IMPRENSA HOJE

Veja as manchetes e editoriais dos principais jornais (28/10/2022)

MANCHETES DA CAPA

O Globo

Datafolha diz que Lula tem 49%, contra 44% de Bolsonaro
Tarcísio e Haddad voltam a apostar em nacionalização no debate
Em carta aberta, Lula promete responsabilidade fiscal e social
Denúncias de assédio eleitoral batem recorde
Política vira assunto recorrente nos divãs e preocupa psicanalistas
Facilitação do acesso às armas sofisticou o arsenal do crime
Renda média sobe pela 1º vez desde 2020
Prazo para pagamento do Pronampe é ampliado
Putin diz que mundo vive década ‘mais perigosa’ desde a Segunda Guerra
Musk e Twitter fecham acordo de compra

O Estado de S. Paulo

Último debate em SP expõe campanha nacionalizada e divergência sobre Sabesp
Desemprego tem sétima queda seguida e fica em 8,7% em setembro
Meirelles defende licença para gasto de até R$ 100 bi
Pela 1ª vez, CNJ tira do ar redes sociais de juízes com apoio a Lula e Bolsonaro
Liminar de juiz libera catrata de trem e metrô em São Paulo
Elon Musk fecha compra do Twitter por US$ 44 bi e demite executivos
Israel faz acordo com Líbano e se aproxima da Turquia

Folha de S. Paulo

Lula tem 49%; Bolsonaro marca 44%
Candidatos miram não convictos em debate derradeiro nesta noite
Moraes ordena prisão por tempo indeterminado de Jefferson
Aliados admitem efeito de plano de Guedes para salário mínimo
Só vencedor nas urnas poderá ir à Paulista, decide juiz
Interior paulista considera discurso de Haddad distante
Desemprego cai 8,7%, e renda sobe pela 1ª vez desde 2020
MPT em MG vê ação coordenada em explosão de assédio eleitoral
Grupos de família no WhatsApp falham em barrar política
Sem Sete Quedas há 40 anos, Guaíra quer reaver turistas
Tenho relação boa com Lula e Bolsonaro, diz Putin à Folha

Valor Econômico

País vai às urnas na corrida eleitoral mais polarizada da história do Brasil
Debate é nacionalizado em SP
Pesquisas indicam empate técnico em seis Estados
Mercado reage ao noticiário eleitoral
Fiscalizar propaganda em rádio e TV é papel das campanhas, diz Moraes
Desemprego cai e renda sobe, mas 2023 pode ser de moderação

EDITORIAIS

O Globo

TSE fez bem em rejeitar acusação sem evidências

Denúncia apontando desequilíbrio em propaganda no rádio revela que plano é apenas tumultuar a eleição

É irresponsável e inaceitável o plano do presidente Jair Bolsonaro de tumultuar a última semana da campanha eleitoral. Tendo ficado em segundo lugar no primeiro turno, atrás nas pesquisas de opinião, Bolsonaro sustentou em entrevista na quarta-feira a tese frágil de que rádios o prejudicaram ao não veicularem inserções obrigatórias de propaganda eleitoral. Prometeu ir “às últimas consequências” com recursos para buscar reparação. Fica clara a estratégia de judicializar a disputa, que exigirá decisões céleres e firmes dos tribunais.

É óbvio que as rádios têm a obrigação legal de veicular as propagandas eleitorais. As campanhas também precisam entregar as gravações com a devida antecedência. Os candidatos têm o dever de fiscalizar a execução e, se porventura as rádios não cumprirem a lei, têm todo o direito de denunciar. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) também tem o dever de determinar sanções e correções, mediante a apresentação de provas robustas e inequívocas.

Aí começam os problemas da ação protocolada pela campanha de Bolsonaro no TSE. Ela é recheada de inconsistências. A metodologia usada no monitoramento foi equivocada. A empresa contratada para fazer a auditoria analisou as transmissões por meio de plataformas de streaming, modalidade em que a propaganda política não é obrigatória. Pelo menos uma das rádios citadas não funciona na frequência informada. Outras disseram não ter recebido o material a tempo de veiculá-lo. Uma análise preliminar mostrou que a auditoria também omitiu inserções que foram realizadas.

