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Site diz que Sérgio Moro colaborou com MPF para ajudar Lava-Jato

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Moro discutiu Lava Jato com Dallagnol, diz site

“Intecept” divulga conversas de procuradores da Lava Jato; MPF dizem que houve ação criminosa

Folha de S. Paulo

São Paulo e Brasília – Mensagens atribuídas ao ex-juiz Sergio Moro e ao procurador Deltan Dallagnol, do Ministério Público Federal (MPF), que foram divulgadas neste domingo (9) pelo site Intercept Brasil mostram que os dois trocavam colaborações quando integravam a força-tarefa da Operação Lava Jato.

Moro, que hoje é ministro da Justiça do governo Jair Bolsonaro, foi o juiz responsável pela operação em Curitiba. Ele deixou a operação ao aceitar o convite para o cargo, em novembro passado.

O site informou que obteve o material de uma fonte anônima, que pediu sigilo. O pacote inclui mensagens privadas e de grupos da força-tarefa no aplicativo Telegram de 2015 a 2018.

Após a publicação das reportagens, a equipe de procuradores da operação divulgou nota chamando a revelação de mensagens de “ataque criminoso à Lava Jato” e disse que o caso põe em risco a segurança de seus integrantes.

Na troca de mensagens, membros da força-tarefa fazem referências a casos como o processo que culminou com a condenação do ex-presidente Lula (PT) no caso do tríplex de Guarujá. Preso em decorrência da sentença de Moro, o petista foi impedido de concorrer à Presidência na eleição do ano passado.

A sentença de Moro foi confirmada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região. A condenação já foi chancelada também pelo Superior Tribunal de Justiça.

Segundo a reportagem, Moro sugeriu ao MPF trocar a ordem de fases da Lava Jato, cobrou novas operações, deu conselhos e antecipou ao menos uma decisão judicial.

“Olá Diante dos últimos . desdobramentos talvez fosse o caso de inverter a ordem da duas planejada (sic)”, escreveu Moro a Dallagnol em fevereiro de 2016, referindo-se a fases da investigação. As mensagens foram reproduzidas da forma como o site as publicou, sem correções ou revisão gramatical.

Dallagnol disse que haveria problemas logísticos. No dia seguinte, foi deflagrada a 23ª fase da Lava-Jato, a Acarajé.

Em agosto do mesmo ano, depois de decorrido o período de quase um mês sem novas operações da força-tarefa, o ex-magistrado perguntou: “Não é muito tempo sem operação?”. A decisão, em tese, caberia aos investigadores, e não ao juiz do caso.

“É sim”, respondeu Dallagnol, de acordo com o Intercept. A operação seguinte ocorreu três semanas depois do diálogo com o magistrado.

O material que veio a público traz também reações à decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de soltar em 2015 Alexandrino Alencar, ex-executivo da Odebrecht que se tornou delator. Os diálogos mostram os membros do MPF e do Judiciário debatendo passos que poderiam levar o delator de volta para a prisão.

“Caro, STF soltou Alexandrino. Estamos com outra denúncia a ponto de sair, e pediremos prisão com base em fundamentos adicionais na cota. […] Seria possível apreciar hoje?”, escreveu Dallagnol.

“Não creio que conseguiria ver hj. Mas pensem bem se é uma boa ideia”, respondeu Moro. Nove minutos depois, o então juiz acrescentou: “Teriam que ser fatos graves”.

Em outro episódio, Moro indicou ao procurador do MPF qual seria a tendência de uma decisão sua no processo de Lula. Em 2017, o ex-juiz cobrou os procuradores sobre tentativa de adiar um depoimento do petista. “Que história é essa que vcs querem adiar? Vcs devem estar brincando”.

“Não tem nulidade nenhuma, é só um monte de bobagem”, continuou, questionando contestações que existiam à realização do interrogatório.

Um outro episódio da Lava Jato abordado na troca de mensagens é o pedido de entrevista com o ex-presidente na prisão barrado na Justiça no ano passado. Segundo conversas reproduzidas pela reportagem, procuradores do MPF envolvidos na Lava Jato reagiram com indignação à decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de autorizar a Folha a entrevistar Lula pouco antes do primeiro turno.

Derrubada no mesmo dia, a permissão só voltaria a ser concedida pela corte neste ano —a colunista do jornal Mônica Bergamo entrevistou o petista em Curitiba em abril.

No dia da decisão favorável, em 2018, a procuradora Laura Tessler escreveu no grupo de membros do MPF: “Que piada!!! Revoltante!!! Lá vai o cara fazer palanque na cadeia. Um verdadeiro circo. E depois de Mônica Bergamo, pela isonomia, devem vir tantos outros jornalistas… e agente aqui fica só fazendo papel de palhaço comum Supremo desse…” ” “Mafiosos!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!”, respondeu a procuradora Isabel Groba.

Tessler, na seqüência, afirmou: “Uma coletiva antes do segundo turno pode eleger o Haddad”, referindo-se ao candidato que substituiu Lula.

Outro procurador, Athayde Ribeiro Costa, sugeriu que a Polícia Federal adotasse uma manobra para adiar a entrevista para depois da eleição

“N tem data. So apf agendar pra dps das eleicoes”, afirmou.

Em outra mensagem, de 2016, Dallagnol cumprimentou Moro pelo fato de o então juiz ter sido destaque em manifestações de rua pelo país que pediam a saída de Dilma.

“Seus sinais conduzirão multidões, inclusive para reformas de que o Brasil precisa, nos sistemas político e de justiça criminal”, escreveu o procurador ao juiz.

O magistrado afirmou: “Parabéns a todos nós”.

Na seqüência, Moro emitiu opinião sobre o momento político do país: “Desconfio muito de nossa capacidade institucional de limpar o congresso. O melhor seria o congresso se autolimpar mas isso nao está no horizonte. E nao sei se o stf tem força suficiente para processar e condenar tantos”.

As conversas tornadas públicas sugerem ainda dúvidas de membros do MPF quanto à denúncia contra Lula no caso do tríplex. Quatro dias antes da apresentação da denúncia da Procuradoria, Dallagnol afirmou em um grupo que tinha receio sobre pontos da peça jurídica, como, por exemplo, a relação entre os desvios na Petrobras e a acusação de enriquecimento.

Procuradores se dizem vítimas de ataque de hacker.

OUTRO LADO

A força-tarefa da Lava Jato afirmou em nota que os procuradores “foram vítimas de ação criminosa de um hacker”. “A violação criminosa das comunicações de autoridades constituídas é uma grave e ilícita afronta ao Estado e se coaduna com o objetivo de obstar a continuidade da Operação, expondo a vida dos seus membros e famílias a riscos pessoais”, diz o texto.

A Procuradoria afirma ainda que não sabe a extensão da invasão e que não houve pedido de esclarecimento antes da publicação das reportagens. Sobre o teor dos diálogos, diz que as informações foram tiradas de contexto, o que pode gerar uma interpretação equivocada.

“Vários dos integrantes da força-tarefa de procuradores são amigos próximos e, nesse ambiente, são comuns desabafos e brincadeiras. Muitas conversas, sem o devido contexto, podem dar margem para interpretações equivocadas. A força-tarefa lamenta profundamente.”

A reportagem procurou Sergio Moro, mas não obteve resposta até a publicação da reportagem.

