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Cidadania cria grupo para organizar participação do partido na COP 30

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A Executiva Nacional do Cidadania aprovou a criação de um grupo que vai organizar a participação e propostas do partido para a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), a ser realizada em Belém (PA), em novembro de 2025. O grupo será coordenado pelo deputado federal Amon Mandel (Cidadania-AM), pelo ex-deputado federal e presidente do partido no Pará, Arnaldo Jordy, e pela ex-deputada estadual e presidente do Cidadania em Roraima, Lenir Rodrigues.

De acordo com estimativas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), é esperado um fluxo de mais de 40 mil visitantes durante os principais dias da Conferência. Deste total, aproximadamente sete mil compõem a chamada “família COP”, formada pelas equipes da ONU e delegações de países membros.

A COP30 representa uma oportunidade histórica para o Brasil reafirmar seu papel de liderança nas negociações sobre mudanças climáticas e sustentabilidade global. O evento permitirá ao país demonstrar seus esforços em áreas como energias renováveis, biocombustíveis e agricultura de baixo carbono, além de reforçar sua atuação histórica em processos multilaterais, como na Eco-92 e na Rio+20.

O Cidadania tem grandes contribuições nessa área. É de autoria do partido a Lei 14.119/2021 que criou a Política Nacional de Pagamento por Serviços Ambientais (PNPSA). Ela é originada da proposta (PL 5.028/2019), de autoria dos ex-deputados Rubens Bueno (Cidadania-PR) e Arnaldo Jordy (Cidadania-PA). O projeto também contou com grande contribuição, em sua formulação, do deputado federal Arnaldo Jardim (Cidadania-SP). A lei determina a remuneração dos proprietários de terras pela conservação de áreas de preservação, com prioridade aos agricultores familiares, às comunidades tradicionais e os povos indígenas.

Executiva do Cidadania discute necessidade de reposicionamento político

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Em uma reunião com boa presença e participação e marcada pela análise de conjuntura nacional, em especial o resultado das eleições municipais de 2024, a Executiva Nacional do Cidadania se reuniu, de forma ordinária, neste sábado e apontou para a necessidade de um reposicionamento político do partido.

Nas últimas eleições, em Federação com o PSDB, o Cidadania elegeu 33 prefeitos, 21 vice-prefeitos e 433 vereadores. De acordo com o presidente do partido, Comte Bittencourt, a federação tirou do Cidadania autonomia em algumas cidades, mas ponderou que o futuro desse casamento ainda precisa ser melhor discutido. Nesse sentido, convocou reunião do Diretório Nacional do Cidadania para 7 de dezembro às 9h da manhã.

Na reunião, também ficou claro a necessidade de mais investimento em comunicação para melhorar a inserção do partido nos debates da política nacional e na visibilidade de suas ações.

Emendas parlamentares também foram tema da reunião. Na visão dos dirigentes do partido, entre eles o vice-presidente da legenda e ex-deputado federal Rubens Bueno, a força do dinheiro oriundo dos recursos de impostos pagos pelo cidadão brasileiro também teve forte peso no resultado da eleição. ”O orçamento secreto, que continua até hoje, foi o maior crime que se se cometeu contra a política brasileira”, disse.

Na visão da dirigente Elza Pereira Correia, faltou coragem para o partido se posicionar nas eleições de 2024. “Sozinhos não vamos conseguir. Mas com quem nós vamos nos reunir é tarefa nossa para debater nos próximos meses”, alertou.

Capitular

O jornalista e dirigente do partido, Luiz Carlos Azedo, foi num ponto que muitos filiados ao partido concordam. Não é possível capitular diante do avanço da extrema direita. “A nossa existência perde o sentido”, resumiu.

O deputado federal Amon Mandel (Cidadania-AM) se dispôs a ajudar a reforçar o partido “O Cidadania é um partido que eu me sinto seguro e quero continuar”. São, com pessoas como Amon, que o Cidadania prossegue no debate pelo futuro do Brasil, seja na política, mas, principalmente, na aproximação com o dia a dia do cidadão.

A próxima reunião da Executiva Nacional será realizada na segunda quinzena de fevereiro de 2025. Será a primeira reunião presencial após a pandemia de COVID-19. O objetivo é iniciar o processo de planejamento partidário para 2025, com vistas às eleições de 2026, além de organizar os congressos municipais e estaduais do partido, que ocorrerão no segundo semestre de 2025, e o Congresso Nacional, que acontecerá no primeiro semestre de 2026.

8 de Novembro: 134 anos do nascimento de Astrojildo Pereira

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Nesta quinta-feira, o Cidadania lembra os 134 anos do nascimento de Astrojildo Pereira, que batiza o nome da fundação do partido. O intelectual nasceu em 8 de novembro de 1890, na cidade de Rio Bonito (RJ).

Foi escritor, jornalista, crítico literário e político brasileiro, fundador do Partido Comunista Brasileiro (PCB), em 1922.

Sua memória está preservada pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP), criada em 2000.

Lupi é o patinho feio do ajuste fiscal

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NAS ENTRELINHAS

Duas reuniões com o presidente Lula, uma pela manhã e outra à tarde, não fecharam o ajuste. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, está isolado na Esplanada

O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi (PDT), está com um pé fora do governo por causa do ajuste fiscal. Disse o ministro trabalhista que não tem como ficar na Esplanada se houver cortes em direitos da Previdência. Entrou em rota de colisão com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mas conta com a solidariedade de outros ministros que estão na alça de mira da equipe econômica.

