No encerramento do curso Gestão Cidadã, da Fundação Astrojildo Pereira (FAP), nesta quarta-feira (16), o presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire, voltou a afirmar a necessidade de uma alternativa que faça frente ao atual presidente Jair Bolsonaro e ao ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, que se apresentam hoje como opção para 2022.
“Essa polarização interessa aos dois polos. Eles se retroalimentam. O Cidadania diz, com toda ênfase, que é necessário barrar a escalada anacrônica do obscurantismo de Bolsonaro e, ao mesmo tempo, não termos retrocesso ao passado com Lula”, destacou.
Para Freire, o cenário político internacional é um termômetro para as eleições no Brasil e citou como exemplo a vitória de Biden nos Estados Unidos. “Mostra que, na democracia, se pode derrotar a extrema-direita, que é o neofascismo do século 21, com toda uma visão raivosa, racista. Essa vitória nos diz que podemos derrotar também o bolsonarismo nas próximas eleições”, defendeu.
Ainda sobre a possibilidade de retorno de Lula, o presidente do Cidadania ressaltou que o país precisa olhar pra frente, absorver as mudanças, e não se manter inerte, como nos anos governados pelo PT, sem avanços mais expressivos.
“A esquerda brasileira que aí está é prisioneira de um reacionarismo porque não entende a mudança e se coloca contra reformas. Passamos 12 anos sob o governo do PT e o Brasil não mudou estrutura alguma fundamental para sermos uma sociedade que não conviva com essa profunda desigualdade que não foi mudada em nada”, avaliou.
Freire observou que a sociedade está passando por mudanças, entrando na era digital, da robotização e inteligência artificial, uma característica de um mundo mais globalizado e integrado.
O ex-parlamentar fez um alerta sobre o que chama de crise da democracia representativa, com a tentativa de votação do distritão, que, para ele, é um golpe.
“É o fim de qualquer capacidade de articulação, o fim de partidos sem que se crie novas formas de representação. Precisamos fazer com que a sociedade se mobilize para impedir essa aprovação. Garantir a democracia, a República e suas instituições e não ficar pensando em interesses individuais. Parlamentar não é pra ser instituição, presta serviço à cidadania e à República e não pode colocar seus interesses acima do interesse nacional”, finalizou.
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