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Alessandro Vieira desmente Ricardo Barros, que voltará à CPI como convocado. Líder do governo Bolsonaro tentou colar na CPI da Covid responsabilidade por demora na compra de vacinas

“A mentira tem perna curta”, alertou o senador. Comissão arguirá o STF sobre qual procedimento deve adotar caso o depoente, transformado em convocado, insista em mentir

Uma questão de ordem do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), apoiada pela direção da CPI da Covid, levará a uma reconvocação do deputado Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara, que ocorrerá após uma consulta ao Supremo Tribunal Federal (STF). A CPI quer saber o que pode fazer se o depoente mentir flagrantemente e sistematicamente para os senadores da comissão, após jurar dizer a verdade. Após a resposta do STF, Ricardo Barros, que nesta quinta (12) foi convidado para depor na CPI, voltará, mas como convocado. O depoimento, iniciado pela manhã, foi interrompido quando Barros causou revolta na direção da comissão, e em senadores independentes, ao dizer que a comissão atrapalha a compra de vacinas. Ele se referia à compra da indiana Covaxin e da chinesa CanSino. Na volta do depoimento, Alessandro Vieira abriu com uma questão de ordem arrebatadora.

“Toda mentira tem perna curta. O suposto desinteresse de empresas fabricantes de vacinas, no mercado brasileiro, por conta da atuação da CPI, é uma mentira”, afirmou o senador. Um dos fabricantes, a CanSino, desmentiu o depoente enquanto ocorria a sessão da CPI. Informou que mantém total interesse em vender para o país e que decidiu apenas trocar o laboratório que a representa no Brasil “por questões de de compliance”. Encerrando relações com a paranaense Belcher, de Maringá, cidade Natal de Barros. O líder do governo teve reuniões com o empresário Daniel Moleirinho Feio Ribeiro, dono da empresa. Da mesma forma, o laboratório indiano Bharat Biotech, que fabrica a Covaxin, anunciou a rescisão do contrato com a Precisa Medicamentos, cujos ‘rolos’ são investigados pela CPI.

“Esse é um momento grave da vida nacional, que não comporta molecagem oou brincadeiras, exige respostas sérias e que se fale a verdade”, afirmou Alessandro Vieira. Barros havia afirmado que a CPI teria trazido resultados negativos para o Brasil ao afastar interessados em fechar negócios com o país. “O mundo inteiro quer comprar vacinas e espero que essa CPI traga bons resultados para o Brasil, porque o negativo já produziu muito. Afastou várias empresas interessadas em fazer negócios com o Brasil…”, especulou Barros, antes de ser interrompido pelos senadores, inconformados.

O líder Ricardo Barros foi citado na CPI em junho pelo deputado Luis Claudio Miranda (DEM-DF), que levou ao presidente Jair Bolsonaro indícios de ilegalidade na negociação para compra da vacina Covaxin, acompanhado de seu irmão, o servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda. Segundo o parlamentar do DEM, o presidente afirmou que sabia que um deputado da base do governo estava envolvido no caso e que levaria a denúncia ao delegado-geral da Polícia Federal, o que não foi feito naquele momento. Questionado na CPI sobre quem seria esse deputado, Miranda disse: “Foi o Ricardo Barros que o presidente falou”. Bolsonaro nunca desmentiu a fala de Miranda e não removeu Barros da posição de líder do governo na Câmara.

Freire elogia abertura de MBL, Vem Pra Rua e Livres e adesão de PT, PDT, PSB, PSol, PCdoB, PV, Solidariedade e Rede aos protestos do dia 12 de setembro

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Com Cidadania, partidos decidem participar de todas as manifestações pelo impeachment de Bolsonaro, sem vetos

O presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire, afirmou nesta quinta-feira (9) que as manifestações de 12 de setembro, com a adesão de pelo menos 9 partidos aos protestos convocados inicialmente pelos movimentos MBL, Vem Pra Rua, Livres e Acredito, serão o o pontapé na caminhada pela abertura de processo de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro.

