Início Site Página 1065

Marcos do Val vai relatar projeto que prevê mulheres no serviço militar

0

A CRE (Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional) do Senado analisa nesta quinta-feira (04) projeto que prevê o direito das mulheres de prestarem o serviço militar. Pelo texto (PLS 213/2015), da ex-senadora Vanessa Grazziotin, elas poderão escolher prestar o serviço militar ao completarem 18 anos, a exemplo dos jovens de sexo masculino, mas sem o caráter obrigatório.

O relator na CRE é Marcos do Val (PPS-ES), que chamou a proposta de “louvável”.

“A prestação desse serviço pode, entre outras coisas, proporcionar o descobrimento de novas vocações para a carreira castrense. As mulheres têm plenas condições de cumprir este serviço, caso desejem. As Forças Armadas já admitem oficiais e praças do sexo feminino”, lembra o senador.

Tal como ocorre com os homens, a proposta mantém a preservação do poder discricionário da autoridade competente na adoção do serviço militar opcional para cada candidata, vinculando-o à oportunidade e conveniência de assim proceder. Caso o projeto seja aprovado, poderá seguir para a análise da Câmara. (Agência Senado)

IBGE: Produção industrial sobe 0,7% em fevereiro

0

A produção industrial brasileira cresceu 0,7% na passagem de janeiro para fevereiro, segundo dados da PIM (Pesquisa Industrial Mensal) divulgados nesta terça-feira (2) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). De dezembro para janeiro, o setor caiu 0,7%.

Na comparação com fevereiro de 2018, houve uma alta de 2%. A indústria acumula queda de 0,2% no ano e alta de 0,5% em 12 meses. Na média móvel trimestral, a variação é de 0,1%.

Três das quatro categorias econômicas tiveram alta de janeiro para fevereiro: bens de capital, isto é, máquinas e equipamentos (4,6%), bens de consumo duráveis (3,7%) e bens de consumo semi e não duráveis (0,7%). Os bens intermediários, ou seja, os insumos industrializados usados no setor produtivo, caíram 0,8%.

Dezesseis das 26 atividades industriais pesquisadas tiveram alta, com destaque para veículos automotores, reboques e carrocerias (6,7%), produtos alimentícios (3,2%) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (4,3%).

Dez ramos industriais apresentaram queda. O principal recuo veio das indústrias extrativas (-14,8%), resultado influenciado pelo recuo na produção de minério de ferro relacionada ao rompimento da barragem de Brumadinho (MG), em 25 de janeiro deste ano. (Agência Brasil)

CCJ do Senado deve votar Orçamento impositivo nesta quarta-feira

0

O Senado deve votar nesta quarta-feira (03) a Proposta de Emenda à Constituição (PEC 34/2019), o chamado Orçamento impositivo que determina a imposição da execução das emendas de bancada do Orçamento. A decisão foi tomada durante reunião do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), com os líderes partidários.

A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) deve examinar e votar a matéria. Se aprovada, a proposta será enviada ao plenário do Senado – quando será submetida a votação em dois turnos.

Câmara

A PEC 34/2019 foi aprovada pela Câmara dos Deputados no último dia 26.

De acordo com parlamentares, Alcolumbre deverá votar a PEC 34/2019 em primeiro turno, encerrar a sessão e alguns minutos depois, reabri-la para votar novamente.

Atualmente, já é impositivo o total das emendas individuais dos parlamentares, sendo que metade do valor deve ser aplicada em saúde. O valor está sujeito ao teto dos gastos aprovado em 2016. (Com informações da Agência Brasil)

Luiz Carlos Azedo: Ideias exóticas

0

NAS ENTRELINHAS – CORREIO BRAZILIENSE

O mínimo que se espera de um oficial do Exército brasileiro em termos de conhecimentos gerais é ter estudado os grandes acontecimentos militares do século XX, marcado por duas grandes guerras mundiais, que resultaram da disputa pelo controle do comércio no Atlântico entre uma potência continental, a Alemanha, e uma potência marítima, a Inglaterra. Há farta literatura sobre o assunto, mas parece que o presidente Jair Bolsonaro esqueceu tudo o que aprendeu nas escolas militares. Influenciado pelas ideias exóticas de Olavo de Carvalho e do chanceler Ernesto Araújo, Bolsonaro disse ontem, em Israel, que “sem dúvida” o nazismo foi um movimento de esquerda.

O presidente da República deu a declaração depois de visitar o Museu do Holocausto, o que é uma tremenda gafe diplomática, pois os historiadores israelenses não concordam com esse tipo de interpretação. Quando nada, porque os primeiros registros sobre os horrores do Holocausto foram feitos pelo Exército soviético. O primeiro grande campo de concentração, Majdanek, foi descoberto pelos soviéticos em 23 de julho de 1944; depois, libertaram Chelmno, em 20 de janeiro de 1945; e Auschwitz, em 27 de janeiro de 1945. Buchenwald foi libertado pelos norte-americanos em 11 de abril; Bergen-Belsen, pelos britânicos, em 15 de abril; Dachau, pelos norte-americanos, em 29 de abril; Ravensbrück, pelos soviéticos, no mesmo dia; Mauthausen, pelos norte-americanos, em 5 de maio; e Theresienstadt, pelos soviéticos, em 8 de maio. Treblinka, Sobibor e Belzec nunca foram libertados, foram destruídos pelos nazistas.

