Eliziane Gama defende ‘punição exemplar’ para quem não obedece a Constituição e Leila Barros lamenta que o presidente tenha ‘abdicado de procurar soluções para os problemas do País’ (Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado)
As senadoras Leila Barros (Cidadania-DF) e Eliziane Gama (Cidadania-MA) criticaram o presidente Jair Bolsonaro nas manifestações políticas, em Brasília e em São Paulo, nesta terça-feira (7), nos atos convocados em defesa de seu governo no Dia da Independência. Bolsonaro voltou a questionar a confiabilidade das eleições em urnas eletrônicas e afirmou que não vai obedecer determinações judiciais do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes.
“Com suas falas golpistas, Bolsonaro colocou o impeachment na ordem do dia. Só nas manifestações de hoje [7 de setembro ]cometeu 5 crimes de responsabilidade e mostrou seu desrespeito total à Constituição”, disse Eliziane Gama.
A senadora defendeu ainda na rede social ‘punição exemplar’ para quem não obedece a Constituição.
“Quando um presidente se recusa a obedecer uma decisão judicial é porque não obedece mais a Constituição Federal, é porque já se transformou num ditador. E quem não cumpre a lei, deve ser exemplarmente punido”, afirmou.
“Numa manifestação golpista, com faixas em inglês e claramente financiada, o presidente se mostra contra a Constituição e a democracia que o elegeu”, completou Eliziane Gama, ao reforçar a acusação.
Para a senadora Leila Barros, a crise político-institucional se agravou neste 7 de Setembro.
“Lamentavelmente, o presidente da República tem abdicado de procurar soluções para os problemas do país e ele próprio passou a ser um gerador de problemas e turbulências. Hoje, em pronunciamentos públicos em Brasília e em São Paulo, ele voltou a se comportar de forma antidemocrática e incendiária. Enquanto o presidente utiliza o dinheiro público e a estrutura do governo federal para atacar instituições e fazer campanha política indevida, a crise sanitária persiste, a inflação dispara, o poder aquisitivo das famílias desmancha, o desemprego continua provocando sofrimento”, afirmou.
A parlamentar também disse que a ‘corrupção dá sinais de ter voltado a ocupar a máquina pública’, e que a ‘cultura se transformou em uma arma ideológica’ no governo Bolsonaro.
“E o resto do mundo nos olha com temor de que ocorra por aqui um retrocesso democrático. O Brasil não pode continuar refém dessa situação absurda, insensata e surreal”, postou no Twitter.
Defesa do impeachment
O líder do Cidadania no Senado, Alessandro Vieira (SE), também criticou na rede social a postura golpista de Bolsonaro nos atos de 7 de Setembro e disse que o destino do presidente deve ser seu impeachment (veja aqui).
“Não é preciso aguardar o fim do dia para apontar que Bolsonaro é um criminoso golpista, que manipula a massa para esconder rachadinhas, centrão, mansões suspeitas e a incompetência que jogou o Brasil em uma crise sanitária, econômica e social gigante. O impeachment é seu destino”, disse o senador na rede social.