A decisão foi tomada na noite de ontem em reunião virtual com lideranças de Cidadania, representado por Freire, PT, PDT, PSB, PSol, PCdoB, PV, Solidariedade e Rede. “Decidimos apoiar toda e qualquer manifestação pelo impeachment, a começar por essa de domingo, independente de quem a convoque”, disse, em entrevista ao Valor, o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi.

“É o que o Brasil espera de suas oposições: unidas e nas ruas não apenas no 12 de setembro, mas em todas as manifestações convocadas contra esse desgoverno incompetente, criminoso e corrupto. O impeachment é a palavra de ordem que nos une. E pra isso estamos deixando momentaneamente de lado nossas diferenças. Elogio a abertura de MBL, Livres, Vem Pra Rua e Acredito nesse sentido”, defendeu Freire.

O presidente do Cidadania disse que seguirá conversando em busca da adesão de partidos de centro e centro-direita aos protestos. Ele avaliou como uma sinalização positiva que o PSDB tenha decidido ir para a oposição e tenha aberto internamente a discussão sobre o apoio ao afastamento de Bolsonaro.

“Além de PSDB, DEM, MDB e PSD, cujo presidente Gilberto Kassab também vê cenário preocupante para a democracia. Pela história e pelos valores desses partidos, o lugar deles é na rua, com todas as forças políticas, para preservar direitos e garantias fundamentais, pressionando Arthur Lira a ouvir mais de 75% dos brasileiros e abrir o processo de impeachment. Essa é a nossa tarefa primordial. A eleição de 2022, a gente vê depois. Temos primeiro de garantir sua realização”, argumentou.

Freire observou que a sociedade está chegando ao limite. “Alguns movimentos organizados na sociedade e nas redes, como Derrubando Muros, do qual participo, também pretendem aderir às manifestações. O sentimento de basta está crescendo. Seria muito importante que outros grupos também se associem a isso”, apontou.

Conforme o Valor, a articulação dos 9 partidos que já aderiram aos protestos do próximo domingo também trabalha pela realização de novas manifestações pelo impeachment em 3 ou 10 de outubro; e em 15 de novembro, dia da Proclamação da República. O jornal registra que a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, disse que o partido está incentivando todos os atos de rua pelo impeachment.

“Enquanto construímos esta grande manifestação de unidade pela democracia, pelo Brasil e pelos direitos do povo, incentivamos todos os atos que forem realizados em defesa do impeachment. O país está cobrando a responsabilidade do presidente da Câmara pela abertura dos processos”, disse no Twitter.

Livro “Grando, Presente!” será lançado oficialmente nesta quarta-feira (22)

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Livro retrata o legado de Sérgio Grando, prefeito humanista que estabeleceu marcos sociais até hoje existentes em Florianópolis, Santa Catarina

Foi do jornalista Carlos Damião o retrato próximo de quem foi Sérgio José Grando, ou Sérgio Grando, e ainda para a juventude, o gordo, na política catarinense. Disse Damião à época do falecimento do ex-prefeito de Florianópolis: é preciso não reduzir Sérgio Grando à simplificação do termo ‘comunista’, como fazem os professores de Deus que proliferam nas redes sociais com suas manifestações rasas de ódio e intolerância. Grando fez política de um jeito incomum, sem qualquer ranço de radicalismo.

A capacidade de articulação de Sérgio Grando esteve presente em toda a sua vida pública. Na década de 1970 destacou-se no então MDB, hoje PMDB, em especial entre os jovens de esquerda que militavam no partido. O MDB era o espaço legal e democrático dessa corrente política, banida do campo institucional pela ditadura instaurada em 1964. Grando escapou de ser preso na Operação Barriga Verde, que desmontou a célula comunista abrigada no MDB. Mas esteve sempre solidário aos seus companheiros encarcerados e torturados.

Carreira

Líder prestigiado entre os militantes de esquerda e entre os professores, Sérgio Grando elegeu-se vereador pelo PMDB em 1982. Aproveitou a legalização do PCB em 1985 para se transferir para o “partido do coração”, à época identificado com a política da União Soviética e ainda liderado nacionalmente pelo lendário Luiz Carlos Prestes.

