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Seguimos em frente

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O Cidadania elegeu mais de 30% de seus candidatos a prefeito. É pouco? Não é!

É que no local em que o Cidadania se manteve firme, todos os prefeitos foram reeleitos, uma prova de que sabemos fazer, e bem feito.

Essa eleição também foi um duro teste para o futuro de nossa federação. Vamos discutir isso, da forma mais democrática e transparente, como faz parte de nossa história.

Enfim, parabéns aos 33 prefeitos que nós fizemos e aos 431 vereadores, e um abraço fraterno a todos aqueles que lutam para deixar esse partido centenário de pé.

Em condições difíceis, em parte devido ao desempenho da nossa federação, elegemos vereadores em importantes capitais, como em Salvador, Cuiabá, Belo Horizonte, Natal, Porto Alegre e Fortaleza.

Sempre é bom lembrar a força que temos. Amom Mandel, que concorreu à Prefeitura de Manaus, pôs o Cidadania no debate nacional. Deputado federal inteligente e promissor. Assim como Alex Manente, que representará o partido no segundo turno na importante cidade São Bernardo do Campo.

A democracia e a defesa da liberdade sempre foram e sempre serão nossos lemas. Democracia e liberdade constroem a Cidadania!

O campo democrático se manteve ativo. E sempre estará. Para o bem do Brasil.

Brasília, 07 de outubro de 2024.

Comte Bittencourt

Presidente do Cidadania

Com Paes eleito e Marçal fora da disputa, o pior passou

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NAS ENTRELINHAS

O prefeito carioca liderou a eleição de ponta a ponta, fruto da gestão que vem realizando; na tumultuada eleição de São Paulo, o inescrupuloso extremista ficou fora do segundo turno

O prefeito Eduardo Paes (PSD) se reelegeu no Rio de Janeiro, com 1.861.856 votos, uma vitória expressiva, seja pela importância da cidade, seja pelos 60,44% dos votos que recebeu. Esse resultado representa uma lufada de ar fresco na política nacional. O pior dos mundos seria uma disputa de segundo turno com o candidato apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, o deputado federal Alexandre Ramagem (PL), que recebeu 30,81% dos votos, um resultado muito expressivo para um candidato de perfil corporativo, estreante em disputas majoritárias.

Paes liderou a eleição de ponta a ponta, fruto da gestão que vem realizando na capital, do legado de administrações anteriores e da ampliação de suas alianças. Essa vitória no primeiro turno provavelmente não seria possível se o PT lançasse candidato na capital fluminense (Benedita da Silva, por exemplo) ou apoiasse o candidato do PSol, o deputado federal Tarcísio Motta, que obteve 4,2% dos votos, seu pior desempenho. O atual prefeito é um potencial candidato a governador do Rio de Janeiro, mas nega essa intenção. Paes já se candidatou ao cargo duas vezes, em 2006 e 2018, mas não se elegeu. O vice da chapa é Eduardo Cavaliere, também do PSD.

Houve, sim, uma disputa entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Bolsonaro no Rio, mas foi muito dissimulada, porque Paes evitou a todo custo essa polarização. Ao contrário, Ramagem fez campanha na aba do chapéu de Bolsonaro, que elegeu o filho, Carlos (PL), o vereador mais votado da cidade. Bolsonaro saiu fortalecido pelo desempenho de Ramagem, que não pode ser subestimado, e seus candidatos no entorno da capital, onde elegeu os prefeitos de Belford Roxo, Márcio Canellas (União); de Duque de Caxias, Netinho Reis (MDB); de Mesquita, Marotto (PL); de Nilópolis, Abraãozinho (PL); e de São Gonçalo, com a reeleição do Capitão Nelson (PL).

Outro destaque foi a espetacular reeleição do prefeito de Recife, João Campos (PSB), com quase 80% dos votos. No segundo lugar ficou Gilson Machado (PL), com 14% dos votos. Com 30 anos, é o prefeito mais jovem da história do Recife, além de ser o mais jovem entre as capitais do Brasil. Campos começou sua atividade política como militante do PSB. Em 2018, foi eleito deputado federal por Pernambuco, sendo o mais votado do estado, com 460.387 votos. Em 2020, foi eleito prefeito do Recife. É herdeiro político do ex-governador Eduardo Campos, seu pai, que morreu em plena campanha para a Presidência da República, e de Miguel Arraes, seu bisavô.

