Sob a presidência de Marcelo Calero, Câmara comemora relações entre Brasil e Santa Sé
O deputado federal Marcelo Calero (Cidadania-RJ) presidiu, nesta sexta-feira (14) sessão solene em homenagem aos 190 anos do estabelecimento da Nunciatura Apostólica no Brasil e ao acordo entre o País e a Santa Sé.
“Núncio é o embaixador do papa junto a um país. O Brasil foi prestigiado porque foi o primeiro País da América Latina a receber o embaixador do papa”, explicou o parlamentar após a solenidade.
Já o tratado completa dez anos e foi importante porque regulou as relações entre a Igreja Católica e o Brasil.
“É muito importante que a gente veja essas relações do nosso país com a igreja também do ponto de vista afetivo. A gente não pode se esquecer que a Igreja Católica, por meio de suas redes de educação, saúde e assistência social está presente no cotidiano das famílias brasileiras”, observou Calero.
O deputado do Cidadania salientou que a sessão solene da Câmara foi uma oportunidade para celebrar também “a importância da Igreja Católica na formação da identidade civilizatória, de princípios e valores do Brasil e das famílias e cidadãos de forma individual”.
Estiveram presente na sessão o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo; o presidente da CNBB (Confederação Nacional do Bispos do Brasil) dom Leonardo Stein; o arcebispo de Aparecida, dom Raymundo Damasceno; o padre Marcus Vinicius, da Comissão de Regulamentação do Acordo do Brasil com a Santa Sé; Carlos Mathias, ex-ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça); o professor doutor Virgílio Caixeta Arraes, que falou sobre os aspectos históricos das relações entre Brasil e a Santa Sé, além da presidente da Ordem dos Capelães do Brasil, Elizabeth Lilian Ferraz Vitorino, que entregou uma medalha ao deputado Marcelo Calero.
Prévia do PIB registra queda de 0,47% em abril e aponta fraqueza da economia
A economia brasileira continua dando sinais de fraqueza. O IBC-BR (Índice de Atividade Econômica do Banco Central), a prévia do PIB (Produto Interno Bruto), divulgado nesta sexta-feira (14) registrou queda de 0,47% em abril na comparação com o mês anterior.
Segundo os dados, abril foi o quarto mês seguido de baixa no índice: 0,22% em janeiro, 1,04% em fevereiro e 0,30% em março.
Na comparação com o mesmo período do ano passado, a retração chegou a 0,62%. Em 12 meses, encerrados em abril, o indicador registrou crescimento de 0,72%. No ano, o IBC-Br apresentou expansão modesta de 0,06%.
O IBC-Br foi criado para tentar antecipar o resultado do PIB, que é divulgado pelo IBGE. Os resultados do IBC-Br, porém, nem sempre mostraram proximidade com os dados oficiais do PIB. (Com informações de agências de notícias)
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Dirigentes do Cidadania destacam decisão do STF que enquadra homofobia na Lei de Racismo
O presidente do Cidadania, Roberto Freire, saudou o STF (Supremo Tribunal Federal) pela aprovação, por 8 votos a 3, da Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão (ADO 26) e no Mandado de Injunção nº 4.733, ações protocoladas pelo PPS/Cidadania e pela ABGLT (Associação Brasileiras de Gays, Lésbicas e Transgêneros), respectivamente,
Para o dirigente, a decisão foi necessária diante a omissão do Congresso Nacional em legislar sobre o tema.

“A decisão do STF tem que ser saudada. Era uma grave omissão que existia na nossa legislação penal e que foi preenchida com essa decisão, que coloca em crime de racismo, preconceitos e discriminações um tipico penal cabível. Tem que ser saudada também por nós que fazemos o PPS, hoje Cidadania, autor dessa ação. Um motivo maior de satisfação”, disse.
Criticas a Bolsonaro
Roberto Freire criticou as declarações feitas hoje (14) pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, que em café da manhã com jornalistas afirmou ser contrário a aprovação da ADO 26. O chefe do Executivo chegou a afirmar que a criminalização da homofobia pode fechar o mercado de trabalho para o público LGBT e considerou indicar um ministro evangélico para o Supremo, que na avaliação dele, teria impedido a votação da matéria.