Na segunda-feira, quando a ação foi protocolada, o ministro das Comunicações, Fábio Faria, exigiu uma investigação do TSE. Na entrevista de quarta-feira, Bolsonaro subiu o tom ao falar em “enorme desequilíbrio no tocante às inserções”, que “interfere na quantidade de votos no final da linha”. No começo da semana, Faria afirmara que a diferença poderia chegar a 154 mil inserções a menos. Pressionada pelo TSE, a campanha apresentou dados específicos de apenas oito emissoras, mesmo assim com falhas. Circulou no universo paralelo bolsonarista a ideia absurda e descabida de “adiamento” da eleição para apurar o caso e reparar o dano — o equivalente a uma tentativa de golpe.

Por tudo isso, fez bem o presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, em primeiro exigir a apresentação de evidências mais robustas para, em seguida, rejeitar a ação por ausência de provas. Moraes também acertou ao apontar possível “cometimento de crime eleitoral com a finalidade de tumultuar o segundo turno”. Bolsonaro será sempre Bolsonaro. Terminará seu primeiro mandato semeando confusão, seu padrão de comportamento desde os tempos em que era militar da ativa.

Diante desse tipo de manobra, as instituições têm a obrigação de reagir com presteza às tentativas de criar pretextos para questionar os resultados do pleito. A profusão de desinformação on-line tem exigido esforço descomunal da Justiça Eleitoral para obter um resultado que, no fim das contas, tem deixado a desejar. Mas isso não significa que seja um trabalho desnecessário, como mostra a decisão de Moraes. O TSE precisa manter vigilância atenta sobre todo tipo de investida cujo objetivo seja manipular a opinião pública e desacreditar as regras eleitorais.

O Estado de S. Paulo

Intimidação inaceitável

Como esperado, Bolsonaro tumultua a reta final e tenta usar as Forças Armadas para intimidar a Nação

A eleição ainda não ocorreu. O presidente Jair Bolsonaro, assim como o seu adversário, têm chances de vencer o pleito. Nada está definido até que o resultado seja anunciado na noite de domingo. No entanto, Bolsonaro tem agido nos últimos dias como se já tivesse sido derrotado pelo petista Lula da Silva. E pior: o presidente se comporta indignamente como um mau perdedor, chegando a usar as Forças Armadas para intimidar a Nação caso, de fato, não venha a ser reeleito.

Com o claro propósito de bagunçar a eleição, Bolsonaro denunciou a existência de um “complô” entre o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e um punhado de emissoras de rádio na Região Nordeste, que não teriam veiculado inserções publicitárias de sua campanha nas quantidades e nos horários previstos, o que teria desequilibrado a disputa pela Presidência em seu desfavor.

Ora, a acusação de Bolsonaro não tem o menor cabimento – ao menos não para quem não lhe devota paixão a tal ponto fervorosa que chega a obnubilar a compreensão da realidade.

Em primeiro lugar, não é papel do TSE fiscalizar a veiculação das inserções de rádio; é, antes, dever das campanhas enviar as gravações às emissoras no tempo determinado. Usar o TSE nessa teoria conspiratória é só mais uma tentativa de jogar uma parcela da sociedade contra a instituição incumbida pela Constituição de proclamar o resultado das eleições.

Em segundo lugar, os arquivos que Bolsonaro chama de “provas” desse suposto ardil nem sequer “poderiam ser chamados de ‘prova’ ou ‘auditoria’”, de acordo com o presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, ao arquivar a ação.

A reação do presidente à decisão do TSE, embora previsível, não poderia ter sido mais reveladora de seu espírito golpista e antirrepublicano. Bolsonaro suspendeu atos de campanha em Minas Gerais e convocou uma “reunião de emergência” no Palácio da Alvorada com aliados políticos e, pasme o leitor, com os comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica. Ora, o que assuntos relativos à campanha eleitoral têm a ver com as Forças Armadas? A pergunta é retórica.