Nesta quinta-feira, houve mais reuniões no Palácio do Planalto para debater o pacote fiscal. Enquanto o governo não encontra uma saída para o rombo nas contas, o mercado especula e o Copom sobe a taxa de juros. Duas reuniões com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, uma pela manhã e outra à tarde, não chegaram a uma conclusão. Haddad e a ministra do Planejamento, Simone Tebet, estão praticamente isolados na equipe.

Ambos se digladiam com os ministros da Casa Civil, Rui Costa; da Educação, Camilo Santana; do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho; da Saúde, Nísia Trindade; da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck; e da Comunicação Social, Paulo Pimenta. O vice-presidente Geraldo Alckmin, que também é ministro da Indústria e Comércio, tende a apoiar Haddad e Tebet.

Lupi defende que os cortes devem mirar os devedores, a sonegação e as isenções indevidas, mas não tem como dar respostas ao problema imediato: o governo apresentou deficit primário de R$ 105,2 bilhões nas contas públicas no acumulado de janeiro a setembro de 2024. Houve uma piora em relação ao mesmo período de 2023, quando o saldo negativo foi de R$ 94,3 bilhões em valores nominais —variação de 11,6%.

O ministro da Previdência virou o patinho feio da Esplanada. As contas da Previdência Social fecharam o mês de setembro com um rombo de R$ 26,2 bilhões. No acumulado até agosto, o deficit já somava R$ 239,6 bilhões — um aumento de 1,5% em relação a 2023. Com o salto registrado em setembro, no entanto, a comparação piorou. Agora, 2024 tem um resultado 3,1% pior que o ano anterior.

O rombo na Previdência tem grande peso no balanço das contas do governo federal, que inclui também o Tesouro Nacional e o Banco Central. O deficit das contas do governo chegou perto de R$ 100 bilhões. O valor equivale ao deficit da Previdência de R$ 239,6 bilhões mais o do Banco Central, de aproximadamente R$ 700 milhões, menos o saldo positivo do Tesouro, que foi R$ 140,3 bilhões no período. Ou seja, a Fazenda enxuga gelo.

Lupi estrila porque há propostas de mudanças nos reajustes do salário mínimo e das aposentadorias. “Pessoalmente, sou contra, e tenho certeza de que o presidente Lula também”, disse. A proposta do ministro é reduzir os gastos combatendo fraudes e benefícios indevidos: “Estamos fazendo uma economia grande conferindo gente que não tem mais direito à licença por doença. Se um cara teve uma doença e se curou, como continua tendo licença? O grande desafio da Previdência é que mais da metade dos nossos pedidos são de auxílio-doença. O Brasil está doente assim?”, questiona.

Emendas parlamentares

O Governo Central registrou deficit primário de R$ 5,3 bilhões no último mês de setembro. O resultado é bastante inferior ao registrado no mesmo mês do ano anterior, quando houve um superavit de R$ 11,6 bilhões, em valores nominais, e surpreendeu negativamente os técnicos do Ministério da Fazenda, que projetavam um deficit de R$ 2 bilhões no mesmo período. De acordo com o Tesouro, um dos principais fatores que influenciaram o deficit do RGPS do mês de setembro foi o pagamento antecipado de R$ 4,3 bilhões em precatórios federais destinados à recuperação do Rio Grande do Sul, que seriam realizados apenas em 2025.

Também houve um crescimento real de R$ 1,1 bilhão nas despesas com Benefícios de Prestação Continuada (BPC) pelo regime de Renda Mensal Vitalícia (RMV), que, de acordo com o governo, é resultado direto do aumento do número de beneficiários, além do aumento do salário mínimo, que passou de R$ 1.302 para R$ 1.412 nesse período. Mexer nisso aí é um vespeiro. O Orçamento é engessado pelas despesas vinculadas, pelos juros da dívida pública e, mais recentemente, pelos parlamentares que mordem fatias cada vez maiores dos recursos com emendas orçamentárias.

A Câmara dos Deputados deu sinais, nesta semana, de que não pretende reduzir o valor das emendas: R$ 50,5 bilhões aos deputados e senadores em 2025, praticamente o mesmo valor deste ano, sem atender às condições impostas pelo ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), para garantir transparência e rastreabilidade às emendas. As emendas individuais e de bancada, de execução obrigatória, continuarão a crescer. A diferença é que, a partir de 2026, seguirão o arcabouço fiscal, que garante um aumento real, ou seja, acima da inflação, de 2,5%.

