Veja as manchetes e editoriais dos principais jornais hoje (09/07/2021)

MANCHETES DA CAPA

O Globo

‘Não temos intenção de proteger quem está à margem da lei’
Presidente tem rejeição de 51%, maior do mandato
Bolsonaro não vai responder a ofício de CPI
Vice de Aras é intimado a explicar despacho secreto
Bolsonaro recorre a Sarney, sob pressão de CPI e rejeição
Olavo Carvalho é internado no Incor, em São Paulo
‘Briga’ de cepas gera incerteza de cenário no país
Com 50% de vacinados, Rio alivia hospitais
Plano de Saúde individuais têm redução de 8,19%
Cirurgia do Papa mudou de técnica devido à gravidade
Haiti: 3 mortos e 17 presos pelo assassinato do presidente
Arenas vazias em Tóquio

O Estado de S. Paulo

Bolsonaro desafia CPI e se nega a explicar denúncias na Saúde
Pacheco pede bom senso e ‘menos valentões’
A empresários, Guedes propõe tirar ‘maldades’ de pacote do IR
Partidos unidos contra plano
ANS determina redução de preço em plano de saúde
Ciência mede peso de fator genético na reação à covid
Pacto busca equidade racial nas empresas
Vilma da Conceição Pinto – ‘Espero contribuir para inspirar outras pessoas’
Nas cartas, histórias de vida na Revolução
Bolsonaro e Fernández ‘duelam’ no Mercosul
China monitora rostos e barra ‘gamers’ noturnos

Folha de S. Paulo

Reprovação de Bolsonaro vai a 51% e bate novo recorde
Eleição é de novo alvo de ameaças do presidente
Planalto torce por racha depois de prisão na CPI
Governo exonera diretor da Saúde acusado de ter autorizado reverendo a negociar doses
Lewandowski ataca debate de regime semipresidencial
Variante pode ‘driblar’ anticorpos de vacinados
Artistas fazem grafite em tapumes que cercam as obras do Museu do Ipiranga
PMs iniciaram tumulto que matou nove em Paraisópolis em 2019, indica inquérito
Mudar IR elevaria carga de empresas, diz levantamento
Sem concorrência, grupo de MT leva rota que escoa soja
Haiti prende mais suspeitos de assassinar Moïse

Valor Econômico

Fusões totalizam US$ 52,6 bi, e ano deve ser de recorde
Sem 5G, Brasil perde R$ 2,8 bi a cada mês
Marco Aurélio espera nome para a 3ª via
Leilões A-3 e A-4 geram R$ 4 bi de investimentos
Guedes estuda transição para reforma do IR
Gestores veem ‘solavanco’ em queda global
Com rejeição alta, Bolsonaro quer renovar Bolsa Família
Shopping das Valquírias
O ‘tecnopoeta’

EDITORIAIS

O Globo

Forças Armadas devem deixar a CPI trabalhar

De seu lado, a CPI precisa abrir mão de atitudes midiáticas e conclusões precipitadas para se concentrar nas investigações

É inegável que a CPI da Covid, que começou sufocada por fortes resistências do Planalto, assumiu em pouco tempo um protagonismo na cena política que aumentou a pressão sobre o presidente Jair Bolsonaro. Natural, portanto, que tudo o que ali se passa ganhe repercussão, às vezes até exagerada. Na sessão de quarta-feira, que culminou com a prisão de Roberto Ferreira Dias, ex-diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, o presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), fez críticas ao envolvimento de militares em escândalos no Ministério da Saúde. Houve reação imediata das Forças Armadas.

Aziz saiu da linha ao fazer um comentário pouco cuidadoso sobre fatos ainda sob investigação. O senador disse que fazia muito tempo “que o Brasil não via membros do lado podre das Forças Armadas envolvidos com falcatruas dentro do governo”. Até o momento, contudo, não há nenhuma denúncia comprovada contra quem quer que seja, civil ou militar. O próprio Aziz parece ter reconhecido que se excedera, ao dizer depois que as declarações eram “pontuais e não generalizadas”.

Na própria quarta-feira, o Ministério da Defesa divulgou nota afirmando que a declaração “atinge as Forças Armadas de forma vil e leviana, tratando-se de uma acusação grave, infundada e sobretudo irresponsável”. É sintomático que a nota tenha sido publicada primeiro pelo presidente Jair Bolsonaro numa rede social, antes de ser divulgada oficialmente. Seja como for, as Forças Armadas deveriam deixar a CPI fazer seu trabalho em paz, dentro das prerrogativas da Constituição. Imagina-se que estejam interessadas, como qualquer brasileiro, em esclarecer as suspeitas sobre negociações nebulosas no Ministério da Saúde, onde trabalharam, e ainda trabalham, muitos militares do Exército.