Na visita ao Museu do Holocausto de Jerusalém, o Yad Vashem, Bolsonaro ignorou a definição da própria instituição sobre a origem do Holocausto: “O Partido Nazista foi a consequência de um pequeno círculo extremamente antissemita e de direita que começou a se reunir em novembro de 1918”.

Holocausto

Dos nove milhões de judeus que residiam na Europa antes do Holocausto, cerca de dois terços foram mortos; mais de um milhão de crianças, dois milhões de mulheres e três milhões de homens judeus morreram durante o período. Na maioria dos campos, quase todos os presos já tinham sido removidos, deixando apenas alguns milhares de pessoas vivas. Em Auschwitz, na Polônia, cujas instalações estão quase intactas, 7.600 detentos foram libertados, entre os quais 180 crianças que haviam passado por experimentos médicos. Sessenta mil prisioneiros de Bergen-Belsen tiveram mais sorte. Cerca de 60 milhões de pessoas morreram na II Guerra, incluindo cerca de 20 milhões de soldados e 40 milhões de civis. Somente na Europa, houve 36 milhões de mortes, sendo a metade de civis, por causa de doenças, fome, massacres, bombardeios e genocídios deliberados. A União Soviética perdeu cerca de 27 milhões de pessoas durante a guerra, quase metade de todas as mortes da Segunda Guerra Mundial.

A Primeira Guerra Mundial, de 1914 a 1918, que culminou com a derrota alemã e a assinatura, entre as potências europeias envolvidas, do Tratado de Versalhes, marcou profundamente a História do século XX e está na gênese do surgimento dos partidos nazista e fascista. O sentimento de derrota e fracasso entre alemães, depois de uma guerra iniciada quando a Social-democracia Alemã (a esquerda alemã) estava no poder, levou-os a ver nos ideais do Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães, o Partido Nazista, fundado em 1920, a saída para a situação enfrentada pelo país. Adolf Hitler chegou ao poder em 1933, defendendo a superioridade do povo alemão, a culpabilização dos judeus pela crise econômica e sua perseguição, isolamento e eliminação, bem como dos ciganos, homossexuais e deficientes físicos e mentais. Pregava ainda a teoria do espaço vital (Lebensraum), a unificação do povo alemão e o expansionismo nazista.

Na Itália, a crise econômica também foi aproveitada por um grupo político antiliberal e anticomunista, que via na formação de um Estado forte a solução para os problemas econômicos e sociais: o Partido Fascista, liderado por Benito Mussolini, que, em 1922, foi nomeado primeiro-ministro pelo rei Vítor Emanuel III. Chamado pelos italianos de Duce, combateu rivais políticos e defendeu a expansão territorial italiana, culminando na invasão da Etiópia em 1935 e na criação da chamada África Oriental Italiana, anexada à Itália. (Correio Braziliense – 03/04/2019)

Veja as manchetes e editoriais dos principais jornais hoje (03/03/2019)

0

MANCHETES

O Globo

Crivella responderá a inédito processo de impeachment no Rio
Governo já articula reforma tributária com o Congresso
Bolsonaro repete que nazismo é de esquerda no Museu do Holocausto
Novo corte de verba ameaça pagamento de 80 mil bolsas de estudo
Temer vira réu em dois processos e é alvo de nova denúncia
Número de pardais nas rodovias federais cai de 5,5 mil para 440

O Estado de S. Paulo

Governo faz pacote com 4 frentes para destravar a economia
Militares e ‘olavistas’ disputam Secom e Apex
Bolsonaro diz em Israel que nazismo é de esquerda
TCU vota hoje teto salarial de R$ 39,2 mil para estatais
Temer vira réu em duas denúncias do caso Eletronuclear
Maia descarta mudar regra rural e de idoso carente
Auditores se recusam a checar barragens da Vale
Câmara abre processo para afastar Crivella

Folha de S. Paulo

Doria critica guru de Bolsonaro e diz que é erro comemorar golpe
Câmara do Rio instaura impeachment de Crivella
Temer, Moreira e outros 12 se tornam réus na Lava Jato do Rio
‘Associação com nazismo visa dengrir direita’, diz chanceler
Agronegócio pede empenho para aprovar reforma
Sob guarda do Exército, arma é furtada no Rio
Após 1 ano no Brasil, integração ainda é desafio a venezuelanos

Valor Econômico

Guedes crê em boom de emprego com a reforma
CCJ já fará mudanças no projeto
Para Heleno, não há risco de atrito com mundo árabe
TCU dá aval à Rumo para renovar concessão
Votorantim lucra R$ 2 bi e vai às compras
Copersucar tem restituição bilionária

EDITORIAIS

O Globo

Bolsonaro precisa recuperar tempo perdido na reforma

Disposição de entrar na negociação com o Congresso sobre a Previdência é um alento diante dos obstáculos

Deixados para trás os dias de tensão no relacionamento entre o presidente e o Congresso, simbolizados pela troca de farpas protagonizada por Bolsonaro e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, o ambiente melhorou, com acenos de não beligerância de ambos. Não se trata aqui de qualquer questão pessoal, mas da necessidade institucional de haver um entendimento mínimo entre chefes de poderes, para que reformas sejam aprovadas no Congresso.