É óbvio que Bolsonaro só chamou os comandantes das três Forças ao Alvorada para ameaçar a Nação, deixando no ar a ideia de que a intentona que decerto povoa seus delírios de poder em caso de derrota nas urnas contaria com o apoio dos militares. Ora, os chefes militares foram à reunião porque foram convocados pelo comandante supremo das Forças Armadas, e não porque estejam alinhados ao golpismo de Bolsonaro.

A tentativa de tumultuar a realização da eleição – e, consequentemente, afrontar a ordem constitucional – é um crime eleitoral e assim deve ser tratada pelo Ministério Público Eleitoral e pelo TSE.

Há tempos que Bolsonaro tem investido contra as instituições democráticas. Chegou até a dizer que não haveria eleição neste ano caso o voto impresso não fosse adotado no País. São desculpas para um governo ruim. Fosse chefe de um bom governo, Bolsonaro decerto estaria à frente nas pesquisas de intenção de voto e, muito provavelmente, já poderia se considerar reeleito.

Mas, à falta de realizações positivas para mostrar aos eleitores, sobram agressões e ameaças. O País não se intimidará.

Folha de S. Paulo

Factoide de véspera

Sem avançar no Datafolha, Bolsonaro usa governo para tumulto com denúncia vazia

Num atropelo à regra republicana que separa atos de governo e ativismo eleitoral, o ministro Fábio Faria, das Comunicações, convidou a imprensa na segunda-feira (24) para um pronunciamento em frente ao Palácio da Alvorada em que exporia um “fato grave”.

No estilo nada sofisticado que caracteriza a comunicação bolsonarista, Faria afirmou que emissoras de rádio, principalmente no Nordeste, teriam deixado de veicular inserções publicitárias da campanha de Jair Bolsonaro (PL).

A supressão estaria conectada à larga vantagem obtida pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) entre os nordestinos.

Logo ficou claro que a denúncia de fraude e o relatório encaminhado pela coligação ao Tribunal Superior Eleitoral amparavam-se em vento. Não se apresentou nenhuma prova ou evidência, nada que pudesse levar o ministro Alexandre de Moraes, presidente da corte, a outra decisão que não a de rejeitar o pedido de investigação.

Coincidência ou não, a pantomima veio na sequência do desgaste provocado na campanha pelo desvario do ex-deputado Roberto Jefferson, com seus tiros contra policiais federais, enquanto Bolsonaro não dá sinal de avanço nas pesquisas. Nesta quinta (27), marcou 44% das intenções de voto totais no Datafolha, ante 49% de Lula.

É plausível que rádios possam falhar ou descumprir a programação obrigatória, mas está claro que o ministro promoveu a divulgação de um factoide costurado às pressas com o intuito de mudar a pauta, insuflar apoiadores e lançar, mais uma vez, suspeitas sobre o processo eleitoral.

A acusação prestou-se a alimentar o discurso de uma candidatura que se diz vítima do establishment, da Justiça Eleitoral e do Supremo Tribunal Federal, acusados de favorecer o adversário. Ressalte-se que cabe a partidos e campanhas o monitoramento das veiculações e não é tarefa do TSE distribuí-las.

É incerto se a alegação servirá de pretexto para reações contundentes, em especial na hipótese de uma derrota do presidente.

Bolsonaro, diga-se, evitou assumir um tom de incentivo aberto ao tumulto em seu pronunciamento sobre o tema, na quarta (26). Manteve o controle ao reiterar as acusações infundadas e disse que respeitará o resultado das urnas.

Numa disputa marcada por discussões as mais extravagantes e inúteis para esclarecer o eleitor sobre os reais planos dos candidatos, o episódio não chega a surpreender. É de esperar que um mínimo de troca de ideias e apresentação de propostas venha a ocorrer no debate organizado pela Rede Globo na noite desta sexta-feira (28).

Valor Econômico

Risco agora é o de tumulto na votação e na apuração das urnas

As instituições precisam continuar firmes para enfrentar os instintos antidemocráticos de Bolsonaro

A nona eleição presidencial desde a redemocratização do país, que termina domingo, será, ao que tudo indica, a mais disputada de todas, com pequena distância entre o eleito e seu rival. Marcada por paradoxos, ela é a primeira a ser travada com força total com o uso generalizado das redes sociais, um dos fatores para o baixo nível das campanhas e pela mirrada discussão de propostas para o futuro. É de longe a mais polarizada desse período republicano – já antes do primeiro turno, mais de 80% dos eleitores já tinham decidido em quem votar.

