IMPRENSA HOJE

Veja as manchetes e editoriais dos principais jornais (10/11/2022)

MANCHETES DA CAPA

O Globo

Lula encontra chefes de Poderes e encaminha ‘PEC da Transição’
Transição tem 12 ex-ministros do PT
TSE recebe parecer da Defesa sobre urnas
Aumento de casos de Covid acende alerta
Meta anuncia demissão de 11 mil pessoas
Obituário/Rolando Boldrin – Contador de causos do país
Obituário/Gal Costa, 77 anos – Doce, bárbara e revolucionária
Galeão: decisão da Anac é entrave para concessionária
Eleição não confirma ‘onda republicana’ e é revés para Trump
Moscou retira tropas da estratégica Kherson

O Estado de S. Paulo

Equipe de Lula cogita tirar gasto social do teto; mercado tema descontrole
Relatório da Defesa critica urnas, mas confirma apuração do TSE
No Estado de SP, 9 milhões não tomaram a 3ª dose da vacina
Pesquisa aponta que estado de 25% das vias é ruim ou péssimo
Gal: 1945-2022
Rolando Boldrin – Adeus ao último contador de causos
Dona do Facebook demite 11 mil; cortes atingem o Brasil
Rússia retira tropas da maior cidade tomada na Ucrânia
Democratas freiam onda republicana; definição do Senado virá em dezembro

Folha de S. Paulo

Gal Costa, que deu voz à contracultura, morre aos 77 em SP
Caetano, Gil, Bethânia, Lula e fãs lamentam morte da artista
Relatório da Defesa sobre urnas não acha fraude, e TSE agradece
Lula cita harmonia e fala em não ingerir na Câmara
Transição na Saúde terá Padilha, Costa, Chioro e Temporão
PEC para tirar Bolsa Família do teto ganha força em negociação
Morre aos 86 o ‘sr. Brasil’
Democratas freiam trumpismo e elegem mulheres, negros e LGBTs
Rússia abandona maior cidade tomada na guerra

Valor Econômico

Lula articula com Lira e Pacheco PEC da Transição
Minha Casa, Minha Vida mira faixa 1
Meta vai demitir 11 mil empregados em reestruturação
Futuro da Petrobras gera polêmicas
Biden transforma derrota em vitória em eleições nos EUA
Uma voz que se cala
Capital privado na transição energética

EDITORIAIS

O Globo

Nova cepa do coronavírus não traz motivo para pânico, só para vacinar-se

Doses de reforço são a melhor proteção contra as variantes que continuarão a surgir

O súbito aumento da procura por vacinas contra a Covid-19 em postos de saúde nas últimas semanas, após um logo período de salas vazias, reflete a preocupação dos brasileiros com o aumento no número de casos e com uma possível nova onda da doença, num momento em que, graças ao avanço da vacinação, a população parecia acreditar que o coronavírus era coisa do passado. Não é, como se vê.

Um levantamento da Associação Brasileira de Redes de Farmácia e Drogarias (Abrafarma) mostra que, entre 17 e 23 de outubro, de 14.970 testes feitos para Covid-19, 2.320 (15,5%) tiveram resultado positivo — na semana anterior, haviam sido 9,36%. Dados de laboratórios particulares reunidos pelo Instituto Todos pela Saúde reforçam a conclusão: entre 8 e 29 de outubro, a taxa de testes positivos saltou de 3% para 17%.

A preocupação aumentou depois da confirmação, na terça-feira, da primeira morte em decorrência de uma nova subvariante da Ômicron (BQ.1). A paciente, de 72 anos, fora internada em 10 de outubro e morreu no dia 17 em São Paulo. Segundo a Secretaria de Saúde, ela tinha úlceras infectadas e sofria de problemas cardíacos.

O surgimento de novas variantes e aumentos temporários de casos são cenários esperados na pandemia. Não devem ser motivo para pânico. Nem para mudanças súbitas na rotina. Grupos vulneráveis, como imunossuprimidos, devem seguir a recomendação de usar máscaras em locais de grande concentração, como o transporte púbico. Mas o essencial é que os cidadãos se vacinem. Não há melhor forma de se proteger contra o vírus.