O jornalista Glenn Greenwald, fundador e editor do Intercept Brasil, disse à Folha que o site respeitará o direito ao sigilo da fonte que repassou as conversas e que, por isso, não pode detalhar a origem do material.

Ele afirmou ter “absoluto nível de confiança” na veracidade do conteúdo.

Luiz Carlos Azedo: Quem acha vive se perdendo

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NAS ENTRELINHAS – CORREIO BRAZILIENSE

O trocadilho de Noel Rosa em Feitio de Oração — “Quem acha vive se perdendo/ Por isso agora eu vou me defendendo/ Da dor tão cruel desta saudade/ Que por infelicidade/ Meu pobre peito invade” —, como diria o colega Heraldo Pereira, ajuda a encaixar os fatos da conjuntura. O samba não se aprende no colégio, explica a canção antológica: “O samba na realidade não vem do morro/ Nem lá da cidade/ E quem suportar uma paixão/ Sentirá que o samba então/ Nasce do coração”.

Entretanto, governar não é só paixão. Também se aprende no colégio, o Brasil tem excelentes escolas de administração pública e uma alta burocracia muito bem qualificada, a quem cabe zelar pela legitimidade e consistência técnica das decisões. O achismo na gestão pública é uma perdição, ainda mais num país de dimensões continentais como o Brasil. A escritora norte-americana Bárbara Tuchman (1912-1989) escreveu um livro que trata do achismo e mostra a cegueira dos governantes em momentos decisivos da história: “Os seres humanos, especialmente as autoridades, costumam ser acometidos de um estranho paradoxo: tomar atitudes totalmente contrárias aos interesses da coletividade e, em última análise, a si mesmos, ainda que elas possam parecer o contrário”. Chamou o fenômeno de “a marcha da insensatez”, expressão que intitula seu livro.

A história está cheia de exemplos de decisões desastradas de governantes. A soberba dos papas da Renascença levou a Igreja Católica ao grande cisma protestante. O rei inglês Jorge III, ao tomar medidas extremamente impopulares em suas colônias americanas, impeliu-as a declarar a independência e a fundar os Estados Unidos. A ocupação de Moscou fez Napoleão perder a guerra na Rússia. As coletivizações forçadas de Stálin provocaram uma escassez crônica de alimentos na antiga União Soviética. O Grande Salto Pra Frente de Mao Zedong matou de fome milhões de chineses. A intervenção norte-americana no Vietnã levou os Estados Unidos ao seu maior desastre militar. Aqui no Brasil, recentemente, a “nova matriz econômica” da ex-presidente Dilma Rousseff jogou o Brasil na sua maior recessão e provocou seu impeachment.

O presidente Jair Bolsonaro está dando mais importância ao próprio achismo do que ao planejamento estratégico com base em estudos e pesquisas científicas, realizados para elaborar políticas públicas mais eficientes. As mudanças nas leis de trânsito, por exemplo, são eloquentes quanto a isso. A confrontação da legislação com seus resultados, em termos históricos e estatísticos, mostra que a política estava na direção correta ao desestimular o uso do automóvel e retirar das ruas os motoristas infratores contumazes. Não apenas devido aos indicadores de mortes violentas, mas também por causa do impacto físico e econômico dos acidentes de trânsito no sistema de saúde pública.

Erros estratégicos

O mesmo raciocínio vale para a questão da liberação de venda, posse e porte de armas. O fato de o banditismo ter aumentado devido ao tráfico de drogas não justifica uma política que, em última instância, vai armar os mais violentos. O indivíduo que deseja ter uma arma em casa para se proteger numa situação específica é uma coisa: moradores de zonas rurais, por exemplo; outra, bem diferente, é o sujeito ter uma arma e portá-la nas ruas, simplesmente porque gosta de atirar e pretende fazê-lo se tiver motivação e oportunidade. A maioria dos especialistas em segurança pública é a favor do desarmamento da população. A política correta é desarmar os bandidos (como o nosso Exército fez no Haiti, por exemplo), não é armar quem gostaria de fazer justiça pelas próprias mãos. Além disso, a quebra do monopólio do uso da violência pelo Estado é um risco para a democracia, porque possibilita o surgimento de uma militância política armada, como no fascismo.

Há inúmeros exemplos de achismos desastrosos na condução de áreas específicas do atual governo. É o caso do meio ambiente, onde o desmantelamento da política de proteção ambiental já produziu índices alarmantes de desmatamento na Amazônia, além de reações internacionais à compra de produtos agrícolas brasileiros, por causa da liberação quase que indiscriminada da venda de agrotóxicos. A maior vítima do achismo, porém, é o Censo de 2020, cujo questionário foi enxugado pela nova orientação dada ao IBGE. A alteração da série histórica com relação a diversos indicadores de qualidade de vida da população é uma maneira de varrer para debaixo do tapete nossas desigualdades e iniquidades sociais e pode levar a erros estratégicos graves, com consequências colossais. Cinco dirigentes do corpo técnico do órgão já pediram demissão por causa disso.

As opiniões de pé de ouvido da “bancada da bala”, dos ruralistas e dos caminhoneiros têm mais peso do que décadas de estudos e pesquisas de cientistas e órgãos especializados, mesmo de estudos de estado-maior das Forças Armadas sobre temas estratégicos para a coesão nacional e o desenvolvimento do país. A última pérola do achismo é o “Peso Real”, a nova moeda que o presidente Bolsonaro anunciou que pretende criar em parceria com o presidente argentino Maurício Macri. (Correio Braziliense – 09/06/2019)

Veja as manchetes e editoriais dos principais jornais hoje (10/06/2019)

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MANCHETES

O Globo

Novo prazo para MPs dificulta ação do governo
Estados evitaram alterar Previdência de seus servidores
Site diz que Lava-Jato e Moro atuaram em conjunto
Bolsonaro cobra aprovação de crédito suplementar
Rio perde 232 escolas públicas em áreas rurais
Unicamp vai investigar fraudes em cotas
Trump confunde fronteiras em guerra comercial

O Estado de S. Paulo

Legislativo e Judiciário têm sobra de R$ 7,7 bi nos Estados
PF investiga invasão de telefones de Moro e do MP
Relator pode propor nova regra de transição
Com Toffoli, julgamento virtual avança no Supremo
Condômino antissocial pode ser expulso

Folha de S. Paulo

Maia e Alcolumbre afirmam que eles e Bolsonaro têm de se aturar
Entidades são autoras de emendas da Previdência
Moro discutiu Lava Jato com Dallagnol, diz site
Salário da Vale aquece a economia em Brumadinho
Milhares protestam contra Pequim em Hong Kong

Valor Econômico

Número de alunos da cota racial cresce 39% nas federais
Hapvida fecha compra em GO e olha ativos
Liquidação do banco Santos chega ao fim
Receitas da ‘indústria da multa’ são desconhecidas
G-20 quer taxar gigante digital e multinacional
Soma de três infrações de trânsito gerou R$ 11,3 bi em 2018

EDITORIAIS

O Globo

Assembleias sem transparência e relevância

No conjunto, os 1.059 deputados estaduais do país custam mais de R$ 20 bilhões por ano aos cidadãos

Na Assembleia Legislativa do Rio há cerca de 70 funcionários para cada parlamentar. Não se conhecem dados precisos, mas é possível estimar que atualmente existem mais de cinco mil pessoas inscritas na folha de pagamentos, a um custo médio de R$ 10,8 milhões anuais por deputado (são 70 deputados estaduais).

