‘Nós estamos diante de denúncias gravíssimas que fazem em referência a uma tentativa de desvio da ordem de dois bilhões de reais’, afirma a senadora diante de manobras da base do governo na comissão (Foto: William Borgmann)
Diante da tentativa da base aliada do governo na CPI da Pandemia de insistir na investigação de recursos que não foram transferidos diretamente para o combate à Covid-19, a líder do bloco parlamentar Senado Independente, Eliziane Gama (Cidadania-MA), disse que toda denúncia de corrupção deve ser apurada, mas que o foco da comissão agora é a ‘fábrica de propina’ com as novas revelações de corrupção na compra de vacinas pelo Ministério da Saúde.
“O foco agora, porém, é a fábrica de propina que aparentemente se instalou no Ministério da Saúde. Propinas que geraram mortes de milhões de brasileiros”, afirmou a senadora, diante da insistência do senador Eduardo Girão (Podemos-CE) na apuração de recursos supostamente desviados de municípios e estados do Nordeste para compra de respiradores.
“Para deixar claro a minha defesa inconteste de investigação de qualquer denúncia que chegue a essa comissão. Ocorre que nós temos prazo, temos tempo [para o funcionamento da CPI]. Nós estamos diante de denúncias gravíssimas que fazem em referência a uma tentativa de desvio da ordem de dois bilhões de reais. Não dá para ficar remando contra a maré e perder o foco da CPI. Vamos investigar aquilo que nós temos prerrogativa. Vamos investigar aquilo que está diante de nós. Então, alguns tentam desviar o foco e não vamos cair nessa”, afirmou Eliziane Gama.
A senadora defendeu a convocação do representante da empresa Davati Medical Supply, Luiz Paulo Dominguetti Pereira, que disse em entrevista ao jornal ‘Folha de S. Paulo’ ter recebido um pedido de propina para venda de vacinas.
“Mais de meio milhão de mortos e no Ministério da Saúde denúncia de propina pela compra de vacina. Vamos ouvir Paulo Dominguetti Pereira, da Davati Medical Supply, na CPI da Covid, para trazer as informações sobre esses pagamentos”, disse na rede social.
Eliziane Gama afirmou ser ‘inacreditável’ e ‘revoltante’ um agente público fazer pedido de propina de US$ 1 por dose em troca de fechar contrato com o Ministério da Saúde.
“Um dólar é o preço de cada vida perdida para o governo, não pelo negacionismo, e sim, pela corrupção”, protestou a senadora.