Pela primeira vez um presidente enfrenta um ex-presidente e, também pela primeira vez, o detentor do cargo, Jair Bolsonaro, não lidera as pesquisas e permaneceu em segundo lugar após o primeiro turno. Há mais peculiaridades. Não é a primeira vez que se denuncia eventuais roubalheiras nas urnas, mas é inédito que as denúncias partam do vencedor do pleito, como ocorreu de 2018 até agora. Ademais, a máquina do Estado, principalmente na República Velha, jogava todo seu peso a favor do candidato do partido do governo. É curioso, agora, que o presidente da República preveja que será roubado nas urnas (que nunca falharam nos quesitos exatidão e lisura) por quem não detém o poder nem tem condições de fazê-lo.

Desde que as pesquisas para as eleições deste ano começaram a ser feitas, o ex-presidente Lula mantém o favoritismo, tendo recebido 6,5 milhões de votos a mais que os dados a Bolsonaro no primeiro turno. Até a semana passada, a diferença entre eles havia se estreitado, indicando, ainda que em câmera lenta, uma ascensão do presidente na reta final da campanha, sinal de uma virada possível após a contagem dos votos.

As pesquisas mais recentes parecem indicar que o momento favorável a Bolsonaro já foi maior. A semana derradeira do período eleitoral começou com um inacreditável tiroteio e lançamento de granadas de um aliado de Bolsonaro, e ex-aliado de Lula, Roberto Jefferson, líder do PTB, contra a Polícia Federal que fora até seu domicílio para conduzi-lo a prisão fechada.

O bizarro episódio colocou a campanha bolsonarista na defensiva. O estrago eleitoral foi ampliado com a divulgação das fórmulas que estavam no laboratório do Dr. Silvana, no Ministério da Economia: fim da indexação do salário mínimo e das aposentadorias, fim da dedução dos gastos com saúde e educação no Imposto de Renda. O ministro Paulo Guedes negou a existência desses estudos. Pesquisa Datafolha divulgada ontem mostrou pequena oscilação para baixo do presidente. Apontou aumento do apoio a Lula entre os mais pobres e queda de Bolsonaro nessa faixa. Lula tem 49% e seu rival, 44% do total de votos.

Bolsonaro acionou a última fase de sua estratégia, a de causar tumulto no dia das eleições e não aceitar eventual derrota. O presidente pediu a seus apoiadores que se concentrem nos locais de votação até o fim da apuração e ao PL, seu partido, que se inscrevam como fiscais de urnas. Além disso, recorreram ao Tribunal Superior Eleitoral alegando que milhares de peças da campanha do presidente não haviam sido veiculadas em rádios de todo o país.

Como em todas as acusações que o presidente faz, não há provas. Não foram milhares de peças, foram 790 na petição de seus advogados que, mesmo diante do número reduzido, não apresentaram provas. O ministro Alexandre de Moraes arquivou o inquérito, alegando que a tarefa de fiscalização da propaganda eleitoral compete aos partidos e indicou que pode processar o PL por incentivar a balbúrdia às vésperas do segundo turno.

Nada menos que nessa hora providencial, o ministro da Defesa, em nome dos militares, apareceu com sugestões de “oportunidades de melhoria” no sistema de fiscalização no segundo turno. O ministro se negou a divulgar o resultado da auditoria do primeiro turno por ser parcial – um argumento que pode indicar que nada foi encontrado até agora, mas poderá ser. Bolsonaro, por sua vez, foi direto. Os militares teriam informado a ele que é “impossível dar um selo de credibilidade ao processo”.

A última chance de obter pontos decisivos na corrida eleitoral será no debate de hoje na TV Globo. Mas a convicção do presidente, instilada em seus apoiadores radicais, é a de que se ele perder será porque foi roubado. A desconfiança do presidente contra as urnas provoca tensões e maus presságios que percorrerão toda a jornada eleitoral. As instituições precisam continuar firmes para enfrentar os instintos antidemocráticos de Bolsonaro.

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