Sócio oculto da empresa FIB Bank, Marcos Tolentino não respondeu aos questionamentos dos integrantes da comissão parlamentar de inquérito (Foto: Jéssica Marschner)
Mesmo sem conseguir respostas de Marcos Tolentino – suspeito de ser sócio oculto da empresa FIB Bank – durante seu depoimento à CPI da Pandemia nesta terça-feira (14), a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) disse que a comissão impediu que várias empresas em nome do advogado dessem continuidade a negociação suspeita de compra de vacinas da indiana Covaxin pelo Ministério da Saúde.
“Uma delas, inclusive, pedindo US$ 1 por cada vacina, ou seja, uma propina de quase R$ 2 bilhões. Se isso não é corrupção, se isso não é propinagem, eu não sei mais o que é. É o que nós estamos realmente a investigar”, disse, ao lamentar a recusa de Tolentino de responder aos questionamentos da CPI.
Ao ser perguntado pela senadora quantas empresas possuía, o advogado não respondeu.
“Por que tantas empresas que o senhor possui? A gente tem aqui informações de que o senhor tem 15 empresas – 11 ativas e 4 inativas. Por que tantas empresas assim?
“Senadora, eu vou, com todo o respeito, permanecer em silêncio, porque são dados públicos”, disse Tolentino.
O advogado também permaneceu em silêncio ao ser questionado pela senadora Eliziane Gama sobre suposta reunião dele com o ministro das Comunicações, Fábio Farias, em que também estaria presente o deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara dos Deputados. Em vez de responder à pergunta, Tolentino optou por permaneceu em silêncio mais uma vez.
“Verdadeiras negociatas com indícios de corrupção são a tônica da compra da covaxin, numa operação intermediada pela Precisa e que contava com garantia do FIB Bank, empresa que tem como sócio oculto Marcos Tolentino e vários outros laranjas no quadro societário”, postou a senadora na rede social após encerrar as perguntas ao advogado.