Em live do curso Jornada Cidadã, presidente do Cidadania defende candidatura com olhar para a nova economia – mais aberta, sustentável e baseada no conhecimento – e que resolva problemas do passado, como desigualdade e desemprego
Na live de encerramento do curso Jornada Cidadã, da Fundação Astrojildo Pereira (FAP), o presidente do Cidadania, Roberto Freire, disse que a eleição de 2022 será crucial para definir os rumos do país e sua inserção no século XXI, com problemas como fome, desemprego e desmatamento ainda não resolvidos, e avaliou que a disputa não está definida entre Lula e Bolsonaro, que representam visões de mundo ultrapassadas.
“Não vai se discutir quem será o presidente em 2022, mas quem, como presidente, vai fazer o aggiornamento do Brasil para essa sociedade disruptiva, da internet, da nova economia, do conhecimento, da inteligência artificial, das mudanças climáticas, porque estamos atrasados, perdendo relevância no mundo. E essa discussão não está sendo feita pelos dois principais contendores, o fascista Bolsonaro e o populista Lula”, argumentou.
Freire sustentou que as pesquisas são apenas retrato do momento e que a solução para os problemas atuais e futuros da sociedade brasileira não está ainda personificada em um candidato. Ele citou, de um lado, o viés corporativista da esquerda liderada por Lula, incapaz de compreender o novo mundo do trabalho. E, de outro, a visão econômica de século 19 de Bolsonaro, focada em desmatamento e garimpo na Amazônia.
Quando o potencial brasileiro, apontou, está na preservação e exploração sustentável da floresta e em energias renováveis, por exemplo. Ao observar que, em pleno século 21, o Brasil enfrenta problemas graves que, no século 19, as economias mais desenvolvidas do planeta já tinham começado a resolver, ele citou os 11 milhões de analfabetos e os 100 milhões de brasileiros que vivem sem esgoto tratado.
“E eu não vou resolver nenhum desses problemas com aquilo que era o passado. Temos de pensar não só em resolver os problemas que o próprio futuro oferece, mas também aquilo que é nosso passivo, como o desemprego estrutural. Daí a preocupação de que, em 22, tenhamos capacidade de pensar o Brasil do futuro, que se integre neste mundo globalizado”, disse.
Freire citou os nomes dos pré-candidatos Alessandro Vieira, do Cidadania, Ciro Gomes, João Dória e Sérgio Moro, da “centro-esquerda à direita”, e ponderou que não se sabe hoje nem mesmo quem serão todos os candidatos no primeiro turno, razão pela qual ainda vê o cenário eleitoral em aberto. “Pesquisa hoje é uma foto. E campanha política é filme. Tem muito mais de recall do que de projeção. Não tem cenário determinado entre dois pólos”, pontuou.