Quanto às emendas Pix, os autores deverão indicar o objeto e o valor das indicações, dando preferência a obras inacabadas de estados e municípios, mas sem exigência de cronograma de execução nem assinatura de convênio para o envio dos recursos. Agora, a proposta de emendas aprovada na Câmara, por 330 votos favoráveis e 74 contrários, será submetida ao Senado. Quanto ao deficit deste ano, o Congresso quer liberar os R$ 17,5 bilhões bloqueados pela decisão de Dino, na próxima semana. (Correio Braziliense – 08/11/2024 – https://www.correiobraziliense.com.br/politica/2024/11/6983848-analise-lupi-e-o-patinho-feio-do-ajuste-fiscal.html)

IMPRENSA HOJE

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Veja as manchetes dos principais jornais hoje (08/11/2024)

MANCHETES DA CAPA

O Globo

Putin acena a Trump, e Zelensky reage a possível perda de apoio
Presidente eleito terá 1ª mulher chefe de gabinete
Fed reduz juros, e Powell diz que resultado da eleição não afetará decisões do colegiado
Jair Bolsonaro – ‘Se não for eu, vão buscar um parecido comigo. Tem?’
PL amplia espaço no Congresso na 2ª metade do governo Lula
Aliados de Paes pressionam por candiatura a governador
Lucro cresce 22% e Petrobras vai distribuir R$ 17 bi em dividentos
Déficit do governo passa de R$ 100 bi até setembro e é o maior em quatro anos
Lula faz mais reuniões e ainda não definiu pacote
Quadrilha de extorsão a comerciantes formada por PMs é presa na Baixada
Brasil teme que negociações da COP30 sejam enfraquecidas
Enterro de criança morta em operação policial tem tensão entre PMs e presentes
Biden confirma que virá ao Rio para cúpula do G20

O Estado de S. Paulo

‘Trump tem de pensar como um habitante do planeta’, diz Lula
Justiça do Trabalho gera custo bilionário a empresas, diz estudo
TJ-PR paga a juízes R$ 27,4 milhões em benefícios antes de eleição na Corte
Tensão marca enterro de menino de 4 anos morto em tiroteio em Santos
Brasil reduz em 12% emissão de gás de efeito estufa, mas patamar é elevado
Petrobras reverte prejuízo e lucra R$ 325 no trimestre
Com mais assaltos e furtos, medo ofusca o lazer na região do Ibirapuera
MP recomenda que Prefeitura para obra na Vila Mariana
Itália deve aumentar taxa para processo de pedido de cidanina
Fed corta juros em 0,25 ponto nos EUA

Folha de S. Paulo

ONGs que receberam R$ 515 mi em emendas entram na mira da CGU
Governo Lula avalia novo tipo de leição de energia
Planalto estuda incluir abono em cortes e descarta desatrelar benefícios do mínimo
Velório de menino morto em ação da PM em Santos tem cerco policial e protesto
Fator Trump não deverá incluenciar STF, diz Temer
Trump anuncia chefe de gabinete e inicia transição de governo
BC dos EUA reduz juros em 0,25 ponto percentual

Valor Econômico

Fed reduz juro pela 2ª reunião seguida; com Trump, mercado vê espaço menor para cortes*
Trump representa o sentimento antissistema, diz Young, do Ipsos
Governo retoma hoje debate sobre redução de gastos
Petrobras lucra R$ 32,55 bi no 3º trimestre

Proposta de Alex Manente institui Programa Nacional de Saúde Preventiva no SUS

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O Programa Nacional de Saúde Preventiva será executado em todos os níveis do SUS e visa desenvolver ações de saúde preventiva com enfoque especial nas diferentes fases da vida.

O deputado federal Alex Manente (Cidadania-SP) apresentou esta semana o PL 4278/2024 que institui o Programa Nacional de Saúde Preventiva (PNSP) no Sistema Único de Saúde (SUS), visando à prevenção de doenças e à promoção da saúde de acordo com as demandas e necessidades demográficas da população brasileira. Seu objetivo é promover ações de prevenção, redução de riscos e promoção da saúde no Sistema Único de Saúde (SUS), voltadas para atender às demandas e necessidades demográficas da população brasileira.

De acordo com a Proposta o Programa Nacional de Saúde Preventiva (PNSP) será executado em todos os níveis do SUS e visa desenvolver ações de saúde preventiva com enfoque especial nas diferentes fases da vida, considerando as especificidades regionais e sociais de cada território. As ações do PNSP serão realizadas por meio de articulação entre o governo federal, estados e municípios, visando à integração e fortalecimento das redes de atenção à saúde.

Dentre os objetivos da Proposta está a redução da incidência e prevalência de doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes, hipertensão, e doenças cardiovasculares, por meio de ações preventivas, a realizar campanhas de conscientização e promoção de hábitos saudáveis, incluindo alimentação adequada, prática regular de atividades físicas, e controle do consumo de álcool, tabaco e outras substâncias prejudiciais, fortalecer a atenção primária à saúde para a detecção precoce de doenças e condições de risco, promovendo diagnósticos rápidos e acesso a tratamentos preventivos.

O Projeto de Lei objetiva ainda estimular a vacinação e o acompanhamento regular da população idosa, de crianças e de grupos vulneráveis, incluindo gestantes e pessoas com deficiência, promovendo ações específicas de prevenção a doenças infecciosas e não infecciosas, implementar estratégias de monitoramento e vigilância em saúde para identificar, de forma precoce, novos riscos e agravos à saúde pública, respondendo de acordo com as necessidades demográficas e epidemiológicas locais, a capacitação de profissionais de saúde para a prática da medicina preventiva e promoção da saúde no SUS e a integração de ações de prevenção e promoção da saúde nos atendimentos de rotina do SUS.