A despesa total da Alerj apenas com pessoal ultrapassou R$ 762 milhões nos últimos 12 meses, segundo o último relatório de gestão fiscal. Isso é extraordinário para um estado que se debate na falência.

Há deputado com 39 servidores no gabinete e pagamentos de auxílio-educação (“bolsa de reforço escolar”) de R$ 1.193,36 para até dois dependentes por funcionário.

As despesas do Legislativo fluminense são pouco conhecidas. Sabe-se que a assembleia e seu órgão assessor, o Tribunal de Contas, custam R$ 1,2 bilhão por ano aos cofres públicos. É valor alto, proporcionalmente superior ao da Assembleia de São Paulo, estado com população três vezes maior.

Os deputados parecem cultivar alergia à transparência. Num recém-divulgado relatório, por exemplo, eles se autoelogiam por “redução de gastos” de R$ 358 milhões em 2018. Não explicam as razões, origem e destino dos recursos e, principalmente, evitam detalhar as contas. Essa opacidade no manejo do dinheiro dos contribuintes expõe a Alerj como autêntica caixa-preta do setor público fluminense.

A Alerj é um dos símbolos das distorções que permeiam o Poder Legislativo nos 26 estados e no Distrito Federal. No conjunto, os 1.059 deputados estaduais custam mais de R$ 20 bilhões por ano ao bolso dos cidadãos, operam com evidentes deficiências e se destacam pela opacidade na demonstração de seus gastos, sobretudo com pessoal.

Minas Gerais, outro estado falido, abriga a assembleia mais cara do país: custa R$ 1,6 bilhão — o equivalente a 15% do déficit orçamentário estadual deste ano. Omitindo-se na crise, os 77 parlamentares mineiros têm se dedicado a lotear até os cargos de assessoria técnica da estrutura operacional da instituição.

Aspecto comum nas pautas legislativas estaduais é o predomínio da irrelevância. Em geral, os deputados preferem transferir poder aos governadores, atuando como simples carimbadores das decisões do Executivo. Em São Paulo, por exemplo, 77 deputados passaram os últimos três anos discutindo 2,2 mil projetos de lei. Metade versava sobre nomes de ruas, homenagens e celebrações, como a da Festa da Jabuticaba na cidade de Casa Branca, a 200 quilômetros da capital.

A transparência nos gastos e o empenho, com vigor, no debate de alternativas para saída da crise deveriam ser itens prioritários das pautas das assembleias legislativas. São dívidas pendentes dos deputados estaduais para com a sociedade, que lhes paga altos salários.

O Globo

Mudanças no Código de Trânsito terão alto custo para a sociedade

Projeto de Bolsonaro propõe dobrar de 20 para 40 limite de pontos para perda da carteira de habilitação

Entregue à Câmara dos Deputados pelo presidente Jair Bolsonaro, na última terça-feira, o projeto de lei que relaxa as punições a motoristas que desrespeitam as normas de trânsito sinaliza um caminho perigoso num país que registra mais de 35 mil mortes no trânsito a cada ano e que se mantém como um dos campeões de acidentes.

Entre os muitos pontos polêmicos, o PL propõe dobrar de 20 para 40 pontos o limite para que seja cassada a carteira do condutor —na quarta-feira, Bolsonaro disse que, por ele, passaria para 60. Como mostrou reportagem do GLOBO, apenas em São Paulo e no Rio, seriam beneficiados 1,4 milhão de motoristas que têm de 20 a 39 pontos.

No projeto, assinado pelo ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, alega-se que “alcançar 20 pontos está cada dia mais comum na conjuntura brasileira”. Ora, então que se façam campanhas educativas e se aumente a fiscalização para que a lei seja cumprida. Mudar o Código nada mais é do que capitular frente aos infratores.

Outro ponto controverso é o fim da multa para motoristas que transportam crianças sem cadeirinha. Pelo projeto, o desrespeito à norma—hoje, infração gravíssima—geraria apenas advertência. Segundo a OMS, o uso de cadeirinhas reduz em até 60% o número de mortes de crianças em acidentes.

A extinção da exigência de exame toxicológico para motoristas profissionais é outra medida temerária, pois desconsidera a realidade das estradas.

Importante que se entenda que o atual Código, sancionado em 1997, durante o governo Fernando Henrique Cardoso, foi concebido com o intuito de conter a violência no trânsito que, a cada ano, mata, mutila e incapacita milhares de pessoas em idade produtiva (a maior parte das vítimas tem entre 20 e 39 anos). É fruto de estudos que visam a aumentar a segurança de motoristas, passageiros e pedestres num país recordista de mortes no trânsito. Nesse contexto, uma de suas inovações foi o sistema de pontuação, que leva à suspensão do direito de dirigir quando o motorista atinge 20 pontos na carteira.

É sabido que infrações como excesso de velocidade e avanço de sinal costumam ocupar o topo do ranking de multas. Portanto, dobrar o limite para perda da carteira é estimular a imprudência ao volante. Ao lado de outros equívocos, como retirada de pardais e radares móveis de rodovias federais, a medida terá altos custos para a sociedade.

Segundo o Ministério da Saúde, em 2017, 35,3 mil pessoas morreram em acidentes de trânsito em todo o país. Já os gastos com as 182.838 internações na sobrecarregada rede do SUS somaram R$ 260 milhões. O governo deveria estar empenhado em reduzir esses números a níveis civilizatórios. E não em torná-los ainda mais trágicos.

O Estado de S. Paulo

O Supremo se corrige

A decisão do Supremo Tribunal Federal dispensando autorização legislativa para a venda do controle de subsidiárias de empresas públicas e sociedades de economia mista, tomada em sessão na quinta- feira passada, reparou flagrante intromissão da própria Corte em assunto exclusivo da direção das estatais. Essa correção reduz a insegurança jurídica nos negócios dessas empresas, condição essencial para sua saúde financeira e para a confiança dos agentes privados que nelas investem.

Alguns votos de ministros do Supremo, no entanto, indicam a permanência, naquele tribunal, de uma visão contaminada pela política, o que infelizmente prenuncia mais decisões ideologicamente motivadas como a que acaba de ser derrubada. Em junho de 2018, uma liminar concedida pelo ministro Ricardo Lewandowski a pedido de funcionários e sindicalistas da Caixa Econômica Federal impediu a venda de empresas controladas pelas estatais, exigindo aval legislativo prévio. A decisão ainda proibiu a dispensa de licitação nos casos em que a venda envolva perda de controle acionário.

Assim, monocraticamente, o ministro Lewandowski alterou uma lei aprovada pelo Congresso, a Lei das Estatais, objeto da ação. Foi com base nessa decisão do ministro Lewandowski que sindicatos dos petroleiros e de operadores de refinarias entraram no Supremo para impedir a venda da Transportadora Associada de Gás (TAG), rede de gasodutos da Petrobrás. No dia 26 de maio, o ministro Edson Fachin concedeu liminar atendendo a esse pleito, a despeito do fato de que a venda havia sido realizada sob orientação do Tribunal de Contas da União e depois de analisadas as melhores ofertas.

