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Em seminário sobre câncer de cabeça e pescoço, Carmen Zanotto alerta para falta de tratamento

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Com o tema “O câncer está na cara, mas às vezes você não vê!”, foi realizado, nesta quinta-feira (11), na Câmara dos Deputados, seminário que debateu os problemas enfrentados pelos pacientes diagnosticados com câncer de cabeça e pescoço na busca por atendimento no SUS (Sistema Único de Saúde).

Câncer de cabeça e pescoço é o nome comum dos tumores que nascem na região das vias aerodigestivas, como amígdalas, boca, bochechas, faringe , gengivas, laringe e línguas.

O evento deu início à Campanha Julho Verde, de  prevenção contra a doença. O Dia Mundial de Conscientização e Combate ao Câncer de Cabeça e Pescoço é celebrado no próximo dia 27 de julho.

As reclamações dos participantes foram desde a falta de diagnóstico precoce ao não-fornecimento gratuito de próteses pelo Sistema.

Para a deputada federal Carmen Zanotto (Cidadania-SC), autora do requerimento para a realização do seminário, os debates mostraram que o tema, um ano depois da realização de debate na Comissão de Seguridade Social, continua a merecer atenção especial da Casa.

“Infelizmente, este seminário mostrou que precisamos avançar para melhorar o diagnóstico precoce e garantir o tratamento na rede pública de saúde. A luta da sociedade civil é gigantesca. O papel desta Casa é fortalecer o diálogo com o Ministério da Saúde. Não podemos continuar a perder precocemente vidas porque não foi lhes foi o tratamento”, afirmou a presidente da Frente Parlamentar Mista da Saúde.

De acordo com o Inca (Instituto Nacional do Câncer), o câncer de cabeça e pescoço é o quarto tipo de câncer com maior incidência entre as mulheres neste ano de 2019. Estima-se que sejam diagnosticados 640 mil novos casos de câncer no país.

O seminário contou com a participação de especialistas,representantes do Ministério da Saúde e da sociedade civil e alunos de fonoaudiologia.

Alerta de vereador do Cidadania-PR faz ministra determinar estudo sobre mortandade de abelhas

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Um alerta feito pelo vereador de Arapoti (PR), Ricardo Rodrigues Pedroso (Cidadania), levou a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, a determinar um estudo para identificar a causa da morte de milhões de abelhas em vários estados do País, principalmente no Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul.

Apicultores e agricultores destas regiões acreditam que o fenômeno, que está trazendo prejuízos para a produção de mel e também para a agricultura, já que a maior parte dos alimentos cultivados depende da polinização, acreditam que o fenômeno está relacionado ao uso de agrotóxicos.

A decisão do ministério de realizar o estudo ocorre após o alerta do vereador ter sido levado a ministro pelo deputado federal Rubens Bueno (Cidadania-PR), que em requerimento de informações cobrou da pasta providências para resolver a situação. Nesta semana, em encontro com representantes da Frente Parlamentar da Apicultura e Meliponicultura, a ministra se comprometeu, tão logo receba o resultado do estudo, anunciar medidas para enfrentar o problema.

Mel

O município de Arapoti está entre os maiores produtores de mel do Brasil.

“São mais de 200 famílias que sobrevivem da cultura, o que gera quase R$ 20 milhões na economia do município. Essa atividade deveria ser melhor valorizada, principalmente pelo poder público”, defende o vereador Ricardo, que espera que o ministério encontre o mais rápido possível uma solução para a questão da mortandade.

O desaparecimento de diversas espécies de abelhas é um fato conhecido em todo o mundo e está relacionado a diferentes fatores, como o uso incorreto e indiscriminados de defensivos agrícolas; as mudanças climáticas e a perda dos habitats desses insetos em consequência da exploração da terra. Pesquisas com as abelhas mortas apontam que em mais de 770 milhões foram encontrados vestígios de friponil e os neocotinóides, derivados da nicotina

A FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação), no último dia 20 de maio, data em que se comemora o ‘Dia Mundial da Abelha’, pediu às autoridades e governos de todos os países do mundo para proteger as abelhas, “aliadas-chave na luta contra a fome”.