“O investimento na criação de planos e estratégias de gestão e desenvolvimento, tendo como base a medicina preventiva, é primordial e cada vez mais necessário para que se troque o incentivo corriqueiro da prática de ações remediadoras para o costume da implementação e seguimento dos métodos de prevenção na comunidade. Dessa forma, recursos antes utilizados em tratamentos com altos custos dos serviços do SUS, após economizados, serão aplicados com mais eficiência e eficácia, proporcionando uma saúde pública com alto nível de investimento, tecnologias e tratamentos de primeira linha, oportunizando atendimentos de alta qualidade à saúde para todos os usuários do SUS”, explicou Manente.

* Assessoria do parlamentar

Observações sobre a cultura brasileira hoje

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Ivan Alves Filho, historiador

À memória de Vladimir Carvalho, um brasileiro raro.

Em matéria de cultura, tenho me deparado, pelo Brasil, com produções de grande valor.
Vamos tentar examinar isso de perto.

Na música popular, há violeiros notáveis, como Chico Curió, da histórica Tiradentes/MG,
autor de belíssimas valsas e modinhas, na linha da melhor tradição mineira. Como Helena
Meireles estava na linha das melhores tradições musicais pantaneiras. Ainda em Minas, como
não se maravilhar com o trabalho dessa imensa cantora Titane? A dupla Pena Branca e
Xavantinho recolheu o que o nosso cancioneiro tinha de melhor, em interpretações magistrais.
Outro violeiro de Minas Gerais com muita dedicação à música de raiz foi o estupendo Renato
Andrade. Roberto Corrêa também é um mestre mineiro. De certa forma, todos são filhos de
Tião Carreiro, de Montes Claros, norte do estado de Minas Gerais. Em São Paulo, temos
Renato Teixeira e suas lindas composições. No Mato Grosso do Sul, Almir Sater.

Infelizmente perdemos um grande nome, Rolando Boldrin: além de ator e compositor,
Boldrin apresentava um dos maiores programas culturais da televisão, o Sr. Brasil. A cantora
e pesquisadora musical Inezita Barroso também manteve um belíssimo programa na TV
Cultura, intitulado Viola, minha viola. Atilio Bari apresenta há anos o seu Persona, também
na TV Cultura. Imprescindível. No Rio de Janeiro, admiro ainda o talento de Eduardo Dusek:
sua interpretação de Serra da Boa Esperança é simplesmente antológica. E nunca podemos
perder de vista as referências. Ainda em forma, Eliana Pittman é uma referência e tanto para
minha geração e com ela participei uma vez de um programa na antiga TV Educativa do Rio
de Janeiro, Sem Censura. Tem o talento de uma Dalva de Oliveira ou de uma Elizeth
Cardoso. O mesmo eu diria da Alcione, a Marrom, e de Fafá de Belém. Isso, sem falar em
Clara Nunes, de vida tão breve. Uma pianista, cantora e arranjadora que também impressiona
pelo seu talento é Maíra Freitas, do Rio de Janeiro. Na Bahia ainda temos o Olodum, grupo
tão bem representado por João Jorge e Marcelo Gentil. Isso, sem aludir ao extraordinário
Elomar Figueira de Melo, baiano do sertão. Diana Pequeno é outra cantora excepcional e
também baiana de nascimento, assim como Virgínia Rodrigues. Todas essas pessoas citadas
acima na área da música resgatam uma tradição de qualidade que vem de Sílvio Caldas,
Orestes Barbosa, Noel Rosa, Nelson Gonçalves, Tito Madi, Lúcio Alves e Roberto Ribeiro.
Felizmente, ainda temos Caetano Veloso, Milton Nascimento, Fagner e Paulinho da Viola
para dar uma certa continuidade a isso, com suas vozes tão melodiosas e marcantes.

No plano da música de concerto, a ópera Molhem minha goela com cachaça da Terra!, de
Luiz Carlos Prestes Filho e Lucas Bueno, ambos radicados no Rio de Janeiro, é uma delas. A
peça musical se baseou em um livro de minha autoria, O caminho do alferes Tiradentes – uma
viagem pela Trilha dos Inconfidentes, o que muito me honrou. Creio que Villa-Lobos a
assinaria com muita honra e Arthur Moreira Lima, que nos deixou recentemente, a
interpretaria com o talento de sempre ao piano. A parceria deles com o maestro mineiro
Modesto Fonseca e a cantora lírica carioca Julia Félix tem rendido belos frutos. Ainda nesse
terreno da música de concerto, eu daria um destaque para o jovem violinista e pesquisador
Willer Silveira, tão dedicado à música sacra mineira. Das gerações mais novas, um músico
extremamente capaz é André Heller-Lopes, com quem gravei uma entrevista logo após o
lançamento do meu livro Brasil, 500 anos em documentos: na ocasião o maestro Heller-Lopes
declarou que a obra foi de fundamental importância quando da apresentação de um espetáculo
reunindo História do Brasil e trajetória musical do país. Fiquei honrado. Do Rio Grande do
Sul nos veio, há alguns anos já, o excelente violonista Yamandu Costa.

No tocante aos estudos folclóricos mais recentes, eu apontaria o livro Folclore Pombalense –
Reisado, do paraibano Luiz Barbosa Neto, um trabalho primoroso de resgate da cultura
popular religiosa entre nós. Os eternos mestres Edison Carneiro e Câmara Cascudo ficariam
orgulhosos. Festas populares, como o Carnaval carioca, o Círio de Nazaré e o Festival de
Parintins continuam a arrastar multidões. Ainda bem.