Segundo turno

Na tumultuada eleição de São Paulo, a maior cidade do país, Pablo Marçal (PRTB) ficou fora do segundo turno, numa disputa eletrizante, na qual o prefeito Ricardo Nunes (MDB) recuperou a liderança e vai para o segundo turno como favorito, por uma diferença de aproximadamente 30 mil votos: teve 29,48% dos votos válidos, 1.801.139; e Guilherme Boulos (PSol), 29,07%, 1.776.127 votos. Marçal obteve 28,14% dos votos válidos (1.719.274). No último dia de eleição, quase tirou Boulos do segundo turno, com uma denúncia falsa, de que o petista teria sido internado drogado num clínica de recuperação. Todos os demais candidatos o repudiaram e defenderam Boulos, inclusive o prefeito Nunes.

Destaque para a deputada Tabata Amaral (PSB), que sofreu um ataque especulativo do PT, o chamado voto útil, mas conseguiu manter 9,93% dos votos válidos, o que a transforma numa peça importante nas negociações do segundo turno. O apresentador José Luiz Datena (PSDB) teve 1,84% e Marina Helena (Novo) ficou com 1,38%. Mesmo com Bolsonaro apoiando Nunes, o segundo turno será um embate entre Lula, que participou de carreata no final da campanha de Boulos, e o governador Tarcísio de Freitas, uma peça-chave para evitar uma débacle na campanha de Nunes na última semana de campanha. O apoio de Marçal pode ser decisivo, mas é difícil avaliar o quão tóxico seria.

A disputa pela Prefeitura de São Paulo volta ao leito natural dos embates entre candidatos de esquerda, Boulos, e centro, Nunes. Se houver uma deriva por gravidade dos eleitores de Marçal e Tabata, tende a se confirmarem as pesquisas que dão a vitória a Nunes no segundo turno. Entretanto, ninguém ganha eleição de véspera. A diferença entre os dois foi muito pequena e haverá mais paridade de armas, porque o tempo de tevê é igual para ambos e o engajamento dos vereadores tende a ser menor, por já estarem eleitos.

Outro segundo turno que promete ser eletrizante é o de Belo Horizonte, onde o candidato de Bolsonaro, Bruno Engler (PL), recebeu 34,45% dos votos válidos e vai disputar contra o prefeito Fuad Noman (PSD), que tenta a reeleição e ficou em segundo, com 26,45%. Nascido em Curitiba, Bruno tem 27 anos e é deputado estadual. Fuad assumiu a Prefeitura após a renúncia do então prefeito, Alexandre Kalil, que deixou o cargo para disputar o governo de Minas Gerais. Ainda pode virar o jogo, porque tem mais possibilidades de alianças com o terceiro colocado.

Onze prefeitos foram eleitos em capitais do país já no primeiro turno das eleições. Entre eles, dois são do PL, partido de Bolsonaro. O PT, legenda de Lula, não teve nenhum candidato vitorioso nas capitais. A legenda com maior número de prefeitos eleitos entre as capitais neste primeiro turno foi o PSD. A sigla saiu vitoriosa em três cidades: Rio de Janeiro, São Luís e Florianópolis. Além do PL e do PSD, também venceram neste primeiro turno: MDB em Macapá e Boa Vista; União Brasil em Salvador e Teresina; PSB no Recife (PE); Republicanos em Vitória. (Correio Braziliense – 07/10/2024 – https://blogs.correiobraziliense.com.br/azedo/nas-entrelinhas-com-paes-eleito-e-marcal-fora-da-disputa-o-pior-passou/)

IMPRENSA HOJE

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Veja as manchetes dos principais jornais hoje (07/10/2024)

MANCHETES DA CAPA

O Globo

Paes vence no 1º turno e se torna o prefeito mais longevo do Rio
Nunes e Boulos farão 2º turno após apuração eletrizante
Direita triunfa nas capitais, Centrão mostra capilaridade
Lula no Planalto não melhora desempenho da esquerda
Dez prefeitos são reeleitos em primeiro turno nas capitais
Um ano depois, ataque do Hamas ainda deixa marcas

O Estado de S. Paulo

Nunes e Boulos superam golpes de Marçal e farão segundo turno entre forças tradicionais
O coronel com carreira incomum e os segredos das ações dos militares
Primeiro grupo de repatriados relata terror vivido no Líbano
Países fazem pouso suave e contêm inflação sem entrar em recesão