Adulteração

Outra preocupação dos apicultores é com a crescente adulteração do mel, o que está fazendo com que o preço do produto desabe, trazendo prejuízos para milhares de produtores. Essa questão também foi levada ao ministério. Uma das medidas em avaliação pela ministra Tereza Cristina para enfrentar essa situação é o lançamento de uma campanha para alertar o consumidor sobre adulterações, como a adição de xaropes no mel.

“Trata-se de outro grave problema que traz prejuízos não para quem produz, mas também para o consumidor que, muitas vezes seduzido por um preço mais baixo, acaba comprando xarope no lugar de mel. Caberia por parte do governo uma fiscalização maior”, defende o vereador de Arapoti. (Assessoria PPS-PR)

Marcos do Val é condecorado com a Ordem de Rio Branco

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O senador Marcos do Val (Cidadania-ES) foi condecorado, na manhã desta quinta-feira (11), pelo presidente Jair Bolsonaro – representado pelo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo – com a medalha da Ordem de Rio Branco, no grau de Grande Oficial.

A condecoração é concedida em reconhecimento à atuação de pessoas físicas, jurídicas, corporações militares, instituições civis nacionais ou estrangeiras pelos seus serviços e méritos excepcionais. A cerimônia ocorreu no Palácio Itamaraty.

Para Marcos do Val, o significado da honraria congratula o trabalho realizado como senador da República e presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional.

A Ordem de Rio Branco foi instituída pelo Decreto 51.697/1963 e faz referência ao patrono da diplomacia brasileira, o Barão do Rio Branco, e é concedida em cinco 5 graus: Grã-Cruz, Grande Oficial, Comendador, Oficial e Cavaleiro.

MEC quer alterar meta de investimento de 10% do PIB

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O ministro da Educação, Abraham Weintraub, afirmou nesta quinta-feira (11), que irá buscar o cumprimento do PNE (Plano Nacional de Educação), mas que pretende reduzir a meta de investir, até 2024, pelo menos o equivalente a 10% do PIB (Produto Interno Bruto) por ano em educação pública.

“Subir o que é gasto significa que a gente vai aumentar os impostos do Brasil em 10%. Isso a gente muda no PNE, já falou, já fez a solicitação, ou vai caminhar para isso que eu sou contra, aumentar imposto”, defendeu. “[O PNE] tem que ser respeitado. Mas o dinheiro pagador também tem que ser respeitado”, disse o ministro.

O PNE, sancionado por lei em 2014, estabelece metas e estratégias para melhorar a educação desde o ensino infantil até a pós-graduação e deve ser integralmente cumprido até 2024.

“A gente vai tentar atender as metas, respeitando o plano”, disse Weintraub.

Ele destacou a meta de universalizar a pré-escola e de garantir que 50% das crianças de até 3 anos estejam matriculadas em creches.

De acordo com o relatório do 2º Ciclo de Monitoramento das Metas do PNE, divulgado no ano passado pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), o investimento público em educação caiu do equivalente a 6% do PIB, soma das riquezas produzidas pelo País, em 2014 para 5,5% do PIB em 2015 – últimos dados disponíveis. Considerando apenas os gastos com educação pública, esse investimento foi equivalente a 5% do PIB.

A meta estipulada pelo PNE é o investimento anual equivalente a pelo menos 10% do PIB em educação pública a partir de 2024. O plano estabelece ainda a meta intermediária de investimento de 7% do PIB em 2019. De acordo com o relatório, para a meta de 2019 ser atingida, será necessário o incremento de aproximadamente R$ 120 bilhões nos recursos para educação pública.

“Com maior eficiência do gasto, não há a necessidade de ampliar para 10% do PIB”, defendeu também o secretário de Educação Básica do MEC, Jânio Carlos Endo Macedo.