Seu estilo, no entanto, nunca foi autoritário ou raivoso. Talvez a experiência profissional no magistério tenha forjado em Sérgio Grando uma personalidade conciliadora, afável e generosa. Transitava bem em todas as rodas, inclusive entre os liberais (PFL), inimigos clássicos da esquerda de modo geral.

Depois de prefeito foi deputado estadual. Na Assembleia Legislativa, também se destacou pela maneira leve e fraternal de fazer política.

Homem culto, tinha na literatura e no cinema suas principais paixões. Quando prefeito, fortaleceu a Fundação Franklin Cascaes, a fundação cultural de Florianópolis. Carismático, tinha amigos em todos os segmentos sociais. Foi nos morros, batendo de porta em porta, que se elegeu vereador em 1982. Tinha uma Brasília velha, caindo aos pedaços, quando fez a campanha para prefeito em 1992. Duro, contava com a ajuda de amigos até para pagar os serviços gráficos realizados para seu comitê.

Obra reúne 15 textos de personalidades, intelectuais, amigos e familiares de Sérgio Grando. E essa história política e o legado de Grando, que morreu de câncer em 2016, aos 69 anos, são registrados, em novo livro editado pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira), como lição de uma grande liderança do campo democrático e progressista. A obra Grando, Presente (224 páginas) terá lançamento nacional, em evento online da entidade, no próximo dia 22, a partir das 20H.

O evento de lançamento online do livro será transmitido em tempo real, no portal da FAP, na página da entidade no Facebook e no canal dela no Youtube. Roberto Freire, presidente nacional do Cidadania, o padre Vilson Groh, presidente do IVG, organização da sociedade civil voltada a ações educativas e socioassistenciais nas periferias da Grande Florianópolis; e os sociólogos Homero Gomes e Remy José Fontana serão alguns dos participantes.

As pessoas interessadas em participar diretamente do lançamento, por meio da sala virtual do aplicativo Zoom, devem enviar a solicitação ao departamento de tecnologia da informação da FAP e se identificarem. O contato deve ser realizado por meio do WhatsApp (61) 98419-6983 (Clique no número para abrir o WhatsApp Web), até 20 minutos antes do início do webinar.

Cidadania-SC

Fruto de um desafio gerido na Direção do então PPS de Santa Catarina, atual Cidadania-SC, os dirigentes Francisco Medeiros e Elaine Otto participaram na construção do projeto organizando as diversas contribuições. Elaine Otto, que é cientista social e educadora, se emociona ao relembrar o trabalho realizado.

“Organizar e produzir o livro Grando Presente com Cleide [ex-mulher de Sérgio Grando] e Francisco [Medeiros] foi uma experiência única. A emoção das palavras proferidas por Padre Vilson Groh no dia 1° de janeiro de 2017, dizendo Gando foi um homem justo, um verdadeiro camarada se renovaram a cada texto. O livro está lindo! Vida densa, discreta, retilínea, Grando foi e continua sendo um exemplo de que é possível uma Florianópolis de todos”, finalizou.

Cristovam Buarque: O rumo está na escola

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Em coluna no Correio Brasiliense, Luiz Carlos Azedo, além da honra de colocar-me ao lado de Paulo Freire, Darcy Ribeiro e Anísio Teixeira, me provocou com o título “Onde perdemos o rumo”, na véspera do bicentenário da Independência: estancados na economia, com pobreza e violência nas ruas e democracia fragilizada.

Nascemos sob o rumo insustentável da economia baseada no trabalho escravo para produção agrícola e mineradora, voltada para exportação. Atravessamos assim 350 dos 500 anos da história, e até hoje temos a economia semi-primária e semi-escravocrata. Fomos governados por populismo ou ditadura, com sistemático desrespeito ao equilíbrio fiscal, insensibilidade às necessidades sociais e urbanas, permanente concentração de renda, depredação ambiental. Tentamos rumo baseado em fazendas, minas, lojas, indústrias, estradas, hidrelétricas, uma nova capital, nunca em escolas.

