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‘Edição nacional’ dá forma a um ‘novo’ Gramsci

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O século XXI parece demandar uma recepção mais complexa e sofisticada de Gramsci e, nesse sentido, dispensa tanto a fórmula “canônica” em seu tratamento quanto um relativismo interpretativo inconsequente.

No campo das ciências sociais, Antonio Gramsci talvez seja o autor italiano mais traduzido no Brasil. Um autor sui generis já que, em vida, nunca publicou um livro e seus escritos foram, por escolha dos seus editores, publicados primeiramente a partir dos grandes temas que se entrecruzavam nos cadernos escritos na prisão, para só depois ganharem uma “edição crítica” que se esmerou em acompanhar a cronologia da escritura gramsciana durante seu encarceramento. Referimo-nos aqui à “edição temática” coordenada por Felice Platone e Palmiro Togliatti, publicada entre 1948 e 1951, e à “edição crítica” dos Cadernos do Cárcere, de 1975, coordenada por Valentino Gerratana.1

Atualmente, os Cadernos do Cárcere, somados a textos escritos para jornal, cartas (de Gramsci e dos seus interlocutores) e traduções, compõem o escopo da denominada “Edição nacional”, cujo primeiro volume veio à luz em 2007 e já conta com 9 volumes publicados na Itália. A “Edição nacional”, coordenada pela Fondazione Istituto Gramsci e publicada pelo Istituto della Enciclopedia Italiana – Edizione Treccani –, está projetada em quatro seções, a saber: 1. Scritti (1910-1926); 2. Epistolario (cartas anteriores e posteriores à prisão); 3. Quaderni del carcere (nova edição crítica e integral); 4. Documenti (dedicado à atividade político-partidária).2

Com a difusão dos seus escritos, inicialmente, Gramsci foi visto tanto como o “teórico da cultura nacional-popular” quanto um formulador “da revolução nos países avançados do capitalismo”, de cuja obra se extraíram conceitos que o tornaram um pensador assimilado em grande escala. Ao longo de décadas, Gramsci foi utilizado de maneira ampliada e, no mais das vezes, buscou-se, a partir dele, difundir algumas fórmulas desvinculadas do seu contexto de enunciação. Inevitável que tivesse ocorrido tanto um processo de instrumentalização — no PCI, Gramsci assumiu a figura de um formulador ortodoxo e também a de um precursor do “eurocomunismo” — quanto de diluição e empastelamento do seu pensamento, sendo muitas vezes citado por opositores declarados às suas aspirações políticas de emancipação dos subalternos. Por esses descaminhos, diluiu-se a riqueza do seu pensamento, o que parece estar sendo recuperado, como a sua complexa leitura do nacional a partir de um “cosmopolitismo de novo tipo”3 ou sua aspiração por um “comunismo como sinônimo de igualdade e democracia”.4

Olhando essa trajetória de recepção e assimilação, pode-se dizer que Gramsci chegou a um patamar de utilização que passou a exigir um novo tratamento, que desmontasse mitos, simplificações e falsificações, e pudesse resgatar Gramsci como uma obra que se confunde com sua vida, contextualizada nos conflitos e transformações daqueles anos febris que marcaram o alvorecer do século XX.

Esse espírito marca uma reviravolta nos estudos gramscinos nas últimas décadas que, em primeiro plano, buscou estabelecer uma leitura filológica dos seus textos com o intuito de dar uma compreensão mais refinada dos seus conceitos em compasso com sua escritura, ou seja, capturando o “ritmo do pensamento”.5 Em paralelo, a partir de uma perspectiva analítica centrada na “historização integral”, foi possível pensar, de maneira articulada e contextualizada historicamente, as vicissitudes da sua trajetória pessoal e da sua reflexão teórica, permitindo que se pudesse compreender melhor os dramas individuais e os dilemas políticos daquele prisioneiro especial do fascismo. Muito desse movimento renovador se alicerçou no trabalho desenvolvido pela Fondazione Gramsci de Roma por meio de pesquisas inovadoras, seminários regulares difundidos em publicações coletivas e iniciativas intelectuais que articulavam o diálogo entre estudiosos e pesquisadores dos escritos de Gramsci ao redor do mundo.6

Com o trabalho de pesquisa ensejado na propositura da “Edição nacional” e em função das pesquisas desenvolvidas de identificação e reorganização do que Gramsci escreveu, passou a haver um significativo movimento de reavaliação e revigoramento do seu pensamento. Diversas publicações de estudos sobre sua vida e seu pensamento têm vindo a público, particularmente na Itália — mas não só —, que, além de questionarem diversas formas pelas quais Gramsci havia sido assimilado e utilizado, propõem uma revisão de muitas dessas interpretações e sugerem o que vem sendo chamado de um “novo” Gramsci.