O resultado é que o negócio, fechado pela Petrobrás com o grupo francês Engie por US$ 8,6 bilhões, foi suspenso. O prejuízo, nesse caso, não é apenas financeiro. Claramente, houve interferência indevida do Judiciário numa decisão exclusivamente empresarial de uma companhia estatal com ações em Bolsa. Com aval do Supremo, os interesses de corporações sindicais se sobrepuseram ao plano de negócios da Petrobrás. Num cenário incerto como esse, é natural que os investidores fiquem em dúvida se devem ou não realizar negócios com a Petrobrás ou qualquer outra estatal.

Felizmente, o plenário do Supremo, ao julgar o caso, decidiu que não há necessidade de aval do Congresso nem de licitação para a venda de subsidiárias de estatais, desde que se respeitem os princípios gerais da administração pública. Em seu voto, o ministro Alexandre de Moraes sustentou, corretamente, que a Constituição determina apenas a necessidade de uma autorização genérica que permita às estatais criarem e administrarem subsidiárias, dispensando-se aval legislativo para a criação ou mesmo a venda de cada uma dessas subsidiárias. “Se precisar de lei específica para cada subsidiária, todas as subsidiárias existentes hoje no Brasil, nos municípios, Estados e União, todas são ilegais. Nenhuma tem autorização específica”, disse Moraes.

Alguns ministros, contudo, decidiram ir além do aspecto estritamente técnico envolvido na questão para reafirmar suas opiniões políticas acerca das privatizações, o que, ao fim e ao cabo, colabora para manter no horizonte o risco de novas interferências indevidas. O ministro Ricardo Lewandowski, por exemplo, afirmou que “havia e há, com efeito, uma crescente vaga de desestatizações que vem tomando corpo em todos os níveis da Federação, a qual, se levada a efeito sem a estrita observância do que dispõe a Constituição, poderá trazer prejuízos irreparáveis ao País”. Já o ministro Luiz Fux fez saber que, em sua opinião, a privatização de estatais, “neste momento, é mais importante que reformar a Previdência, porque os valores reverterão mais celeremente para a União”.

E o ministro Luís Roberto Barroso opinou que, “no fundo, nós estamos travando um debate político disfarçado de discussão jurídica, que é a definição de qual deve ser o papel do Estado e quem deve deliberar sobre este papel no Brasil atual”. Nem se discute quem tem razão nesse debate sobre as privatizações ou o tamanho e o papel do Estado; discute- se, sim, se é adequado que tal debate se dê no Judiciário, cujos integrantes não foram eleitos pelo voto popular direto para decidir sobre isso.

O Estado de S. Paulo

Freios e contrapesos

Foi aprovado pela Comissão de Constituição, Justiça e de Cidadania (CCJ) do Senado um projeto de lei que acaba com a possibilidade de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) tomar decisões monocráticas em Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) e Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF), ou seja, em ações que questionam a validade de leis aprovadas pelo Congresso Nacional ou de atos do poder público. O projeto tem caráter de urgência e vai à deliberação do plenário da Casa. Um projeto dessa natureza, a rigor, não deveria sequer ser proposto.

Afinal, a colegialidade é atributo ínsito de uma corte como o STF. Mas extravagante não é seu autor, o ex-deputado Rubens Pereira Júnior (PCdoB-MA). Se o projeto foi proposto em 2017 e tramitou até aqui é porque não foram poucos os casos em que ministros do STF, movidos sabe-se lá por que razões, tomaram para si o poder de decidir sozinhos questões de interesse nacional que, para melhor juízo, deveriam ser submetidas aos 11 juízes da mais alta instância do Poder Judiciário. Decisões liminares têm sido concedidas monocraticamente por ministros da Corte Suprema e, em alguns casos, ficam valendo por anos até que a ação seja submetida ao plenário.

Igualmente perniciosos são os pedidos de vista que se perdem no tempo e se transformam em uma espécie de poder de veto que não é dado ao Poder Judiciário. E quando a vista é devolvida, há situações em que nova indeterminada janela de tempo se abre até que o presidente de turno do STF decida pautar o julgamento da ação em questão. Em um Estado Democrático de Direito, como é o Brasil, não há Poder primaz. Os Três Poderes devem guardar estrita obediência à Constituição, aos limites de atuação que a Lei Maior lhes impõe. Qualquer ação de algum deles fora deste imperativo democrático é uma usurpação de competência que enfraquece o sistema de freios e contrapesos.

Por este saudável sistema, leis aprovadas pelo Congresso devem ser submetidas ao crivo do Executivo, que pode sancioná- las ou vetá-las, inclusive apontando eventuais inconstitucionalidades para justificar os vetos. Daí se presume que uma lei aprovada pelo Congresso e sancionada pela Presidência da República é constitucional. Ao Poder Judiciário – ao STF, em particular – cabe a palavra final caso seja provocado. “Isso (decisão monocrática) cria uma situação absurda em que um único ministro do Supremo acaba tendo mais poder do que 513 deputados, 81 senadores e o presidente da República”, disse o senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR), relator do projeto na CCJ.

A Lei 9.868/1999, que dispõe sobre a ADI, já prevê no artigo 22 que “a decisão sobre a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade da lei ou do ato normativo somente será tomada se presentes na sessão (do STF) pelo menos oito ministros”. Mas nem sempre isso é cumprido pelos ministros, por incrível que possa parecer. O caso mais recente envolveu uma decisão monocrática que proibiu a venda de participação acionária do governo federal em estatais sem a autorização do Legislativo. Houve outros casos, como os que envolveram a criação de tribunais regionais federais, o tabelamento do frete rodoviário, o fim do auxílio-moradia e outros “penduricalhos” concedidos aos membros do Poder Judiciário e do Ministério Público, as regras para distribuição dos royalties do petróleo, entre outros.

De acordo com a proposta, durante o período de funcionamento regular do STF, as decisões de caráter cautelar ou liminar em ADI ou ADPF só poderão ser tomadas pelo plenário do STF, ou seja, pela maioria dos ministros. O texto prevê ainda que os órgãos ou autoridades dos quais emanou a lei ou ato impugnado devem ser ouvidos no prazo de cinco dias. A medida é muito oportuna, mas restringir a obrigatoriedade da decisão colegiada ao período de funcionamento regular da Corte significa abrir espaço para que a anomalia que se pretende coibir possa ser cometida no recesso. Será bom se o plenário do Senado reavaliar este ponto.

O Estado de S. Paulo

Inflação no rumo certo

Depois de um salto no começo do ano, a inflação voltou aos trilhos e está de novo no rumo da meta de 4,25%, fixada para 2019. Os preços da comida se acomodaram, trazendo um alívio muito importante para a maior parte das famílias, principalmente para as de menor renda. Em maio, a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ficou em 0,13%, bem abaixo da taxa de abril, 0,57%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O recuo das pressões inflacionárias havia sido previsto há meses pelo Banco Central (BC).

Confirmada essa previsão, a autoridade monetária tem mais tranquilidade para manter os juros básicos em 6,50%, um nível historicamente baixo e favorável, tanto quanto possível neste momento, à reativação dos negócios. Há quem aposte, no mercado financeiro, em pelo menos um corte de juros neste ano, mas isso parece pouco provável enquanto o horizonte permanecer enevoado. A névoa ficará menos densa se for aprovada, em breve, uma reforma da Previdência com potencial de proporcionar uma grande economia em dez anos. Mas uma boa reforma das aposentadorias ainda poderá ser insuficiente para criar a segurança necessária no curto e no médio prazos.