Perdemos o rumo quando o quase Imperador gritou “Independência ou Morte” em vez de “Independência e Escola”; ou por esperarmos 350 anos para erradicar o escravismo e a Princesa assinar a Lei Áurea com o único artigo abolindo a escravidão, sem estes outros: “a terra pertence a quem nela produz” e “fica estabelecido um sistema nacional de educação para todos”. A bandeira republicana adotou o lema escrito “Ordem e Progresso”, em vez de “Educação é Progresso”, e até hoje não abolimos o analfabetismo: 12 milhões de adultos não reconhecem a própria bandeira.

Perdemos o rumo ao demorarmos 420 anos para criar nossa primeira universidade; ao implantarmos industrialização ineficiente, que tirou recursos da infraestrutura social e provocou inflação para cobrir custos do protecionismo; ao adotarmos o desenvolvimento sem sustentabilidade monetária, ecológica, fiscal, urbana, cultural ou política; e por até hoje não montarmos um Estado eficiente, democrático e republicano. Mas a causa principal do nosso descaminho tem sido o desprezo endêmico à educação em geral e a aceitação da desigualdade, conforme a renda e o endereço do aluno.

Chegamos ao terceiro centenário da independência, na Era do Conhecimento, sem uma população que leia e escreva bem português, fale outros idiomas, saiba matemática e ciências, conheça os problemas do mundo, use modernas ferramentas digitais e domine um ofício profissional. Perdemos o rumo ao imaginar que a boa educação é consequência do crescimento e da democracia, em vez de entendermos que crescimento sustentável e democracia sólida são consequências da educação.

A história de outros países mostra que a educação não ficou boa porque eles ficaram ricos, mas que ficaram ricos porque a educação era boa. Foi assim na Europa Ocidental e na América do Norte, desde o século XIX; na Irlanda, Coréia do Sul e Finlândia, desde meados do século XX. Foi a educação de qualidade que lhes deu base para elevar a renda social e distribuí-la com justiça, ainda que também graças à abertura comercial, finanças públicas equilibradas e instituições democráticas sólidas, capazes de liberar o talento das pessoas educadas. Cada vez mais a educação será o vetor do progresso econômico, a plataforma da distribuição de renda e da justiça social, a argamassa do regime democrático e o enlace para a sustentabilidade. Sem levar isso em conta, não encontraremos o rumo para o futuro que desejamos e para o qual temos potencial.

A educação é tão importante que, por falta dela, ainda não conseguimos perceber sua importância; agimos como pessoa perdida que não sabe para que serve o mapa que tem em mãos. Os traficantes usavam força para não deixar os escravos saltarem ao mar, porque os viam como mercadoria de valor, mas nós não damos condições para nossas crianças permanecerem em escola com qualidade até o fim do ensino médio, porque não as vemos como principal instrumento da criação de riqueza para o país.

Por isso, não aceitamos que o rumo está em escola de máxima qualidade para todos: não acreditamos que o Brasil pode ter uma educação das melhores do mundo, nem que seja possível no Brasil a educação ter a mesma qualidade para todos, independentemente da renda e do endereço da criança.

Temos recursos para implantar um Sistema Único de Educação de Base com qualidade. Não podemos adiar este rumo. É possível financeira e tecnicamente, também politicamente se entendermos que educação é o vetor do progresso, e moralmente, se percebermos a indecência e estupidez de não garantir que a qualidade seja a mesma para todos. (Correio Braziliense – 21/9/2021)

Cristovam Buarque, professor Emérito da UnB e membro da Comissão Internacional da Unesco para o Futuro da Educação

Publicado edital de convocação do Congresso Nacional do Cidadania

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Encontro será realizado por meio de videoconferência no dia 12 de março a partir das 9h

O Cidadania publicou o edital de convocação do Congresso Nacional do partido, que será realizado no dia 12 de março, a a partir das 09h00.

Veja abaixo a convocação oficial:

Nota oficial – PCB: 100 anos de Cidadania

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100 anos não são 100 dias. De uns anos para cá, tornou-se uma convenção avaliar governos pelos seus primeiros 100 dias de gestão. Em termos históricos é muito pouco, mas o suficiente para dizer se as sementes da mudança foram plantadas.

E se elas se transformarão, mais tarde, em combate a pobreza, elevação de emprego e renda, controle da inflação e responsabilidade fiscal, crescimento econômico, educação e saúde de qualidade.