Folha de S. Paulo

São Paulo terá Nunes e Boulos no 2º turno após disputa voto a voto
Paes bate Ramagem e vira 1º prefeito do Rio a conquistar quarto mandato
Dia de votação tem sujeira de santinhos e aplicativo instável
Direita mostra força nas capitais e esquerda tropeça
2º turno terá Egler e Fuada em BH; e prefeito e petista em Porto Alegre
João Campos é reeleito prefeito do Recife, e PSB garante quarto mandato

Valor Econômico

Em disputa acirrada, Nunes e Boulos derrotam Marçal e vão ao segundo turno em São Paulo
Campos é reeleito no Recife
Eduardo Paes ganha seu quarto mandato
No país, pleito confirma força dos atuais prefeitos e avanço dos partidos do Centrão e da direita
Decisão adiada em Porto Alegre e Belo Horizonte

Cidadania faz prefeitos em cidades importantes do país

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Candidato do Cidadania a prefeito de São Bernardo do Campo, o deputado federal Alex Manente chega ao segundo turno em São Bernardo do Campo. Uma campanha limpa e forte, que saiu vitoriosa.

Alex é apenas um dos candidatos a prefeito que comemoraram hoje. Sua vitória se soma a todos os candidatos do Cidadania eleitos. Paulo Cola, no Espírito Santo, foi eleito em Piúma, no Espírito Santo. Em Iguaba Grande, Fabinho também está eleito. Assim como Welberth Rezende em Macaé.

E a deputada federal Carmem Zanotto é a nova prefeita de Lages-SC. Em Campo Mourão-PR o Cidadania continua no comando da cidade com o deputado estadual Douglas Fabrício.

Nova Lima-MG reelegeu João Marcelo. Em Sergipe, Dr, Samuel está eleito prefeito de Nossa Senhora do Socorro.

Vitória de Fabinho à Prefeitura de Iguaba Grande-RJ

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Na noite de ontem, o município de Iguaba Grande-RJ celebrou a vitória do atual vice-prefeito, Fabinho (Cidadania), que foi eleito prefeito nas eleições municipais. Com uma campanha marcada pela proximidade com a população e propostas concretas, Fabinho conquistou a confiança dos iguabenses, que sonham com um futuro melhor para sua cidade.

A vitória de Fabinho representa uma esperança renovada para a saúde pública em Iguaba. Durante sua campanha, ele enfatizou a construção de um hospital e a criação de uma maternidade, iniciativas que prometem transformar a qualidade dos serviços de saúde e garantir que os iguabenses possam nascer em sua própria cidade. “Essa é uma questão de honra para mim e para todos nós”, declarou Fabinho em diversos momentos, reforçando seu compromisso com a comunidade.

Com mais de 28 mil habitantes, Iguaba Grande agora tem a oportunidade de contar com um líder que conhece as demandas locais e se preocupa com o bem-estar de seus cidadãos. Fabinho, que sempre esteve presente nos bairros da cidade, não apenas como candidato, mas como um morador ativo, traz consigo a experiência necessária para promover as mudanças que a população tanto almeja.

A receptividade à sua proposta e o apoio crescente ao longo da campanha refletem a vontade dos iguabenses de ver melhorias em suas vidas cotidianas. “Quando você é usuário dos serviços, entende as verdadeiras necessidades da população. Eu sou um deles”, afirmou Fabinho em sua entrevista à Rádio Litoral FM, destacando seu compromisso com a educação pública e os serviços de saúde da cidade.

Com essa vitória, Fabinho inicia um novo capítulo na história de Iguaba Grande, determinado a colocar em prática suas promessas e transformar a cidade em um lugar onde todos possam ter acesso a uma saúde digna e de qualidade. Os moradores agora aguardam ansiosos pelas mudanças que estão por vir, certos de que, sob a liderança de Fabinho, Iguaba Grande está prestes a viver um período de renovação e esperança.

As eleições municipais e a disputa da Presidência

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NAS ENTRELINHAS

A tese do poder local como forma de acumulação de forças alimenta o hegemonismo e a partidarização das políticas públicas nos governos de esquerda

Historicamente, o auge do poder local no Ocidente se deu durante o feudalismo, após a desintegração do Império Romano, quando era mantido de forma absoluta e implacável pelo senhor feudal, que possuía exército, cobrava impostos e exercia a justiça. No Brasil, o que houve de mais semelhante foi a estrutura colonial escravocrata dos engenhos de açúcar, em torno do qual se constituiu a elite brasileira mais abastada da época, com sua casa grande, onde vivia o senhor de engenho, toda a sua família e eventuais agregados; e a senzala, o “depósito” de seus escravos.