“Tivemos essa estultice do presidente ao analisar a ação. Veio com toda a sua marcante intolerância preconceituosa e homofóbica sobre questões que nem ele mesmo entende que está dizendo. Foi uma declaração que infelizmente a imprensa deu pouca enfase. Quando ele falou sobre essa decisão específica do STF, acabou dizendo, com toda clareza, que a relação com o STF está ficando insuportável. Isso é atitude de um presidente da República num regime democrático ou própria de um aprendiz de ditador? Isso precisa ser rejeitado e precisamos nos preparar para enfrentar tentativas de evidente retrocesso golpista implícita nessa frase”, afirmou.
“Dia histórico”
Para o coordenador do Cidadania Diversidade e idealizador da ação, Eliseu Neto, o Brasil fez história ao criminalizar a homofobia.

“[Votação] muito importante. Somos o primeiro movimento social a garantir isso [a criminalização da homofobia] na Justiça. Atualmente mais de 40 países possuem leis que criminalizam a lgbtfobia e agora o Brasil entra nessa lista. Somos o primeiro País que conseguiu essa conquista por meio de uma ação impetrada por um partido político. É histórico”, afirmou.
Eliseu Neto destacou a importância da atuação dos partidos políticos na sociedade. Ele defendeu maior atuação dos movimentos sociais nos partidos políticos.
“Deixamos claro [com a ação], em um momento no qual as pessoas não acreditam na política, a importância dos partidos políticos. A militância e os movimentos sociais podem utilizar os partidos como ferramentas de interlocução com a sociedade e os poderes Judiciário e o Executivo. Algo que o Cidadania sempre fez”, afirmou.
Segundo o dirigente, os ministros compreenderam a importância da ação e ressaltou que, mesmo aqueles que se posicionaram de forma contraria, criticaram a omissão do Congresso Nacional em relação ao tema.
“Quase 15% do tempo no STF foi dedicado a questão da lgbtfobia. O ministro Celso de Mello disse que foi a ação que mais gastou tempo do plenário após o mensalão. É preciso destacar a grandeza dos votos. Mesmo o voto daqueles contrários entenderam a seriedade do tema e criticaram a omissão do Congresso Nacional. O simbolismo dessa vitória é tremenda para o mundo. Colocamos o Brasil na ponta da história mundial”, analisou.
A ação
O STF concluiu, nesta última quinta-feira (13), após seis sessões de julgamento a criminalização da homofobia como forma de racismo. A corte declarou a omissão do Congresso Nacional por não aprovar propostas relacionadas ao tema e determinou que casos de agressões contra o público LGBT sejam enquadrados como crime de racismo até que o Legislativo aprove projeto específico ao caso.
Em nota, Roberto Freire lamenta morte do jornalista Clóvis Rossi
O presidente do Cidadania, Roberto Freire, lamentou nesta sexta-feira (14) a morte do jornalista Clóvis Rossi, aos 76 anos, em São Paulo. Freire destacou a seriedade e o compromisso profissional do jornalista com os valores democráticos e republicanos do País. O dirigente também apresentou condolências aos amigos e familiares de Rossi.
“Nota de Pesar pelo falecimento do jornalista Clóvis Rossi
Com profundo pesar que em meu nome e dos que fazem o PPS-CIDADANIA registro o falecimento do grande jornalista Clóvis Rossi, cujo exemplo de seriedade e compromisso com a liberdade e os valores da Democracia e da República, o tornou uma referência obrigatória para seus colegas de profissão e todos democratas do país.
À família enlutada a certeza de que todos os brasileiros também estão, por essa enorme perda.
Roberto Freire
Presidente do Cidadania”
Greve geral: Manifestantes voltam às ruas do País
Diversas cidades brasileiras registram nesta sexta-feira (14) manifestações por mais recursos para a educação e contra as mudanças nas regras de aposentadoria. Convocada por centrais sindicais e outras entidades representativas de trabalhadores, a paralisação afeta, principalmente, o sistema de transporte público das cidades. De acordo com as centrais sindicais, estão previstos atos em mais de 300 cidades do país de 26 estados.
O Metrô de São Paulo ficou parcialmente paralisado devido a adesão dos trabalhadores à greve contra a reforma da Previdência. A Linha 1 – Azul, funcionava na manhã de hoje (14) entre as estações Luz e Saúde, deixando a zona norte da cidade descoberta pelo serviço. A Linha 3 – Vermelha operava entre as estações Marechal Deodoro e Tatuapé, deixando sem o transporte parte da zona leste e impedindo a interligação dos ônibus e trens metropolitanos na Estação Barra Funda. A Linha 2 – Verde manteve a maior cobertura, circulando entre as Clínicas e o Alto do Ipiranga. O Monotrilho, Linha 15 Prata, foi completamente paralisado.