A CPI, de seu lado, precisa abrir mão de atitudes midiáticas e conclusões precipitadas para se concentrar nas investigações. A prisão de Dias, que ganhou as manchetes dos jornais ao fim de um depoimento inócuo, foi um exagero. Se o argumento para prendê- lo é que mentiu à comissão, ele não foi o único. O ex-secretário de Comunicação Fabio Wajngarten, o ex-chanceler Ernesto Araújo e o ex-ministro Eduardo Pazuello testaram ao máximo a tolerância dos senadores. Se a intenção era pressionar Dias a apresentar um dossiê sobre falcatruas nos altos escalões do ministério, a decisão é ainda mais patética. Ele fora acusado pelo PM Luiz Paulo Dominguetti de cobrar propina numa negociação para compra de 400 milhões de doses da AstraZeneca. Seu depoimento teve efeito praticamente nulo, e a prisão não mudou em nada o que sabemos.

A CPI da Covid, importantíssima para que se esclareçam erros e omissões do governo que contribuíram para a morte de mais de 530 mil brasileiros, precisa corrigir seu rumo. Depoimentos são relevantes, mas não constituem o único caminho de investigação. A comissão tem poder para requisitar documentos, contratos e pedir quebra de sigilo, como vem fazendo de forma meio aleatória. Há indícios de que negociações subterrâneas se desenrolavam no Ministério da Saúde enquanto brasileiros morriam. É improvável, a não ser em delações premiadas, que os mercadores da morte revelem suas tratativas espúrias. Mas é plenamente possível investigá-las para chegar aos autores. A Operação Lava-Jato é a maior prova disso.

O Estado de S. Paulo

Não é só negacionismo

É equívoco pensar que a questão das vacinas envolve apenas funcionários de terceiro escalão. Jair Bolsonaro sempre se mostrou próximo e atento à questão

O depoimento de Roberto Ferreira Dias, ex-diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, à CPI da Covid teve uma série de incongruências, que levaram o presidente da comissão, senador Omar Aziz (PSD-AM), a decretar a sua prisão sob a acusação de crime de perjúrio. Horas depois, mediante pagamento de fiança, Roberto Ferreira Dias foi solto.

A sessão de quarta-feira passada foi marcada por informações contraditórias e inverossímeis. A história que Roberto Ferreira Dias contou a respeito do encontro, num shopping de Brasília, com o policial militar Luiz Paulo Dominghetti – que o acusou de pedir propina de US$ 1 por dose de vacina – fere a lógica e o bom senso. O exercício de cargo público deve envolver um mínimo de seriedade na prestação de contas à sociedade.

Mas, apesar de atribulada, a sessão do dia 7 foi muito proveitosa, trazendo informações valiosas sobre o objeto central de investigação da comissão. Trata-se de entender como o Executivo federal foi capaz de dar uma resposta tão equivocada, atrasada e omissa a tema tão grave e urgente, que afetou e continua a afetar a vida de todos os brasileiros.

Na sessão da CPI de quarta-feira passada, dois temas adquiriram especial materialidade. Em primeiro lugar, a cada revelação sobre o modus operandi do governo Bolsonaro, tem-se a impressão de que existe, na pasta da Saúde, uma espécie de briga entre quadrilhas. Há ainda muito a ser investigado, mas o que veio a público até agora em nada se assemelha ao que deve ser o funcionamento da administração pública, especialmente no meio de uma pandemia, com recursos escassos e urgentes necessidades.

Esse modus operandi, envolvendo acusações mútuas e até relatos de dossiês secretos, é especialmente escandaloso diante da constante afirmação de Jair Bolsonaro de que a corrupção na esfera federal seria coisa do passado. Com o que a CPI da Covid tem revelado, a jura de probidade ganha ares não apenas de engodo, mas de tática para intimidar os órgãos de controle.

O segundo tema sobre o qual a sessão da comissão de quarta-feira passada jogou luzes envolve diretamente o item mais decisivo para a saúde dos brasileiros e para a economia do País neste momento: as vacinas contra covid.

