Para o senador, ministro da Saúde ‘tenta assumir a negativa de nomeação’ de Luana Araújo para cargo na pasta ‘como opção sua’ depois de ter apontado que a decisão foi do presidente Bolsonaro (Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado)
O líder do Cidadania no Senado, Alessandro Vieira (SE), criticou na rede social a declaração do ministro da Saúde à CPI da Pandemia, nesta terça-feira (08), de que foi ele o responsável pela não nomeação da médica infectologista Luana Araújo para Secretaria de Enfrentamento à Covid da pasta. Queiroga disse em maio que Luana não assumiria o cargo por falta de ‘validade política’ da Casa Civil do governo do presidente Jair Bolsonaro.
“Dá tristeza ver um cidadão com mais de 30 anos de carreira na medicina se sujeitar a mentir desse jeito para se agarrar a um cargo de ministro. Queiroga tenta assumir a negativa de nomeação da Dra Luana como opção sua. Ele mesmo apontou para o presidente em declaração anterior”, postou o senador no Twitter.
Segundo a nova versão de Queiroga à CPI, a médica não foi nomeada por “questão política da classe médica” e não por “questão política partidária”.
“O nome dela começou a sofrer resistência em face de alguns temas. (Houve) Divergências com a classe médica”, disse, acrescentando também que o ‘perfil’ de Luana Araújo não iria contribuir com sua gestão.
“Para poder saber se estou ouvindo corretamente. O depoente está informando, com o juramento de dizer a verdade, que foi ele que não confirmou a nomeação?”, indagou Alessandro Vieira, em meio a perplexidade dos demais senadores da CPI com a mudança de postura de Queiroga sobre a contratação da médica pelo Ministério da Saúde.
“Ele mesmo apontou para o presidente em declaração anterior”, afirmou o senador.
“E o próprio ministro, em audiência na Câmara dos Deputados, se referiu ao fato de vivermos sob regime presidencialista”, lembrou Alessandro Vieira, sobre a justificativa de Queiroga para não nomear a infectologista.