Uma grande descoberta eu fiz ao ler os poemas do professor mineiro José Antônio Oliveira de
Resende, reunidos no livro Recitais. Ou não somos a terra de Tomás Gonzaga, Castro Alves,
Fagundes Varela, Vinícius de Moraes, Cecília Meireles, Carlos Drummond de Andrade,
Thiago de Mello, Patativa do Assaré, Manoel de Barros, Ferreira Gullar e Paulo Leminski?
Outro escritor mineiro de muito valor é Ronaldo Guimarães: seu Pedaços de amor é um livro
para ser lido e relido sempre.

Ainda em Minas Gerais, mais precisamente em São João del-Rei, fiquei encantado com o
grupo de teatro de rua Balbúrdia, formado por jovens e competentes atores. O cinema
documental de José Carlos Asbeg é fundamental para a memória brasileira de hoje, ao mesmo
título que aquele de Vladimir Carvalho, Sílvio Back e Silvio Tendler. Sua série Palmares –
Coração brasileiro, alma africana é um verdadeiro tratado cinematográfico, um mergulho até
as raízes da nação. Todos esses documentaristas tinham por mestre o grande Humberto
Mauro.

Surgem, daqui e dali, no terreno editorial, iniciativas relevantes, tanto nos grandes centros – e
eu poderia citar a Contraponto, do Rio de Janeiro – quanto nos lugares menores – como é o
caso da Aquarius Produções Culturais, de Tiradentes/MG. De Brasília, a Fundação Astrojildo
Pereira vem nos brindando, há mais de duas décadas, com iniciativas editoriais de grande
qualidade, como que materializadas na revista Política Democrática, em sua versão impressa,
hoje infelizmente suprimida.

Nas Artes Plásticas, nomes como Aparecida Azedo e Rui de Oliveira vêm se colocando como
herdeiros dos grandes mestres forjados pelo Modernismo. Samuel Iavelberg é outra referência
para mim e suas fotografias feitas ainda no exílio, no decorrer dos anos 70, e seus trabalhos
sobre o samba e outras manifestações musicais populares, são registros admiráveis. Como
eram admiráveis as fotografias de Antônio Luiz Mendes Soares. O artesanato nacional
tampouco fica para trás em matéria de criatividade. O tiradentino Tião Paineira é exemplo
disso. No rio São Francisco existe uma comunidade composta apenas por mulheres
ceramistas, na localidade do Candeal. Eu lá estive quando de minhas andanças para escrever o
livro Velho Chico mineiro e fiquei impressionado com o espírito de iniciativa dessas artesãs,
organizadas em cooperativas desde o final do século XIX, conforme se pode ler nos relatos
feitos pelo geógrafo baiano Teodoro Sampaio. No Tocantins, tomei conhecimento, há alguns
anos, do belo trabalho artesanal que as mulheres do Jalapão desenvolvem com o chamado
capim dourado. Grupos de choro, corais e bandas se apresentam ainda em vários pontos do
país. Certas instituições de cultura, como centros culturais e fundações, algumas mantidas por
ONGs, lutam bravamente. Uma importante iniciativa nessa linha se concretizou com a criação
da organização Artesol, pela antropóloga Ruth Cardoso, em 1998, que reúne hoje exatas 522
associações de artesãos por todo o país. Quando, em 2001, cheguei ao Candeal, para conhecer
uma comunidade de ceramistas estabelecida ali desde pelo menos o final do século XIX, eu
me deparei com a presença de um alto forno para a preparação das peças. Segundo as
mulheres ceramistas me informaram, foi a Comunidade Solidária, projeto posto em prática
pela antropóloga Ruth Cardoso, que instalou o forno ali. Em tempo: segundo o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística, o Brasil alinha cerca de dez milhões de artesãos de todo
tipo, o equivalente à população da Suécia.

Na ensaística, temos nomes como Cristovam Buarque, Zander Navarro e César Benjamin e eu
aprecio muito a humanização da Ciência trazida pelo físico Marcelo Gleiser. Ele segue os
traços de outros grandes físicos brasileiros, como César Lattes e Mário Schenberg.
Fico na torcida para que essas produções, ainda dispersas, desembocam em movimentos
vigorosos, lembrando os trabalhos e movimentos coletivos realizados nos anos 40 e 60 do
século XX, sob novas roupagens. Esse era o período em que uma elite cultural (ou uma contra
elite, uma elite não financeira) passava acordos com os movimentos sociais para a construção
de um projeto de nação, cada vez mais necessário.

Vale dizer, culturalmente, o país busca se reorganizar – apesar do descaso e, mesmo,
desmonte, promovido por alguns governos, nos planos federal, estadual e, mesmo, municipal.
Ou seja, a sociedade civil busca resistir; ela é sempre maior do que o Estado. Alguém
sabe dizer quem governava o Brasil durante o levante comandado por Sepé Tiaraju, no quadro
das Missões Guarani, no Rio Grande do Sul? Ou quem estava à frente da Colônia durante a
luta comandada por Zumbi no Quilombo dos Palmares, em Alagoas atual? Quem mandava e
desmandava por aqui à época de Tiradentes e dos conjurados em Minas? Ou mesmo quando
Luiz Carlos Prestes deu início à sua Coluna, também na região missioneira do Rio Grande do
Sul? Um dos poucos grandes brasileiros que estiveram no poder, e mesmo assim por pouco
tempo, foi José Bonifácio, sendo preso e exilado após a Independência.