O Metrô afirmou, por nota, que caso o serviço não seja mantido com um mínimo de 80% de operação nos horários de pico, conforme estipulado em liminar judicial, os empregados poderão sofrer sanções. “Os trabalhadores serão penalizados caso a decisão não seja respeitada. O movimento político, contra a reforma da previdência, prejudica milhões de pessoas em São Paulo”, enfatizou o comunicado.
Parte do serviço de ônibus intermunicipais que atende a região metropolitana da capital também parou. De acordo com a EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo), a greve afetou as linhas que atendem os municípios de Guarulhos, Arujá e Itaquaquecetuba, com a interrupção das atividades em sete empresas da região.
Os ônibus e a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) funcionaram normalmente. Na quarta-feira (12), a Prefeitura de São Paulo havia obtido uma liminar na Justiça para impedir a adesão dos cobradores e motoristas à greve. As linhas Lilás e Amarela do Metrô, que são operadas por empresas privadas, também funcionaram normalmente.
A cidade também enfrentou manifestações em diversos pontos. Segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), os protestos interferiram na circulação das avenidas João Dias, na zona sul, na Francisco Matarazzo, na zona oeste, Dona Belmira Marin (zona sul), Santos Dummond (zona norte), Vinte e Três de Maio (centro) e no Elevado Costa e Silva, também no centro. Em alguns desses pontos foram feitas barricadas com pneus em chamas para impedir a passagem dos veículos.
Parte dos trabalhadores do sistema bancário também aderiu à paralisação. Com isso, agências em diversas partes da cidade amanheceram fechadas. O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, afirma que a greve também atingiu centros administrativos do Banco do Brasil, Santander, Bradesco, Caixa Econômica e Itaú.
Curitiba
Manifestantes contrários à reforma da Previdência bloquearam totalmente os dois sentidos do Contorno Sul de Curitiba, das 7h às 9h. Outro bloqueio ocorreu na BR-476, em Araucária, nas imediações da Petrobras. Os manifestantes interromperam o trânsito na rodovia por cerca de uma hora.
Policiais rodoviários federais estiveram no dois locais para garantir a segurança dos motoristas.
Bolsonaro comenta greve
Durante um café da manhã com jornalistas, o presidente Jair Bolsonaro foi perguntado sobre a greve. O presidente disse ver o movimento como algo natural. “[Vejo] com muita naturalidade. Quando resolvi me candidatar, sabia que ia passar por isso”, disse.
Sobre reforma da Previdência, alvo das paralisações de hoje, Bolsonaro voltou a defender a importância das mudanças nas regras da aposentadoria, sem as quais os empresários não terão “segurança para investir”. (Agência Brasil)
Não há crime nas conversas de Moro com Dallagnol, diz Da Vitória, vice-líder do Cidadania
O deputado federal Da Vitória (Cidadania-ES) disse nesta sexta-feira (14) que as conversas entre o ministro da Justiça, Sérgio Moro, ex-juiz da Operação Lava Jato, e o procurador do Ministério Público Federal (MPF), Deltan Dallagnol, que foram divulgadas pelo site “The Intercept”, não configuram nenhum crime ou irregularidade.
Conforme divulgado pelo site, as conversas teriam sido estabelecidas entre 2015 e 2017, no auge das investigações da Lava Jato. Para o parlamentar capixaba, as conversas entre o então juiz federal e o procurador fazem parte das relações entre instituições.
“Entendo que não houve nenhum tipo de crime. As instituições precisam se relacionar e conversar entre si, como o MPF e a Justiça Federal. A Operação Lava Jato levou o ex-presidente Lula à prisão que, na nossa avaliação, está pagando pelos crimes que cometeu”, defendeu Da Vitória.
O deputado ainda destacou que o ministro Moro, por iniciativa própria, se colocou à disposição para comparecer à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado para prestar esclarecimento. “Esse gesto é uma demonstração muito clara que ele quer logo passar a limpo essa discussão”, segundo o parlamentar.
Da Vitória também avalia que o fato não deve atrapalhar o andamento das discussões e votações de projetos importantes para o Brasil no Congresso, como a reforma da Previdência. Ele ainda afirmou que é preciso reconhecer o trabalho que o ex-juiz fez no julgamento dos processos da Lava Jato e que faz agora no Ministério da Justiça.