De acordo com Gianni Francioni e Francesco Giasi, a ênfase dessa caracterização não está no conteúdo, mas no reconhecimento de que “um novo Gramsci ganha forma graças a um complexo trabalho coletivo que conta com a participação de estudiosos de diferentes gerações, com diferentes formações e perfis, com maturações diversas, no campo dos estudos históricos e filosóficos, unidos por pesquisas específicas e continuadas”.7

De imediato, esse reconhecimento sugere um questionamento inevitável à equivocada visão de alguns anos atrás de que Gramsci havia deixado de ser lido e estudado na Itália em detrimento do crescimento da investigação sobre Gramsci por parte de pesquisadores não italianos. Outra ideia que deverá ser questionada em breve é a de se supor que a “Edição nacional”, com seus portentosos volumes — que muito dificilmente serão traduzidos em sua totalidade em outros países —, diminuirá a pesquisa sobre Gramsci ao redor do mundo. Sì e no, efetivamente, essa é uma questão em aberto.

Em suma, esse “novo Gramsci” obedece mais ao clima do tempo, mais plural e dialogante, do que aquele do status de referencial predominante de um campo político-ideológico, vinculado a um partido, ou então, o seu inverso, como na fabulação de um “outro Gramsci” que se opõe à imagem que, em particular, o PCI, atribuiu a dele. O século XXI parece demandar uma recepção mais complexa e sofisticada de Gramsci e, nesse sentido, dispensa tanto a fórmula “canônica” de tratamento do nosso autor quanto um relativismo interpretativo inconsequente; e repele, mais ainda, a leitura essencialista, antitética e tresloucada promovida pela extrema-direita, à la Olavo de Carvalho8, que deforma tudo e promove somente ignorância.

Esse “novo Gramsci”, muito mais fiel à sua trajetória de vida e à complexidade do seu pensamento, permanece convocando seus leitores e estudiosos a se esforçarem no sentido de contribuírem com a discussão dos dilemas políticos da contemporaneidade, notadamente por meio das temáticas da interdependência e do cosmopolitismo, dois temas caros a ele e vetores essenciais para o enfrentamento dos desafios deste “mundo grande e terrível”… e “complicado”, que ele já divisara no seu tempo, um século atrás. (Estado da Arte/O Estado de S. Paulo – 09/10/2024 – https://estadodaarte.estadao.com.br/filosofia/edicao-nacional-da-forma-a-um-novo-gramsci/)

Notas:

1. A “edição temática” foi quase integralmente publicada no Brasil na década de 1960 pela editora Civilização Brasileira. A partir de 1999, tendo como editores Carlos Nelson Coutinho, Luiz Sérgio Henriques e Marco Aurélio Nogueira, a mesma editora publicaria uma versão dos Cadernos do Cárcere que mescla a “edição temática” com a “edição crítica”. ↩︎

2. Em maio de 2024, foi lançado Scritti 1918, organizado por Leonardo Rapone e Maria Luisa Righi, o último volume até agora publicado da “Edição nacional”. ↩︎

3. IZZO, Francesca. Il moderno Principe di Gramsci – cosmopolitismo e Stato nacionale nei Quaderni del carcere. Roma: Carocci, 2021(uma versão em português está no prelo pela Editora da Unicamp & FAP). ↩︎

4. DESCENDRE, Romain & ZANCARINI, Jean-Claude. L’oeuvre-vie d’Antonio Gramsci. Paris: La Dècouverte, 2023, p. 13. ↩︎

5. COSPITO, Giuseppe. Il ritmo del pensiero – per una lettura diacronica dei “Quaderni del carcere” di Antonio Gramsci. Napoli:Bibliopolis, 2011. ↩︎

