Os senadores Alessandro Vieira e Eliziane Gama foram unânimes em apontar que Fabio Wanjgarten faltou com a verdade e entrou em contradição várias vezes no depoimento à CPI da Pandemia (Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado)
O Senado manteve na semana a pauta de votações de propostas com a aprovação terça-feira (11) do projeto de Lei (PL 5575/2020) que torna permanente o Pronampe (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte), medida então emergencial para o enfrentamento pandemia de Covid-19 (veja abaixo), e a agenda de depoimentos à CPI da Pandemia, quando foram ouvidos o presidente-diretor da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Antônio Barra Torres; o ex-secretário especial de Comunicação do governo federal, Fabio Wajngarten; e o gerente-geral da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo.
O líder do Cidadania , senador Alessandro Vieira (SE), disse quinta-feira (13) durante depoimento do representante da Pfizer na América à CPI que aproximadamente 3 mil brasileiros poderiam ter sobrevivido à Covid-19 caso o governo do presidente Jair Bolsonaro tivesse antecipado a compra de vacinas oferecidas pela farmacêutica no ano passado (veja aqui).
“Usando aquele parâmetro [do Departamento de Saúde Pública do Reino Unido], nós teríamos 1,5 milhão de vacinas, pelo menos mil vidas salvas diretamente. Essa diferença entre uma proposta apresentada e o contrato efetivamente firmado aponta para alguma coisa em torno de 4,5 milhões de doses. Então, na menor contabilidade, são 3 mil vidas que poderiam ter sido salvas e não foram salvas por omissão do governo brasileiro deliberada”, disse, ao citar cálculos feitos pelo professor Paulo Martins da Universidade Federal de Sergipe, baseado na proporção de dados levantada pela agência de saúde do Reino Unido.
Líder do bloco parlamentar Senado Independente, Eliziane Gama (MA) disse que as declarações de Carlos Murillo à CPI da reforçam que houve ‘negligência’ por parte do governo Bolsonaro, inclusive do Ministério da Saúde, no atraso do fechamento do contrato para compra da vacina da Pfizer contra a Covid-19 (veja aqui).
Após fazer questionamentos a Murillo sobre as negociações, a senadora disse que a falta de compromisso governamental com a imunização da população brasileira ficou “mais que comprovada” para a comissão.
“É impressionante a omissão. A negligência, do governo, que contou inclusive com a participação do ministro da do ministro da Economia, Paulo Guedes. Se tivessem assinado contrato deste o início das tratativas com a Pfizer, em maio do ano passado, esta vacina estaria fazendo a diferença no plano de imunização da população”, disse a senadora, ao avaliar que a proposta da Pfizer apresentada ao governo no ano passado é o documento mais importante da CPI até agora.
Carlos Bolsonaro na mira da CPI
O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) deverá ser o primeiro filho do presidente Jair Bolsonaro a depor na CPI da Pandemia. O pedido foi apresentado quinta-feira (13) pelo senador Alessandro Vieira para convocação do filho 02 do presidente e também do assessor especial da Presidência da República, Filipe Martins, para prestar depoimento à CPI (veja aqui).
A intenção é que os dois expliquem porque participaram, junto com representantes do laboratório Pfizer, de reunião para discutir as condições de compra de vacinas contra a Covid-19. O pedido precisa ser aprovado pela comissão.
“Defendo que todos os citados pelo gerente da Pfizer como participantes das reuniões paralelas para aquisição de vacinas sejam ouvidos, inclusive o vereador Carlos Bolsonaro. Por isso estou protocolando esse requerimento”, explica o senador.
Contradições e mentiras de Fabio Wanjgarten
Os senadores Alessandro Vieira e Eliziane Gama foram unânimes em apontar que o ex-secretário de Comunicação do governo Bolsonaro, Fabio Wanjgarten, faltou com a verdade no depoimento à CPI quarta-feira (12) e entrou em contradição várias vezes, ao ser questionado sobre declarações à imprensa e ações que ele adotou à frente do cargo e negou no depoimento.
Eliziane Gama questionou Wajngarten, sobre a campanha publicitária veiculada nas redes sociais, “O Brasil não pode parar”, contrária ao lockdown decretado por governadores no início da pandemia da Covid-19 (veja aqui).
“A Campanha O Brasil não pode parar foi feita pela Secom? O senhor não consegue lembrar de uma contratação de uma agência no mesmo período de forma emergencial no valor de mais de R$ 4 milhões? Nem do general Ramos afirmando se pronunciando dizendo que essa campanha não era da Secom? O senhor não consegue se lembrar?”, insistiu a senadora.
Mesmo tendo afirmado que não se lembra porque em março do ano passado, mês da campanha, estava “internado em casa por causa da Covid”, uma live que o ex-secretário realizou na mesma época com o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) desmentiu Wajngarten (veja aqui).
Ao ser confrontado por Alessandro Vieira, o ex-secretário de Comunicação confirmou que o presidente Bolsonaro deu aval para que se facilitasse as negociações com a farmacêutica Pfizer. Wajngarten, no entanto, disse que não atuou em benefício de outros fornecedores de vacinas (veja aqui).
Wajngarten também não conseguiu se esquivar da declaração dada à revista Veja, em entrevista publicada em abril, na qual acusou a equipe do ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, de ser incompetente para lidar com a pandemia. No momento mais tenso do depoimento, Alessandro Vieira lembrou Wajngarten que se continuasse mentindo ou se esquivando das perguntas poderia sair dali preso em flagrante.
“O senhor tem que respeitar a inteligência dos brasileiros e o papel dessa CPI”, cobrou o líder do Cidadania.
Diante de contradições do ex-secretário no depoimento à comissão, o senador protocolou requerimento para a quebra de seus sigilos fiscal, bancário, telefônico e telemático (veja aqui). O pedido ainda vai ser votado pela CPI.
“Apesar das mentiras e da vontade óbvia de proteger o amado chefe, Wajngarten também confirma: ocorreu grave omissão no processo de contratação de vacinas e existe um assessoramento paralelo ao presidente que é contrário à ciência”, afirmou Alessandro Vieira na rede social.
Presidente da Anvisa reprova aglomerações de Bolsonaro
Em depoimento à CPI terça-feira (11), o diretor-presidente da Anvisa Antonio Barra Torres disse, ao responder pergunta da senadora Eliziane Gama, ser contrário contra aglomerações como o passeio de moto promovido pelo presidente Bolsonaro com cerca de 1,5 mil motociclistas, no domingo (09), em Brasília (veja aqui).
“O senhor é motociclista – é destacado inclusive no próprio currículo, e eu pergunto ao senhor: qual a sua opinião acerca dessa aglomeração? O senhor esteve presente nesse evento? Foi convidado para esse evento?”, questionou a senadora.
“Não estive presente nesse evento. Sou contra qualquer tipo de aglomeração nesse sentido”, disse Barra Torres.
“Mas o senhor não concorda com esse tipo de aglomeração?”, insistiu Eliziane Gama.
“Não concordo. Qualquer coisa que fale de aglomeração, não usar álcool, não usar máscara e negar vacina são coisas que não têm nenhum sentido, no ponto de vista sanitário”, afirmou o presidente da Anvisa.
O general e a reunião para mudar bula da cloroquina
Ao ser questionado pelo senador Alessandro Veira, Barra Torres revelou que o general Walter Braga Netto, então ministro da Casa Civil, foi o responsável por convocar e conduzir uma reunião, realizada no Palácio do Planalto, em que se debateu no ano passado a edição de um decreto presidencial para mudar a bula da cloroquina, medicamento sem eficiência para a Covid-19 (veja aqui).
“O convite veio pela gestão do grupo, via Casa Civil. Naquela época, a Anvisa, pela Lei 3979, fazia parte do grupo interministerial. Então, chegou uma convocação para mim. Essa reunião foi mais para o final do dia e era para tratar de algum tema de combate à pandemia. Elas aconteciam com frequência, então, o convite veio dessa maneira que lhe falei”, explicou o presidente da Anvisa.
Em seguida, Alessandro Vieira perguntou se a condução da reunião foi feita também por Braga Netto.
“Exato, ele era na época o coordenador desse grupo. Foi por ele, sim, senhor”, afirmou Barra Torres.
Diante a confirmação do presidente da Anvisa, o senador do Cidadania pediu a convocação de Braga Netto para depor na CPI (veja aqui).
Novo depoimento do ministro da Saúde à CPI
Em entrevista segunda-feira (10) ao ‘Jornal da Manhã’, da rádio Jovem Pan (veja o vídeo aqui), o líder do Cidadania descartou por enquanto uma nova convocação do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, à CPI da Pandemia.
“Isso pode acontecer no futuro, baseado em novos documentos e outros depoimentos. Não faz sentido chamar novamente para repetir a mesma ladainha do depoimento anterior. Muito provável que, no futuro, tenham mais informações que viabilizem o novo depoimento”, disse Alessandro Vieira, ao argumentar que em algumas semanas Queiroga também deve estar ‘mais amadurecido’ no cargo (veja aqui).
“Ele, por enquanto, parece estar no estágio inicial pelos quais passaram Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, tentando convencer o governo de seguir o caminho da ciência. Os outros dois, um foi demitido e o outro desistiu, não conseguiram sucesso nessa missão”, completou o parlamentar.
Explicações sobre a vacina Sputnik V
Em audiência sexta-feira (07) na Comissão Temporária da Covid-19 , a Eliziane Gama pediu ao representante da União Química, desenvolvedora da vacina anticovid Sputnik V no Brasil, que expusesse os “reais motivos” que estão dificultando a aprovação do imunizante russo pela Anvisa (veja aqui).
“Os entraves [para a autorização] são motivados pela burocracia ou por que falta a apresentação de evidências científicas que comprovem a eficácia e a segurança da vacina?”, cobrou a parlamentar do Maranhão.
‘Questões políticas acima das científicas e técnicas’
Ao jornal ‘O Estado de S. Paulo’ (veja aqui) terça-feira (11), a senadora Eliziane Gama disse que a tentativa do rompimento do acordo para garantir a presença da bancada feminina na CPI da Pandemia foi ‘machismo’, e avaliou que a comissão caminha para chegar a constatações comprometedoras para o governo do presidente Jair Bolsonaro na conduta da crise sanitária da Covid-19.
“A gente começa a constatar de forma mais real, com os depoimentos, aquilo que vínhamos percebendo na postura do presidente, que é colocar as questões ideológicas e políticas acima das questões científicas e técnicas”, diz a senadora na entrevista.
CPI para investigar ‘orçamento secreto’ de Bolsonaro
O senador Alessandro Vieira subscreveu o requerimento do senador Roberto Rocha (PSDB-MA) que propõe uma CPI para apurar o esquema revelado pelo jornal ‘O Estado de S. Paulo’ de um suposto ‘orçamento secreto’, de R$ 3 bilhões, por parte do governo Jair Bolsonaro para conquistar apoio de parlamentares no Congresso Nacional (veja aqui).
“Todas as iniciativas de apuração de possíveis desvios são válidas e merecem nosso apoio, mais ainda quando tratam de recursos públicos aplicados durante uma pandemia”, afirmou o parlamentar de Sergipe.
Plenário Virtual
Veja abaixo as propostas deliberadas pelo Senado e o resumo dos depoimentos à CPI da Pandemia na semana.
QUINTA-FEIRA – 14/05
Tarifa de energia elétrica: Os senadores aprovaram proposta para criar mecanismo de redução de tarifas de energia elétrica pelo prazo de 5 anos (PL 1.143/2021). Projeto segue para votação na Câmara dos Deputados.
Reajuste de medicamentos: Aprovado por 58 votos favoráveis e 6 contrários o projeto que veda reajuste anual de preços de medicamentos enquanto durarem as medidas de emergência da pandemia de covid-19 (PL 939/2021). O texto segue para a Câmara.
Dívidas com Finor e Finam: Aprovado o PLV 3/2021, oriundo da MP 1.017/2020, que define regras para quitação e renegociação de dívidas com o Fundo de Financiamento do Nordeste (Finor) e o Fundo de Investimento da Amazônia (Finam). Texto volta à Câmara.
CPI da Pandemia: Carlos Murillo reconheceu que os 110 países a quem a Pfizer vendeu vacinas não contestaram as claúsulas impostas pela empresa, consideradas leoninas pelo governo brasileiro.
CPI da Pandemia: Carlos Murillo disse que exigências feitas ao Brasil foram impostas a todos os países que adquiriram vacinas. “Por conta desta situação tão especial, a Pfizer tem procurado isenção de responsabilidade. Isso tem permitido avançar”.
CPI da Pandemia: Representante da Pfizer, Carlos Murillo disse em resposta a Randolfe Rodrigues (Rede-AP) que, além de EUA, Inglaterra e três países da América Latina, já tinham recebido vacinas até 14 de dezembro: Chile, Costa Rica, e México.