#BlogCidadania23: Morre o jornalista Clóvis Rossi
Um ícone do jornalismo, sem dúvida. Grande jornalista, excepcional repórter, ser humano de primeira qualidade.
Perdemos mais um dos insubstituíveis! Morre Clóvis Rossi. Morre um pouco a boa informação.
Triste. :´(
Vale reler seus artigos mais recentes, publicados na Folha de S. Paulo, outros tantos republicados neste blog, e relembrar alguns de seus pensamentos:
“Num pais de miseráveis não é surpresa a barriga vir na frente da ética e da moral.”
“Não adianta pregar aos convertidos, é preciso inventar e por em prática meios que arrebatem.”
“Jornalismo, independentemente de qualquer definição acadêmica, é uma fascinante batalha pela conquista das mentes e corações de seus alvos: leitores, telespectadores ou ouvintes. Uma batalha geralmente sutil e que usa arma de aparência extremamente inofensiva: a palavra, acrescida, no caso da televisão, de imagens. Mas uma batalha nem por isso menos importante do ponto de vista político e social. […] Entrar no universo do jornalismo significa ver essa batalha por dentro, desvendar o mito da objetividade, saber quais são as fontes, discutir a liberdade de imprensa no Brasil.” (#BlogCidadania23)
Reforma da Previdência: Veja as principais mudanças no relatório apresentado do deputado Samuel Moreira
Com economia prevista de R$ 1,13 trilhão em 10 anos, o relatório da reforma da Previdência, apresentado hoje (13) na comissão especial da Câmara dos Deputados, começará a ser debatido na próxima terça-feira (18). A data de votação na comissão ainda não está definida.
O relator da Proposta de Emenda à Constituição (PEC 06/2019), deputado federal Samuel Moreira (PSDB-SP) fez diversas mudanças em relação à proposta original enviada pela equipe econômica no fim de fevereiro. As alterações reduziriam a economia para R$ 913,4 bilhões até 2029. No entanto, o deputado decidiu propor a transferência de 40% de recursos do FAP (Fundo de Amparo ao Trabalhador) para a Previdência Social e aumentar tributos sobre os bancos, o que reforçaria as receitas em R$ 217 bilhões, resultando na economia final de R$ 1,13 trilhão, próximo da economia inicial de R$ 1,23 trilhão estipulada pela área econômica.
A retirada de diversos pontos na comissão especial havia sido acertada quando o texto foi aprovado na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara, como a antecipação do BPC (Benefício de Prestação Continuada) ou o aumento da idade mínima para trabalhadoras rurais.
Outros itens foram alterados após negociações com parlamentares, como a redução do tempo mínimo de contribuição para as mulheres, a retirada da capitalização (poupança individual de cada trabalhador) e a exclusão dos estados e dos municípios da reforma, com a possibilidade de reincluir os governos locais por meio de destaques.
Veja abaixo as principais mudanças no relatório.
Idade mínima para trabalhador urbano
Proposta do governo: a idade mínima de 62 anos para mulheres e de 65 anos para homens após o período de transição, com tempo mínimo de contribuição de 20 anos para ambos os sexos.
Relatório: idades mínimas mantidas, com tempo de contribuição de 20 anos para homens e 15 anos para as mulheres.
Regra de transição
Proposta do governo: no Regime Geral de Previdência Social (RGPS), que abrange os trabalhadores do setor privado, a PEC prevê três regras de transição para o setor privado: sistema de pontos por tempo de contribuição e por idade, aposentadoria por tempo de contribuição para quem tem pelo menos 35 anos de contribuição (homens) e 30 anos (mulheres) e pedágio de 50% sobre o tempo faltante pelas regras atuais, desde que restem menos de dois anos para a aposentadoria.
Para o Regime Próprio de Previdência Social (RPPS), dos servidores públicos, o texto estipula um sistema de pontuação que permitiria a aposentadoria a partir dos 61 anos para homens e 56 anos para mulheres. A partir de 2022, as idades mínimas subiriam para 62 anos (homens) e 57 anos (mulheres). Nesse caso, no entanto, os servidores receberiam um valor mais baixo. Os trabalhadores públicos que entraram até 2003 precisariam trabalhar até 65 anos (homens) e 62 anos (mulheres) para terem direito à integralidade (último salário da ativa) e paridade (mesmos reajustes salariais dos ativos).