6. A título ilustrativo podemos mencionar: Giuseppe Vacca, Vida e pensamento de Antonio Gramsci – 1926/1937 (Contraponto/FAP, 2012); Leonardo Rapone, O jovem Gramsci – cinco anos que parecem séculos – 1914-1919 (Contraponto/FAP, 2014); Aberto Aggio, Luiz Sérgio Henriques & Giuseppe Vacca (orgs), Gramsci no seu tempo (Contaponto/FAP, 2009; 2ª. ed. 2019); Fabio Frosini & Francesco Giasi (orgs), Egemonia e modernità – Gramsci in Italia e nella cultura Internazionale (Viella, 2019). ↩︎

7. FRANCIONI, F. & GIASI, F. Un nuovo Gramsci – biografia, temi, interpretazioni. Roma: Viella, 2020, p. 12. ↩︎

8. OLIVEIRA, Marcus Vinícius Furtado da Silva. “Gramsci no jardim das aflições”. In: Anais do VIII Encontro de pesquisa em história da UFMG. Belo Horizonte: UFMG, 2019. ↩︎

    Volta do X impactará campanhas de segundo turno

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    NAS ENTRELINHAS

    A plataforma pagou R$ 28,6 milhões em multas com recursos próprios, não envolveu valores da empresa Starlink, que teve R$ 11 milhões bloqueados pelo Supremo

    Após a designação de seu representante legal e o pagamento de R$ 28,6 milhões em multas por descumprimento de decisão judicial, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou, nesta terça-feira, a retomada das operações da rede social X (antigo Twitter) no Brasil, que estavam suspensas desde agosto. “Decreto o término da suspensão e autorizo o imediato retorno das atividades do X Brasil Internet Ltda. em território nacional e determino à Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) que adote as providências necessárias para efetivação da medida, comunicando-se esta Suprema Corte, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas”, decidiu.

    A volta do X, que deve ser efetivada ainda nesta quarta-feira, terá grande impacto na disputa eleitoral de segundo turno, pois era a rede social mais utilizada pelos candidatos e seus colaboradores no debate eleitoral, até ser suspensa, mais até do que a televisão. Entretanto, sua utilização para divulgação de fake news e disseminação do ódio por candidatos e “influenciadores” vinha sendo um fator perturbador da ordem democrática. A rede social do bilionário Elon Musk acabou suspensa, porque não adotava medidas para coibir essas práticas; pelo contrário, não cumpria sequer decisões judiciais que mandavam tirar do ar postagens e até mesmo perfis dos protagonistas desta guerra suja nas redes.

    O principal fenômeno eleitoral do primeiro turno das eleições, o candidato a prefeito de São Paulo Pablo Marçal, surgiu nas redes sociais e por muito pouco não chegou ao segundo turno, mesmo sem tempo de televisão. Manteve-se na disputa até o domingo passado, mesmo sem o X, mas foi por meio dessa rede que adquiriu projeção como “coach” de prosperidade e influenciador digital. A volta do X exigirá dos candidatos mais atenção às redes sociais, até porque os que disputarão o segundo turno, agora, terão tempo de televisão igual. A volta do X pode desequilibrar essa paridade estratégica no segundo turno.

    A quitação das multas era a última exigência de Moraes para liberar a plataforma. O ministro havia bloqueado recursos das contas bancárias da empresa Starlink — responsável pelo fornecimento de sinal de internet em regiões remotas do país — de propriedade de Elon Musk, o que causou controvérsia nos meios jurídicos. Para muitos, a decisão foi extravagante e criava um precedente perigoso para os negócios no Brasil, pois gerou insegurança jurídica para as empresas. Seria como confiscar recursos das contas da Ambev por causa das dívidas das Americanas, uma vez que as duas empresas tinham os mesmos acionistas majoritários.

    Pagamentos

    Não por acaso, o X pagou as multas com recursos próprios, não envolveu valores da empresa Starlink, que teve R$ 11 milhões bloqueados por Moraes. A plataforma diz que pagou algo em torno de R$ 28,6 milhões: multa de R$ R$ 18,35 milhões de forma compulsória (cerca de R$ 11 milhões da Starlink R$ 7,3 milhões do X), após o bloqueio de contas do X e da Starlink; multa de R$ 10 milhões, devido ao descumprimento de ordem judicial de 18 de setembro, emitida por conta de uma mudança nos servidores do X que fez a rede social voltar a funcionar temporariamente no Brasil; e multa adicional de R$ 300 mil em nome da representante legal da empresa, Rachel de Oliveira Villa Nova Conceição.

    A crise entre o X e o Supremo se agravou porque Musk resolveu desafiar Moraes. Descumpriu decisões, por exemplo, como a ordem de bloqueio de perfis de investigados pela tentativa de golpe de Estado de 8 de janeiro de 2023, e adotou medidas drásticas de retaliação, ao fechar seu escritório no Brasil, demitir os funcionários e retirar sua representante legal. Como a Constituição exige que qualquer empresa para funcionar no Brasil precisa ter representação legal, Moraes suspendeu as operações da rede.

    Além disso, Musk fez postagens no X atacando Moraes e o Supremo, principalmente depois que as operações foram suspensas. Essa atitude provocou uma reação política ampla, principalmente dos demais ministros do Supremo, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Em 26 de setembro, porém, o X resolveu se enquadrar, nomeou o representante legal e bloqueou nove perfis de investigados. Ou seja, Moraes ganhou a queda de braços.

    Banco Central

    Como esperado, o Senado aprovou nesta terça-feira, em votação secreta, por 66 votos favoráveis e 5 contrários, o nome do economista Gabriel Galípolo para presidir o Banco Central. Foi a melhor aprovação desde a indicação de Henrique Meirelles, há 22 anos. Antes da votação em plenário, Galípolo passou por quatro horas de sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos, onde recebeu apoio unânime de 26 senadores. Indicado por Lula, o economista assumirá o lugar de Roberto Campos Neto, cujo mandato acaba em 31 de dezembro. Enquanto seu nome era apreciado no Senado, Lula voltou a criticar a elevação da taxa de juros. (Correio Braziliense – 09/10/2024 – https://www.correiobraziliense.com.br/politica/2024/10/6960685-analise-volta-do-x-impactara-campanhas-de-segundo-turno.html)

    IMPRENSA HOJE

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    Veja as manchetes dos principais jornais hoje (09/10/2024)

    MANCHETES DA CAPA

    O Globo

    Após cumprir obrigações legais, rede X é desbloqueada
    Galípolo é aprovado com folga no Senado: ‘Cabe ao BC perseguir a meta inflacionária’
    Eduardo Paes – ‘É preciso mudar o perfil dos políticos do Estado do Rio. Serei autante em 2026’
    Castro revida Ramagem: ‘não conhecia nada do Rio’
    Hesitação de Bolsonaro no apoio a Nunes abre lavação de roupa suja na direita
    Rio foi o estado que menos elegeu mulheres às câmaras municipais
    Concurso Nacional divulga notas, e quase 60 avançam
    Adoção por casais homoafetivos cresce 186% em quatro anos
    Em Paraty, festa literária de olho no mundo lá fora
    1 milhão de pessoas fogem de furacão na Flórida

    O Estado de S. Paulo

    X é desbloqueado no Brasil após Musk acatar decisões de Moraes
    Com folga, Galípolo é aprovado para dirigir BC
    Eleição expõe mal-estar no bolsonarismo; Malafaia critica ex-presidente
    Após 12 anos, USP volta à lista mundial das melhores universidades
    Nobel de Física – Premiado ajudou a desenvolver inteligência artifical e hoje teme o futuro
    Papa pede que d. Odilo fique mais dois anos na Arquidiocese de SP
    Netanyahu diz que o Líbano pode ter destruição igual à Gaza
    Biden diz que furacão pode ser o pior atingir Flórida em 100 anos

    Folha de S. Paulo

    Senado aprova Galípolo para a presidência do BC a partir de 2025
    Moraes autoriza volta do X no Brasil após rede cumprir ordens e 38 dias de suspensão
    Silas Malafaia – Bolsonaro foi covarde e omissão nas eleições
    Integrantes da AGU terão penduricalho acima do teto
    Dom Odilo renuncia, e papa pede que fique mais dois anos como arcebispo de SP
    Sucessores de líder do Hezbollah foram mortos, diz Israel
    Milhões de pessoas deixam suas casas na Flórida antes de novo furação chegar

    Valor Econômico

    Risco fiscal e alta da Selic fazem juro real de mercado se aproximar de 7% ao ano
    Senado aprova Galípolo para presidência do BC
    Moraes decide autorizar volta do X no Brasil
    Viradas nas eleições no 2º turno são improváveis
    Seca eleva preços do boi gordo

    Presidente do Cidadania avisa que não concorda com apoio do PSDB a Marcelo Queiroga em João Pessoa

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    por Weslley Lino – Política da Paraíba

    Ao contrário da intenção do PSDB, o Cidadania adiantou nesta terça-feira que não há qualquer chance da legenda declarar apoio ao ex-ministro da Saúde de Jair Bolsonaro e candidato a prefeito Marcelo Queiroga (PL), no segundo turno das eleições em João Pessoa.

    “Somos contra qualquer possiblidade de apoio a esse candidato”, garantiu o presidente nacional do Cidadania, Comte Bittencourt.

    ex-deputado Pedro Cunha Lima (PSDB), estaria articulando o apoio da Federação-Cidadania a Queiroga. No entanto, a decisão seria condicionada ao apoio do PL e do partido Novo, comandando por Sérgio Queiroz, vice de Queiroga, à reeleição de Bruno Cunha Lima (União Brasil), em Campina Grande.

    Já avisamos de antemão que não apoiaremos Queiroga”, reforçou Comte Bittencourt.

    Os candidatos Cícero Lucena (PP) e Marcelo Queiroga (PL) vão disputar o segundo turno. Os dois foram os mais votados neste domingo (6), com 205.122 votos (49,16%) e 90.840 votos (21,77%), respectivamente.

    Cidadania elege quatro prefeitos e 41 vereadores no estado do Rio

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    O presidente nacional do Cidadania, Comte Bittencourt, avaliou como satisfatórios os resultados obtidos no primeiro turno das eleições municipais deste ano no estado do Rio de Janeiro. O partido elegeu quatro prefeitos, um vice-prefeito, além de 41 vereadores.

    “Mesmo na presidência nacional, acompanhei de perto o desempenho do partido no estado, que vem sendo muito bem conduzido pelo nosso prefeito reeleito de Macaé, Welberth Rezende”, destacou Comte.

    Prefeitos eleitos

    No estado do Rio foram eleitos os prefeitos: Bernard Tavares, de Carapebus; Valmir Lessa, de Conceição de Macabu; Fabinho, de Iguaba Grande e Welberth Rezende, de Macaé. O vice-prefeito eleito do Cidadania foi Borginho de Carapebus.

    Bernard Tavares e o seu vice Borginho foram eleitos com 63,53% dos votos válidos e 7.464 votos recebidos. Bernard Tavares tem 40 anos e o vice-prefeito Borginho tem 54 anos. Já Valmir Lessa, em Conceição de Macabu, se reelegeu com 63,81% dos votos dados a todos os candidatos. Valmir Lessa tem 74 anos, é casado e exerceu mandatos como vereador, antes de assumir a Prefeitura.

    Em Iguaba Grande, Fabinho teve 95,09% dos votos. Ele tem 42 anos, é casado e contou com o apoio do atual prefeito Vantoil Martins.

    Welberth Rezende, que preside o Cidadania estadual e é prefeito de Macaé, foi eleito com 111.953 votos, 85,60% dos votos válidos. Welberth tem 49 anos, é casado, e já foi vereador e deputado estadual pelo Cidadania.

    “O Cidadania tem antes de tudo o compromisso com a democracia, com a gestão de qualidade e a ética. Essa eleição demonstrou que o nosso trabalho está resultando positivamente, mas temos ainda muitos desafios”, completou, Comte. Ao longo de todo o ano, a gestão estratégica do partido tem buscado maior representatividade nas câmaras municipais, além da especial atenção que o partido tem dado ao fortalecimento de candidaturas femininas competitivas.

    Isabela Sousa vai representar o Cidadania na Câmara de Salvador

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    Isabela Sousa vai continuar representando o Cidadania na Câmara Municipal de Salvador. Presidente do partido na Bahia, ela foi eleita com 9.721 votos. Já PSDB, que forma federação com o Cidadania, elegeu cinco vereadores.