Para alterar a porcentagem de investimento prevista na lei é necessário um novo projeto de lei, que deve ser aprovado pelo Congresso Nacional. A pasta não detalhou como fará essa mudança.

Fundeb

O MEC apresentou o Compromisso Nacional pela Educação Básica, documento apresentado hoje (11), que reúne ações que estão sendo planejadas pela pasta para serem implementadas até o final deste mandato, desde a creche até o ensino médio.

Weintraub ressaltou que os recursos disponíveis são finitos e que é necessário fazer escolhas. Ele defendeu a ampliação de recursos para a educação básica por meio do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).

“Vamos aumentar recurso e vamos mandar para quem está necessitando. Os municípios mais pobres. Então, é reformular o Fundeb, colocar mais recurso para educação básica e fundamental e redirecionar para quem mais precisa”, disse, mas ressaltou que é necessário cobrar desempenho.

“Acabar com isso de mandar dinheiro a fundo perdido, o dinheiro é do pagador de imposto, tem que ter respeito”, completou o ministro.

O Fundeb é atualmente uma das principais fontes de financiamento para as escolas de todo o país. Corresponde a aproximadamente 63% dos recursos para financiamento da educação básica pública no Brasil, de acordo com o MEC.

O fundo, no entanto, ficará vigente apenas até 2020. O Congresso Nacional discute propostas para tornar o Fundeb permanente.

No mês passado, o MEC apresentou a proposta do governo para o Fundeb. A pasta propõe aumentar a contribuição da União ao Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação) para 15% em seis anos. Atualmente, a União contribui com 10%. (Agência Brasil)

Reforma da Previdência: Câmara vota nesta quinta-feira emendas e destaques

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O plenário da Câmara dos Deputados retomará os trabalhos nesta quinta-feira (11) para votar os destaques ao texto-base da proposta de emenda à Constituição (PEC 06/19) que muda as regras do sistema previdenciário. Até o momento, há 31 destaques e emendas aglutinativas que devem ser apreciados pelos deputados.

Nesta quarta-feira, os deputados aprovaram o texto original da reforma da Previdência por 379 votos a favor e 131 contra. Na sequência, os deputados rejeitaram um destaque que pretendia retirar os professores da reforma da Previdência. Por 265 a 184, com duas abstenções, os parlamentares decidiram manter as regras para os professores que constam no texto-base.

Os destaques mais aguardados são o que aumenta a aposentadoria para as trabalhadoras da iniciativa privada e o que suaviza as regras de aposentadorias para policiais e agentes de segurança que servem à União.

Um acordo costurado pela bancada feminina deve melhorar a aposentadoria para as mulheres. A proposta aprovada na comissão especial da Câmara tinha mantido o tempo mínimo de contribuição das mulheres da iniciativa privada em 15 anos, em vez de elevá-lo para 20 anos. No entanto, as seguradas se aposentariam com 60% da média das contribuições. Quem se aposentasse mais tarde só veria o valor do benefício se elevar a partir do 21º ano. Pelo acordo, o benefício começará a subir a partir do 16º ano de contribuição.

O líder da maioria na Câmara dos Deputados, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), confirmou o fechamento de um acordo para suavizar as regras de aposentadoria para os policiais e agentes de segurança que servem à União.

De acordo com o líder, a categoria poderá aposentar-se com idade mínima de 53 anos para homens e 52 anos para mulheres. Eles também terão pedágio de 100% na regra de transição. Dessa forma, o policial que se aposentaria em dois anos pelas regras atuais teria de trabalhar mais dois anos para passar para a inatividade a partir da promulgação da reforma da Previdência.

O presidente da Câmara, deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ) disse que a conclusão da votação da reforma em segundo turno pode ocorrer na sexta-feira (12) à noite ou no sábado (13) de manhã. (Agência Brasil)

Conservar Floresta Amazônica é essencial para o agronegócio, diz Guilherme Accioly

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O economista Guilherme Accioly diz que o agronegócio é fundamental para a economia brasileira. Segundo ele, o setor contribui com cerca de 24% no PIB (Produto Interno Bruto), gera um em três empregos e é responsável por quase metade das exportações brasileiras.