Só assim o país poderá sair de uma crise que completará seis anos —iniciada com a petista Dilma Rousseff em 2014 —, e cujo principal indicador da sua gravidade é o desemprego de 13 milhões de pessoas, um milhão a mais do que na última pesquisa. Ainda em Israel, Bolsonaro garantiu que reservará pelo menos meio dia da agenda cotidiana para atender deputados e senadores. Como em outras vezes, o presidente errou, mas teve alguma consciência do erro e voltou atrás.

Bolsonaro se equivocara ao confundir fazer política com praticar a corrupção do fisiologismo. Deve ter ficado marcado pelo show de tomalá dá cá ocorrido no período lulo petista. Até o termo “presidencialismo de coalizão” foi amaldiçoado, quando, na verdade, não só é impossível governar o Brasil sem sustentação numa aliança partidária, devido à proliferação de legendas, como não é correto confundir negociação política legítima, em cima de projetos, com malfeitos.

E será desta ampla conversação, na qual a inclusão do presidente da República é imprescindível, que precisará sair o apoio necessário à reforma da Previdência, vital para o destino do país e, por tabela, do governo. Estão em jogo questões estratégicas, e delas os parlamentares precisam ser informados nos detalhes, para que não persistam dúvidas que costumam ser utilizadas de forma competente pela oposição.

Nela, existem forças poderosas, como de corporações do funcionalismo público, de que constam castas de privilegiados no sistema previdenciário, e que sempre defendem seus interesses em nome do “povo”. Disfarçam- se de espoliados, quando, apenas no caso de servidores da União, há aposentadorias e pensões na faixa de R$ 20 mil ou mais. Em estados e municípios, o quadro não é diferente.

É preciso a ajuda do presidente em conversas que esclareçam deputados e senadores que a reforma, ao contrário do que propagam essas corporações, vai em favor da redução das desigualdades em geral, também entre os segurados do INSS, assalariados do setor privado. Regras de transição e alíquotas progressivas de contribuição, em função dos salários, são coerentes com a busca de justiça social. Deve ficar translúcido que a Previdência brasileira é um instrumento concentrador de renda, em servidores públicos e certas faixas de assalariados.

E que para a expectativa crescente de vida do brasileiro (mais de 80 anos para quem chega aos 65), passa-se pouco tempo contribuindo para o sistema, porque se aposenta cedo. Não o pobre, usado como escudo pelas castas: sem emprego fixo, logo, sem contribuição regular ao INSS, ele recebeobenefícioaos65anos, quando passa a ter direito a um salário mínimo. Trata-se de balela que eles serão prejudicados pela reforma. O governo e aliados devem acelerar o trabalho político. Os 100 dias perdidos entre incompreensões por parte do governo se refletem no aumento da resistência à reforma no Congresso, como demonstrado em pesquisas.

O Globo

Novo rompimento de barragem mostra que pesadelo não acabou

Desastre em Rondônia deixou famílias isoladas. Em Minas, três represas estão em alerta máximo

Apenas dois meses e quatro dias após a tragédia de Brumadinho, que deixou pelo menos 217 mortos e 84 desaparecidos, duas barragens da mineradora Metalmig, em Machadinho D’Oeste, Rondônia, se romperam. O desastre, sexta-feira,não provocou vítimas, mas causou a destruição de sete pontes, isolando 350 pessoas. Os danos ambientais estão sendo avaliados, mas exames preliminares detectaram perdas para a fauna e flora.

A mineradora alegou que o “tsunami” que varreu o local não teve relação com as barragens, e sim com as fortes chuvas que atingiram a região. Mas o caso está sob investigação do Ministério Público de Rondônia e do governo estadual, que apuram extensão dos danos e responsabilidades pelo colapso. O fato é que, mesmo depois de Mariana e Brumadinho, o pesadelo continua, em especial para moradores que vivem perto de qualquer uma das cerca de 800 barragens de mineração espalhadas pelo Brasil.

Em Minas, que concentra o maior número desses reservatórios, o medo passou a fazer parte da rotina. No fim de março,três barragens da Vale foram colocadas em alerta máximo (quando há risco iminente de rompimento), duas em Ouro Preto e uma em Nova Lima. Famílias que estavam nas áreas mais próximas tiveram de deixar suas casas, enquanto as outras receberam treinamento sobre as rotas de escape. Ao menos agora, protocolos estão sendo seguidos — um avanço, quando se sabe que, em Brumadinho, as sirenes se quer tocaram. Mas isso não chega a tranquilizar quem vive ao lado, ou no caminho, de uma barragem prestes a se romper.

Hoje está claro que os laudos que atestam a segurança dessas represas são pouco confiáveis. A de Brumadinho era considerada estável. Portanto, cumprir protocolos de emergência é fundamental, mas é preciso também rever a qualidade dos laudos de segurança que norteiam as medidas de emergência. A pressão das empresas por atestados favoráveis é conhecida. Mas imprecisões técnicas podem conduzir a tragédias de grandes proporções.

Por isso, antes de mais nada, é preciso conhecer a situação real dessas centenas de bombas-relógio espalhadas pelo país. Caso contrário, estaremos caminhando sobre um terreno tão estável quanto o que cobria a barragem da Mina Córrego do Feijão.

