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No primeiro dia do Seminário Internacional da Comemoração dos 100 anos do Partido Comunista Brasileiro (PCB), fundado em 1922, nesta terça-feira (08/03), o debate abordou a história, o legado dos comunistas brasileiros e os impactos da guerra Rússia x Ucrânia no mundo.
Sob a coordenação Ana Stela Alves de Lima, conselheira da Fundação Astrojildo Pereira (FAP), participaram das discussões intelectuais brasileiros e estrangeiros como Silvio Pons, Daniel Aarão Reis, Antonio Ostornol, Gianluca Fiocco, Luiz Sérgio Henriques e Marcos Napolitano.
Coube a Silvio Pons, formado pela Universidade de Florença e responsável atualmente pela disciplina de História Contemporânea na Scuola Normale Superiore, em Pisa, dar início aos debates sobre os 100 anos do Partido Comunista Brasileiro. Para Pons, a data deve ser celebrada por meio do compartilhamento de “pensamentos, perspectivas e compreensão” da trajetória do partido, observando os impactos da Revolução Russa, em 1917, e refletindo sobre as contradições dos processos.
“Os comunistas brasileiros foram atores na transformação final do que aconteceu no final da Guerra Fria e deixaram um legado”, afirmou Pons, após fazer uma análise global sobre os impactos do comunismo no mundo e especialmente na América Latina.
Em seguida, foi a vez de Daniel Aarão Reis, historiador e professor titular de História Contemporânea na Universidade Federal Fluminense, abrir a 1a Mesa de Debate do Seminário “O comunismo e o Brasil”. Na sua opinião, o futuro depende necessariamente de uma reflexão profunda e analítica sobre as trajetórias. Um erro grave, segundo ele, foi cometido na geração dos anos de 1960, que não considerou a experiência de seus antecessores.
“Foi uma lástima a geração dos anos 60 ter jogado por água abaixo a experiência dos comunistas anteriores. Deveríamos estudar a experiência e outros comunistas com outro olhar”, sugeriu.
Para Gianluca Fiocco o historiador italiano e professor da Università degli studi di Roma Tor Vergata, o conflito entre a Rússia e a Ucrânia pode ter sido desencadeado pelo desenvolvimento e a conquista de um espaço próprio pelos ucranianos, o que incomodaria os russos. “O crescimento da Ucrânia e de sua autonomia, poderia oferecer ameaças à Rússia. É importante lembrar que houve [no passado] um silêncio político, um hiato, que pode ter levado também a este momento atual”, ressaltou Fiocco.
Marcos Napolitano, professor de História da Universidade de São Paulo (USP), acrescentou que “autocratas e invasões não são legítimos”, numa crítica direta ao presidente da Rússia, Vladimir Putin. “É importante condenar qualquer invasão, mas também revisarmos a política de contenção da China e da Rússia. Nem sempre o Ocidente está do lado da democracia”, pontuou.
Luiz Sérgio Henriques, tradutor e ensaísta brasileiro, apelou para que o mundo se una para evitar uma tragédia nuclear: “Nossos esforços devem ser para impedir um desastre nuclear. E o que tudo indica, esse risco está batendo na trave”.
Legado
Napolitano reiterou ainda a relevância da contribuição dos artistas e intelectuais comunistas para a produção artística nacional. Segundo ele, ao longo dos 100 anos de história do PCB, foi possível identificar um “polo de artistas críticos e engajados”, uma “rede de ação cultural em antagonismo ao polo conservador”.
Henriques acrescentou que não se deve jamais esquecer o quanto o “Partidão” ensinou gerações inteiras e destacou o desafio daqui para frente: “O percurso do Partidão tem lances que devem ser vistos com dignidade. O desafio é permanente de defesa da democracia.”
Futuro
Antonio Ostornol, escritor chileno e professor de literatura, diplomado na Universidade de Paris III, Nouvelle Sorbonne, relembrou que parte do fracasso dos regimes socialistas foi provocado pela não acomodação de forças e o principal déficit foi político. “Foi feito um projeto de forma voluntarista. Neste novo século, a alternativa é a congregação pela maioria, pluripartidarismo, pela democracia, respaldado pelos povos”, concluiu.
Sindicalismo
Mediadora do debate, Ana Stela Alves de Lima, conselheira da FAP (Astrojildo Pereira), militante do Cidadania e presidente do Sindicato dos Bancários de Campinas (SP) e Região, afirmou que o Partido Comunista Brasileiro foi “engolido pelo PT” ao se afastar as discussões de interesses das classes trabalhadoras e permitir uma divisão entre aqueles que têm estabilidade e os que não a possuem.
“Nós, comunistas, fomos nos afastando do movimento sindical brasileiro. Poderíamos ter contribuído mais em relação aos direitos para as classes organizadas e as não, como saúde e educação”, reconheceu Ana Stela.
Para Ana Stela, o fio condutor da história do Partido Comunista Brasileiro sempre foi sua posição em busca da conciliação, o que a enche de orgulho.
“É um orgulho. É uma forma de ser. Buscar a luta, mas sempre com este viés da conciliação, não com o discurso fácil de guerrilha, que não leva a nada nem a guerrilha nem a coisa nenhuma. É importante que se retome à pauta sindical”, propôs.
Manifestações
Com a transmissão ao vivo do debate, a participação dos internautas foi intensa. Ivan Alves Filho elogiou o italiano Silvio Pons: “Excelente panorama traçado”. O chileno Alfredo Riquelme fez questão de dizer que estava ali acompanhando. “Un saludo desde Chile. Bom dia”.
Para Thiago J. Ferreira, foi uma oportunidade para discutir história. “Muito legal o seminário, importante conhecermos a nossa história”. Neide Lins destacou a preocupação com as pessoas com deficiência. “Parabéns pela acessibilidade em libras.” E Dulce Galindo ressaltou a relevância do debate: “Excelente a iniciativa do seminário”.
Seminário
Os 100 anos do Partido Comunista Brasileiro está sendo comemorado com um Seminário Internacional, que começou nesta terça-feira (08/03) e segue até quinta-feira (10/03), no qual 14 palestrantes se revezarão em discussões transmitidas ao vivo pelos canais oficiais da FAP (Fundação Astrojildo Pereira) no Youtube (https://www.youtube.com/c/FundacaoAstrojildoPereira) e Facebook (https://www.facebook.com/fundacaoastrojildofap), em respeito às normas sanitárias em decorrência da pandemia da Covid-19.
As informações estão disponíveis em https://pcb100anosfap.com.br/
No seminário, promovido pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP) e pelo Cidadania, a trajetória do PCB será analisada através da perspectiva de 14 palestrantes distribuídos em 3 mesas redondas com os seguintes temas:
1. O comunismo e Brasil
2. Onacional-desenvolvimentismo
3. Odesafiodademocraciaemtermosglobais.
Veja no documento abaixo a programação: