Para a senadora, ‘é fundamental garantir a derrubada do veto do presidente’ ao programa que prevê a distribuição gratuita de itens de higiene e proteção da saúde menstrual (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)
A líder da Bancada Feminina no Senado, Eliziane Gama (Cidadania-MA), criticou o oportunismo do governo Bolsonaro com a assinatura de um decreto, nesta terça-feira (08), para viabilizar a distribuição gratuita de itens de higiene e proteção da saúde menstrual, após o presidente ter vetado, em outubro do ano passado, trechos da lei aprovada pelo Congresso Nacional que instituiu o Programa de Proteção e Promoção da Saúde Menstrual.
“Na verdade, o presidente tentou impedir a vigência da lei. Viu a comoção da sociedade brasileira e percebeu que o Congresso vai derrubar esse decreto, e ele tentou se antecipar à decisão do Parlamento. Algo meramente oportunista”, afirmou.
Na avaliação de Eliziane Gama, o projeto de lei (PL 4968/2019) que prevê a distribuição de absorventes higiênicos femininos e outros cuidados básicos relativos à saúde menstrual tem amplitude maior que um decreto presidencial.
“Independentemente do conteúdo do decreto, uma coisa eu posso assegurar: por ser uma lei ordinária, ela é muito mais estável. O decreto pode ser alterado depois. Nós temos que derrubar o veto”, defendeu a senadora em declaração ao site ‘O Antagonista’.
A pedido da Bancada Feminina no Senado, o Congresso Nacional irá votar, nesta quinta-feira (10), o veto (VET 59/2021) que garante a distribuição gratuita de absorventes para estudantes de baixa renda, mulheres em situação de rua e presidiárias.
“É fundamental garantir a derrubada desse veto pela dignidade das mulheres mais pobres”, disse Eliziane Gama, ao lembrar que a Bancada Feminina está mobilizada desde o ano passado para manter a integralidade da lei aprovada pelo Congresso Nacional.
Bolsonaro vetou seis trechos do projeto sob argumentos de falta de previsão de fontes de custeio e incompatibilidade com a autonomia dos estabelecimentos de ensino.
Para a derrubada do veto presidencial, é preciso 257 votos de deputados e 41 de senadores a favor da proposta para restabelecer o texto original.