    Ao comemorar a vitória, ela lembrou de sua infância na comunidade e agradeceu o apoio dos eleitores. “Desde cedo eu percebi como as desigualdades sociais interrompem muita coisa, inclusive os nossos sonhos. É por isso que, hoje, o nosso trabalho é, em essência, para resgatar direitos. O direito de sonhar, o direito de acreditar em si mesmo e, principalmente, o direito de ter mais oportunidades”, resume Isabela.

    Outra missão dela na Câmara Municipal é valorizar talentos locais. “A comunidade é um berço de potências!”, destaca.

    Nascida e criada em Campinas de Pirajá, comunidade periférica de Salvador, Isabela Sousa é a filha mais velha de quatro irmãos. É líder estadual do Movimento Acredito e fundadora do Instituto Isabela Sousa, que atende mais de 250 crianças e fica localizado em Campinas de Pirajá. Formanda em Direito, ela tem um histórico de atuação em movimentos de renovação política e movimentos voltados a políticas públicas para a educação. Ela também já foi embaixadora do movimento Mapa Educação e representou o Brasil no maior congresso de jovens líderes do mundo, o One Young World, em Londres.

    Cidadania elegeu dois prefeitos no Rio Grande do Sul

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    No último domingo o Cidadania elegeu dois prefeitos no Rio Grande do Sul. Danilo Salvalaggio, venceu a disputa eleitoral em São Jorge e Nilton Capitão foi eleito prefeito de Benjamin Constant do Sul

    Danilo Salvalaggio teve 1.591 votos, 71,09% dos votos válidos, enquanto Jorge Pivotto (PDT) ficou em segundo lugar com 647 votos. A eleição em São Jorge teve 2.285 votos totais, o que inclui 25 votos brancos, 1,09% dos votos totais, e 22 votos nulos, 0,96%. A abstenção foi de 179 eleitores, 7,26% do total de aptos a votar nas eleições 2024 na cidade.

    Danilo Salvalaggio tem 53 anos, é divorciado, e agricultor. O vice-prefeito eleito em São Jorge é Daniel Stocco, do PP, que tem 54 anos.

    Já Nilton Capitão, eleito prefeito de Benjamin Constant do obteve 1.034 votos. Ele era o único candidato. A eleição teve 1.752 votos totais, o que inclui 540 votos brancos, 30,82% dos votos totais, e 178 votos nulos, 10,16%.

    A abstenção foi de 491 eleitores, 21,89% do total de aptos a votar nas eleições 2024 na cidade.

    Nilton Capitão tem 64 anos, é casado e foi reeleito prefeito. O vice-prefeito eleito em Benjamin Constant do Sul é Marcio Capellari, do PP, que tem 44 anos.

    Cidadania vai disputar o segundo turno em Aracaju

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    O Cidadania vai disputar o segundo turno para a prefeitura de Aracaju (SE). O partido concorre na chapa de Emília Corrêa (PL), que tem como candidato a vice-prefeito o vereador Ricardo Marques (Cidadania). Emília obteve 126.365 (41,62%) votos, e seu concorrente, Luiz Roberto, conquistou 72.427 (23,86%) dos votos.

    O pleito teve 303.519 votos válidos. Os nulos foram 16.071 (4,89%) e os em branco 8.840 (2,69%). Compareceram às urnas 328.514 eleitoras e eleitores, enquanto 88.091 (21,14%) se abstiveram de votar.

    “Eu e Emília temos um propósito, que é de melhorar a vida das pessoas e ajudar na mudança de nossa querida Aracaju. Agradecemos de coração a todos que acreditam e continuam ao nosso lado. Agora, vamos juntos com mais esperança e muita energia para trabalhar”, diz Ricardo Marques.

    Emília Corrêa (PL) é natural de Lagarto (SE). É advogada, defensora pública aposentada, comunicadora de rádio e TV, vereadora de Aracaju e tem 62 anos. Ricardo Marques é vereador e jornalista. Eles concorrem pela coligação Por Uma Nova Aracaju, formada pelo Partido Liberal (PL), pelo Agir (Agir) e pela Federação PSDB Cidadania (PSDB/Cidadania).