Será ainda preciso avaliar as condições de aprovação de outras mudanças importantes, como a tributária, e o cenário internacional, hoje escurecido por muitas e inquietantes incertezas. Um agravamento das tensões comerciais entre as maiores potências – Estados Unidos, China, e possivelmente União Europeia – poderá comprometer as condições da economia global e criar instabilidade cambial. Neste momento, o Brasil tem reservas suficientes, em torno de US$ 380 bilhões, para suportar um choque externo de duração limitada. Choques cambiais fortes e demorados, no entanto, podem afetar o equilíbrio externo e, em certas circunstâncias, interferir na formação dos preços internos e alimentar a inflação. Em qualquer dessas circunstâncias – ou na conjunção das duas – a alta de juros poderá ser inevitável.

Talvez nenhum grande risco externo se materialize nos próximos 12 ou 24 meses, mas ninguém deveria menosprezá-lo. As preocupações seriam muito menores se o Brasil estivesse com as contas públicas saudáveis e em posição de suportar choques severos como o de 2008. Mas essas contas, mesmo com a reforma da Previdência, estarão em condições difíceis pelo menos até 2022 ou 2023, segundo projeções correntes. Até lá, os formuladores da política monetária terão de trabalhar levando sempre em conta o estado e as perspectivas de finanças públicas muito frágeis. Por enquanto, os dirigentes do BC podem manter alguma tranquilidade em relação a duas frentes.

O balanço de pagamentos continua razoavelmente seguro, com déficit moderado e facilmente financiável nas transações correntes, e a inflação está de novo contida, depois de uma aceleração nos primeiros meses de 2019. No ano, a alta acumulada do IPCA ficou em 2,22%. Em 12 meses, a variação passou de 4,94% em abril para 4,66% em maio, voltando a convergir para a meta oficial. A menor pressão inflacionária é especialmente benéfica para os consumidores de renda mais baixa. O IPCA é calculado com base no orçamento médio das famílias com renda de 1 a 40 salários mínimos por mês. O IBGE acompanha também a evolução dos gastos de famílias com renda mensal de 1 a 5 salários mínimos. Desse acompanhamento resulta o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).

Entre abril e maio, esse indicador recuou de 0,60% para 0,15%, graças, principalmente à queda de 0,59% do custo da alimentação. Dificilmente uma família de renda modesta deixa de se queixar dos preços, mesmo quando ocorre uma trégua. Isso é compreensível. Mas, em termos objetivos, o recuo da inflação é notícia muito boa, especialmente porque os trabalhadores menos qualificados e economicamente mais modestos compõem uma parcela muito grande dos desempregados e subempregados.

Folha de S. Paulo

Privatização na lei

Supremo enfim decide que venda de subsidiárias de estatais não depende de autorização legislativa, o que dá segurança jurídica aos processos de ajuste

Em decisão tomada por expressiva maioria, o Supremo Tribunal Federal removeu os óbices para a venda de subsidiárias de empresas estatais, que não dependerão de aprovação do Congresso e processo formal de licitação.

O julgamento, concluído na quinta-feira (6), referiu-se a ações movidas contra dispositivos da lei das estatais, de 2016. Uma delas já contava com liminar do ministro Ricardo Lewandowski no sentido de que seria necessária prévio aval legislativo para quaisquer alienações.

A tese vencedora foi a de que o artigo 37 da Constituição estipula a necessidade de lei específica para autorizar a criação de empresas públicas ou de economia mista, mas o faz apenas de forma genérica no caso de subsidiárias.

Ou seja, uma vez autorizada a criação da companhia-mãe, e havendo na mesma lei a permissão para subsidiárias, caberá ao Executivo decidir quais, se e quando serão efetivamente criadas —na medida em que é sua prerrogativa dispor sobre a organização e o funcionamento da administração.

Assim, por simetria, também seria desnecessária autorização legislativa para a venda de subsidiária.

A maioria dos ministros também entendeu ser dispensada a licitação no caso de alienação de ações, conforme lei existente, restando a exigência genérica de haver competição de modo a resguardar os princípios da impessoalidade e eficiência na gestão pública.

Ficou definida, entretanto, a necessidade de autorização legislativa e procedimento licitatório para a venda do controle das matrizes, incluindo não apenas Petrobras, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, mas todas as 46 estatais de propriedade direta da União.

O ministro Edson Faehin revogou, logo após o julgamento, sua liminar contra a venda da TAG, uma transportadora de gás da Petrobrás. Esta pode agora concluir a transação, fixada em aproximadamente R$ 34 bilhões.

Fica novamente aberto o caminho para a reorganização societária da gigante petroleira. Tal programa é importante não apenas para a saúde financeira da companhia, mas também por permitir maior competição em setores fundamentais como distribuição de gás e refino de petróleo.

Entre idas e vindas, e não sem doses de casuísmo na interpretação constitucional, consolidou-se no Supremo um entendimento mais claro a reforçar a segurança jurídica do processo de privatização.

Ainda que tenham permanecido obstáculos no caso das empresas principais, a liberdade concedida ao Executivo no caso das subsidiárias abre uma via importante para viabilizar novos investimentos.

Folha de S. Paulo

Maconha com ciência

Na terça-feira (11), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) pretende enfim dar início ao necessário debate sobre a regulamentação do uso da maconha para fins medicinais no Brasil.

Os diretores da agência reguladora discutirão a possibilidade de submeter a consulta pública duas propostas de resolução: uma referente ao plantio de cânabis para pesquisa e produção de medicamentos; outra com regras para o registro e o controle desses produtos.

Não são poucas as razões para que o país avance nessa discussão e passe a contemplar tais possibilidades, a exemplo de nações como Canadá, Israel, Peru, Argentina, Chile e Reino Unido, além de mais de 30 estados americanos.

As pesquisas sobre os efeitos terapêuticos da maconha e de seus derivados têm se desenvolvido a passos largos nas últimas décadas.

Hoje, eles são utilizados com sucesso no tratamento de epilepsia refratária, dores crônicas ou neuropáticas, doença de Parkinson, glaucoma e esclerose múltipla, além de reduzirem os efeitos colaterais decorrentes dos tratamentos de câncer e Aids.

Não à toa, já há alguns anos a Anvisa permite que pacientes brasileiros importem substâncias à base da erva. Desde 2015, foram dadas quase 10 mil autorizações para a compra de óleos e medicamentos produzidos com CBD (canabidiol) e THC (delta-9-tetra-hidrocanabinol), 2 dos cerca de 80 princípios ativos da maconha.

O processo de importação, no entanto, é lento e burocrático, e os custos, muitos vezes altíssimos. Alguns tratamentos chegam a custar milhares de reais por mês, o que tem levado a ações judiciais para que planos de saúde e o SUS forneçam as substâncias.

A permissão da Anvisa deverá facilitar o acesso e baratear o custo desse produtos, já que eles poderão ser produzidos por aqui. Além de empresas nacionais, instituições como a USP de Ribeirão Preto, a UFRJ, a Unifesp e a Fiocruz já estudam compostos da erva com vistas a desenvolver medicamentos.

