandro Vieira divulgou nesta semana o resultado final dos projetos contemplados pelo Edital de Emendas Participativas para 2021. Pelo segundo ano seguido, o parlamentar ouviu a população para saber quais as propostas no estado que devem receber os recursos de emendas parlamentares que estarão disponíveis no ano que vem (veja aqui).

Ao todo foram 51 projetos selecionados, que abrangem iniciativas em todos os seis territórios sergipanos, atendendo ações  nas áreas de Assistência Social, Educação, Saúde, Segurança, Infraestrutura e Empreendedorismo.

“Para destinar os mais de R$16 milhões a que temos direito pelas emendas individuais como parlamentar no orçamento da União, decidimos pelo segundo ano consecutivo consultar a população sergipana e abrir processo seletivo. Foram quase 200 projetos inscritos este ano, de todos os cantos de Sergipe. Isso mostra a força da participação social em nosso mandato no Senado Federal”, disse o parlamentar.

Destaque na defesa dos municípios

O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) está entre os 10 senadores que mais trabalham em defesa do municipalismo, de acordo com ranking da CNM (Confederação Nacional de Municípios).

Com 248 pontos, o parlamentar está em 9º lugar no ranking nacional do Observatório Político, da CNM, cujo objetivo é identificar e classificar os parlamentares federais que atuam em consonância com os interesses dos municípios.

“Fico feliz com o reconhecimento da CNM e dos prefeitos sergipanos. Entendo que nossa missão é trabalhar para melhorar a vida dos sergipanos, e isso se faz fortalecendo as gestões municipais”, disse.

Reeleição no Senado

Alessandro Vieira classificou de ‘escandalosa’ o posicionamento da AGU (Advocacia-Geral da União) ao STF (Supremo Tribunal Federal) de que a discussão sobre a possibilidade de reeleição para o comando das Mesas diretoras do Senado Federal e da Câmara dos Deputados é assunto interno do Poder Legislativo (veja aqui).

“A manifestação da AGU é escandalosa, pois afronta dispositivo constitucional expresso. Como já disse o ministro Marco Aurélio, o reconhecimento da impossibilidade de reeleição não exige esforço interpretativo, a regra é cristalina. É lamentável constatar o rebaixamento institucional da AGU, que se coloca a serviço de uma tese personalista e absolutamente inconstitucional. A manifestação da AGU é absolutamente política”, disse o senador.

Dia Internacional da Democracia

A senadora Eliziane Gama destacou o Dia Internacional da Democracia, celebrado em 15 de setembro. Segundo ela, a Constituição de 1988 deu ao País uma base democrática robusta, que vem mantendo as instituições funcionando frente aos ‘desvarios autoritários do atual governo federal’ (veja aqui).

Ela citou o comportamento sóbrio das Forças Armadas e a adesão do seu corpo estruturado à causa da liberdade. A senadora apontou, no entanto, que a crise econômica, reforçada pela pandemia de Covid-19, é um fator de risco para a democracia e que é preciso combater a corrupção e o crime organizado em todos os níveis.

“Os movimentos protofascistas que tentam desmoralizar nossas instituições, em especial a Justiça, têm que ser estancados politicamente e punidos com a lei”, alertou Eliziane Gama.

Falta de coordenação no combate à Covid-19

Jorge Kajuru lamenta conduta do governo federal nas ações contra a pandemia do novo coronavírus (Foto: Leopoldo Silva)

Ao analisar os dados da Consultoria de Orçamento e Fiscalização Financeira da Câmara dos Deputados mostrando que o governo já gastou mais de 70% da verba aprovada contra Covid-19, o senador Jorge Kajuru disse que não falta recursos para o combate à doença, mas coordenação do Executivo na luta contra à pandemia no País (veja aqui).

“Isso em decorrência da postura dúbia que caracterizou o Executivo federal nesta guerra à Covid-19, apesar da destinação de recursos a empresas, estados e municípios e do auxílio emergencial, que o governo queria que fosse R$ 200, no início, e o valor foi mudado graças ao Congresso Nacional”, avaliou o parlamentar. 

Cancelamento de sessões

O senador Jorge Kajuru reclamou do cancelamento de sessões virtuais do plenário do Senado nesta semana em que a Casa novamente apenas uma reunião, na quinta-feira (17). Segundo ele, o cancelamento teria ocorrido em função do foco dos parlamentares nas eleições municipais (veja aqui). Na semana passada, impactada pelo feriado do Dia da Independência, o Senado realizou sessão somente na quarta-feira (09).

Plenário virtual

Veja abaixo as propostas aprovadas pelo Senado:

QUINTA-FEIRA – 17/09

Empréstimo para o Espírito Santo: Autorizado empréstimo de US$ 37,8 milhões do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para o Espírito Santo (Mensagem 49/2020). Os recursos serão aplicados na gestão fiscal do estado. A proposta segue para promulgação.

Policial legislativo: Aprovada validade nacional para as carteiras de identidade funcional de policial legislativo emitidas pela Câmara e pelo Senado (PL 6.463/2019). A proposta segue para sanção.

Campanha Junho Verde: Aprovada a criação da campanha Junho Verde, no âmbito do Senado (PRS 52/2019). A proposta tem objetivo de conscientizar sobre a importância da preservação do meio ambiente. Proposta segue para promulgação.

Incêndios no Pantanal: Os membros suplentes da comissão externa que acompanhará ações contra incêndios no Pantanal serão os senadores Carlos Fávaro, Esperidião Amin, Fabiano Contarato e Jayme Campos.

Álcool em gel e máscaras: Aprovado o uso de recursos do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) para a compra de produtos de proteção de pessoas em estado de vulnerabilidade durante a pandemia (PL 3.229/2020). Projeto segue para votação na Câmara.

Acolhimento familiar: Aprovado o uso de recursos do Fundo Nacional para a Criança e o Adolescente para auxiliar programas de acolhimento familiar ou institucional, em decorrência da pandemia de covid-19 (PL 3.289/2020). Texto vai à Câmara. (Texto atualizado para complementação de informações)

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