“A agressão a um país soberano deve ser repelida pelo mundo democrático”, diz partido
Como sucessor do Partido Comunista Brasileiro (PCB) e do Partido Popular Socialista (PPS), que sempre defenderam a política de paz, inclusive no período mais grave da guerra fria propugnando pelo desarmamento, o Cidadania condena os ataques da Rússia à Ucrânia e conclama o governo brasileiro a agir por uma conferência de paz que cesse as hostilidades no leste europeu.
O Brasil e seu presidente não podem assistir à eclosão de uma guerra no coração da Europa, envolvendo grandes parceiros nacionais, sem se posicionar. É preciso reafirmar a defesa da não intervenção e da soberania dos povos e condenar os ataques da Rússia à Ucrânia, que violam leis internacionais e colocam em risco a paz na Europa.
Urge a retirada dos brasileiros da área de conflito. E um plano contra os efeitos da guerra, que chegarão primeiro via aumento dos preços do petróleo e inflação. Além de contrariar nossos princípios constitucionais, o conflito não interessa economicamente ao país.
Uma conferência de paz deve propugnar pela imediata suspensão da invasão – que se desenrola por terra, mar e ar e não irá parar na Ucrânia – e pela solução de heranças da guerra fria que não cabem mais no mundo atual.
De um lado, há um evidente expansionismo levado a cabo por Vladimir Putin, baseado numa visão anacrônica da realidade, que busca anexar territórios da época do czarismo russo e da antiga União Soviética.
De outro, a militarização do leste europeu e a própria existência da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), que perdeu sentido, com o fim do Pacto de Varsóvia, num mundo em que não há mais a bipolaridade do terror nuclear.
Tais questões têm de ser definitivamente enfrentadas em foro internacional.
Para o momento, é preciso deter a ação russa na Ucrânia a fim de que não sirva de experimento para outros atores internacionais, tentados a ver em uma ação militar, à revelia de leis internacionais, a solução para eventuais questões territoriais.
A agressão a um país soberano deve ser repelida pelo mundo democrático.
Roberto Freire
Presidente Nacional do Cidadania