CPI da Pandemia: Murillo afirmou que Carlos Bolsonaro, filho do presidente Bolsonaro, e Filipe Martins, assessor da Presidência, estiveram em parte da reunião da diretora Jurídica da Pfizer com Fabio Wajngarten, no Planalto, em 7 de dezembro.
CPI da Pandemia: Marcos Rogério (DEM-RO) contestou possível entrega de vacinas em 2020 já que a agência reguladora dos EUA só emitiu aprovação da Pfizer em dezembro. Murillo confirmou que contrato condicionava a entrega às aprovações das agências.
CPI da Pandemia: Carlos Murillo afirmou que o ex-secretário de Comunicação do governo Fabio Wajngarten não participou de negociações tratando do encaminhamento de vacinas. As negociações foram feitas com o Ministério da Saúde, segundo Murillo.
CPI da Pandemia: Perguntado por Renan Calheiros, Carlos Murillo disse que não poderia afirmar a quantidade de vacinas entregue efetivamente, mas se o governo tivesse assinado contrato em agosto passado, a previsão era de 18,5 milhões de doses.
CPI da Pandemia: Carlos Murillo afirmou que o posicionamento da Pfizer é continuar vendendo para governos e que desconhece quando a empresa poderá vender para empresas.
CPI da Pandemia: Segundo Carlos Murilo, a Pfizer negociou diretamente com o Ministério da Saúde e teve a assessoria de dois escritórios externos de advocacia. Ele disse não saber se havia uma terceira banca envolvida.
CPI da Pandemia: Renan citou declaração do ex-ministro Pazuello de que a Pfizer tinha exigências contratuais “leoninas”. Murillo negou a classificação e disse que as condições apresentadas foram as mesmas assinadas por 110 países.
CPI da Pandemia: Representante da Pfizer confirmou oferta de 70 milhões de doses de vacina ao governo em 2020, com entrega de pequena parte em dezembro. Ex-ministro Eduardo Pazuello apresentou números divergentes ao Senado em 18 de dezembro.
CPI da Pandemia: Segundo Murillo, foram três ofertas em agosto, com atualização do número de vacinas a serem entregues em 2020: 1,5 milhão. Em novembro, houve nova atualização da proposta, para venda de 70 milhões de doses para o Brasil.
CPI da Pandemia: Murillo detalha as propostas apresentadas ao Brasil desde agosto. No dia 14, a Pfizer fez as primeiras ofertas: a primeira de 30 milhões de doses e a outra de 70 milhões, sendo 500 mil para 2020.
CPI da Pandemia: Carlos Murillo, representante da Pfizer, afirmou que o segundo contrato de vacinas com o Ministério da Saúde está na fase final de assinatura e prevê um total de 100 milhões de doses, com entrega até o quarto trimestre deste ano.
CPI da Pandemia: Indagado pelo relator, o representante da Pfizer disse que iniciou os contatos com o governo em maio de 2020. Tratou principalmente com Ministérios da Saúde e Economia. Posteriormente, reuniu-se com Rodrigo Pacheco e Arthur Lira.
CPI da Pandemia: Representante da Pfizer, Carlos Murillo afirmou que os primeiros contatos para negociação de vacinas com o Brasil se deram em maio de 2020, principalmente com o Ministério da Saúde, por meio do ex-secretário Elcio Franco.
CPI da Pandemia: Comissão solicita à Secom do governo e à assessoria de comunicação do Ministério da Saúde todos os documentos, incluindo eventuais repasses de verbas, relacionados a 34 canais no YouTube que divulgaram fake news sobre a covid-19.
CPI da Pandemia: Entre os requerimentos aprovados, há solicitações de informações à Abin e ao Itamaraty sobre declarações do presidente Jair Bolsonaro a respeito da possibilidade de estar em curso uma guerra química ou biológica não declarada.
CPI da Pandemia: A CPI aprovou uma série de requerimentos. Entre eles, convites aos médicos Mayra Pinheiro, Nise Yamaguchi, Ricardo Zimmermann, Francisco Cardoso Alves e Flávio Cadegiani, todos defensores da cloroquina e do “tratamento precoce”.
QUARTA-FEIRA – 13/05
Educação bilíngue para surdos: Foi adiada a votação do PL 4.909/2020, que garante a educação bilíngue para surdos. Por requerimento da senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP), o tema vai ser discutido em sessão de debates temáticos em data a ser agendada.