Relatório: o texto acrescentou uma regra de transição que valerá tanto para o serviço público como para a iniciativa privada. Os trabalhadores a mais de dois anos da aposentadoria terão um pedágio de 100% sobre o tempo faltante para terem direito ao benefício. No caso dos servidores públicos que entraram antes de 2003, o pedágio dará direito à integralidade e à paridade.
Aposentadoria rural
Proposta do governo: idade mínima de 60 anos para a aposentadoria de homens e mulheres, com 20 anos de tempo de contribuição para ambos os sexos.
Relatório: mantidas as regras atuais, com 55 anos para mulheres e 60 anos para homens, incluindo garimpeiros e pescadores artesanais. Apenas o tempo mínimo de contribuição para homens sobe para 20 anos, com a manutenção de 15 anos para mulheres.
Professores
Proposta do governo: idade mínima de 60 anos de idade para a aposentadoria de homens e mulheres, com 30 anos de tempo de contribuição.
Relatório: idade mínima de 57 anos para mulheres e 60 anos para homens, com definição de novos critérios por lei complementar. Regra vale para professores do ensino infantil, fundamental e médio.
Capitalização
Proposta do governo: Constituição viria com autorização para lei complementar que instituirá o regime de capitalização.
Relatório: proposta retirada.
Benefício de Prestação Continuada (BPC)
Proposta do governo: idosos de baixa renda receberiam R$ 400 a partir dos 60 anos, alcançando um salário mínimo somente a partir dos 70.
Relatório: proposta retirada, com manutenção de um salário mínimo para idosos pobres a partir dos 65 anos.
Abono salarial
Proposta do governo: pagamento restrito aos trabalhadores formais que ganham um salário mínimo, contra dois salários mínimos pagos atualmente.
Relatório: pagamento aos trabalhadores de baixa renda (até R$ 1.364,43 em valores atuais).
Pensão por morte
Proposta do governo: pensão por morte começaria em 60% do salário de contribuição, aumentando 10 pontos percentuais por dependente até chegar a 100% para cinco ou mais dependentes. Retirada da pensão de 100% para dependentes com deficiências intelectuais ou mentais. Apenas dependentes com deficiências físicas receberiam o valor máximo.
Relatório: mantém nova fórmula de cálculo, mas garante pensão de pelo menos um salário mínimo para beneficiários sem outra fonte de renda. Pagamento de 100% para beneficiários com dependentes inválidos (deficiência física, intelectual ou mental) e para dependentes de policiais e agentes penitenciários da União mortos em serviço.
Salário-família e auxílio-reclusão
Proposta do governo: pagamento restrito a beneficiários com renda de um salário mínimo.
Relatório: pagamento a pessoas de baixa renda (até R$ 1.364,43 em valores atuais).
Reajuste de benefícios
Proposta do governo: eliminava trecho da Constituição que preservava a reposição das perdas da inflação.
Relatório: manutenção do reajuste dos benefícios pela inflação.
Estados e municípios
Proposta do governo: PEC valeria automaticamente para servidores dos estados e dos municípios, sem necessidade de aprovação pelos Legislativos locais.
Relatório: retirada de estados e municípios da PEC, com a possibilidade de reinclusão dos governos locais por meio de emenda na comissão especial ou no Plenário da Câmara.
Incorporação de adicionais
Proposta do governo: PEC não aborda assunto.
Relatório: extensão aos estados e municípios da proibição de incorporar adicionais por cargo de confiança ou em comissão ao salário dos servidores, vedação que existe em nível federal.
Acúmulo de benefícios
Proposta do governo: limite para acúmulo de benefícios a 100% do benefício de maior valor, somado a um percentual da soma dos demais, começando em adicional de 80% para um salário mínimo e caindo para 0% acima de benefícios de mais de quatro salários mínimos. Médicos, professores, aposentadorias do RPPS ou das Forças Armadas ficam fora do limite por terem exceções estabelecidas em lei.
Relatório: altera para 10% adicional para benefícios acima de quatro salários mínimos, mantendo os demais pontos.
Encargos trabalhistas
Proposta do governo: possibilidade de incidir desconto para a Previdência sobre vale alimentação, vale transporte e outros benefícios trabalhistas.
Relatório: proposta retirada.
Aposentadoria de juízes
Proposta do governo: PEC não abordava assunto.
Relatório: retirada da Constituição da possibilidade de pena disciplinar de aposentadoria compulsória para juízes.
FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador )
Proposta do governo: PEC não abordava assunto.
Relatório: repasse de 40% das receitas do FAT para a Previdência Social, atualmente esses recursos vão para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Tributo para bancos
Proposta do governo: PEC não abordava assunto.
Relatório: elevar de 15% para 20% a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) das instituições financeiras, retomando a alíquota que vigorou de 2016 a 2018. (Com informações da Agência Brasil)
Rogério Furquim Werneck: Desfecho impensável
“Toda política é local”. É o que advertia Tip O”Neill, um político democrata que, na segunda metade do século passado, presidiu a Câmara dos Representantes, em Washington, por dez dos 35 anos em que lá defendeu os interesses do eleitorado de Boston. A famosa advertência ajuda a entender dificuldades que agora vêm sendo enfrentadas, em Brasília, na tramitação da reforma da Previdência.
É mais do que sabido que os governos sub-nacionais estão quebrados. A maior parte dos estados e municípios vem se debatendo com grave crise fiscal, na esteira do crescimento descontrolado de suas de folhas de pagamentos, notadamente de pessoal inativo. A aprovação da reforma da Previdência nos próximos meses lhes viria como providencial tábua de salvação.
Mas, por incrível que possa parecer, há resistência, no Congresso, à ideia de incluir estados e municípios na reforma a ser aprovada. O que muitos parlamentares alegam abertamente, sem papas na língua, é que não estão dispostos a contrariar interesses de servidores estaduais e municipais para aprovar mudanças que, em grande medida, beneficiariam governadores e prefeitos que não teriam de incorrer nos custos políticos da aprovação da reforma.
Preocupam-se, tais parlamentares, não só com seu desgaste junto a servidores estaduais e municipais, mas com os desdobramentos que a melhora das contas dos governos subnacionais poderá vir a ter na configuração do jogo político que terão de enfrentar nos seus estados de origem. A começar das eleições do ano que vem. Temem que suas próprias possibilidades venham a ser estreitadas e as de políticos concorrentes, ampliadas. Por chocante que possa parecer, o cálculo político implícito sugere que Tip O”Neill tinha boa dose de razão.
Alarmados com a possibilidade de que os estados venham a ser efetivamente excluídos, alguns governadores tomaram a iniciativa de mobilizar amplo apoio dos governos estaduais à reforma. Para, inclusive, desfazer a impressão de que os governadores estariam se esquivando de incorrer no custo político de defender de forma explícita e inequívoca a inclusão dos estados na reforma.
Nesta semana, o entusiasmo com a possibilidade de angariar amplo apoio dos estados à reforma deu lugar a um jogo bem mais arriscado: busca de apoio condicionado a concessões que redundariam em uma reforma muito menos ambiciosa do que a que vem sendo vislumbrada. Melhor seria conquistar apoio de um grupo mais restrito de governadores efetivamente dispostos a abraçar a ideia de uma reforma mais ambiciosa.
Nas condições precárias em que as negociações avançam na Câmara, sem apoio de uma base parlamentar que pudesse permitir ao Planalto fazer valer o seu peso, cresce o temor de que a insistência em estender as mudanças às esferas de governo subnacionais acabe inviabilizando a aprovação de uma reforma com potência fiscal adequada. Foi o alto risco de que isso possa ocorrer que acabou levando à exclusão dos estados e municípios da reforma, no relatório apresentado à Comissão Especial da Câmara.
Se o desfecho acabar sendo esse, o quadro fiscal dos estados ficará cada vez mais grave. E a conta do descalabro continuará a escorrer para o mesmo ralo de sempre. Mais dia menos dia, recairá sobre o Tesouro Nacional. É bom, portanto, já começar a corrigir para baixo estimativas mais apressadas da efetiva potência fiscal da reforma.
A extensão da reforma aos estados seria um pesadelo. Ficaria dependente da aprovação de emendas constitucionais em cada uma das assembleias estaduais. Receita infalível para uma impensável colcha de retalhos de regimes previdenciários estaduais, aprovados ao sabor das contrapressões dos servidores de cada estado.
Há quem se agarre à esperança de um cenário menos desfavorável, em que o Congresso aprovaria a possibilidade de que a adesão de cada estado à reforma exija não mais que maioria simples na Assembleia Legislativa. Pode até ser. Mas, por enquanto, essa suposta saída não passa de miragem. (O Globo – 14/06/2019)