A despeito das criminosas campanhas de desinformação, foi significativa a adesão à primeira e à segunda doses da vacina (85% e 80% da população). Mas o ritmo da dose de reforço — essencial para proteção contra as variantes — ainda é insatisfatório. Apenas 65% dos adultos (ou 49% da população) tomaram uma ou duas doses de reforço.

Ajudaria se o Ministério da Saúde começasse logo a vacinar as crianças de seis meses a 3 anos, que estão desprotegidas. Faz quase dois meses que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a primeira vacina para essa faixa etária, e as doses já chegaram ao país. Não se sabe se é caso apenas de inépcia ou se há intenção de postergar a imunização por pressão de movimentos antivacina incrustados no governo.

Embora a rotina do brasileiro já tenha voltado ao normal, o coronavírus não foi embora. A população terá de conviver de tempos em tempos com surgimento de novas cepas e aumento nos casos. Tem sido assim no mundo inteiro. O sobe e desce não deve ter maiores consequências, desde que os cidadãos completem o esquema vacinal recomendado pelo Ministério da Saúde, pois a vacina protege contra casos graves e hospitalizações. A ida ao posto precisa fazer parte da rotina de todos, e não apenas quando uma nova variante nos faz lembrar que o vírus ainda está por aí.

O Estado de S. Paulo

Não há tempo nem espaço para erro

Composição da equipe econômica do gabinete de transição de Lula tenta sinalizar união de esforços, mas o gesto deve se traduzir em ações concretas para resgatar credibilidade fiscal

O vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, anunciou a composição da equipe de economistas do gabinete de transição de governo. A indicação de André Lara Resende, Persio Arida, Nelson Barbosa e Guilherme Mello é positiva e demonstra um esforço pela construção de consensos a partir de perfis e experiências tão distintas, tudo o que se espera de uma candidatura que se vendeu como uma frente ampla em defesa da democracia. É importante, no entanto, que esse gesto se traduza em ações concretas no resgate da credibilidade fiscal do País e no efetivo enfrentamento de nossas mazelas sociais.

“Não são visões opostas. São complementares”, minimizou Alckmin. De fato, todos defendem uma mudança nas regras fiscais, em especial sobre o teto de gastos, instrumento criado pelo governo Michel Temer e desmoralizado pela administração Jair Bolsonaro. A nova âncora, ainda a ser definida e negociada com o Congresso, estaria associada a uma licença para recompor os gastos do Orçamento de 2023, sobretudo para garantir a execução dos programas sociais. Na situação em que o País se encontra, no entanto, é preciso mais do que intenções para enfrentar o rastro de destruição bolsonarista.

Persio Arida e André Lara Resende foram formuladores do Plano Real, o mais bem-sucedido programa econômico da história brasileira, e a participação de ambos na equipe de transição é um voto de confiança inestimável ao novo governo. É um apoio indissociável do legado que o Plano Real proporcionou ao País no combate à inflação, no fortalecimento da moeda, na credibilidade de indicadores macroeconômicos, na consistência da política monetária, na implementação de um câmbio flutuante e, sobretudo, na consolidação do equilíbrio fiscal – premissa para a execução de qualquer política pública.

Com a passagem dos anos, Arida e Lara Resende ampliaram o olhar para as questões sociais. Arida foi um dos seis especialistas que elaboraram o documento Contribuições para um governo democrático e progressista, que propôs uma licença temporária para autorizar gastos de até R$ 100 bilhões para recompor a verba do Auxílio Brasil e de programas voltados à produtividade, inovação, ciência, tecnologia e sustentabilidade ambiental. Lara Resende considera que o equilíbrio fiscal não é um fim em si mesmo e destaca a necessidade de políticas públicas que balizem investimentos públicos e privados e conduzam a uma política ambiental sustentável.

Guilherme Mello, o mais jovem do grupo, teve boa atuação como assessor econômico e interlocutor da campanha de Lula da Silva. Nelson Barbosa é muito lembrado por ter sido ministro do Planejamento e da Fazenda no segundo e desastroso mandato de Dilma Rousseff. Foi, no entanto, um dos responsáveis por apresentar um plano de contenção dos gastos públicos e de reformas de longo prazo que sucumbiu com a materialização do impeachment. Antes disso exerceu diversos cargos em Ministérios durante as gestões de Lula. Além do conhecimento acadêmico, tem experiência prática sobre como funciona um governo de fato – e, tão ou mais importante do que isso, sobre o que não funciona.