“Casa Grande & Senzala” (Global Editora), do pernambucano Gilberto Freyre, lançado em 1933, descreve a formação desse patriarcado brasileiro, com raízes ainda hoje influentes. Na esquerda, criou-se o mito de que a conquista do “poder local” seria a forma de acumulação de forças para se chegar ao poder central. O apoio de prefeitos é muito importante para a eleição de governadores e do presidente da República, mas não é uma lei de gravidade. Fernando Henrique Cardoso, ironicamente, afirma que é mais fácil ser presidente da República do que prefeito de São Paulo. Refere-se à frustração de ter perdido a eleição para Jânio Quadros.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva nunca disputou uma prefeitura; depois de se candidatar ao governo de São Paulo, em 1982, e ficar em quarto lugar, com 10% dos votos, somente pleiteou a Presidência da República. Perdeu em 1989, 1994 e 1988. Chegou lá em 2002 e, agora, está no terceiro mandato. Se dependesse do número de prefeitos do PT, a maioria eleitos na aba do seu boné, nunca chegaria ao Palácio do Planalto.

O mito do “poder local” como forma de acumulação de forças por parte da esquerda é uma derivação da estratégia gramsciana de “guerra de posições”, adotada pelo Partido Comunista Italiano após a 2ª Guerra Mundial. Regiões que haviam sido libertadas do fascismo pelos “partigiani” tornaram-se redutos comunistas, como a Emília-Romanha, com destaque para a cidade de Bolonha, verdadeiro laboratório das políticas públicas dos comunistas.

Em 1999, depois de ter sido governada pela esquerda durante 54 anos ininterruptos, Bolonha elegeu um prefeito de centro-direita, mas logo voltou ao controle da esquerda. Eleito em 2021, Mateu Lepore, jovem líder do Partido Democrático, de 44 anos, nem chegou a militar no antigo PCI.

Hegemonismo

No Brasil, a tese do poder local como forma de acumulação de forças alimenta o hegemonismo e a partidarização das políticas públicas nos governos de esquerda, talvez a principal razão de desgaste do PT à frente de cidades como Porto Alegre, São Paulo, Goiânia, Vitória, Recife e Aracaju. Há incompatibilidade entre o hegemonismo, a renovação política e a formação de amplos governos de coalizão. De certa forma, o fato de o PT apoiar a reeleição de Eduardo Paes (PSD) à Prefeitura no Rio de Janeiro representa outro paradigma: alianças mais amplas e menos hegemonismo.

O caso de Guilherme Boulos (PSOL), em São Paulo, também é uma mudança no comportamento petista, imposta pelo presidente Lula, mas com sinal trocado. Boulos está à esquerda de lideranças como Marta Suplicy, sua vice, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ambos ex-prefeitos petistas. Sua grande dificuldade no segundo turno, qualquer que seja o cenário, será ampliar as alianças. A frente que o apoia terá que renunciar ao hegemonismo e oferecer participação aos novos aliados num governo de coalizão.

Poder local pode ser de qualquer tendência. O PSD do ex-prefeito Gilberto Kassab talvez eleja mil prefeitos e se equipare ao MDB, que ainda é o partido mais influente nos municípios brasileiros. No atacado, principalmente nas grades cidades, a eleição municipal indica uma tendência do eleitorado, por sinal, mais conservadora do que progressista, mas seu resultado não sacramente a conquista do poder central dois anos depois. Fosse assim, Jair Bolsonaro (PL) não teria sido eleito presidente da República, em 2018, e Simone Tebet (MDB), hoje, estaria na Presidência.

Por ironia, quem entende mesmo de poder local são os políticos do velho patriarcado brasileiro. É o caso do deputado estadual Theodorico Ferraço (PP), que disputa a prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim (ES), a “capital secreta do mundo”, aos 86 anos, com chances de voltar à prefeitura pela quinta vez. O velho cacique político capixaba destacou-se por apoiar a campanha pela eleição direta do presidente da República, em 1983, quando ainda era um deputado da antiga Arena.