Enfim, se o projeto vitorioso nas urnas aponta para um futuro mais próspero, capaz de colocar o Brasil na rota da superação de problemas de décadas, com mais inclusão e igualdade de oportunidades, celebrando a diversidade que sempre nos fez únicos.

O que dizer então de 100 anos? Em termos históricos, é período suficiente para mudar para sempre os rumos da História. Nos últimos 100 anos, vimos a população mundial sair de cerca de 2 bilhões para mais de 7 bilhões de pessoas; a ascensão e a queda do nazifascismo, uma segunda guerra mundial e os horrores do holocausto.

A fundação da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, a morte de Lênin, a ascensão de Stálin, a denúncia dos crimes de Stálin, as Revoluções Chinesa e Cubana.

A exploração imperialista europeia na África e a abjeta segregação e violência extrema do apartheid. O fim do colonialismo. A “queda” do Império Britânico e a ascensão dos Estados Unidos como a maior potência econômica e militar do mundo, com suas guerras, como as do Vietnã e do Iraque.

Vimos a emergência da Coréia capitalista e da China comunista como potências. Gorbachev, a Perestroika e a Glasnost. A queda da URSS e do muro de Berlim. O socialismo real derrotado pela história. De um mundo bipolar para um mundo multipolar. De uma guerra fria para outros conflitos provocados pela busca de hegemonias por parte de potências mundiais.

Revoluções tecnológicas nas mais diversas áreas. Da saúde, com as pessoas vivendo cada vez mais, em que pese a imensa desigualdade mundial, à indústria, globalizada, descentralizada, robotizada. A conquista do espaço por Iuri Gagarin e da inteligência artificial por Marvin Minsky. A prosperidade na cooperação.

No Brasil, também a luta dos comunistas e as conquistas operárias e sindicais, que ditaram mudanças profundas na sociedade, como direito à greve, férias, salário-mínimo, licença maternidade e paternidade.

De 1922 até hoje, 2022, o Partido Comunista Brasileiro, o PCB, também partidão, resiste.

Resiste em seus ideais. Ideais do humanismo. Da democracia como valor absoluto. Da igualdade e da fraternidade. Do pacifismo. Das liberdades. Ideais que, ao longo desses 100 anos, permanecem inalterados.

E com os quais marcamos a história do país com o Sistema Único de Saúde, do qual Sérgio Arouca, um comunista, foi artífice.

Resistimos nos ideais. Embora a visão de mundo tenha mudado.

Mudou quando não acreditou na luta armada como meio de combater a ditadura, enquanto revoluções tentavam introduzir o socialismo pelo mundo. Mudou, dando lugar ao Partido Popular Socialista, quando reconhecemos a derrota do socialismo real pela história.

Mudou quando, já em 1989, víamos concessões e privatizações como meios de garantir um Estado mais eficiente em áreas que não precisavam nem deveriam ser atividade de responsabilidade direta do Estado.

Mudou quando entendemos que a política saiu dos sindicatos e das organizações tradicionais para o mundo em rede. Quando os partidos começaram a deixar de fazer sentido para uma parcela significativa da população e nos tornamos Cidadania.

E quando, agora, diante da necessidade de oferecer ao Brasil uma alternativa democrática a Bolsonaro e Lula, nos unimos ao PSDB para refundar a Social-Democracia brasileira, retomando o diálogo com liberais sociais e ambientalistas. Se as circunstâncias mudam, mudamos nós, mas sem abrir mão de nossos princípios.

O principal deles: cidadania. Cidadania a todos os brasileiros, irrestritamente. Acabar com a verdadeira guerra que ceifa dezenas de milhares de vidas todos os anos, 78% delas de jovens negros. Pôr fim a essa espécie de apartheid racial e social que ainda vigora no país.

Derrubar o muro que ainda nos opõe ao mundo e aos avanços das novas sociedades e que está de pé na cabeça de certa esquerda ultrapassada, que é prisioneira da guerra fria. Algo evidente na visão distorcida e no apoio absurdo que dão à agressão das tropas de Vladimir Putin na invasão da Ucrânia.