Decididamente, a sociedade civil se impõe. Aos trancos e barrancos, mas se impõe. Seja
como for, para um país que já teve quadros como Celso Furtado e Antônio Houaiss no
Ministério da Cultura, e Darcy Ribeiro e Cristovam Buarque na pasta da Educação, o
retrocesso é patente. Ao menos no plano da esfera estatal. Isso, para não aludirmos a titulares
de outros ministérios, como o do Trabalho, com João Goulart, Almino Afonso e Almir
Pazzianotto, o da Previdência Social com Antônio Britto, o da Saúde com José Serra e Jamil
Haddad, sem esquecer a contribuição de Alberto Goldmann nos Transportes, Alexis
Stepanenko no Planejamento, Raul Jungmann na Defesa e Tancredo Neves e Evandro Lins e
Silva na Justiça. Poucas semanas antes da derrubada de Jango Goulart, em 1964, Josué de
Castro estava cotado para ser o Ministério da Agricultura. Médico de profissão, ele chegou a
presidir a Organização Mundial da Saúde (OMS). No governo Jango, tivemos Doutel de
Andrade na liderança e, na administração de Itamar, Pedro Simon e Roberto Freire.
Decididamente, a contra elite fez muita falta ao Brasil nessas últimas décadas.
Para que se tenha uma ideia do estrago que acompanha a nossa Educação, basta dizer que um
terço dos professores da rede pública abandonou as salas de aula, em todo o país, nos últimos
anos. Assim sendo, renovar o Ensino Médio e a própria Academia, aproximando mais essas
instâncias da população, incentivar institutos, fundações, organizações da sociedade civil, se
revela fundamental. Cristovam Buarque defende, por exemplo, um Ministério da Educação do
Ensino Médio.

Nada contra o projeto de carreira, totalmente legítimo, mas, convém observar que, desde a
Conjuração Mineira, uma característica daquilo que a intelectualidade brasileira tem de
melhor repousa no engajamento e na busca por uma certa aproximação ou identificação com
os problemas da população. Os nomes nós os conhecemos. A cultura nacional brasileira se
forjou aí; é produto disso. Uma longa caminhada que vai do poema Marília de Dirceu, de
Tomás Antônio Gonzaga, aos poemas da obra Espumas flutuantes, de Castro Alves, e desta
obra aos Poemas dos Becos de Goiás, de Cora Coralina, e ao Poema Sujo, de Ferreira Gullar.
Dos trabalhos em História Natural de Frei Velloso aos de Alexandre Rodrigues Ferreira. Das
projeções de Aleijadinho às de Oscar Niemeyer. Das esculturas de Jesuíno de Monte Carmelo
às de Mestre Valentim, Abelardo da Hora e Alfredo Ceschiatti. Dos romances de José de
Alencar e Machado de Assis aos de Lima Barreto, Jorge Amado, Graciliano Ramos e
Guimarães Rosa. Dos azulejos de Athos Bulcão aos bonecos de Mestre Vitalino. Dos ensaios
críticos de Astrojildo Pereira, Agripino Grieco e Alceu Amoroso Lima às crônicas de Rubem
Braga, Cecília Meireles e José Carlos de Oliveira. Do teatro de Ariano Suassuna, Dias Gomes
e Oduvaldo Vianna Filho aos programas televisivos de Lima Duarte, Inezita Barroso e
Rolando Boldrin. Dos jardins de Burle Marx ao Plano Piloto de Brasília de Lúcio Costa. Das
apresentações de Cacilda Becker, Bibi Ferreira, Ruth de Souza, Oscarito, Grande Otelo, Deo
Garcez e Dina Sfat aos espetáculos presentes em nossos circos mambembes. Dos
documentários de Humberto Mauro, Rui Santos e Vladimir Carvalho aos filmes de ficção de
Nelson Pereira dos Santos, Leon Hirszman e Glauber Rocha. Da ginga dos capoeiristas aos
dribles desconcertantes de Leônidas da Silva, Pelé, Garrincha, Zico e Ronaldinho Gaúcho.
Dos bordados e trançados populares às telas de Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti, Candido
Portinari, Djanira, José de Dome e Alberto Guignard. Das exibições musicais de Villa-Lobos
nos estádios de futebol da época às melodias de Xisto Bahia, João Pernambuco, Sinhô,
Pixinguinha, Ismael Silva, Noel Rosa, Lamartine Babo, Tom Jobim e Caetano Veloso. Das
experiências educacionais de Anísio Teixeira às iniciativas editoriais de Monteiro Lobato e
Ênio da Silveira. Dos estudos historiográficos de Capistrano de Abreu, Caio Prado Júnior,
José Honório Rodrigues, Ernani Silva Bruno e Nelson Werneck Sodré aos ensaios geográficos
de Milton Santos e destes aos trabalhos etnográficos e de corte sociológico do Marechal
Rondon, de Edgar Roquette-Pinto, Guerreiro Ramos e Darcy Ribeiro.