“Somos uma potência no setor. Entretanto, todo esse sucesso pode vir a ser destruído com a participação decisiva de representantes do agronegócio no Congresso Nacional”, afirma ele.

Em artigo publicado na oitava edição da revista Política Democrática online (veja aqui), produzida e editada pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira), vinculada ao Cidadania, o economista ressalta que diversas iniciativas em curso visam a diminuir o arcabouço legal da proteção ambiental no tocante ao desmatamento, em especial o da floresta amazônica. Ele, que trabalhou por 37 anos no BNDES, 10 deles no Fundo Amazônia, entende que a proteção dos demais biomas é também fundamental, mas a maior floresta tropical do mundo é insubstituível por diversos motivos, um em particular.

“É simples. A agricultura. Desde que o mundo é mundo, depende essencialmente de dois fatores: terra e água. Pode-se produzir, com baixa produtividade, sem tecnologias avançadas, sem sementes aprimoradas, sem maquinário”, assinala.
“Sem água e terra, não há produção agropecuária. No limite, até sem terra é possível (aquicultura, produção hidropônica), mas sem água, não dá. Ocorre que boa parte da água que irriga o agronegócio no Centro-oeste, Sul e Sudeste se origina na Floresta Amazônica”, escreveu.

O autor também destaca que a umidade chega do oceano, no Caribe, soprada pelos ventos alísios, vem se renovando pelo ciclo chuva/transpiração das árvores, é refletida na Cordilheira dos Andes e carregada pela atmosfera para aquelas regiões, principais produtoras agropecuárias brasileiras.

“Não é pouca coisa. O volume de água que chega às principais regiões produtoras por meio desse fenômeno é equivalente à vazão do Rio Amazonas, o maior do mundo. Sem a floresta, o agronegócio fica sem água, se inviabiliza (as cidades, também)”, diz.

O eventual aumento na produção decorrente da utilização de áreas a serem desmatadas não chega perto da perda pela provável seca, que afetaria inclusive essas mesmas áreas desmatadas. (Assessoria FAP/Cleomar Almeida)

José Serra: As bodas do Real

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Na semana passada completamos o jubileu de prata da estabilidade de preços do Plano Real, deflagrada em 1.º de julho de 1994. O lançamento do programa se deu após nove tentativas de derrubarmos a superinflação e estabilizar a economia brasileira: 1979, 1981, 1983, 1985, 1986, 1987, 1989, 1990 e 1991. Todas elas frustradas por restrições externas, falhas de concepção, deficiências na implementação e resistências políticas. Naufragaram planos ortodoxos, como o de 1983; heterodoxos, como o Plano Cruzado; orto-heterodoxos, como é o caso dos Planos Collor. Hoje, duas décadas e meia pós-Real, mantém-se uma estabilidade razoável, embora persista outro desafio: a economia voltar a crescer de forma sustentada. O conjunto de experiências no combate à superinflação teve um efeito contraditório. De um lado, trouxe lições sobre o que fazer (e não fazer) para que a próxima tentativa de estabilização da economia fosse bem-sucedida.

Por outro, como ouvi na época do embaixador Rubens Ricupero, tais experiências acabaram criando no Brasil uma espécie de “síndrome de Elizabeth Taylor”, aquela atriz bonita que teve muitos casamentos, um atrás do outro. A cada anúncio matrimonial se criava a expectativa de que a nova tentativa dessa vez daria certo, apesar do ceticismo reinante. Algo parecido ocorria em relação aos planos de estabilização: depois de várias tentativas frustradas, era difícil evitar o pessimismo sobre as chances de sucesso de uma nova tentativa. Mas nem por isso morriam as esperanças de fazer algo que desse certo. Reacender os ânimos e vencer essa síndrome foi um dos grandes méritos da gestão do então ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, que sofria pressões de todos os lados. A começar da sociedade, que, síndromes à parte, estava sequiosa por vencer a superinflação, que a martirizava havia pelo menos 15 anos.