Apoio a um expansionismo russo que vem especialmente da eXquerda latino-americana, do chavismo, bolivarianismo, peronismo, sandinismo, lulismo e outros ismos afeitos ao autoritarismo.

Fazer uma revolução na Educação, única forma de libertar e emancipar o povo.

Tornar o Estado eficiente e resgatá-lo do sequestro que que lhe aplicou uma extrema-direita inepta. E que dele se assenhorou para vender facilidades, tal como milicianos que dominaram imensos territórios do Rio de Janeiro e fazem caixinha com serviços de utilidade pública.

Inserir o Brasil definitivamente no Século XXI, com economia verde, preservação da floresta em pé, biotecnologia, digitalização dos serviços públicos, da sociedade da inteligência artificial, do Homo Deus de Yuval Harari.

100 anos não são 100 dias.

Giocondo Dias! Luís Carlos Prestes! Astrojildo Pereira! Portinari! Drummond! Laudelina de Campos Melo! Claudino José da Silva! Jorge Amado! Solano Trindade! Abigail Paschoa! Grando! Sérgio Arouca! Givaldo Siqueira!

Dentre os vivos, podemos aqui homenagear o homem Francisco Inácio de Almeida e a mulher Dina Lida, e, na pessoa deles, a todos os homens e todas as mulheres que estão hoje ainda aí contando a nossa história.

Novos e antigos integrantes desta agremiação. Todos imbuídos do espírito da cidadania, construído na luta e nas ideias.

Como escreveu nosso poeta maior, Ferreira Gullar, que está nessa lista, éramos apenas pouco mais de 70 lá no início, em 1922.

Aqueles 70 e poucos sabiam de marxismo, mas tinham sede de justiça e estavam dispostos a lutar por ela.

Hoje, somos centenas de milhares.

Eu sou apenas um deles.

Disse ainda nosso poeta – que também era comunista:

“O PCB não se tornou o maior partido do Ocidente, nem mesmo do Brasil. Mas quem contar a história de nosso povo e de seus heróis tem que falar dele. Ou estará mentindo”.

Nós aprendemos ao longo de um século de história. Erramos e acertamos.

Mas nunca deixamos de olhar para o futuro. Nunca abrimos mão dos nossos princípios.

É chegada a hora de liderarmos o Brasil rumo a um século de luzes!

Quem viver verá!

Em honra e memória dos que se foram. E pelos que ainda estão por vir.

Viva o PCB! Viva o Cidadania!

Roberto Freire

Presidente Nacional do Cidadania

Luiz Sérgio Henriques: A esquerda entre a história e a política

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O debate sobre frentes e alianças, que compõe a rotina da política nos momentos de relativa calmaria, acende-se verdadeiramente nas situações em que se percebem ameaças existenciais à convivência civil e à natureza democrática dos Estados, como é evidente no caso brasileiro, e não só nele. Já existe, a propósito, um amplo inventário de exemplos clássicos que de certa forma nos assediam teimosamente quando buscamos parâmetros e termos de comparação. Examinemos um deles.

Weimar e a corrosão da sua república estiveram, há um século, no cerne da vaga reacionária que levaria ao nazismo. A cisão na esquerda – a partir dos anos 1920, dilacerada entre o “reformismo” social-democrata e o “revolucionarismo” bolchevique – abriria as portas para o nacional-socialismo. Do ponto de vista dos comunistas, os social-democratas não passavam de linha auxiliar da extrema-direita. Eram, pura e simplesmente, “social-fascistas”, ainda piores do que os adeptos declarados do nazismo.

A catástrofe que se evidenciaria depois produziu uma reviravolta na política de alianças. Desta vez, a precisa definição do adversário comum permitiu agregar em frentes populares não só os “irmãos inimigos”, socialistas e comunistas, como também uma ampla gama de liberais e democratas. Uma operação virtuosa, que levaria à extraordinária luta comum contra o nazifascismo. Mas, convenhamos, não tinha virtude alguma o fato de o comunismo no poder não se abrir aos ventos democratizantes advindos da frente, instalando assim a contradição grave: uma clarividente política de alianças “para fora”, uma repressão ensandecida “para dentro”, como nos processos de Moscou e demais crimes do comunismo stalinista.

