Quem conta votos é a cidadania e não militares travestidos de mesários, diz
O presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire, afirmou nesta quinta-feira (28) que Jair Bolsonaro dá razão ao ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, quando incita os militares a se arvorarem ao papel de “contadores de votos” da eleição de 2022. Barroso e Bolsonaro entraram em choque quando o magistrado afirmou que as Forças Armadas estão sendo orientadas a “atacar o processo eleitoral”.
“Se militares fossem melhores que civis na gestão pública, 270 mil brasileiros não teriam morrido de Covid com Pazuello na Saúde. Em vez de verem excesso na fala de Barroso, as Forças Armadas deveriam conter os arroubos de Bolsonaro, que quer transformá-los em mesários. Quando se manifesta nesse sentido, ele está ou não incitando os militares a interferir no processo democrático?”, questionou.
Freire ainda avaliou que a reação dos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), veio em boa hora, mas ressaltou que o apoio do centrão a Bolsonaro e suas “diatribes” é “irresponsável” e coloca em risco seus próprios papéis na democracia.
“Estão flertando com um autocrata em construção, que, se for reeleito, tentará fechar o regime, a exemplo de ídolos como Orban, na Hungria. Que papel deputados e senadores teriam numa democracia carcomida pelo autoritarismo bolsonarista? Esses ataques recorrentes e infundados às eleições e às urnas fragilizam o mandato popular. De quem quer que seja. O descrédito na eleição diminui seus próprios papéis na democracia representativa. Um grave erro”, apontou.