‘As narrativas e desculpas são apenas cortina de fumaça tentando esconder aquilo que é mais grave: o mar de mortos’, diz o senador sobre reação do governo ao trabalho da comissão parlamentar de inquérito (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)
O líder do Cidadania no Senado, Alessandro Vieira (SE), disse nesta quarta-feira (08) que não houve nenhum tipo de ofensa às Forças Armadas pela CPI da Pandemia, em manifestação à nota divulgada pelo ministro da Defesa Braga Neto, e assinada pelo comandantes das três Forças, na qual o presidente da comissão parlamentar de inquérito, senador Omar Aziz (PSD-AM), é acusado desrespeitar a instituição.
“Pelo contrário, devo registrar até um cuidado excessivo por parte do senador Omar Aziz, no sentido de não constranger de forma alguma as Forças. Eu apresentei requerimento de convocação do general Braga Neto e do general [Luiz Eduardo] Ramos [ministro-chefe da Casa Civil da Presidência. Entendo que eles têm explicações para prestar. O presidente da CPI não pautou, por respeito institucional. Esses são os fatos”, afirmou.
Segundo ele, ‘as narrativas e desculpas são apenas cortina de fumaça tentando esconder aquilo que é mais grave, esse mar de mortos, a ausência de uma política de recuperação econômica, a ausência de uma política de saúde que proteja quem está adoecendo e que recupere quem adoeceu’.
Alessandro Vieira destacou que o momento no País é ‘extremamente tenso e difícil’, e que o foco da CPI é apurar as ações e omissões do governo relativas ao combate à pandemia do coronavírus.
“São mais de meio milhão de mortos, quase 20 milhões de infectados, esse deve ser o eixo central do trabalho. A CPI avançou e já comprovou com clareza que o Governo Federal não adotou as medidas compatíveis, que o resto do mundo fez. O estudo do professor Pedro Ayala, aponta que, se o Brasil tivesse adotado a mesma conduta, o mesmo padrão mundial, teríamos algo em torno de 300 mil vidas salvas. Esse é o fato preponderante. Essa é a situação mais grave”, disse.
Para o líder do Cidadania, a apuração dos casos pontuais de corrupção e de erros administrativos são importantes para que se compreenda quais são as motivações para o que acontece no Brasil.
“Já provamos o acontecido, como se deu, e não podemos desperdiçar esse momento de buscar soluções, mas soluções construídas em cima da verdade. Não cabe pacificação pela força ou pela ameaça”, afirmou.
Alessandro Vieira fez um apelo para que o Senado mantenha o foco dos trabalhos legislativos.
“Que sigamos todos no caminho daquilo que é necessário para o Brasil, soluções em cima da verdade”, defendeu no plenário do Senado. (Com informações da Assessoria do parlamentar)