Nessa linha, como dissociar Vidas Secas, de Graciliano Ramos, da nossa sofrida condição
agrária? Ou o quadro Os Retirantes, de Portinari, que aponta para a mesma situação? Ou os
romances de Bernardo Élis e José Lins do Rego da luta pela sobrevivência em nossos sertões
e gerais? Ou o poema Operário em construção, de Vinícius de Morais, da realidade do
trabalhador da construção civil em nossas grandes e médias cidades? Ou ainda a batida
empolgante das baterias das Escolas de samba do Rio de Janeiro e do bloco Olodum de
Salvador da batalha mais geral pela afirmação da cultura negra brasileira?

A teoria nasce e cresce em contato com a prática. Mas também morre ao se afastar dela. O
mesmo se dá com a Cultura. Não quero dizer com isso que todos devam atuar
partidariamente, até porque há formas múltiplas e novas de atuação social. Quero dizer
apenas que a união da teoria com a prática, isto é, a práxis, tem uma força incomum,
metodologicamente falando até. O engajamento traz consigo uma energia fabulosa.
Finalmente, chego ao último ponto que desejo destacar em nossa trajetória. Isto é, ao caráter
de síntese presente em nossa cultura. Entre a dimensão tradicional e a moderna; entre o fator
erudito e o popular; entre a reflexão teórica e a participação política e, também, entre as
diferentes matrizes culturais. Autóctone no Brasil é a síntese, a mescla. A nossa cultura é
como uma árvore de tronco antigo e galhos novos. Afinal, a língua portuguesa possui 800
anos. Os mitos indígenas, alguns milhares de anos. O mesmo podemos dizer dos nossos
orixás. A síntese (isto é, os galhos) é que é nova, propriamente.

Daí insistirmos na recuperação da Cultura, como peça essencial da refundação do Brasil.

No Rio, partido faz balanço da eleição e reafirma compromisso com a democracia

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Como entender o recado das urnas nas últimas eleições, sem abrir mão do compromisso histórico com a democracia? Esta foi a mensagem principal do presidente nacional do Cidadania, Comte Bittencourt, aos quatro prefeitos, um vice-prefeito e 41 vereadores eleitos pelo partido em 2024 no estado, que se reuniram com militantes em Niterói, nesta quinta-feira, dia 7.

O resultado eleitoral, comparado com o de 2020, manteve a média. Quatro anos atrás o partido elegeu no Rio de Janeiro quatro prefeitos, quatro vice-prefeitos e 64 vereadores. A missão agora é reforçar as bases, atrair novos filiados, e pensar em 2026.

O encontro foi conduzido pelo presidente estadual e prefeito de Macaé, Welberth Rezende, reeleito com 85% dos votos, e contou com a presença dos prefeitos Vantoil Martins, que elegeu seu sucessor em Iguaba Grande; Bernard Tavares, reeleito em Carapebus; Valmir Lessa, reeleito em Conceição de Macabu, e de boa parte dos 41 vereadores eleitos do partido em todo estado do Rio de Janeiro.

Convidado especial do encontro, o ex-prefeito de Vitória-ES, Luciano Rezende, fez uma apresentação sobre a importância do planejamento na gestão dos mandatos e deu dicas para os eleitos do partido.

O evento também reservou um momento de homenagem a querida militante Jane Castro e ao presidente nacional, Comte Bittencourt, que receberam placas comemorativas pelos serviços prestados ao partido.

Lula ergue a bandeira branca para Trump

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NAS ENTRELINHAS

O cenário novo pode ser ameaçador do ponto de vista da política interna, mas também oferece oportunidades geopolíticas para o Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) parabenizou o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, pelo retorno dele à Casa Branca após quatro anos. “Meus parabéns ao presidente Donald Trump pela vitória eleitoral e retorno à presidência dos Estados Unidos. A democracia é a voz do povo e ela deve ser sempre respeitada”, escreveu Lula. A mensagem equivale a uma bandeira branca, após o presidente brasileiro, às vésperas da eleição, ter afirmado que torcia pela vitória da vice-presidente Kamala Harris, a candidata democrata, e via o republicano, o presidente eleito, como uma ameaça à democracia.

Lula não tem outra opção, precisa manter boas relações com o novo presidente dos Estados Unidos, ainda que ele seja um aliado incondicional do ex-presidente Jair Bolsonaro. Nesse caso, o que prevalece não é posição ideológica do PT, cuja presidente, Gleisi Hoffmann, na nota que o partido divulgou sobre a eleição de Trump, parecia menos preocupada com Trump e mais com o pacote fiscal que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad está prestes a anunciar, para conter a inflação e a escalada dos juros.

A posição de Lula reflete o posicionamento estratégico do Itamaraty, que lida com um cenário internacional completamente novo, que pode ser ameaçador do ponto de vista da política interna, mas também oferece oportunidades para o Brasil na geopolítica mundial. A eleição de Trump deve acelerar a reestruturação das cadeias de valor globais, em razão da guerra comercial entre Estados Unidos e China, e o Brasil precisa se reposicionar de forma equilibrada e sagaz nesse jogo.

Para enfrentar a China, os Estados Unidos precisam de mercados alternativos. Isso cria oportunidades para o Brasil aumentar suas exportações para os dois países. Tanto empresas norte-americanas como chinesas estão realizando investimentos fora da Ásia, principalmente nos setores de tecnologia, automotivo e manufaturas. Podemos também nos beneficiar de um novo boom de exportações de produtos agrícolas e minérios para a China, que busca segurança alimentar e de matérias-primas. De igual maneira, os Estados Unidos tendem a ampliar a compra de soja, carne, petróleo e manufaturas brasileiras.