Além de beneficiar o paciente, a medida pode também inserir o país num mercado de grande potencial. Apenas nos Estados Unidos, estudos apontam que, em 2024, a maconha para fins medicinais deve movimentar US$8 bilhões (cerca de R$ 30 bilhões).

Há, por fim, um aspecto mais amplo, e talvez mais relevante, da questão. Se bem conduzido, o processo de regulamentação do uso da maconha para fins medicinais pode representar o passo inicial para a construção de uma política pública para drogas baseada no conhecimento científico.

Trata-se de caminho promissor para um debate menos contaminado por ideologia e preconceito.

Freire critica moeda única e diz que Paulo Guedes deve se preocupar com a situação do País

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O presidente do Cidadania, Roberto Freire, criticou a proposta feita pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, e o ministro da Economia, Paulo Guedes, de criar uma moeda única entre Brasil e Argentina. Para ele, o Executivo deveria estar mais preocupado com a situação financeira brasileira que corre o risco de entrar em recessão técnica.

“Ao invés de pensar a tolice de moeda única Brasil/Argentina, o Paulo Guedes devia se concentrar, para além da reforma da previdência, na economia brasileira que não vai nada bem”, disse o dirigente nas redes sociais.

Moeda única

Jair Bolsonaro e Paulo Guedes discutiram a ideia na última quinta-feira (6) em encontro com empresários argentinos em Buenos Aires. O tema também chegou ser debatido com o ministro da Economia do presidente Mauricio Macri, Nicolás Dujovne.

As afirmações sobre a criação de moeda única foram vistas com cautela no Brasil. O Banco Central brasileiro chegou a emitir nota afirmando que não existem estudos e nem análises técnicas sobre a proposta.

Meio ambiente, pacote anticrime, vetos e medidas provisórias marcam semana dos senadores do Cidadania

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Em semana marcada pelo Dia Mundial do Meio Ambiente e por votações em plenário na segunda-feira (03) e quinta-feira (06), o Senado aprovou dentre outras propostas a medida provisória (MP 871/219) do pente fino nos benefícios do INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social) e o projeto do chamado marco regulatório do saneamento básico (PL 3.261/2019). A bancada do Cidadania participou ativamente dos debates em plenário e nas comissões da Casa.

“A defesa dos pobres, dos órfãos e das viúvas”. Foi com esse argumento que a líder do Cidadania no Senado, Eliziane Gama (MA), justificou o voto contrário à MP 871/2019. Para ela, a aprovação de reformas como a da Previdência é fundamental para tirar o País da crise, mas que no caso da MP os trabalhadores rurais são os mais prejudicados.

“Não é uma questão antifraude. Aqui ninguém é a favor de fraude, ao contrário. Aliás, contra a fraude não tem que haver apenas uma ação pontual. Para combater a fraude tem que haver uma ação continuada, permanente. Todos nós somos favoráveis. Agora, nós não podemos, em detrimento disso, inviabilizar a aposentadoria”, disse a senadora, ao considerar que a MP não tratava apenas de pente fino nas aposentadorias e pensões do INSS, mas de uma forma de dificultar o acesso de trabalhadores rurais, idosos e pessoas com deficiência ao benefício (veja aqui).

Pacote anticrime

Na terça-feira (04), a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) debateu em audiência pública o Projeto de Lei 1.864/2019, proposta que trata da prisão em segunda instância e que faz parte do pacote anticrime do governo reapresentado pela senadora Eliziane Gama (veja aqui). O projeto, considerado a “espinha dorsal” do pacote anticrime, é relatado pelo senador do Cidadania Marcos do Val (ES), autor do pedido da audiência.  

A proposta que criminaliza o uso de caixa dois nas campanhas eleitorais (PL 1.865/2019) também foi alvo de debate na CCJ, na quinta-feira (06). O projeto também integra o pacote anticrime reapresentado pela senadora do Cidadania (veja aqui). 

Pessoas desaparecidas

Eliziane Gama criticou a atitude de integrantes do governo de não cumprirem o acordo para derrubada do veto referente à implantação do Cadastro Nacional de Pessoas Desaparecidas (veja aqui).

O dispositivo entrou na pauta da sessão do Congresso Nacional, na quarta-feira (05), e segundo a parlamentar, não foi analisado por meio de destaque porque os líderes do governo asseguraram sua derrubada, o que não foi cumprido no decorrer da votação.

Junho Verde

Ao presidir a sessão especial do Dia Mundial do Meio Ambiente no Senado, na quinta-feira (06), a líder do Cidadania na Casa fez uma reflexão na abertura da solenidade sobre a questão ambiental no País chamando a atenção para o enfraquecimento da agenda ambiental do governo Bolsonaro (veja aqui).

“Eu quero dizer a todos que temos, na verdade, a esperança de que este ato contribua para sensibilizar as nossas autoridades a entenderem que meio ambiente e economia podem andar de mãos dadas, e, mais do que isso, que um não sobrevive sem o outro. Se autoridades do Poder Executivo não se sensibilizarem, seguindo o caminho de não valorização da política ambiental, que o Congresso Nacional e o Poder Judiciário possam cumprir o seu papel constitucional, neste momento, no nosso País”, defendeu a senadora na presença do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, ambientalistas, parlamentares e integrantes do Ministério Público Federal e do Judiciário.

A sessão especial integra a programação do Junho Verde, que será realizada durante todo o mês do meio ambiente com debates, audiências públicas e participação de especialistas em temas como desenvolvimento, sustentabilidade e proteção ambiental.

Combate à corrupção

“Estamos vivendo um momento em que o combate à corrupção, a redução da criminalidade violenta e o aprimoramento das políticas de segurança pública encontram-se como prioridades na pauta do governo federal e deste Parlamento. Essas são exigências atuais da sociedade brasileira e das quais não podemos nos esquivar”, afirmou o senador Marcos do Val (ES), ao presidir, na terça-feira (04), a audiência audiência pública sobre o pacote anticrime na CCJ (veja aqui).

No debate, estiveram presentes nomes como o do professor, jurista e ex-procurador de Justiça de Minas Gerais, Rogério Greco; o delegado-geral da Polícia Civil do Espírito Santo, José Darcy Santos Arruda; e o juiz Federal da 5ª Vara do Rio Grande do Norte, Dr. Ivan Lira de Carvalho.

Decreto de armas

Os projetos de decreto legislativo que sustam os efeitos do decreto sobre armas editado pelo presidente Jair Bolsonaro serão analisados na CCJ na próxima quarta-feira (12). Relator das propostas, o parlamentar do Cidadania fez uma complementação de voto na reunião de quarta-feira (5) do colegiado, sem mudar sua convicção pela rejeição dos PDLs, e um pedido de vista coletiva adiou mais uma vez a votação da proposta (veja aqui). Ele defende a constitucionalidade do decreto presidencial.

Eram cinco PDLs que pediam a suspensão dos efeitos do decreto presidencial editado em janeiro para regulamentar a compra de armamento e munição e liberar a posse de arma para diversas categorias, como políticos, advogados e agentes de trânsito. No fim de maio, a senadora Eliziane Gama apresentou outro (PDL 322), para sustar também a nova versão do decreto de Bolsonaro, publicado em maio para alterar o de janeiro.