Pesquisa Ipec divulgada nessa sexta-feira (4) com as intenções de voto para a Prefeitura de Cachoeiro, mostra Ferraço (PP) com 47% das intenções de votos, contra Diego Libardi (Republicanos), com 16%; Léo Camargo (PL), 16%; e Lorena Vasques (PSB), com 12%. Ferraço foi uma das fontes de inspiração do personagem Odorico Paraguaçu, de Dias Gomes, na novela O bem-amado. Ao se eleger pela primeira vez, 1970, prometeu construir um chafariz para fazer chover no Centro da sua calorenta cidade. (Correio Braziliense – 06/10/2024 – https://blogs.correiobraziliense.com.br/azedo/nas-entrelinhas-as-eleicoes-municipais-e-a-disputa-da-presidencia/)

Cidadania disputa o comando de 104 prefeituras no Brasil

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Hoje é dia de 23. O Cidadania disputa as prefeituras de 104 municípios do país com propostas sólidas e comprometidas com o o poder local e o bem estar social.

Entre as maiores cidades, o Cidadania concorre às prefeituras de São Bernardo do Campo, com o deputado federal Alex Manente; em Manaus, com o deputado federal Amon Mandel; em Campinas, com o deputado estadual Rafa Zimbaldi; em Sumaré, com Eder Dalben, em Lages, com a deputada federal Carmen Zanotto; em Nova Lima,  com João Marcelo; em Socorro, com Dr. Samuel Carvalho; em Macaé, com Welberth Rezende; em Campo Mourão, com o deputado estadual Douglas Fabrício, e em muitos outros municípios.

Em Aracaju, o Cidadania também está disputado com o candidato a vice-prefeito Ricardo Marques.

Santa raiva

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Mais do que ser favorável à educação, os educacionistas precisam criar uma santa raiva contra a falta de educação (Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)

A tragédia educacional precisa ser vista como a da escravidão

O movimento abolicionista só cresceu quando, em vez da simpatia à liberdade dos escravos, passou a usar a raiva contra a perversidade da escravidão e a denunciar a estupidez desse sistema para o progresso do país. Há décadas, nossos educacionistas defendem o direito de todos a uma escola com qualidade, mas a educação continua entre as piores e mais desiguais do mundo; sabe-se que a deseducação é uma barreira para nosso progresso, mas o eleitor não vota por educação, sobretudo se o candidato lembrar que essa prioridade exige relegar outros gastos.

Apenas com discurso simpático, educação não estará entre as prioridades dos políticos. Ainda mais agora, quando os resultados eleitorais são motivados mais pela raiva aos políticos do que por simpatia a uma causa.

Mais do que ser favorável à educação, os educacionistas precisam criar uma santa raiva contra a falta de educação, tanto quanto os abolicionistas contra a escravidão. Vergonha por termos entre 12 milhões e 14 milhões de adultos analfabetos plenos, incapazes de ler o lema escrito na bandeira; e quase 100 milhões despreparados para o mundo contemporâneo, sem um mapa que facilite sua busca pela felicidade pessoal nem as ferramentas necessárias a sua participação na promoção do progresso do país. Indignação por estarmos entre os piores do mundo em educação: 52º lugar em leitura, 65º em matemática, 62º em ciência, e termos o mais desigual sistema escolar do mundo conforme a renda e o endereço do aluno. Raiva por sabermos que essa situação deixará o Brasil atrasado, insustentável, injusto, ineficiente, continuando a escravidão mesmo 136 anos depois da abolição, que ficou incompleta por desprezo com a educação dos libertos.

“É vergonhoso termos entre 12 milhões e 14 milhões de adultos analfabetos plenos”

Medo coletivo diante do fato de que 40 milhões de nossos 50 milhões de brasileiros em idade escolar neste ano de 2024 serão deixados para trás e não desenvolverão o potencial necessário para construir um país rico, justo, civilizado; no máximo 10 milhões deles chegarão à vida adulta plenamente alfabetizados para a contemporaneidade. A raiva seria imensa se poços de petróleo fossem tapados, já temos raiva porque queimamos florestas, mas não há uma santa raiva contra a queima dos cérebros deixados para trás por falta de escolas com qualidade.

Nem sentimos incômodo pelo fato de nosso desprezo à educação amarrar o país, impedir o aumento da renda média e manter a sua trágica concentração devido ao sistema escolar dividido entre “escolas senzala” e “escolas casa grande”, determinando o futuro de uma criança desde o dia de seu nascimento; salvo raras exceções, tanto quanto antes era por causa da cor da pele durante a escravidão.

