Ministro da Saúde muda versão para justificar motivo de o ministério não contratar a médica Luana Araújo (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, ao ser questionado pela senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) nesta terça-feira (08), em depoimento na CPI da Pandemia, escancarou a sua falta de autonomia ao apresentar nova versão sobre os motivos que levaram o Ministério da Saúde a não contratar a médica infectologista Luana Araújo para a Secretaria de Enfrentamento à Covid da pasta.
Depois de sugerir que anteriormente em depoimento à comissão de que Luana não passou pelo crivo político, Queiroga, ao ser pressionado pela senadora do Cidadania, assumiu a responsabilidade no lugar do Palácio do Planalto.
“A saída [da médica] foi uma decisão política minha”, disse.
Eliziane Gama, então, insistiu:
“Não uma imposição da Casa Civil? Então, alguém mentiu aqui: o senhor ou ela [Luana]”, alertou Eliziane Gama.
“Capitã Cloroquina”
Queiroga também deixou claro também a sua falta de autonomia quando questionado por que ainda não demitiu a médica Mayra Pinheiro, apelidada de “Capitã Cloroquina”, do cargo de secretária de Gestão do Trabalho e Educação no Ministério da Saúde.
“O senhor sofre alguma pressão do governo para que ela permaneça no cargo?”, indagou a senadora.
O ministro, no entanto, voltou a não apresentar resposta convincente.
Copa América
A senadora maranhense mostrou irritação quando Marcelo Queiroga reafirmou que a Copa América pode ser realizada no País, desde que o protocolo técnico do Ministério da Saúde seja cumprido.
“O risco de os jogadores se contaminarem em campo e as delegações é mínimo. Não há óbice para a realização dessas partidas”, acrescentou ele.
Eliziane Gama rebateu Queiroga argumentando que o País ainda enfrenta a segunda onda de contaminações pela Covid e corre o risco de uma terceira.
“Ministro, estamos falando de uma massa de torcedores que vai se mobilizar nos bares, nas ruas. Mesmo assim, o senhor considera normal a realização dessa copa no Brasil, num período onde nós nem saímos da segunda e já estamos a caminho da terceira onda da pandemia?”, criticou.