O Estado de S. Paulo

Lava Jato e Mãos Limpas

Em cinco anos de atividade, a Operação Lava Jato não só se transformou a si mesma, como também o País. De uma investigação limitada a um caso de lavagem de dinheiro, brotou a maior ação de combate à corrupção de que se teve notícia no Brasil, forte o bastante para mudar o pensamento e a forma de agir de variados atores sociais públicos e privados.

Pela primeira vez, graças à Lava Jato, a sociedade deixou de ver a corrupção como uma mazela atavicamente ligada à identidade nacional para vê-la como um crime que, uma vez combatido com rigor, técnica e justiça, poderia deixar de ser uma das âncoras que mantêm o País em atraso crônico.

Por seu ineditismo e alcance, a Lava Jato só é equiparável no mundo à Operação Mãos Limpas, deflagrada na Itália no início da década de 1990, em que pesem os desdobramentos bastante distintos de cada uma das operações. A comparação entre ambas favorece o caso brasileiro. Aqui, houve inolvidáveis avanços na punição da grande corrupção e, principalmente, no resgate de um primado da democracia: a igualdade de todos perante a lei. Na Itália, a Operação Mani Pulite resultou num sabor acre de frustração.

A fim de discutir as semelhanças e diferenças entre as duas ações de combate à corrupção, o Estado promoveu um painel em parceria com o Centro de Debates de Políticas Públicas (CDPP) do qual participaram o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso, o ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sergio Moro, o coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, o procurador Deltan Dallagnol, e a economista Maria Cristina Pinotti, do CDPP, organizadora do livro Corrupção: Lava Jato e Mãos Limpas, que traz uma coletânea de artigos assinados por autoridades brasileiras e italianas.

Para o ministro Luís Roberto Barroso, a Lava Jato foi bem-sucedida ao quebrar o que chamou de “pacto oligárquico” firmado por uma casta de agentes públicos e privados que, segundo ele, se julgavam “sócios do Brasil” para saquear o Estado. Hoje, o ministro do STF enxerga a Lava Jato mais como uma “atitude” do que como uma operação. É um olhar controvertido. O caráter virtuoso dessa “atitude” já deu azo a excessos e ilegalidades cometidos em nome do bom combate à corrupção.

O procurador da República Deltan Dallagnol afirmou que a redução dos casos de corrupção passa, necessariamente, por um processo de renovação política. Ainda que não veja na renovação algo benéfico por si só, o procurador defende que a mudança há de vir de uma renovação dos quadros políticos, sobretudo da mentalidade de uma nova geração de parlamentares e membros do Poder Executivo. “Sem renovação das práticas políticas, todo o trabalho da Lava Jato pode ter sido em vão”, disse Dallagnol.

Maria Cristina Pinotti enfatizou os nocivos reflexos da corrupção sobre o desenvolvimento econômico do País. Segundo a economista, o “pacote de Guedes”, em referência ao projeto de reforma da Previdência encampado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, deve ser acompanhado pelo “pacote de Moro”, aludindo ao projeto anticrime do ministro da Justiça. “Combate à corrupção e desenvolvimento econômico andam juntos”, disse a economista.

O ministro Sergio Moro também vê complementaridade entre o combate à corrupção e a política econômica. Para ele, “o avanço no combate ao crime gera ganhos para a economia e para a qualidade da nossa democracia. O sistema de corrupção impede a eficiência econômica”. Moro completou dizendo que “não será em seu turno à frente da pasta que vamos deixar os esforços contra corrupção serem perdidos”. Já o fracasso da Mãos Limpas é atribuído em grande medida à reação do sistema político, que, de fato, houve. Fala-se pouco dos eventuais erros ou excessos que possam ter sido cometidos por membros da operação. A reflexão nos cabe.

O maior trunfo da Lava Jato é o império da lei, não seus espetaculosos resultados políticos e econômicos. Se a lei for vista como contenção do arbítrio do Estado sobre os cidadãos, os resultados benfazejos serão a consequência natural do combate ao crime. O futuro da operação será moldado por essa compreensão.

O Estado de S. Paulo

Educação e produtividade

Por que a produtividade no Brasil é muito baixa, comprometendo a competitividade da economia brasileira no comércio mundial? Para responder a essa pergunta, a Federação do Comércio do Estado de São Paulo (FecomercioSP) promoveu um seminário com a presença de especialistas de distintas inclinações doutrinárias. Embora tenham atribuído a baixa produtividade a diferentes fatores, eles foram unânimes ao reconhecer que o Brasil só conseguirá aumentar sua produtividade quando ampliar os investimentos em educação profissional, multiplicando a oferta de cursos técnicos principalmente para a população jovem.

“Desde 1980, a produtividade não se mexe no Brasil. É como se fosse um eletrocardiograma de morto. Há ilhas de excelência no setor financeiro, de informática e de telecomunicações, mas é muito pouco”, disse José Pastore, da Faculdade de Economia da USP. “Até 1980, nossa produtividade era parecida com a coreana e o dobro da chinesa, mas paramos de crescer e, em 2011, o crescimento da produtividade do Brasil ficou abaixo dos países africanos”, afirmou André Portela, da Escola de Economia da FGV.