Felizmente, aprendemos a ter raiva da corrupção que domina a política, mas ainda não sentimos desconforto com a pior delas: o roubo de inteligência, negação de escola com qualidade para as crianças sem renda suficiente para pagar algumas das raras boas escolas privadas ou, com sorte, para entrar em uma das raras públicas com qualidade, em geral federal. Sentimos raiva porque o SUS não funciona bem, mas nenhuma raiva porque o Brasil, com 136 anos de República, ainda não tem um Sistema Único Público de Educação de Base com qualidade para todos.

A política só vai priorizar a educação quando os educacionistas, inspirados nos abolicionistas, promoverem um sentimento de santa raiva e vergonha diante da tragédia educacional, sua injustiça com os brasileiros e estupidez com o país. (Veja – 04/10/2024 – https://veja.abril.com.br/coluna/cristovam-buarque/santa-raiva)

O Rio não é para principiantes; São Paulo, pode ser

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NAS ENTRELINHAS

Paes (PSD) disputa a reeleição no Rio com possibilidades de vencer no primeiro turno; Nunes (MDB) corre o risco de ficar fora do segundo turno em São Paulo

Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim, mais conhecido pelo nome artístico Tom Jobim, como todos sabem, foi compositor, pianista, violonista, arranjador, flautista e cantor brasileiro, entre os melhores e mais influentes da história de nossa música popular. É o autor de uma das frases mais antológicas sobre as peculiaridades nacionais: “David, o Brasil não é para principiantes”, disse, em meados 1960, ao fotógrafo norte-americano David Zingg, que decidira morar no Brasil. Pura antropologia.

A frase foi adotada como um mantra por todos que procuram explicar alguma coisa que não tem um sentido lógico na vida brasileira, devidamente adaptada para elevar o status profissional de quem a profere: “O Brasil não é para amadores”. Jobim, carioca da Tijuca, e o baiano João Gilberto faziam parte do grupo de músicos, compositores e cantores que criaram a bossa-nova, no apartamento de Nara Leão, então com 15 anos, na Avenida Atlântica, em Copacabana: Sylvia Teles, Roberto Menescal, Carlos Lyra e Ronaldo Bôscoli.

Na conversa com Zigg, Tom Jobim traduzia a picardia do carioca, que glamouriza a esperteza e a malandragem, um arquétipo muito bem estudado pelo antropólogo Roberto Da Matta, em Carnavais, Malandros e Heróis (Editora Rocco). Sua gênese é Leonardo, o principal personagem do livro Memórias de um Sargento de Milícias, do escritor brasileiro Manuel Antônio de Almeida, que descreve a vida carioca após a chegada da Corte de D. João VI, em 1808. Escrito em forma de folhetim, um capítulo por semana, foi publicado no Correio Mercantil do Rio de janeiro, em 1854. É considerado um romance urbano ou de costumes e faz a primeira descrição do malandro carioca como uma espécie de “herói noir”.

Esse arquétipo viria a ser capturado por Walt Disney, na figura versátil, inteligente e engraçada do Zé Carioca, o herói brasileiro das histórias em quadrinho norte-americanas e de Hollywood. Tratado por seus críticos como um produto mercadológico cujo objetivo seria “americanizar” os brasileiros, na verdade, é a síntese de representações simbólicas bem definidas do nosso malandro. A irreverência e a hilaridade do papagaio de alma verde-amarela caíram nas graças dos brasileiros.

No bom sentido, o Zé Carioca desta coluna é o prefeito Eduardo Paes (PSD), que disputa a reeleição na cidade do Rio de Janeiro, com possibilidades reais de vencer as eleições no primeiro turno. Na pesquisa Datafolha publicada ontem, segue na liderança das intenções de voto dos cariocas, com 54%. Paes transita da Zona Oeste à Tijuca, de Ipanema a Vigário Geral, com igual desenvoltura. Seu principal adversário, Alexandre Ramagem (PL), variou positivamente de 17% para 22% e tem o apoio do clã Bolsonaro.

Ramagem é um principiante em disputas desse porte, como diria Tom Jobim. Bate duro no atual prefeito, mas não tem como demolir o legado urbanístico nem o charme visionário e bem-humorado com que Paes trata a cidade. É um policial federal polêmico, por sua atuação à frente da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo Bolsonaro. Faz um discurso do tipo “prendo e arrebento”, mas nem de longe tem a “ginga” política de seu adversário. Essa polarização desidratou o deputado federal Tarcísio Motta (PSol), com seu pior resultado até agora: 4% das intenções de votos.