    Segundo turno desafia Lula a ampliar alianças

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    NAS ENTRELINHAS

    A principal força municipalista do país agora é o PSD, do ex-prefeito Gilberto Kassab, chefe da Casa Civil do governador Tarcísio de Freitas. Desbancou o MDB

    Três disputas eleitorais de segundo turno, em 27 de outubro, desafiam o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a ampliar suas alianças para evitar uma fragorosa derrota política para seus dois principais adversários, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), aliado decisivo do prefeito Ricardo Nunes (MDB), que concorre à reeleição, e o ex-presidente Jair Bolsonaro, grande responsável pelo desempenho eleitoral do PL no primeiro turno, ao lado do presidente da legenda, Valdemar Costa Neto.

    Em São Paulo, Nunes e Guilherme Boulos (PSol) se enfrentarão novamente, com Pablo Marçal (PRTB) fora da disputa, porém, com grande poder de influência. Marçal ficou fora do segundo turno porque o feitiço virou contra o feiticeiro, quando fez circular nas redes sociais, na véspera da eleição, com base em documento falso, fake news acusando Boulos de ter sido internado drogado numa clínica de recuperação. A denúncia caluniosa provocou forte reação na campanha de Boulos, que liderava a disputa e poderia até ficar fora do segundo turno, e dos demais candidatos, entre os quais o prefeito Nunes, que criticou duramente Marçal e avançou para a primeira colocação.

    Com 28% dos votos, Marçal poderá ser influente no segundo turno, porém, muito tóxico. O ex-presidente Jair Bolsonaro, de pronto, descartou o apoio formal do influenciador a Nunes, com o argumento de que os votos de extrema-direita virão por gravidade para o prefeito. No PT, busca-se uma narrativa capaz de capturar os eleitores que optaram por apoiar a candidatura de Marçal por descontentamento em relação à administração e não por razões ideológicas. É uma manobra muito arriscada, que pode virar um tiro no pé.

    O grande desafio de Boulos para derrotar Nunes no segundo turno é atrair o eleitorado de centro, que já deriva para o prefeito, em todas as pesquisas de opinião. O engajamento efetivo do presidente Lula na campanha de Boulos pode transformar uma eventual derrota em São Paulo num desastre político para o Palácio do Planalto. Esse é o tipo de decisão estratégica que costuma ser tomada com base em pesquisas. É a bala de prata que não pode errar o alvo.

    O resultado geral do primeiro turno mostra que o presidente Lula saiu enfraquecido no confronto com Bolsonaro, apesar de o PT ter aumentado o número de prefeitos eleitos: 248. O PL elegeu 510. Nas cidades com mais de 200 mil eleitores, o PL participará de 23 das 51 disputas pelas prefeituras. Em apenas duas, haverá confronto direto entre o PL e o PT: Fortaleza (CE) e Cuiabá (MT).

    Em Fortaleza, André Fernandes (PL) e Evandro Leitão (PT) foram os mais votados. O atual prefeito, José Sarto (PDT), candidato à reeleição, teve apenas 12% dos votos. O grande derrotado no primeiro turno foi o ex-prefeito e ex-governador Ciro Gomes, aliado de Sarto, que agora está diante de uma “escolha de Sofia”: apoiar Lula ou Bolsonaro. Em Cuiabá, Abílio Brunini terminou como mais votado, com 39% dos votos válidos, seguido por Lúdio Cabral (PT), que teve 28%. Eduardo Botelho (União Brasil) terminou com 27% dos votos válidos e teve chances reais de ir ao 2º turno. Sua participação no segundo turno pode definir a eleição.

    PSD desbanca MDB

    A principal força municipalista do país agora é o PSD, do ex-prefeito Gilberto Kassab, chefe da Casa Civil do governador Tarcísio de Freitas. Desbancou o MDB, que durante 20 anos foi o partido mais influente nas cidades brasileiras. O PSD elegeu 878 prefeitos, ao passo que o MDB, 847. Esse resultado reforça o centro político nas disputas que virão em 2026 e contribui para evitar a radicalização do processo político brasileiro. O terceiro lugar ficou com o PP, partido do ex-senador Ciro Nogueira (PI), aliado de Bolsonaro, e do presidente da Câmara, Arthur Lira (AL), com 743 prefeitos eleitos. O União Brasil ocupa a quarta posição, com 578 prefeitos, seguido do Republicanos, 430; PSB, 309; e PSDB, 269. Foram eleitas 724 mulheres, contra 656 nas eleições passadas.