No momento em que o Ministério da Educação (MEC) tem vários programas parados, por causa de uma crise gerada por inépcia administrativa e disputas ideológicas responsáveis por uma escalada de exonerações e remanejamento de cargos, o evento da FecomercioSP não poderia ter sido mais oportuno. Entre as medidas paradas, uma das mais importantes é a implementação da Base Nacional Curricular Comum (BNCC), que incluiu a formação técnica e profissional no currículo do ensino médio. Por causa da estagnação do MEC, as redes de ensino, que iniciaram o ano letivo há mais de um mês e meio, continuam até hoje sem saber o futuro das iniciativas que vinham tomando desde janeiro, com base na BNCC.

“Temos cem anos de atraso educacional e reduzida oferta de formação técnica e profissional. Atualmente, o jovem que acabou de completar o ensino médio tem formação deficiente em matemática e português e é difícil ele se inserir no mundo do trabalho. Além disso, mais de 80% dos jovens brasileiros não vão para a universidade. Prepará-los para o trabalho é ganhar produtividade”, afirmou Rafael Lucchesi, diretor de educação e tecnologia da Confederação Nacional da Indústria. Segundo dados da Secretaria de Trabalho do Ministério da Economia, apenas 11,1% dos alunos na faixa etária fazem algum tipo de curso de formação profissional. Não têm, assim, condições de acompanhar a revolução que a Indústria 4.0 vem causando na economia mundial. No Japão, na Áustria e na Finlândia, o índice varia de 70% a 76% da população jovem.

Os números mostram as dificuldades enfrentadas pelo Brasil para formar capital humano e revelam que o País continua incapaz de desenvolver mão de obra tão produtiva e adaptável quanto a de outras economias emergentes.

As falhas estruturais na preparação e qualificação técnica das novas gerações, a fim de que possam atuar em modos de produção diferentes dos atuais, também continuam sendo um dos obstáculos para a implementação, entre nós, de sistemas industriais inteligentes, capazes de conectar máquinas, agendar manutenções e prever falhas nos processos. No evento da FecomercioSP, os especialistas lembraram ainda que, além da questão da produtividade, a população brasileira está envelhecendo, o que aumenta ainda mais a importância dos investimentos em ensino profissional destinado aos jovens.

Nos governos lulopetistas, a gestão do MEC foi marcada por iniciativas tomadas a esmo, sem coerência e pertinência. No atual governo, o problema permanece, dadas as tentativas de converter a “cosmovisão bíblica” como diretriz para a reformulação de currículos. Com isso, o Brasil continua na contramão dos países desenvolvidos, postergando uma revolução educacional que é essencial para o desenvolvimento de longo prazo e para emancipação das novas gerações.

O Estado de S. Paulo

Um milagre às avessas

Num milagre econômico ao contrário, a indústria recuou dez anos e voltou em fevereiro ao nível de produção de março de 2009. Com os consumidores ainda retraídos, o desemprego acima de 12% e o empresariado inseguro, a atividade industrial continua emperrada, como se mal houvesse escapado da recessão. Enquanto a economia se arrasta, o governo tenta ajustar-se ao regime de Três Poderes independentes e, tanto quanto possível, harmônicos. A produção industrial aumentou 0,7% de janeiro para fevereiro, mal conseguindo anular a queda de igual porcentagem no primeiro mês do ano. O volume produzido no primeiro bimestre foi 0,2% menor que o de um ano antes e o crescimento em 12 meses ficou em 0,5% – mais um claro sinal de enfraquecimento do setor desde o segundo semestre de 2018.

Não há sinal, por ora, de maior animação econômica, embora o governo já tenha quase cem dias. Mas a deterioração do setor industrial, é justo reconhecer, começou bem antes das últimas eleições. O motor da indústria começou a falhar com frequência a partir de 2012, no segundo ano do governo de Dilma Rousseff.

Em maio de 2011, a produção havia atingido o pico da atual série do IBGE. Em fevereiro de 2019, o produto industrial ficou 16,3% abaixo daquele pico. O caminho de volta para qualquer nível anterior à recessão continua longo, e ainda continuará, se a produção industrial crescer 2,5% neste ano, como se estima no mercado. Mas essa projeção envolve o pressuposto de aprovação da reforma da Previdência, mais precisamente, de um projeto razoavelmente próximo daquele apresentado pelo Executivo.

Sinais de “leve recuperação” do setor, em fevereiro, foram encontrados na pesquisa de indicadores industriais da Confederação Nacional da Indústria (CNI). As horas de trabalho na produção foram 1,6% maiores que em janeiro, o uso da capacidade instalada aumentou 0,1 ponto de porcentagem e o faturamento real cresceu 1,6%. Mas o emprego diminuiu 0,1% e também o rendimento médio real e a massa de salários encolheram. Além disso, todos os indicadores de produção, de faturamento e de remuneração de mão de obra mostraram perdas em relação aos números de fevereiro de 2018.

A perda de impulso fica especialmente clara quando se levam em conta as comparações com os dados de um ano antes. Na maior parte de 2017 e 2018, os dados da indústria, mesmo oscilando de um mês para outro, indicaram uma tendência contínua de melhora depois da longa e funda recessão. No caso da produção industrial, a fase recessiva iniciada em 2014 durou três anos. Para o conjunto da economia, representado pelo PIB, os números negativos foram os de 2015 e 2016.