A composição de uma equipe tão diversa na área econômica do gabinete de transição sinaliza a união de esforços para reconstruir um país devastado pelo governo Bolsonaro. É um bom sinal, mas não passa de um primeiro passo. É preciso agilidade para definir o que virá no lugar do finado teto, sobre quem será o futuro ministro da Fazenda e, por fim, sobre a própria condução da política fiscal.

Se o primeiro ano do primeiro mandato de Lula foi marcado por superávits primários expressivos, 2023 não permite ilusões. O País está economicamente quebrado e politicamente dividido. Fundamental para garantir os bons resultados do governo Lula, o cenário internacional é, no mínimo, adverso. O desafio é enorme. Não há tempo a perder, tampouco espaço para erro – principalmente os já cometidos previamente. A irresponsabilidade fiscal que marcou administrações anteriores é uma fórmula que já foi testada e desaprovada, como mostraram as urnas no mês passado.

Folha de S. Paulo

Escolhas econômicas

Lula contempla divergência na transição, mas será inevitável desagradar a alguém

Economistas de correntes diversas de pensamento foram chamados para a equipe de transição de governo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o que decerto não ajuda a reduzir a incerteza em torno da agenda a ser adotada a partir de 2023.

O grupo terá Persio Arida, um dos formuladores do Plano Real e alinhado a teses liberais; André Lara Resende, também da equipe do Real, mas nos últimos anos defensor de ideias controversas na área monetária; Nelson Barbosa, ministro durante o estatismo de Dilma Rousseff (PT); e Guilherme Mello, da Unicamp, atuante à esquerda.

É evidente que os currículos resumidos em poucas palavras deixam de fora nuances ou até eventuais pontos de concordância entre os quatro. Parece evidente, entretanto, que as escolhas pretenderam acenar tanto à militância partidária quanto à vasta parcela da opinião pública que teme a repetição de erros graves do passado.

Ao longo de oito anos no Palácio do Planalto, Lula nunca deixou de contemplar, em graus que variavam conforme a ocasião, as correntes liberal e estatista —para fazer uma divisão simplificadora.

A primeira teve maior protagonismo em seu primeiro mandato, quando foram respeitadas metas fiscais e de inflação, aprovou-se uma reforma previdenciária e, não menos importante, o caríssimo programa Fome Zero da campanha deu lugar ao focalizado e bem-sucedido Bolsa Família.

Mesmo nesse período, porém, a ala oponente dispunha de cargos e influência para patrocinar aumentos de gastos, reajustes de salários e ativismo nas estatais. Em episódio que ficou célebre, Dilma, então na Casa Civil, teve em 2005 o apoio presidencial para barrar um ambicioso plano de ajuste fiscal.

O intervencionismo econômico ganhou força no segundo mandato, ainda mais quando a crise econômica global tornou justificável a expansão das despesas públicas e do crédito favorecido por meio de bancos oficiais. Após a eleição de Dilma, abandonou-se o que restava de prudência e produziu-se o desastre conhecido.

Desta vez, Lula terá dificuldades consideravelmente maiores se quiser, mais uma vez, equilibrar-se entre gregos e troianos. As contas do Tesouro Nacional encontram-se depauperadas, e o governo depende do mercado credor até para pagamentos cotidianos. Não está no horizonte o cenário global favorável de duas décadas atrás.

Mesmo admitindo-se uma elevação inevitável de despesas permanentes a partir de 2023, há que indicar logo quem dará as cartas na economia e o que será feito das contas públicas. Não haverá como contentar Arida, Lara Resende, Barbosa e Mello ao mesmo tempo.