Entretanto, será preciso administrar os aspectos negativos dessa reestruturação, como a dependência em relação aos insumos chineses, as pressões internas e externas para um alinhamento automático aos Estados Unidos ou à China e a nossa instabilidade econômica, que já afeta o câmbio, a inflação e a taxa de juros, que, nesta quarta-feira, subiu meio ponto percentual, chegando a 11,25% (Selic).

Sócios

Sem dúvida, Lula perdeu com a eleição de Trump, mas não está sozinho. Alguns líderes mundiais estão perdendo até mais. São sócios da derrota de Kamala Harris os principais atores da União Europeia: Emmanuel Macron (França), Olaf Scholz (Alemanha) e Ursula von der Leyen (presidente da Comissão Europeia). No leste europeu, perdem Donald Tusk (Polônia) e Volodymyr Zelensky (Ucrânia), que não é um aliado de Lula por causa de suas relações com Putin.

O trabalhista Keir Starmer (Reino Unido) e o socialista Pedro Sanches (Espanha) também saíram perdendo, assim como os falcões da (OTAN) Organização do Tratado do Atlântico Norte. Na América Latina, perdem Gabriel Boric (Chile), Gustavo Petro (Colômbia) e Lopes Obrador (México). Outros players da política mundial estão na mesma situação: o progressista Justin Trudeau (Canadá), Cyril Ramaphosa (África do Sul), Tsai Ing-wen (Taiwan) e Yoon Suk-yeol (Coreia do Sul).

Em contrapartida, a grande coalizão de extrema-direita tem agora um líder que a transforma numa força mais coesa e decisiva na política mundial. Além do ex-presidente Jair Bolsonaro, que sai fortalecido das eleições americanas, Trump terá como aliados Viktor Orbán (Hungria), Marine Le Pen (França), Giorgia Meloni (Itália), Javier Milei (Argentina), Santiago Abascal (Espanha), Recep Tayyip Erdo?an (Turquia), Benjamin Netanyahu (Israel), Shigeru Ishiba (Japão), Narendra Modi (Índia) e Rasmus Paludan (Dinamarca), recentemente condenado na Suécia por queimar o Alcoorão.

Nove entre cada dez analistas avaliam que a eleição de Trump é boa para Vladimir Putin, porém, para isso, será preciso suspender as sanções econômicas contra a Rússia e confrontar os aliados europeus, que veem os russos como ameaça. Nesse cenário, como ficaria a relação com o Brics, cuja expansão é patrocinada pela China e que já vinha sofrendo restrições dos Estados Unidos?

Trump é pragmático nas relações bilaterais e despreza o multilateralismo. O eixo de sua política externa será a disputa comercial com a China, sobretudo para evitar a criação de uma moeda própria do Brics. Por isso, o Brasil será muito pressionado a moderar sua estratégia de fortalecimento do chamado Sul Global, assim como a África do Sul, que depende da ajuda financeira americana. A Rússia terá maior margem de manobra para um acordo de paz na Ucrânia. Finalmente, a Índia, aliada dos Estados Unidos, será estimulada a emular com a China, pois atualmente é a economia em maior expansão na Ásia. (Correio Braziliense – 07/11/2024 – https://blogs.correiobraziliense.com.br/azedo/lula-ergue-a-bandeira-branca-para-trump/)

Reeleito em Nova Lima, João Marcelo se consolida entre as maiores lideranças da região metropolitana de BH

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Reeleito prefeito da cidade mineira de Nova Lima com a impressionante marca de 85,60% dos votos, o administrador João Marcelo, de 32 anos, se consolidou como uma das principais lideranças políticas da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Sua administração tem reconhecimento da população, que não por acaso votou em massa na reeleição do prefeito, que em 2020 chegou à prefeitura com 38,21% dos votos.

De 2020 para 2024, João Marcelo viu seu resultado eleitoral mais que dobrar e agora dá mais um passo de uma trajetória de vida pública marcada pela persistência e serviço social. Esse gosto por ajudar o próximo começou quando ele tinha apenas sete anos e ganhou uma roupa de Papai Noel.

A partir daí ele desenvolveu a ideia de um projeto social que o tornou famoso em Nova Lima. O Papai Noel Mirim virou uma ONG que atua há mais de duas décadas em projetos sociais.

Formado em Administração pela Escola Gerencial do Sebrae, João Marcelo tem especialização em administração pública, com ênfase em planejamento, gestão e finanças. Além disso, tem experiência na área de comércio exterior.

Sua primeira disputa eleitoral ocorreu em 2012, quando concorreu a vereador, sem vencer a eleição por causa do coeficiente partidário. Em 2016 se tornou o vice-prefeito mais jovem da história de Nova Lima e quatro anos depois assumiu a cidade que agora o reelege com mais de 85% dos votos.

Nova Lima possui 119.142 habitantes e está localizada na região metropolitana de Belo Horizonte. A principal atividade econômica do município é a extração do minério de ferro, responsável por mais de 5 mil dos 46,3 mil empregos gerados pelo município.

Em entrevista para o programa Balanço Geral Minas, o prefeito reeleito falou sobre projetos que pretende colocar em prática em sua nova gestão, dando especial atenção para a questão da mobilidade urbana.

CONFIRA