Fundos filantrópicos: O Senado aprovou regras para facilitar a criação de fundos filantrópicos emergenciais para enfrentamento de calamidades públicas diversas (PL 4.450/2020). Projeto segue para a Câmara.
Redução de pena: Foi aprovada a redução de pena pela frequência em cursos que ajudem na reinserção social do presidiário (PL 4.725/2020). Pela proposta, cada 12 horas de frequência reduz a pena em um dia. Texto segue para a Câmara dos Deputados.
CPI da Pandemia: O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), explicou a Fabio Wajngarten por que recusou mandar prendê-lo, mas alertou: “A vida machuca a gente. A prisão não seria nada mais terrível do que você perder credibilidade”.
CPI da Pandemia: Presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM) diz que se depender dele não vai pedir prisão em flagrante de Fábio Wajngarten. “Aqui não é um tribunal de julgamento”.
CPI da Pandemia: Rogério Carvalho (PT-SE) exibiu vídeo em que Wajngarten diz ter trabalhado em março de 2020, quando teve covid. Antes, o ex-secretário disse à CPI que não lembrava da campanha “O Brasil não pode parar” por estar afastado da Secom.
CPI da Pandemia: Para Randolfe Rodrigues (Rede-AP), o depoimento de Wajngarten confirma que o governo levou quase 6 meses para decidir comprar as vacinas Pfizer. A oferta foi feita em 12 de setembro, e o governo só aderiu no dia 23 de fevereiro.
CPI da Pandemia: Antes da suspensão, Humberto Costa (PT-PE) exibiu no celular vídeo da campanha O Brasil não pode parar, produzida pela Secom. Antes, Wajngarten havia dito que não tinha certeza se a pasta era responsável pela campanha do governo.
CPI da Pandemia: A pedido do relator, Renan Calheiros (MDB-AL), a CPI vai requisitar a gravação da entrevista de Wajngarten à revista Veja. Renan ameaçou pedir prisão do ex-chefe da Secom: “Se ele mentiu, vou requerer a prisão do depoente”.
CPI da Pandemia: Depois de alguns minutos de pausa, o trabalho da comissão de inquérito foi retomado. O presidente, Omar Aziz, disse que pode dispensar Wajngarten, se ele não ajudar, e chamá-lo novamente não como testemunha, mas como investigado.
CPI da Pandemia: A reunião foi suspensa por cinco minutos depois que o relator, Renan Calheiros (MDB-AL), acusou Fabio Wajngarten de estar mentindo à CPI e outros senadores começarem a discutir em defesa do depoente.
CPI da Pandemia: O presidente, Omar Aziz (PSD-AM), apontou contradições no depoimento de Wajngarten em relação a entrevista à Veja: “Não menospreze nossa inteligência. O senhor está mentindo”. E afirmou que o depoimento terá consequências.
CPI da Pandemia: À Veja, Wajngarten chamou o ex-ministro da Saúde Pazuello de incompetente; disse que Pfizer tinha cinco escritórios e que o governo estava perdido, lembrou Omar Aziz: “O senhor só está aqui por causa da entrevista à revista Veja.”
CPI da Pandemia: Wajngarten confirmou que a Pfizer encaminhou em setembro uma carta sobre a oferta de vacinas, mas segundo ele, eram “500 mil vacinas”, e não 70 milhões de doses. Ele disse que outros ministros também receberam.
CPI da Pandemia: Questionado pelo relator sobre falas de Bolsonaro, Wajngarten disse para “perguntar a ele”. A resposta gerou reação do presidente, Omar Aziz (PSD-AM): “O senhor está aqui na condição de testemunha. Vai responder sim ou não”.
CPI da Pandemia: Em resposta a Renan Calheiros (MDB-AL), Wajngarten afirmou que é equivocado dizer que o governo “não comunicou” sobre a pandemia. Segundo ele, a Secom fez 11 campanhas desde fevereiro de 2020, sendo 7 com o Ministério da Saúde.
CPI da Pandemia: O alcance dos pedidos de informação sobre a transferência de recursos da União para estados e municípios abriu discussão: oposição defende análise focada no dinheiro contra a covid; governistas pedem investigação mais ampla.
CPI da Pandemia: Omar Aziz (PSD-AM) informou que a CPI vai votar requerimentos de informações e de depoimentos na quinta-feira (13), entre eles o pedido de convocação da médica Nise Yamaguchi, defensora do “tratamento precoce” para a covid-19.