Os dados do IBGE mostram duas comparações interanuais com resultados negativos, quando se consideram os grandes itens. No primeiro bimestre, a fabricação de bens intermediários foi 0,9% menor que a de um ano antes, e a produção da indústria geral foi 0,2% inferior. Mas ainda seria preciso olhar com mais cuidado uma variação positiva.

O volume produzido pela indústria geral, em fevereiro, superou por 2% o de um ano antes, na estatística divulgada formalmente. Mas fevereiro de 2019 teve dois dias úteis a mais que o de 2018, porque o carnaval deste ano foi em março. Sem essa diferença, o confronto mostraria uma queda de 1,3%, advertiu o responsável pela pesquisa, André Macedo. E falta saber, acrescentou, se algumas indústrias anteciparam a produção por causa dos feriados previstos para março.

Falta um ponto. O setor extrativo produziu em fevereiro 14,8% menos que em janeiro, por causa do desastre de Brumadinho, e isso afetou o conjunto. Mas essa perda de produção terá sido uma anomalia? Ou seria mais correto classificar como anomalia a produção realizada em condições de enorme perigo para centenas de pessoas e para o ambiente? Feito o balanço geral, o resultado é claro. A indústria continua mal e dificilmente ganhará vigor enquanto a incerteza travar os negócios. O foco da incerteza é Brasília – mais precisamente, o Palácio do Planalto.

Folha de S. Paulo

Sangue frio

Permanecem as condições para a aprovação de uma reforma razoável da Previdência, até pelo senso de sobrevivência de governo e Congresso

Apesar das demonstrações de inabilidade política do governo Jair Bolsonaro (PSL), felizmente menos notadas nos últimos dias, o cenário mais provável para a reforma da Previdência permanece o de aprovação neste ano.

As circunstâncias ainda são as mais favoráveis já observadas para tal desde os anos 1990, quando tiveram início as tentativas — algumas fracassadas, outras parcialmente exitosas— de enfrentar o desequilíbrio nas contas dos regimes nacionais de aposentadorias.

Pela primeira vez, a empreitada merece a condição de prioridade absoluta anunciada desde antes da posse do presidente, que poderá aplicar na proposta o capital político de um início de mandato.

O debate na sociedade em torno do tema, ademais, intensificou-se no último quadriênio, em que as gestões de Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB) se viram forçadas, esta com mais método do que aquela, a encaminhar apauta.

Há hoje fartura de dados e projeções a comprovar a inviabilidade do aparato previdenciário e seu efeito devastador sobre os Orçamentos de União, estados e municípios. A oposição intransigente à reforma vai se limitando a guetos ideológicos,partidos oportunistas e entidades corporativas.

Não fosse o bastante, restam a penúria das administrações públicas e o desempenho vergonhoso da economia a atiçar o senso de sobrevivência do mundo político.

Nada disso significa, claro, que o projeto de Bolsonaro tenha chance de passar incólume pelo Legislativo — tampouco existem sinais de que o governo alimente tal ilusão.

Desde o envio do texto ao Congresso, analistas buscam estimar quanto será preservado da poupança de pouco mais de R$ 1 trilhão em dez anos estimada com as regras pretendidas. Num cálculo grosseiro, especula-se que cifras acima de 50% seriam ao menos capazes de restabelecer algum ânimo entre empresários e investidores.

A relativa pacificação dos mercados financeiros parece indicar que não se aposta, por ora, no pior.

De mais imediato, importa evitar a diluição precoce da reforma. Nesse sentido, é bem-vinda a manifestação do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RI), indicando, após reunião com líderes partidários, que não haverá alterações do texto já na Comissão de Constituição e Justiça, primeira etapa da tramitação.

Evita-se assim um conflito indevido, dado que o papel da CCJ é tão somente verificar a adequação da proposta à Carta. Sangue frio e bom senso de governo e parlamentares serão mercadorias cada vez mais preciosas daqui em diante.

Folha de S. Paulo

Educação de resultados

As deficiências da educação pública no Brasil são muitas. Várias principiam com as indicações políticas para os cargos de direção nas redes municipais e estaduais de ensino, uma deformação ainda por exterminar em não poucos locais.

Em lugar de líderes qualificados, esses postos cruciais por vezes terminam ocupados por funcionários inapetentes ou, pior, por cabos eleitorais que trabalham mais por padrinhos do que por pupilos. O antídoto existente contra isso é o concurso público, mas ele nem sempre garante que o dirigente mais adequado resultará escolhido.

Para aperfeiçoar o processo, o governo estadual de São Paulo cria agora a iniciativa Líderes Públicos. Em convênio sem custo com o grupo Aliança, que reúne as fundações Brava e Lemann e os institutos Humanize e República, futuros dirigentes passarão por entrevistas com avaliadores externos.

O propósito será aquilatar competências, tais como capacidade de tomar decisões, liderança, engajamento, resiliência e motivação.

A experiência terá início com as 91 direções regionais de ensino, mas as entrevistas virão numa segunda etapa. Primeiro o secretário da área, Rossieli Soares Silva, receberá planos de trabalho ao longo do governo de João Dória (PSDB).

Após entrevista e análise de propostas, currículos e realizações de cada um no cargo, o governo decidirá se permanecerão. Os que saírem retornarão ao posto de origem (em geral, diretores de escola).

