Mari Valentim lança pré-candidatura a deputada federal

Arquiteta e ativista trans tem como principal bandeira geração de emprego e renda

Conselheira do Livres e vice-diretora do Lola Brasil, Mari Valentim lançou nesta terça-feira (14) sua pré-candidatura a deputada federal pelo Cidadania, em um evento que reuniu parlamentares e lideranças locais do partido, no Vila Gourmet 30, no Guará (DF), local projetado por ela.

Mari lembrou o aumento da pobreza e da fome no governo Bolsonaro, que hoje atinge 33 milhões de brasileiros, e defendeu a geração de emprego e renda como caminho para superar a crise.

“Como arquiteta e empresária, sempre acreditei no setor produtivo pra gerar trabalho. Isso é o mais importante, principalmente com essa crise aguda que temos vivido ultimamente. A pessoa precisa ter autonomia financeira pra conquistar outras liberdades. Não existe liberdade na pobreza. Por isso o essencial é emprego e renda”, afirmou.

A empregabilidade também foi mencionada pela deputada federal e presidente do Cidadania no Distrito Federal, Paula Belmonte, como meio de reduzir a desigualdade. “Hoje o que mais pode fazer com que a educação melhore, que a saúde das pessoas melhore é sim a dignidade, é ter como sustentar a família. Hoje temos milhões de pessoas passando fome porque não têm emprego. Então a geração de emprego é fundamental”, destacou.

Na ocasião, a secretária de Mulheres do Cidadania, Juliet Matos, lembrou que a pré-candidata a deputada federal foi a primeira mulher trans a ocupar um cargo de direção num partido político.

“O Cidadania permite que a gente esteja aqui nessa construção tão diferente e ao mesmo tempo tão igual, com o mesmo objetivo, que é transformar a política. Quando falamos de direitos básicos, de acesso, das pessoas escolherem seu modo de vida, não estamos falando de ideologia, de modelo de Estado, mas da liberdade de existir, de pensar, agir, e isso a gente vê aqui no partido que há muito tempo luta pra isso. Ouvimos muitos dizendo que querem construir uma política sem exclusão, mas sempre deixam nós, pessoas LGBT, e mulheres de fora. Precisamos dessa diversidade”, sustentou.

O presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire, acredita que a pré-candidatura de Mari Valentim representa a superação do atraso e retrocesso, e lembrou uma situação quando deputado federal, em que recebeu em seu gabinete uma pessoa trans, desejando a mudança de sexo por não se reconhecer naquele corpo.

“Era um outro tempo, não se tinha abertura pra que isso se expressasse. O ser humano não é diferente na sua aventura humana na terra, nas suas emoções, nas suas realidades, na sua vida. O que muda é a cultura, o que muda são as relações e esse processo tem que ser acompanhado pela política. Precisamos apontar pro futuro, não queremos ficar presos no passado, em que as pessoas não têm a liberdade de se expressar, a liberdade de ser. E nessa mudança, nós do Cidadania, somos um exemplo”, ressaltou Freire.

Simone Tebet

Freire defendeu a candidatura da senadora Simone Tebet à Presidência da República.

“É fundamental a gente entender que essa ascensão da mulher está em todo o mundo. Essa polarização política está precisando da mulher para talvez melhor resolvê-la, porque os homens estão aprofundando essas contradições. Então temos de aproveitar que temos uma mulher para trabalharmos junto com ela pra termos um Brasil melhor”.

O deputado Daniel Coelho (PE) discursa no lançamento da pré-candidatura de Mari Valentim a deputada federal

A opinião foi acompanhada pelo vice-presidente do Cidadania, deputado federal Daniel Coelho (PE), que também criticou a polarização entre Lula e Bolsonaro.

“Temos uma velha esquerda que é contra mudar qualquer coisa, reacionária a qualquer reforma, como se não tivéssemos problema na educação, na economia, desemprego, problemas ambientais. E no outro lado, temos um movimento conservador que tenta dividir as pessoas, que agride, e faz da guerra o seu instrumento político. O nosso desafio, o seu desafio, Mari, é apontar pro futuro, é dizer que nós podemos sim fazer reformas, modificar, avançar, ter uma sociedade mais dinâmica”.

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