Trata-se de situações paradigmáticas que, com nomes e circunstâncias diversas, se repetiriam para a esquerda ao longo do século. No Brasil dos anos 1930, a política de frente – a “aliança nacional libertadora” – abdicaria do seu traço inicial de mobilização popular para se perder numa aventura militar em tardio molde tenentista. Algumas décadas depois, o partido-motor da “aliança nacional” leria em outros termos a conjuntura de desafio existencial inerente ao regime militar. De fato, o então PCB, mesmo clandestino, contribuiria para a definição da resistência ao regime segundo o modelo da frente única ou, o que é aproximadamente a mesma coisa, da frente democrática.

A História nem sempre – ou quase nunca – segue rotas e traçados predefinidos. A frente ampla aos poucos tomaria corpo no MDB e na programática valorização da sociedade civil, mas seu propositor à esquerda estava limitado pela marca de nascença: a relação com a União Soviética e seu “socialismo de Estado”, em vias de esgotamento. Mesmo assim, aquela frente inaugurava um novo modo de proceder e de pensar a política, a ser recolhido e levado adiante pelos outros atores. Em palavras sintéticas, a política como hegemonia em ambiente plural e democrático; como capacidade de influenciar os demais e, também, deixar-se influenciar. Afinal, segundo a frase famosa, o educador – o partido que inova e transforma – também precisa ser educado.

A exigência a ser feita ao PT, eixo principal da esquerda pós-comunista e novamente protagonista das eleições de 2022, nasce exatamente deste conjunto de problemas. Pode bem ser que não baste uma frente unicamente de esquerda para ganhar em outubro e, com toda a certeza, ela não bastará para reconstruir o País a partir de janeiro, em caso de vitória. A extensão e a profundidade dos danos trazidos por quatro anos de governo Bolsonaro à economia e à sociedade – e à própria ideia de bem comum – ainda não estão sequer delimitadas, mas já se sabe que não são de pouca monta. Este quadro sombrio é o que nos adverte contra uma visão da realidade que oponha, num jogo de soma zero, esquerda e direita, como se não houvesse atores legítimos ao centro e mesmo à direita, com forte inserção, capacidade de formulação e agregação.

Impossível prever se a ampla convergência capaz de rodear com um cordão sanitário a direita “rupturista” se dará no primeiro ou no segundo turnos. Trata-se, aqui, de reivindicar que toda e qualquer ação se inspire na ideia de que, acima das rivalidades entre candidatos e partidos, existe a oposição básica entre democracia e autocracia, que está hoje por toda parte como a principal contradição política do nosso tempo. E, como sabemos, há também autocratas e populistas de esquerda, o que é uma advertência severa contra pretensões de monopólio da verdade. Aquela contradição é que permite riscar um campo comum, do qual só se autoexclui quem deliberadamente abandona a linguagem da política e adere à apologia das armas e, portanto, à linguagem da violência.

A República de Weimar – dizem – caiu porque era, no fundo, uma democracia sem democratas. Essa fragilidade, associada à imaturidade conflituosa das forças que deveriam defendê-la, foi a precondição da tragédia que se seguiu. Entre nós, a repetição de uma infeliz sequência deste tipo teria, talvez como nunca antes, todos os atributos da mais perigosa das chanchadas. (O Estado de São Paulo -19/06/2022; https://opiniao.estadao.com.br/noticias/espaco-aberto,a-esquerda-entre-a-historia-e-a-politica,70004095923)

Nota oficial

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As Bancadas do Cidadania na Câmara e no Senado se manifestam por uma reação dos presidentes das duas Casas em defesa da democracia, das liberdades políticas e das instituições republicanas, que têm na representação e no voto um de seus principais pilares.

Todos os deputados federais e senadores foram eleitos e exercem de forma legítima os seus mandatos populares, conquistados nas urnas eletrônicas que deram também a Jair Bolsonaro a presidência da República numa eleição íntegra e segura.

Os parlamentares do Cidadania lamentam que o ataque ao sistema eleitoral diante de embaixadores dos principais países do mundo tenha partido de quem tem o dever maior de protegê-lo. As inverdades sobre a lisura das eleições fragilizam justamente o maior representante da democracia brasileira internacionalmente.