Recorrer a avaliadores externos é um modo elogiável de aumentar a impessoalidade e a eficiência da seleção, dois princípios incontornáveis da gestão pública. Acerta o governo paulista ao cogitar estender o sistema para outros cargos de direção, inclusive em escolas.

Há que proceder com vagar, entretanto. A maioria dos diretores e supervisores nos 5.400 estabelecimentos estaduais é de concursados. Apenas 1.597 diretores e 621 supervisores se acham na condição de “designados” e estarão sujeitos à nova modalidade de avaliação.

Conviria também à administração estadual buscar o apoio do Ministério Público e de entidades como o Sindicato de Especialistas de Educação do Magistério Oficial (Udemo). O processo inovador só teria a perder se, por resistência corporativista ou razões formais, terminasse judicializado.

Eliziane Gama pede convocação de ministro para esclarecer vídeo do golpe de 1964

0

A líder do PPS no Senado, Eliziane Gama (MA), protocolou nesta terça-feira (02) requerimento de convocação do ministro da Secretaria de Governo da Presidência da República, Carlos Alberto dos Santos Cruz, para que ele compareça à Comissão de Transparência da Casa e preste informações a respeito de vídeo publicado em rede social do governo federal, no dia 31 de março, que faz apologia ao golpe militar de 1964.

“A divulgação do vídeo foi um fato deplorável e que merece o nosso repúdio, por se tratar de um período – a ditadura – que foi centrado na censura, na tortura, e no arbítrio”, disse ao justificar a apresentação dos requerimentos em plenário.

A parlamentar também apresentou requerimento para que Santos Cruz informe o nome da produtora do vídeo, de quem pagou e autorizou a produção e apontar o responsável pelo uso de meios oficiais para a postagem do vídeo.

Eliziane Gama repudiou o vídeo que faz apologia a um período que ficou no passado e que colocou como eixos fundamentais a agressão, a violência, a morte e a tortura.

“Não podemos aceitar que fatos dessa natureza aconteçam, sobretudo num regime em que nós tivemos execuções. Temos ainda dezenas de pessoas desaparecidas, sem que as famílias sequer tenham tido o direito constitucional de velar o seu ente querido”, lembrou.

A líder do Cidadania no Senado disse também ter obrigação com a população de proceder com a verdade  depois da dura conquista pelos brasileiros que foi a retomada da democracia.

“Negar questões, inclusive, já constatados pela história é algo que nós não podemos admitir”, disse, ao referir-se a ditadura militar no País.

Bancada do Cidadania na Câmara vota contra redivisão aos partidos de sobra do Fundo Partidário

0

A bancada do Cidadania na Câmara dos Deputado votou nesta terça-feira (02) a favor da emenda ao Projeto de Lei 1321/19 que permitia aos partidos políticos devolverem as sobras do Fundo Partidário aos cofres  do Tesouro Nacional.

No encaminhamento do voto, o líder do Cidadania, deputado federal Daniel Coelho (PE), afirmou que a medida, apesar de derrotada pelo plenário, seria um passo importante para trazer transparência à atividade político-partidária. Para ele, o dinheiro teria que ser devolvido aos cofres do Tesouro Nacional.

“É correto que a parte não utilizada seja encaminhada à União para que o Poder Executivo aplique na área em que considerar prioritária. Somos contrários que esse dinheiro seja dividido entre as legendas. Trata-se de recursos públicos que têm de retornar à origem”, defendeu Coelho.

O destaque foi apresentado pelo Novo à proposta que modifica o funcionamento dos partidos. A legenda anunciou que devolverá aos R$ 27 milhões que receberá do Fundo este ano. O montante será colocado em uma conta do Banco do Brasil

O texto principal do projeto foi aprovado na semana passada. Faltava apenas a apreciação dos destaques para que a iniciativa fosse encaminhada ao Senado Federal. A proposta garante a autonomia das legendas para definir o prazo de duração dos mandatos dos membros dos seus órgãos partidários permanentes ou provisórios.

Em reunião com presidente da Câmara, Carmen Zanotto pede pressa na votação de projetos sobre autistas

0

A deputada federal Carmen Zanotto (Cidadania-SC) reuniu-se nesta terça (02) com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para tratar dos projetos que tramitam na Casa que tratam dos direitos das pessoas diagnosticadas com autismo. Integrantes da Frente dos Direitos das Pessoas com Transtorno do Espectro Autista participaram do encontro, na residência oficial da presidência.

Na reunião, os integrantes da Frente nomearam as prioridades que serão levadas ao Colégio de Líderes da Câmara para serem votadas neste mês de abril, que é dedicado à causa dos autistas.

Sessão solene

Nesta manhã, a  Câmara promoveu hoje (02) sessão solene em homenagem ao Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo.

Em pronunciamento, Carmen Zanotto pediu o apoio dos parlamentares para que os projetos sobre a questão sejam votados pelo plenário da Casa.

“As pessoas com espectro autista precisam do olhar desta Casa. A ausência de políticas públicas só faz agravar o preconceito e a falta de tratamento adequado”, afirmou Carmen Zanotto.