Entrevista

Em entrevista ao Jornal da CBN, na quarta-feira (5), Marcos do Val disse que “faltaram informações” ao ministro da Justiça Sérgio Moro quando ele afirmou que o decreto do presidente Bolsonaro, que flexibiliza o porte de armas, não é uma medida de segurança pública (veja aqui).

O senador reforçou que considera Moro uma pessoa “extremamente capacitada”, mas “precisa ser esclarecido para ele que um cidadão que teme a lei é um cidadão que auxilia as forças policiais”, disse. Marcos do Val garantiu que o decreto é constitucional.

MP das Frades no INSS

O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) liderou, juntamente com os partidos que fazem parte do bloco independente do Senado Federal (Cidadania, Rede, PDT, PSB), um acordo com o governo federal e a aprovação da Medida Provisória 871/2019, que também busca coibir fraudes nos benefícios do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e é avaliado como de especial importância para a manutenção de beneficiários rurais.

A MP foi aprovada com 55 votos a favor e 12 contrários e o parlamentar do Cidadania discursou em apoio à proposta, pois considerou “os prejuízos com as fraudes são muito grandes”.

Na versão do texto da MP aprovada pela Câmara, o trabalhador rural poderá fazer uma autodeclaração de atividade no campo, cuja veracidade será comprovada por órgãos públicos e essa modalidade valerá até 2023.

Depois desse prazo, a autodeclaração não será mais aceita e o trabalhador rural terá que se inscrever no CNIS (Cadastro Nacional de Informações Sociais) para comprovar o tempo de serviço no campo e poder receber o benefício.

Meio ambiente

Com o voto e apoio de Alessandro Vieira, Comissão de Meio Ambiente aprovou, na quarta-feira (05) um projeto de resolução do Senado (PRS 52/2019) que cria a campanha “Junho Verde” para a conscientização sobre a importância da preservação do meio ambiente. O texto, apresentado por 35 parlamentares (veja aqui).

Para o senador, a defesa do meio ambiente “não é uma pauta de partidos ou governos”.

“Tem que ser uma pauta da nação brasileira. É preciso fazer o esforço de desfazer a construção fictícia de que preservação ambiental é incompatível com desenvolvimento. Isso é uma manifestação de profunda ignorância. É possível desenvolver o Brasil, produzir riquezas e gerar empregos e ao mesmo tempo preservar nosso meio ambiente”, afirmou.

STF

Alessandro Vieira também comentou a possibilidade de o Senado votar nos próximos dias medida que propõe restringir a atuação de ministros do STF (Supremo Tribunal Federal).

“Temos que buscar um aprimoramento do sistema. Não pode ter decisão monocrática que interrompa a vigência de uma lei e que depois essa liminar fica sem ser apreciada”, afirmou ao jornal o Estado de S. Paulo (veja aqui).

O projeto que está pronto para análise no plenário da Casa proíbe as chamadas decisões monocráticas – tomadas individualmente – em ações que questionam leis aprovadas no Congresso e atos do Executivo. O texto foi aprovado na quarta-feira (5) CCJ e ganhou caráter de urgência, o que garante uma tramitação acelerada.

Inflação desacelera em maio ao variar 0,13%, a menor alta em 13 anos

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A inflação oficial do País, o IPCA Amplo (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de maio variou 0,13% e ficou 0,44% abaixo da taxa de abril (0,57%). Esse foi o menor resultado para maio desde 2006 (0,10%). Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (07) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Em maio de 2018, a taxa havia sido de 0,40%. A variação acumulada no ano ficou em 2,22% e em 12 meses chegou 4,66%, abaixo dos 4,94% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores.

Segundo o IBGE, quatro dos nove grupos de produtos e serviços mostraram deflação em maio como alimentação e bebidas (-0,56%), que havia subido 0,63% em abril, artigos de residência (-0,10%), Educação (-0,04%) e comunicação (-0,03%).

Já o grupo que apresentou altas estão habitação (0,98%), com impacto de 0,15%, e saúde e cuidados pessoais (0,59%), com impacto de 0,07%

Para o analista do Sistema Nacional de Índices de Preços do IBGE, Pedro Kislanov da Costa, as famílias vem demonstrado uma recuperação gradual, mas que o País ainda apresenta um cenário incerto.

“O consumo das famílias tem uma recuperação lenta, gradual. A desocupação está com patamar bastante elevado, a massa de rendimentos está estável. Tem um cenário ainda de incertezas”, disse.

Para o gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços do IBGE, Fernando Gonçalves, os dados negativos do País, como o desemprego e queda da renda, traz insegurança para as famílias.

“Tem uma desocupação ainda muito forte, endividamento das famílias, tem reposição das funções profissionais via informalidade. Isso não traz segurança para que as famílias possam fazer consumo, então isso acaba segurando um pouco o consumo das famílias”, disse

INPC

O IBGE também divulgou hoje (07) o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) que mede a variação de preços da cesta de consumo familiar com renda de até cinco salários mínimos e apresentou alta de 0,15% em maio. Este foi o menor resultado para o mês desde 2006, quando a taxa ficou em 0,13%.

O resultado de maio ficou 0,45% abaixo do índice de abril (0,60%). O acumulado do ano foi de 2,44% e dos últimos 12 meses, 4,78%. Quando comparado com o mesmo mês do ano passado, a taxa foi de 0,43%.

De acordo com o IBGE, os produtos alimentícios tiveram queda de 0,59% em maio, contra 0,64% em abril. Quando analisado o agrupamento de não alimentícios a desaceleração foi de 0,48% e em abril 0,58%. (Com informações do IBGE e agências de notícias)

Hoje o #ProgramaDiferente é 100% vegano

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No Dia Mundial do Meio Ambiente, o #ProgramaDiferente é 100% Vegano (veja abaixo). Mas, afinal, o que é veganismo? Quais as diferenças entre vegano e vegetariano? O que propõem o veganismo? O que os veganos comem? Quem são? Como vivem? É possível um mundo vegano? Na questão da alimentação, faz bem ou mal à saúde? E os animais tem direitos?

Meio Ambiente: Com política climática esvaziada, Brasil não está preparado para crise do clima

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Recentemente, o Ministério do Meio Ambiente virou as costas para a crise climática ao praticamente zerar o orçamento federal destinado às políticas públicas sobre mudanças climáticas no Brasil, gestadas por diferentes governos ao longo dos últimos 27 anos. Dos R$ 11,8 milhões que o programa tinha, sobraram cerca de R$ 600 mil: um corte de 95%. O desmonte ocorre a despeito da falta de preparo do País para lidar com o problema, atestada por estudos internacionais.

Entre 191 países, o Brasil ocupa a 105ª posição no que tange à preparação para as consequências do aquecimento global, segundo um estudo da Universidade de Notre-Dame, o ND-GAIN. Mesmo na América do Sul, o país aparece somente na sexta posição, atrás de países como Peru e Colômbia, que possuem renda per capita inferior à brasileira.

O estudo mede a capacidade de um país de alavancar investimentos e convertê-los em ações de adaptação às mudanças provocadas pelo Aquecimento Global. O ND-GAIN avalia a prontidão dos países considerando três dimensões: econômica, institucional e social. Os dados demonstram que o problema não é exclusivo do atual governo brasileiro. Entre 2014 e 2017, o Brasil caiu 14 posições no ranking global, da 91ª para a 105ª. Desde 1995, o Brasil evoluiu 13,4% no indicador. Naquele ano, no entanto, era o 98ª colocado no ranking mundial.