Outra fonte de desgaste vinha do nervosismo das forças políticas próximas ao governo da época, cujo futuro eleitoral dependia dos resultados da estabilização. Mas a batalha foi finalmente vencida, aproveitando-se muito bem as lições das experiências anteriores. O Plano Real, vale lembrar, envolveu a coexistência de duas moedas, eliminou qualquer tipo de choque ou de surpresa, contrariando orientações de planos anteriores, e foi bem-sucedido sob a bênção de pelo menos quatro condições, duas endógenas e duas exógenas ao governo. As endógenas foram a criação, logo no início, de um bom padrão de disciplina fiscal, inicialmente consubstanciado no Plano de Ação Imediata, o PAI, que, por sinal, veio a estabelecer um marco para o controle das finanças públicas no País, incluindo os Estados e municípios.

Outra condição favorável foi o acerto da nomeação do embaixador Rubens Ricupero para substituir o ministro Fernando Henrique, obrigado a se afastar do cargo para se candidatar a presidente. Ricupero manteve a equipe e o apoio do presidente Itamar Franco e da opinião pública ao plano, o que não era fácil, dadas as incertezas que cercavam a execução das medidas necessárias, a evolução da economia e as inquietações que envolviam toda a sociedade brasileira. Outra condição bastante favorável foi a abertura comercial e financeira promovida durante o governo Collor. Embora merecesse reparos, essa abertura foi mantida e acabou criando condições favoráveis à estabilidade do Real numa primeira fase, seja pela possibilidade de importações massivas, seja pelo ágil afluxo de recursos financeiros externos, ambos fatores de curto prazo. Na prática, o Plano Real eliminou uma nuvem de poeira quente que sufocava a vida do País e o impedia de enxergar os problemas e soluções.

Ao longo dos anos permitiu aumentar o consumo básico de forma estável, incluído o de alimentos. De fato, o problema da alimentação passou a segundo plano: não há mais aquela carestia que tanto angustiava a nossa população. Participantes da vida pública sabem muito bem que a maior preocupação hoje no Brasil não é relativa ao consumo, mas sim ao emprego. O Real facilitou, também, redistribuir renda, pois a superinflação castigava especialmente as grandes massas trabalhadoras mais desprotegidas, que não tinham como se defender eficazmente da corrosão salarial causada pela alta descontrolada dos preços. Ampliou ao mesmo tempo a previsibilidade na vida das pessoas. Estivessem ou não satisfeitas com seus padrões de vida, elas passaram a ter um conhecimento maior a respeito das condições para melhorá-los.

Essa conquista do Real tem se mantido (em se tratando de economia, risco sempre há), paralelamente à conquista e consolidação da democracia. O principal desafio do pós- Real ainda não foi resolvido: voltarmos a crescer de forma sustentada. O desemprego só será menor no contexto de uma atividade econômica dinâmica, investimentos, produção e exportações. Não há outra forma. Os juros em níveis elevados e a taxa de câmbio
José Serra: As bodas do Realapreciada por muito tempo minaram o setor produtivo. Esses juros atraíram capitais externos, mas a formação bruta de capital fixo não reagiu a valer. Criou-se uma espécie de tendência estrutural à excessiva valorização do câmbio.

É preciso ter claro: o Plano Real fez a sua parte, há 25 anos; agora é necessário que façamos a nossa, a do Brasil real. O baixo crescimento ainda é o desafio não suplantado desde a conquista da estabilização monetária. Do ponto de vista prático, no âmbito do Congresso, há duas contribuições possíveis: colaborar para ampliar as condições da infraestrutura econômica do País – começando por energia e transportes – por intermédio do Orçamento; e em paralelo acertar as contas públicas nas três esferas de governo – passo fundamental, um dos elementos críticos faltantes para que o Plano Real se possa consolidar de vez. (O Estado de S. Paulo – 11/07/2019)

JOSÉ SERRA, SENADOR (PSDB-SP)