TERÇA-FEIRA – 11/05
Educação ambiental: Aprovado o PL 1070/2021, que dispõe sobre a Política Nacional de Educação Ambiental, para instituir a Campanha Junho Verde. Proposta segue para a Câmara dos Deputados.
Dia do Enfermeiro: Aprovado requerimento de sessão especial em homenagem ao Dia Internacional da Enfermagem e do Enfermeiro (RQS 1.490/2021). A data da sessão ainda será marcada.
Campanha Junho Verde: Aprovado o PL 1.070/2021, que cria a Campanha Junho Verde no âmbito da Política Nacional de Educação Ambiental, com o objetivo de conscientizar a população para preservação do meio ambiente. O projeto vai à Câmara.
Polícia Civil do DF: Foi aprovado, por 71 votos, o PLV 6/2021, proveniente da MP 1.014/2020, que define a estrutura básica da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). Texto vai a sanção presidencial
Pronampe: Os senadores aprovaram alterações da Câmara ao PL 5.575/2020, que torna permanente o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe). O texto segue para sanção.
Retirado de pauta: Foi retirado de pauta, a pedido de seus relator, senador Weverton (PDT-MA), o projeto que institui a Loteria da Saúde e a Loteria do Turismo (PL 1.561/2020). O relator pediu mais debate sobre o assunto.
CPI da Pandemia: Barra Torres disse que a Anvisa não tem atuação na prescrição de medicamentos de uso off label (fora da bula), sobre os quais quem deve se manifestar são a Associação Médica Brasileira (AMB) e outras entidades de classe.
CPI da Pandemia: A Alessandro Vieira (Cidadania-SE), Torres afirmou que recebeu o convite da reunião que pediu mudança na bula da cloroquina da Casa Civil. Ele disse que a compra de vacinas não está condicionada à aprovação das mesmas pela Anvisa.
CPI da Pandemia: Em resposta a Eliziane Gama, Barra Torres negou que tenha pedido a Bolsonaro para interferir na suspensão de cruzeiros marítimos. Ele disse ainda que a Anvisa não se manifesta sobre quebra de patente de vacinas.
CPI da Pandemia: Barra Torres disse que nunca recebeu pressão do governo em relação à liberação ou à proibição de vacinas. E afirmou que falas do presidente Jair Bolsonaro contra vacinas, feitas desde 2020, não refletem a posição da Anvisa.
CPI da Pandemia: Sobre cloroquina, Barra Torres disse que “até o momento, as informações vão contra a possibilidade do uso na covid-19”. “Minha posição sobre tratamento precoce da doença não contempla essa medicação”, afirmou.
CPI da Pandemia: Barra Torres afirmou que foi contrário a proposta de mudanças na bula da Cloroquina. Disse ter alertado, em reunião no Palácio do Planalto, que a bula só pode ser alterada pela Anvisa por solicitação do detentor do medicamento.
CPI da Pandemia: Em resposta ao relator, Barra Torres disse que análise de documentação para aprovação da Sputnik está parada na Anvisa, aguardando informações da União Química. Caso aprovada, ele pediu que a população não tenha receio da vacina.
CPI da Pandemia: Barra Torres negou que tenha havido pressão de autoridades ou da indústria farmacêutica para que a Anvisa reduzisse os critérios para aprovação de vacinas contra a covid-19.
CPI da Pandemia: Questionado pelo relator, Renan Calheiros, se a dificuldade para acesso ao IFA é provocada por declarações do presidente Jair Bolsonaro e outros integrantes do governo, Barra Torres afirmou não ter “informação do nexo causal”.
CPI da Pandemia: Presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres reconheceu que Brasil enfrenta dificuldade para adquirir insumo farmacêutico ativo (IFA) da China e da Índia. “Esses países influenciam em mais de 50% a produção mundial de medicamentos”.
CPI da Pandemia: Omar Aziz (PSD-AM) acatou solicitação de senadores para que, a partir de amanhã (12), a comissão inicie os trabalhos às 9h. Primeira parte será para discussões e questão de ordem. A segunda parte, para depoimentos.
CPI da Pandemia: Omar Aziz (PSD-AM) anunciou agenda de maio: “Fabio Wajngarten amanhã; Pfizer dia 13; dia 18 Ernesto Araújo; dia 19 o ex-ministro Pazuello; dia 20 Mayra Pinheiro; dia 25 Butantan; 26 Fiocruz e dia 27 União Química”.