Neste período, chama atenção a queda da nota do Brasil no quesito de “governança”, que mede os fatores institucionais que favorecem a aplicação do investimento para a adaptação às mudanças climáticas. Entre 1995 e 2017, registramos uma queda de 12% neste indicador; mundialmente, saímos da 88ª colocação para a 111ª , uma queda de 23 posições.

O esvaziamento da agenda climática coincide com a ideia inicial do governo Bolsonaro de retirar o País do Acordo de Paris, que estabelece metas para limitar o aquecimento global. Além de cortar 95% da verba destinada para essas políticas, o Ministério do Meio Ambiente exonerou o coordenador executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, Alfredo Sirkis.

“O presidente acaba dando um tiro no pé. Quando se fala dos acordos econômicos, a posição que se coloca é exatamente qual a preocupação que o Brasil tem em relação à agenda ambiental, ao Acordo de Paris e outros mais, que acabam sendo pré-requisitos para que acordos comerciais possam de fato ser feitos”, lembra a senadora Eliziane Gama, líder do Cidadania no Senado.

“Vivemos um momento em que se necessita uma unificação do Brasil em torno da agenda ambiental. Diante dos fatos que nós temos acompanhado, ficamos com um nível de preocupação muito grande, porque desde a sua campanha eleitoral o atual presidente deixou muito claro o seu interesse em não preservar o meio ambiente”, destaca a senadora.

Junho Verde

No Senado, a bancada do Cidadania apoiou a criação da iniciativa Junho Verde, idealizada pelo Senador Fabiano Contarato (REDE-ES), presidente da CMA (Comissão de Meio-Ambiente), que terá programação especial durante todo o mês do meio ambiente. Serão realizados debates, audiências públicas, sessões e oficinas com a participação de especialistas em temas como desenvolvimento, sustentabilidade e proteção ambiental.

Meio Ambiente: Ricardo Salles tenta confundir a opinião pública, afirma Bazileu Margarido

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O mestre em economia pela FGV-SP e coordenador Executivo Nacional da Rede Sustentabilidade, Bazileu Margarido, avalia que o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, opta por tentar confundir a opinião pública em vez de tratar do licenciamento ambiental, que impacta o desenvolvimento do País, a qualidade de vida da população e o meio ambiente. Em artigo publicado na sétima edição da revista Política Democrática online (veja aqui), o autor afirma que “o problema agora é que o novo ministro, diferentemente dos anteriores, prioriza o interesse dos empresários em detrimento da proteção ambiental”.

Vice-presidente do Conselho Curador da FAP (Fundação Astrojildo Pereira), Bazileu lembra que o ministro assumiu a pasta prometendo agilizar o licenciamento ambiental. “Logo após o rompimento da barragem de Brumadinho, o ministro deu uma entrevista em que criticou o modelo atual de licenciamento, afirmando não ter foco e estar ‘nivelando de forma equivocada as questões simples e as questões complexas`”.

“Defendeu que as atividades de baixo risco e baixa complexidade deveriam passar a ter licenciamento auto declaratório. Aproveitou o trágico momento para criticar as leis ambientais, deixando em segundo plano a responsabilidade da Vale”, ressalta Bazileu, no artigo, para criticar: “O sistema de licenciamento já está organizado da forma como defende o ministro. A responsabilidade pelos processos de licenciamento já é definida segundo o grau de abrangência do impacto. O Ibama não licencia postos de gasolina ou lava-jatos, assim como o município não pode licenciar centrais nucleares de energia”.

A complexidade dos estudos e documentos a serem apresentados dependem do impacto potencial da atividade que será desenvolvida, de acordo com o autor, já tendo previsão legal para estabelecer procedimentos simplificados para empreendimentos de baixo impacto, como propõe o ministro. “O licenciamento ambiental já é auto declaratório. Se a atividade tem grande potencial de impacto, é exigido um Estudo de Impacto Ambiental, e a fiscalização precisará ser mais rigorosa”.

Segundo Bazileu, o atual sistema de licenciamento tem problemas e é sujeito a falhas.

“Precisa ser aperfeiçoado, mas, em geral, as falhas não ocorrem por excesso de procedimentos burocráticos, como acusa o ministro. Brumadinho é um bom exemplo”, diz, para ressaltar: “O Estado de Minas Gerais era um exemplo do que quer fazer o Ministro, até que o mar de lama soterrou 299 pessoas”.

Por ser considerado pelo órgão ambiental mineiro um empreendimento de baixo impacto, a barragem de rejeitos da Vale teve licenciamento simplificado, com apenas uma etapa de aprovação, quando normalmente deveria ter passado por três, conforme escreve o autor. “O país pôde verificar o trágico resultado do nível de “segurança” que esse procedimento simplificado proporcionou”. (Asessoria FAP – Cleomar Almeida)

Cidadania-BH: Kalil afronta liberdade de imprensa ao sugerir afastamento de João Vitor

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O Diretório Municipal do Cidadania de Belo Horizonte divulgou nota (veja abaixo) de repúdio pelo prefeito da capital mineira, Alexandre Kalil (sem partido), ter feito apelo em reunião com jornalistas para que o jornalista e deputado estadual João Vitor, do Cidadania, fosse afastado de programa esportivo da Rádio Itatiaia.

O partido considera que a atitude de Kalil “fere a liberdade de imprensa, tentando cercear e manipular o livre exercício de uma profissão relevante para a consolidação da democracia e do estado de direito”.

Moção de repúdio – CIDADANIA 23-BH

Sobre a tentativa de censura ao jornalista e Deputado Estadual João Vitor Xavier, praticada pelo prefeito de Belo Horizonte e denunciada pelo Sindicato dos Jornalistas, manifestamos nosso repúdio à atitude indigna de um mandatário eleito de forma democrática e que afronta a liberdade de imprensa, tentando cercear e manipular o livre exercício de uma profissão relevante para a consolidação da democracia e do estado de direito.

Nos causa estranheza que essa atitude autoritária aconteça logo após a filiação do Deputado ao nosso renovado partido. O prefeito deveria buscar o cumprimento das metas estabelecidas em seu programa de governo ao invés de tentar impedir que criticas sejam feitas à sua administração.

Vale lembrar que o prefeito foi eleito com o discurso que afirmava ser contra a velha política, porém, suas atitudes comprovam ser apenas um discurso meramente eleitoreiro que difere totalmente de sua prática política e de gestão.

Nos 14 meses que restam até as próximas eleições municipais, o CIDADANIA 23 no seu papel de oposição, oferecerá à população oportunidades para que todos possam fazer a análise justa da atual gestão municipal e continuará trabalhando por uma Belo Horizonte melhor. Neste sentido, seria bom para nossa capital que seu administrador fizesse o mesmo.

Comissão Executiva do Diretório Municipal do CIDADANIA 23 – BH

VEJA TAMBÉM

https://www.pps.org.br/2019/06/05/sindicato-repudia-apelo-do-prefeito-de-bh-por-afastamento-de-jornalista-que-e-deputado-do-cidadania/