Censo Demográfico

A deputada catarinense já entrou em articulação, no Senado Federal, em torno da aprovação de projeto de lei (PLS 129/2019), de sua autoria, inclui os autistas nos censos demográficos seja votado neste mês de abril, que é dedicado à causa mundial da pessoa autista.

Neste momento, a proposta está sob a análise da Comissão de Direitos Humanos do Senado.

Carmen Zanotto e entidades que apoiam a causa defendem que iniciativa seja levada diretamente para a votação definitiva do plenário do Senado. “A nossa estratégia é que o projeto possa ser aprovado pelo Congresso Nacional e sancionado a tempo para que o segmento autista seja inserido no próximo censo do IBGE, que deverá ser realizado no próximo ano”, contou a parlamentar, que é vice-presidente da Frente.

Ainda nesta semana, Carmen Zanotto deverá reunir-se com o presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (DEM-AP), para tratar do assunto.

Rubens Bueno comemora envio ao Senado do projeto que garante tratamento de crianças com dislexia e TDAH

0

O deputado federal Rubens Bueno (Cidadania-PR) comemorou nesta terça-feira (02) o envio ao Senado Federal do projeto de Lei (PL 7081/2010) que estabelece que o Poder Público deve manter programa de diagnóstico e tratamento de estudantes da educação básica com dislexia e Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH). A medida foi possível após a retirada de um recurso apresentado pela deputada Erika Kokay (PT-DF), que fazia com que a questão tivesse que ser analisada pela plenário da Câmara, apesar de já ter sido aprovada de forma conclusiva em todas as comissões da Câmara.

“Essa questão da dislexia e do TDAH é da maior gravidade e merece uma atenção do poder público. Como esse recurso está sendo retirado agora, esse projeto, que tem efeito conclusivo, pode seguir para o Senado. Agradeço a deputada Érika Kokay e aqueles que assinaram o recurso e que agora estão retirando suas assinaturas. Assim estamos cumprindo com o nosso objetivo maior, até porque lá na Comissão de Constituição e Justiça o relatório que eu apresentei sobre a matéria foi aprovado por unanimidade”, ressaltou o deputado.

De acordo com Rubens Bueno, o projeto, ao se tornar lei, vai beneficiar milhares de crianças e adolescentes do país que enfrentam dificuldades no aprendizado devido a esses distúrbios. A primeira proposta nesse sentido começou a tramitar em 2008.

“Trata-se de uma iniciativa da maior importância para melhorar a qualidade da educação no país e propiciar um tratamento digno para esses estudantes”, afirmou o deputado, que é professor.

Rubens Bueno ressaltou ainda que o projeto prevê que o diagnóstico e o tratamento devem ocorrer por meio de equipe multidisciplinar, de que deverão participar, por exemplo, educadores, psicólogos, psicopedagogos, médicos e fonoaudiólogos.

“As escolas da educação básica também devem assegurar às crianças e aos adolescentes com dislexia e TDAH o acesso aos recursos didáticos adequados ao desenvolvimento de sua aprendizagem. Além disso, os professores da educação básica passarão por cursos sobre o diagnóstico e o tratamento, de modo a facilitar o trabalho da equipe multidisciplinar”, explicou Bueno.

O projeto determina ainda a promoção de atividades para alcançar a identificação precoce dos alunos que sofrem dos distúrbios e destaca a responsabilidade de a escola, em todos os níveis, incluindo creches, após aviso adequado às famílias, implementar ações suficientes para identificar casos suspeitos de dislexia e TDAH entre os alunos.

“É preciso que logo no começo seja feito o diagnóstico para que o tratamento se inicie”, reforçou o deputado.

CPI aprova pedido de Paula Belmonte para investigar financiamentos do BNDES em outros países

0

A CPI do BNDES na Câmara aprovou requerimento da deputada federal Paula Belmonte (Cidadania-DF), primeira vice-presidente do colegiado, que estabelece a requisição, ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Social), de cópia de contratos, programas e ações financiadas em território estrangeiro no período de 2003 a 2015. A proposição foi votada na tarde desta terça-feira (02).

O banco deverá remeter à comissão uma lista completa e cópia dos contratos, programas, projetos e ações financiados pela instituição no período a ser investigado pela CPI. Deverá, ainda, especificar em que país foi desenvolvido o objeto do financiamento; as empresas beneficiadas direta e indiretamente pelo financiamento; e as condições de financiamento, tais como prazos, juros, carências, garantias etc.

Paula Belmonte quer saber, também, a relação percentual entre o valor total do projeto e a parte financiada pelo BNDES; as razões que justificaram cada um dos financiamentos elencados; o saldo devedor existente neste momento; o horizonte temporal para o pagamento completo dos financiamentos; e a existência, entre esse grupo de financiados, de inadimplemento.

“O BNDES concedeu diversos empréstimos questionáveis do ponto de vista do interesse público”, justificou a deputada, argumentando que essas operações precisam ser investigadas pela Câmara. Para isso, alega a parlamentar, o acesso às informações solicitadas no requerimento é de fundamental importância.

TCU

Outro requerimento proposto por Paula Belmonte à CPI requer do Tribunal de Contas da União (TCU), cópia de processos relativos a análises, investigações e auditorias sobre operações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, relativas ao período 2003 a 2015, “bem como informação sobre o estágio de andamento de cada uma delas e resultados parciais ou finais já obtidos com seus respectivos acórdãos”.