O partido atuará nas Comissões de Relações Exteriores do Congresso para preservar a imagem do Brasil e nas demais comissões para garantir, no que couber, a realização de eleições livres, diretas e seguras no próximo dia 2 de outubro.

O país precisa de paz e concórdia para enfrentar o que realmente importa para melhorar a vida dos brasileiros: fome, miséria, desemprego, inflação.

Alex Manente, líder do Cidadania na Câmara

Eliziane Gama, líder do Cidadania no Senado

Simone Tebet rebate Michelle Bolsonaro

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O Antagonista

TSE restringiu propaganda de Bolsonaro com a primeira-dama após pedido da campanha da emedebista

A senadora Simone Tebet, candidata do MDB à Presidência, rebateu neste sábado (3) as críticas da primeira-dama Michelle Bolsonaro.

Mais cedo, durante evento em Novo Hamburgo (RS), a esposa do presidente se disse vítima de perseguição e questionou, sem citar o nome de Tebet: “Diz que mulher tem que votar em mulher, mas entra na Justiça para calar outra mulher?”.

A senadora Simone Tebet (foto), candidata do MDB à Presidência, rebateu neste sábado (3) as críticas da primeira-dama Michelle Bolsonaro.

Mais cedo, durante evento em Novo Hamburgo (RS), a esposa do presidente se disse vítima de perseguição e questionou, sem citar o nome de Tebet: “Diz que mulher tem que votar em mulher, mas entra na Justiça para calar outra mulher?”.

Em publicação nas redes sociais, Tebet afirmou:

“Ninguém está acima da lei. Nada contra a primeira-dama fazer campanha, mas tem que ser dentro da lei. Aliás, Presidência deve ser lugar de exemplo”,

Na última quinta-feira, a ministra do TSE Maria Claudia Bucchianeri impugnou uma propaganda eleitoral de Bolsonaro com Michelle após pedido da campanha de Simone Tebet. Segundo a ministra, a primeira-dama aparece na peça por tempo superior ao previsto na legislação eleitoral para terceiros, 25% do tempo da inserção.

Simone Tebet defende desmatamento zero na Amazônia e reforço dos órgãos de controle

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Candidata pelo MDB à Presidência da República cumpriu agenda em Belém e em São Paulo neste sábado (3)

Pedro Zanattada – CNN

A candidata pelo MDB à Presidência da República, Simone Tebet, comentou, neste sábado (3), sobre os planos para combater o desmatamento ilegal na região da Amazônia. Tebet disse que pretende dar melhores condições aos órgãos de fiscalização, além de possibilitar oportunidades de emprego para os moradores locais.

“Desmatamento ilegal zero. Nós devolveremos os órgãos de fiscalização e controle. Dando não só efetivo, mas condições para eles fazerem o dever de casa. E lembrando, isso é muito importante, que é uma integração. É lavoura, pecuária e floresta em pé. Lembrando que aqui temos quase 30 milhões de brasileiros que precisam da dignidade do emprego. Isso é possível sem derrubar uma única árvore”, afirmou.

A candidata falou ainda sobre um plano nacional de desenvolvimento regional, visando auxiliar as regiões mais necessitadas do país.

“Nós temos um plano nacional de desenvolvimento regional, exatamente para as três regiões menos favorecidas, especialmente, a do Norte e a do Nordeste. Então tudo de políticas públicas e tudo o que for feito para todo o Brasil terá um olhar especial para as regiões onde tem um menor índice de desenvolvimento”.

Tebet cumpria agenda em Belém, em visita a Usina da Paz. Em seguida, ela viaja até São Paulo e visita, às 16h30, a 17ª Feira Internacional de Tecnologias em Reabilitação, Inclusão e Acessibilidade.

Debate

As emissoras CNN e SBT, o jornal O Estado de S. Paulo, a revista Veja, o portal Terra e a rádio NovaBrasilFM formaram um pool para realizar o debate entre os candidatos à Presidência da República, que acontecerá no dia 24 de setembro.

O debate será transmitido ao vivo pela CNN na TV e por nossas plataformas digitais.