Antes da CPI, já era evidente que o governo Bolsonaro retardou a compra de vacinas. Mas, até então, os motivos desse atraso não eram muito conhecidos. Atribuía-se tanto ao negacionismo bolsonarista, que chamava de gripezinha a doença que matou mais de meio milhão de brasileiros, como à rivalidade política do Palácio do Planalto com o governador de São Paulo. Jair Bolsonaro parecia preferir privar os brasileiros da vacina produzida pelo Instituto Butantan a reconhecer os méritos de João Doria no combate à pandemia.

Agora, esses dois motivos não perderam validade, mas ganharam uma dimensão um tanto secundária. Não é que o governo Bolsonaro não quisesse simplesmente comprar vacina. A CPI da Covid tem mostrado intensas negociações de vacinas.

A questão é, portanto, de outra ordem. Os elementos trazidos até agora revelam que o governo Bolsonaro nutriu especial preferência por algumas vacinas não em razão de sua eficácia – basta ver o tratamento dado aos e-mails da Pfizer –, mas pelo modo como elas eram negociadas. Aqui também há ainda muito a ser investigado, mas os indícios mostram especial presteza em negócios sobre vacinas com potencial de propina. Os intermediários do governo Bolsonaro demoraram para responder à farmacêutica americana, mas não tiveram empecilhos para conversar sobre compra de vacinas com terceiros num shopping de Brasília, fora do horário de expediente.

É um equívoco pensar que a sessão da CPI de quarta-feira passada envolve apenas funcionários de terceiro escalão. Jair Bolsonaro sempre se mostrou próximo e atento à questão das vacinas, dando-se ao trabalho, por exemplo, de explicar em suas redes sociais quais vacinas o governo federal nunca compraria. A CPI da Covid tem ainda muito a elucidar. O trabalho está apenas começando.

Folha de S. Paulo

O reprovado

Pobres, menos escolarizados, nordestinos e mulheres minam aprovação a Bolsonaro

A avaliação de Jair Bolsonaro chegou ao nível mais baixo de uma série que raramente lhe foi favorável. Segundo o Datafolha, 51% dos entrevistados consideram seu governo ruim ou péssimo, ante 24% dos que o têm como ótimo ou bom. Trata-se da maior diferença entre menções favoráveis e desfavoráveis ao desempenho do presidente.

Seu prestígio está no vermelho em todas as regiões e categorias de renda, instrução, sexo, idade e cor. Desde maio, quando a reprovação era de 45% e aprovação era a mesma de hoje, o desgaste maior ocorreu entre os que ganham até dois salários mínimos, que estudaram até o ensino fundamental, no Nordeste e entre as mulheres.

A avaliação é menos negativa por parte dos residentes das regiões Centro-Oeste e Norte e dos brasileiros de renda média-alta —de 5 a 10 salários mínimos.

A piora na avaliação do governo se espelha na degradação da imagem presidencial. Para 58% dos entrevistados, Bolsonaro é incompetente; para 62%, despreparado. É autoritário para 66%, desonesto para 52% (honesto para 40%).

Parte da impopularidade pode ser atribuída às condições materiais de vida dos mais pobres em uma economia que se recupera da recessão em ritmo muito desigual e prejudicada pela inflação.

O número de pessoas ocupadas é o menor desde que se tem registro comparável, em 2012. O setor de serviços, em que se empregam os menos abonados, ainda está deprimido devido ao impacto da Covid.

A carestia dos alimentos afeta obviamente e em particular os mais pobres. A redução do alcance e do valor do auxílio emergencial deve ter feito estragos adicionais.

Observe-se que a taxa de aprovação de Bolsonaro apenas não foi menor que a de reprovação no trimestre inicial de seu mandato e entre agosto e dezembro do ano passado, quando era grande o efeito do auxílio e a inflação da comida ainda não havia explodido.

Bolsonaro mandou arquivar projetos de renda mínima em agosto do ano passado e retardou por um trimestre um novo programa de renda emergencial neste 2021. Agora promete uma reformulação do Bolsa Família e iniciativas de estímulo ao emprego de jovens.

A recuperação econômica deve permitir algum aumento da população ocupada, em especial se se confirmar o progresso na vacinação. A situação econômica, porém, não determina sozinha a opinião do eleitorado —que terá na memória anos de agrura material, os lutos da epidemia e os escândalos na administração federal.

Ainda faltam, recorde-se, 15 meses até a eleição —e Bolsonaro, em vez de governar, dedica-se a lançar mais ameaças veladas e suspeitas farsescas sobre a lisura do pleito.