Ronda

Há uns 70 anos o samba-canção Ronda reina absoluto na noite paulistana. Foi composto por Paulo Vanzolini quando estudava medicina e servia ao Exército. O “Cabo 30” patrulhava a pé as ruas do baixo meretrício do Bom Retiro e do centro da cidade. Já doutor pela Universidade de Harvard (EUA), referência internacional em herpetologia (estudo de anfíbios e répteis), com contribuições significativas para a ciência, como sua Teoria dos Refúgios, Vanzolini admitiu que não era sua composição favorita. Gostava mais, por exemplo, de Volta por Cima, um samba cujo refrão todo brasileiro conhece.

Ronda foi gravada a primeira vez por Inezita Barroso, sua amiga, nos estúdios da RCA Victor, no Rio de Janeiro, com um acompanhamento de notáveis instrumentistas: Abel Ferreira, Bola Sete, Garoto e Zé Menezes. É uma “cena noir”: De noite eu rondo a cidade/ A te procurar sem encontrar/ No meio de olhares espio/ Nas mesas dos bares você não está/ Volto para casa abatida/ Desenganada da vida/ No sonho eu vou descansar.

Pesquisa Datafolha, divulgada nesta quinta-feira, sobre intenção de voto para prefeito de São Paulo mostra Guilherme Boulos (PSol) com 26%, Ricardo Nunes (MDB) com 24% e Pablo Marçal (PRTB) com 24%. Estão empatados tecnicamente. A dois dias das eleições, os três candidatos oscilaram dentro da margem de erro. Boulos, um ponto para cima, de 25% para 26%; Nunes, três pontos para baixo, de 27% para 24%; e Marçal, três pontos para cima, de 21% para 24%. Em linhas cruzadas, Marçal pode deixar Nunes fora do segundo turno. E até ultrapassar Boulos.

Tabata Amaral (PSB) passou de 9% para 11% das intenções de voto na pesquisa estimulada. José Luiz Datena (PSDB) caiu de 6% para 4%. Marina Helena marcou 2%. Brancos e nulos somaram 6%, e outros 3% disseram não saber em quem vão votar. Nunes depende do desempenho no debate da TV Globo para se manter na disputa. O prefeito ronda a cidade atrás de mais votos, porém, como aquela mulher que inspirou Vanzolini, procura e não encontra. (Correio Braziliense – 04/10/2024 – https://blogs.correiobraziliense.com.br/azedo/nas-entrelinhas-o-rio-nao-e-para-principiantes-sao-paulo-pode-ser/)

Campinas: Em debate na Globo, Rafa Zimbaldi critica desperdício de dinheiro público na cidade

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Administração ineficiente, recursos mal investidos e desperdício de dinheiro público. Foi assim que o candidato do Cidadania a prefeito de Campinas, deputado estadual Rafa Zimbaldi, resumiu a atual situação da prefeitura da cidade em debate promovido na noite de quinta-feira pela Rede Globo.

“Muito dinheiro foi perdido, muito dinheiro foi mal investido. Mas isso tudo pode mudar nos próximos dias. Isso é falta de transparência, de comprometimento e de respeito. Nós faremos diferente!”, garantiu o candidato do Cidadania.

O debate promovido pela EPTV, afiliada da Globo, reuniu, além de Rafa Zimbaldi, Dário Saadi (Republicanos) e Pedro Tourinho (PT). Os temas mais discutidos foram a disputa política na cidade, saúde e educação.

No confronto, Rafa Zimbaldi disse que a cidade não merece reeleger o atual prefeito Dário Saadi. “A saúde já não está boa e ele ainda interrompe o trabalho para poder fazer propaganda, enganosa ainda por cima”, criticou o candidato do Cidadania, que também apresentou proposta para melhorar o transporte público da cidade.

No final do debate, Rafa Zimbaldi reforçou o pedido de votos aos eleitores e se comprometeu a se dedicar 24 horas para melhorar a vida dos moradores de Campinas. “Trabalhamos como vereador, como deputado e, agora, está na hora de trabalharmos ainda mais pela nossa amada cidade como prefeito. Campinas é uma cidade maravilhosa e que merece ser tratada com mais amor e respeito. Estamos juntos, é tempo de mudança, é tempo de 23”, convocou.