“Brasil é um dos países com pior representação de mulheres nos espaços de poder”, diz Juliet Matos

Para ela, a mudança passa pela ampliação da participação nos espaços decisórios dos partidos políticos

A Secretária de Mulheres do Cidadania e coordenadora regional do Fórum Nacional de Instância de Mulheres de Partidos Políticos, Juliet Matos, participou nesta segunda-feira (30) do seminário “Mais Mulheres na Política”, promovido pela Liderança da Bancada Feminina e Procuradoria da Mulher do Senado Federal.

Durante sua intervenção, Juliet falou da dificuldade da mulher em conseguir alcançar espaços de poder. “Somos muito diversos, e quando colocamos o recorte de raça, de cor, de gênero, do CEP onde se nasce, a política se torna ainda muito mais difícil. Na América Latina, o Brasil é um dos países com pior representação de mulheres dentro dos espaços de poder”.

A coordenadora citou como exemplo a ocupação de apenas 15% das cadeiras do Parlamento por mulheres, enquanto elas somam mais de 50% do eleitorado brasileiro, e destacou a baixa representatividade no processo eleitoral.

“Uma a cada sete pré-candidatos a governador é mulher. Estamos falando da pouquíssima participação no Legislativo, no Executivo e em todos os outros espaços de poder. E, quando chegamos na política, ainda passamos por outro filtro que também é muito pesado, como o da violência política de gênero”, observou.

Para Juliet Matos, é possível mudar esse cenário, trabalho que as representantes dos 20 partidos que compõem o Fórum já vêm realizando. “Somos mulheres de diversas ideologias, origens, representações e interesses, mas conseguimos colocar isso de lado pra nos reunir e debater institucionalmente o que podemos fazer pra mudar essa realidade”.

Segundo ela, um dos desafios é a ampliação da participação da mulher dentro dos partidos políticos. “Somos cerca de 40% das filiadas nos partidos, mas isso não se reflete na representação. Temos poucas mulheres presidentes nacionais, nos espaços importantes de decisão. Quando falamos do fundo eleitoral, poucas vezes teremos mulheres nas direções e que têm o poder de fato de fazer essa distribuição. Foi uma grande conquista ter essa reserva de 30% no mínimo, mas na prática ainda é pouco democratizada”, ressaltou.

A coordenadora também chamou a atenção para a necessidade de uma maior atuação das mulheres nos espaços decisórios da Câmara e do Senado. “A gente vê poucas mulheres também nas comissões, nos lugares onde podemos efetivamente transformar, fazer a mudança. Não defendemos representação pra ser um pontinho rosa numa mesa, queremos discutir orçamento público, melhoria na nossa Educação, na Saúde, e em políticas públicas eficazes para todos os brasileiros”.

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