Valor Econômico

Crise hídrica deixa em alerta desempenho do agronegócio

Crise é também uma oportunidade para a agropecuária rever seus processos

Após quatro anos como locomotiva da economia, contribuindo para tirar o país da recessão que marcou 2015 e 2016, e para amenizar a debacle com a pandemia em 2020, o agronegócio deve perder o protagonismo neste ano. Não haverá um recuo. Outros setores vão crescer mais, até porque vêm de anos de baixa. As previsões são que o agronegócio vai crescer pouco mais de 2,5% neste ano. Mas os resultados seriam melhores não fosse o agravamento da escassez de água.

A situação só não está pior porque a crise hídrica estourou após o fim da colheita da soja, responsável por mais da metade da safra recorde de grãos prevista para o ciclo de 2020/21. Ainda ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e a Companhia Nacional de Abastecimentos (Conab) divulgaram os números da safra atual com crescimento. Para o IBGE, a safra brasileira de grãos deve chegar a 258,5 milhões de toneladas neste ano, 1,7% maior que a do ano passado, ou o equivalente a 4,4 milhões de toneladas, mas houve recuo em relação à estimativa feita no mês passado. Enquanto a produção de soja deve crescer 9,7% para novo recorde de 133,3 milhões de toneladas, e a de arroz 1,5% para 11,2 milhões de toneladas, o milho deve recuar 8% para 95 milhões de toneladas. A cultura de cana também está ameaçada de quebras. Frutas e hortifrutigranjeiros.

IBGE e Conab estão pessimistas com a safrinha do milho, segundo grão mais cultivado no país, cujo plantio foi atrasado e sofreu o impacto dos problemas hídricos. Em consequência, a produção deve cair, apesar do aumento da área plantada e colhida, e da ampliação dos investimentos feitos. Outros produtos afetados pela seca são laranja, que terá sua pior quebra da história na área compreendida por São Paulo e Minas Gerais, e café, com estimativa de produção 21% inferior à de 2020. O feijão sentiu o impacto da estiagem nas suas duas primeiras safras, e talvez na terceira, que responde por 20% do total e é majoritariamente irrigada durante todo o ciclo produtivo. Outro produto afetado é o arroz, que já sofreu redução da área plantada no Sul em consequência do baixo nível dos reservatórios, região que recorre muito à irrigação. Mais dependentes ainda são as lavouras de ciclo curto, como os hortifrútis, que abastecem as cidades a partir dos cinturões verdes.

A agricultura é uma das atividades que mais consome água porque utiliza principalmente a irrigação por aspersão, que gasta mais do que a tecnologia de gotejamento. Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), a agropecuária é responsável por 70% de toda a água consumida no mundo.

De imediato, o setor receia a falta de água para irrigação. O custo mais alto da energia necessária para captar e distribuir a água também vai influenciar a rentabilidade. Tudo isso vai repercutir negativamente na inflação. Os preços elevados nos mercados externo e interno compensam as perdas na produção e o aumento do custo de fertilizantes. A agropecuária representa quase um quarto das exportações brasileiras.

Outra preocupação é a interrupção do uso da hidrovia Tietê-Paraná para transporte de produtos agrícolas de modo a que a água seja direcionada apenas para a geração de energia. Na crise de 2013 a paralisação da hidrovia afetou o transporte de 6,5 milhões de toneladas e provocou prejuízos superiores a R$ 1 bilhão. Atualmente, transitam por ela 12 milhões de toneladas, segundo a Confederação Nacional da Agricultura, a CNA (Valor 29/6).

A agropecuária não é das atividades que mais empregam mão de obra. Do estoque total de empregos formais de 39,4 milhões no fim de 2020, o setor detinha 1,6 milhão de vagas. Mas, ao longo do ano, foi o terceiro maior criador de vagas, depois da construção civil e da indústria, mostrando sua importância em um momento em que os demais setores estão deprimidos.

Em momento de crise hídrica como a atual, a agropecuária também será atingida e não pode deixar de ser ouvida. Mas a crise é também uma oportunidade para a agropecuária rever seus processos e buscar maior eficiência no consumo de água.

Somente a safra recorde de soja garante crescimento ao redor de 2,6% projetam o Instituto Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e a Tendência Consultoria. Para o Banco Central (BC), o PIB agrícola vai crescer de 2% a 2,5% neste ano. Mas, os especialistas acompanham o desenvolvimento do quadro e podem rever as projeções.

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