Valor Econômico

Disputa apertada frustra Trump e republicanos

Se os republicanos vencerem também no Senado, o que ainda é uma possibilidade, o governo de Biden chega praticamente ao fim

As eleições de metade do mandato do presidente Joe Biden se afiguravam como um passeio para os republicanos, com chances crescentes de tomarem o comando da Câmara e do Senado. Os democratas foram muito melhor que o esperado e sua derrota, bem menor do que a sofrida pelos presidentes Bill Clinton e Barack Obama. Desde a guerra civil, das 39 eleições legislativas ocorridas nesta condição, 36 foram perdidas pelo partido que ocupa a Casa Branca.

Os republicanos precisam de apenas 1 voto para romper com o empate 50-50 no Senado hoje – a vice-presidente Kamala Harris tem o voto de minerva a favor dos democratas. Mesmo assim, a disputa nos Estados que faltam é tão acirrada que é impossível apostar em um vencedor. Nesta situação estavam ontem Georgia, Nevada e Arizona. Como nenhum dos dois candidatos à vaga senatorial obterá 50% dos votos na Georgia, a legislação estadual prevê um segundo turno em 6 de dezembro. A situação é parecida com o pleito de 2018, quando houve nova rodada nas urnas e os democratas venceram.

Apesar da performance democrata, que reduziu às devidas proporções o que se previa ser uma avalanche republicana, o cenário mais provável é que a oposição retomará o comando da Câmara. Os republicanos conquistaram 7 cadeiras, duas a mais que o necessário para obterem maioria, mas ainda faltam 44 resultados que podem mudar a soma final. De qualquer forma, o avanço republicano na Câmara será crucial, embora modesto.

A situação da economia, com inflação de 8,2% em 12 meses, castigou os democratas. A alta dos preços tornou politicamente desfavorável para Biden uma performance econômica que está longe de ser ruim. O desemprego no país é um dos mais baixos em décadas, 3,7%, e há escassez de mão de obra para as vagas em oferta. O PIB cresceu 2,6% no terceiro trimestre e há apenas sinais esporádicos de recessão a caminho. No entanto, a inflação pune os mais pobres e os salários, além disso, estão perdendo a corrida para os preços.

O republicanos centraram fogo na alta inflacionária, na segurança e na imigração, enquanto que os democratas conseguiram mobilizar seus partidários e eleitores independentes defendendo o aborto, cujo direito constitucional foi revogado pela Suprema Corte, de maioria republicana. Michigan, California e Vermont aprovaram na eleição o direito à prática. Os eleitores de Kansas, um Estado conservador, rejeitaram uma proposta que o proibia.

Mais que a disputa convencional entre os dois partidos, porém, estava em jogo o futuro da democracia americana e a volta de Donald Trump à Casa Branca. Trump colocou na disputa com seu apoio 300 candidatos a governador, secretário de Estado e procurador-geral (que nos EUA são eleitos nas urnas). Boa parte deles considera que Joe Biden não venceu de forma legítima a eleição de 2020 e não reconhecem seu resultado – como Trump.

Várias apostas de Trump deram errado, como o candidato a governador da Pennsylvania, que participou da invasão do Capitólio em 6 de janeiro, em infame tentativa de impedir a posse de Biden. Por outro lado, seu provável rival na disputa pela nomeação republicana, o governador da Florida, Ron DeSantis, foi reeleito com muita facilidade.

Mesmo uma pequena derrota na Câmara terá consequências péssimas para os planos de Biden e dos democratas. A radicalização crescente dos republicanos, cada vez mais inclinados a não respeitar o jogo eleitoral, levará ao impasse orçamentário e ao shutdown do governo para barganhar, por exemplo, corte de impostos. Pior, além de impedirem novas ações legislativas de Biden, eles poderão acabar com a comissão que investiga a tentativa de golpe de Estado de Trump. Poderão também abrir investigações sobre Biden – sobre a retirada das tropas do Afeganistão, por exemplo, ou as peripécias de seu filho Hunter na Ucrânia.

O desempenho melhor que o esperado dos democratas, entretanto, pode se tornar um anteparo às pretensões autoritárias de Trump, que na Presidência se revelou um autêntico escroque, julgando-se até no direito de levar documentos secretos do Estado para casa. Se os republicanos vencerem também no Senado, o que ainda é uma possibilidade, o governo de Biden chega praticamente ao fim, impossibilitado de tomar iniciativas e com uma única arma na mão, a do veto, às armadilhas feitas pelos republicanos.

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