    Havia muita expectativa quanto à influência das emendas impositivas na eleição de prefeitos, em função de que a transferência de recursos de investimento do Orçamento da União para os municípios agora ocorre em função dos interesses eleitorais dos deputados federais. Essa mudança reduziu muito o controle dos governadores sobre a destinação dessas verbas e, consequentemente, sua influência nas eleições municipais. Entretanto, dos 68 parlamentares que disputaram as eleições, apenas oito se elegeram no primeiro turno.

    Foram eleitos os deputados Alberto Mourão (MDB), em Praia Grande (SP); Gerlen Diniz (PP), em Sena Madureira (AC); Washington Quaquá (PT), Maricá (RJ); Dr. Benjamin (União), Açailândia (MA); Hélio Leite (União), Castanhal (PA); Carmen Zanoto (Cidadania), em Lages (SC); e Nitinho (PSD), vereador de Aracaju (SE). O senador Rodrigo Cunha (Podemos) foi eleito vice-prefeito de Maceió (AL), na chapa de JHC (PL). Foram derrotados os senadores Carlos Viana (Podemos) em Belo Horizonte, Eduardo Girão (Novo) em Fortaleza (CE) e Vanderlan Cardoso (PSD) em Goiânia (GO). A candidatura de Antônio Nicoletti (União) à prefeitura de Boa Vista (RR) foi cassada pela Justiça Eleitoral. (Correio Braziliense – 08/10/2024 – https://blogs.correiobraziliense.com.br/azedo/nas-entrelinhas-segundo-turno-desafia-lula-a-ampliar-aliancas/)

    IMPRENSA HOJE

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    Veja as manchetes dos principais jornais hoje (08/10/2024)

    MANCHETES DA CAPA

    O Globo

    Emendas Pix aceleram taxa de reeleição nos municípios
    Apoio de prefeitos no Estado de Rio é desafio para Paes em 2026
    Nunes dobra vínculo com Tarcísio e rechaça palanque com Marçal
    Boulos aposta em tempo igual de TV, debates e Lula presente para vencer
    PL puxa votos e domina câmaras das capitais
    Gilberto Kassab – ‘As eleições municipais não foram nacionalizadas’
    Governo estima que vai arrecadar R$ 150 bi com redução da sonegação
    Um ano sob guerra – Uma população varrida de casa
    Um ano sob guerra – Comoção e protestos
    Juíz dos EUA ordena que sistema Android, do Google, não prejudique apps concorrentes

    O Estado de S. Paulo

    Nunes busca o eleitor de Marçal; Boulos quer ‘recuperar’ periferia
    Tarcísio obtém vitórias no 1º teste como cabo eleitoral e ganha autonomia
    Gilberto Kassab – ‘Quem apostou na polização errou. Eleitor não quer’
    Sob pressão judicial, Aneel repassa a Amazonas Energia à Âmbar, da J&F
    Para liderar guinada ecológica, País tem de renovar práticas, alertam especialistas
    Dupla de cientistas que descobriu o microRNA leva o Nobel de Medicina
    Israel faz homenagem a vítimas e reforça tropas no Líbano

    Folha de S. Paulo

    Eleição marca avanço do centro que transita entre direita e esquerda
    Com avanço tímido, prefeitos negros são 3 de cada eleitos no 1º turno
    Prefeitas eleitas sobem 9%; 7 capitais terão segundo turno com mulheres
    Gilberto Kassab – Tarcísio ajudou mais Nunes do que Lula colaborou com Boulos
    Alvo de nove ações eleitorais, Marçal pode ficar inelegível
    Governo Lula prepara medidas para conter judicialização da Previdência
    Pagamentos de R$ 28,6 milhões do X chega à conta indicada por Moraes
    Continuidade da Guerra Israel-Hamas favorece extremistas, dizem analistas em debate
    Ataques de Hamas, Hezbollah e houthis a Israel marcam um ano do 7 de Outubro

    Valor Econômico

    No 1º turno, PSD garante 11,7% do orçamento de grandes cidades, seguido de União e PL
    ‘O centro é maior do que a direita e a esquerda’, diz Kassab
    Campanhas de Nunes e Boulos miram os eleitores de Marçal
    Retomada de IPOs é esperada para 2025
    Governo quer impulso à pauta econômica
    Mães voltam ao trabalho com escola integral