IMPRENSA HOJE

Veja as manchetes e editoriais dos principais jornais (09/02/2023)

MANCHETES DA CAPA

O Globo

Ataques de Lula ao BC expõem estratégia da ‘herança maldita’
Reforma não aumentará carga tributária, diz Appy
Cade limita exclusividade de iFood com restaurantes
A asfixia logística do garimpo
Éder Gatti – ‘Vamos retomar a cobertura vacinal de sarampo e pólio’
Deslizamento deixou sem vida a casa no Catete
Entenda por que 9 áreas do Rio sempre alagam
Presidente turco é alvo de críticas por resgate lento de sobreviventes
Nos EUA, Lula buscará declaração conjunta com Biden contra extremismo

O Estado de S. Paulo

Para forçar baixa nos juros, PT vai ampliar pressão sobre o BC
Por taxas menores, País quer ampliar venda de títulos no exterior
STF autoriza revisão de decisão tributária se Corte mudar sentença
Ibama e Funai iniciam retomada do território Yanomami
Golpe do Pix tem nova versão, com uso de dados sigilosos de clientes
Caso Americanas faz Lojas Marisa pedir mais prazo para quitar dívidas

Folha de S. Paulo

Governo inicia desmonte de garimpo na terra yanomami
Sob Bolsonaro, casos de malária no distrito yanomami dobraram
Lula recebe siglas aliadas em meio a disputa por cargos
Discurso lulista arrisca desgaste no Congresso
Petista está isolado em ataques contra Banco Central
Haddad quer tirar chefe do Banco do Brics e pôr Dilma
Decisão final em tema de tributos pode cair, diz STF
Tarcísio veta corte de imposto sobre herança e doação
Terremoto na Turquia traz a vítimas medo e opressão

Valor Econômico

STF dá à União o direito de cobrar bilhões em tributos
Banco endurece com Marisa após crise na Americanas
‘Não temos que pedir licença para governar’
Guerra fragmentou a economia, diz Wolf
Appy promete reforma neutra e IVA de 25%
iFood terá teto para contrato de exclusividade
Brasil assume a liderança na venda de milho

EDITORIAIS

O Globo

Reunião com Biden abre oportunidade para governo Lula

Além da defesa da democracia, agenda deveria abranger Amazônia, armas, OCDE e até vistos de entrada

O principal tema do encontro entre Luiz Inácio Lula da Silva e Joe Biden amanhã em Washington serão os ataques violentos da extrema direita no Brasil e nos Estados Unidos. Ambos os presidentes simbolizam a vitória de forças democráticas ameaçadas pelo populismo e pelo autoritarismo. Seria também uma excelente oportunidade para Lula deixar de lado o antiamericanismo e aprofundar a agenda comum entre as duas maiores democracias das Américas. Os dois países só teriam a ganhar.

São esperados avanços em três áreas: cooperação na defesa da democracia, no combate às mudanças climáticas e em questões militares. Lula não deveria esquecer também dois outros assuntos. Primeiro, o apoio dos Estados Unidos para o Brasil ser aceito na Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), que reúne economias avançadas e dissemina boas práticas no serviço público. Segundo, a isenção de vistos nas viagens de brasileiros ao país — tema há anos na agenda bilateral, congelado depois que o Brasil liberou a entrada de americanos sem exigir reciprocidade.

Para os Estados Unidos, a democracia no Brasil é crucial. Desde que Biden assumiu a Casa Branca, autoridades americanas têm defendido o sistema eleitoral brasileiro e, depois do anúncio do resultado das eleições, ele reconheceu imediatamente a vitória de Lula. A agenda comum pró-democracia depende da regulação eficaz das redes sociais, mantidas por empresas americanas. A iniciativa no Brasil foi assumida pelo Judiciário. Mas, depois do 8 de Janeiro, a nova lei de combate à desinformação voltou a ser prioritária no Congresso. O Brasil tem chance de adotar uma legislação moderna que poderia servir de exemplo aos americanos.

Outra área de interesse comum é o combate ao aquecimento global. Para preservar seus biomas, o Brasil precisará de tecnologia e investimento. Daí a presença da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, na comitiva presidencial. A nova lei ambiental americana é protecionista, e setores do governo brasileiro pretendem partir para o confronto. É importante não perder de vista o objetivo principal: preservar a Amazônia é bom para todos.

Também há espaço para avanço em temas militares. O Brasil quer acesso a novas tecnologias e armas, e os americanos querem limitar a influência chinesa na América Latina. Lula e Biden poderiam aproveitar um legado positivo da relação entre Donald Trump e Jair Bolsonaro: em 2019, os Estados Unidos classificaram o Brasil como aliado preferencial fora da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), status que deveria ser mantido.

Outro legado positivo da gestão Bolsonaro foi a garantia de empenho americano para a entrada do Brasil na OCDE. Embora ela não mobilize a atenção do PT, é muito mais importante para o futuro do Brasil que a proposta ingênua, feita por Lula, de criar um G20 revigorado para chegar à paz entre Rússia e Ucrânia — a ideia desagrada a americanos e europeus. O encontro com Biden oferece a Lula a oportunidade de rever suas declarações desastradas sobre o conflito russo-ucraniano.

Brasil e Estados Unidos têm vários motivos para estreitar relações. É evidente que há enormes assimetrias, e nem sempre um quer o que o outro deseja. Mas isso não significa que o mundo deva ser visto como um eterno embate Norte-Sul. Essa visão simplória impediu avanços por muito tempo.

O Estado de S. Paulo

Inteligência artificial desafia a educação

Avaliação tradicional de alunos será colocada em xeque por sistemas que elaboram textos; proibir o uso do programa ou fazer prova oral são paliativos ante revolução que se avizinha

Universidades e escolas estão diante de um novo desafio: avaliar seus alunos em tempos de enormes avanços e popularização da inteligência artificial (IA). Como noticiou o Estadão, a necessidade de rever métodos de avaliação ficou evidente após o lançamento do chamado ChatGPT, um sistema de inteligência artificial capaz de responder a perguntas e criar textos sobre assuntos variados, com explicações aprofundadas e informações de contexto. Disponível na internet, o novo sistema é simples de usar e, até o momento, gratuito. Na área da educação, cresce a preocupação com o eventual uso indevido por parte de estudantes – um risco que certamente exigirá mudanças nas avaliações.

O debate é recente: o ChatGPT foi lançado no fim de novembro e logo provocou reações nos Estados Unidos, onde o ano letivo estava em pleno andamento. Como informou o New York Times, já houve escolas públicas em Nova York e Seattle que proibiram o acesso ao dispositivo, uma medida de difícil controle. Universidades norte-americanas, por sua vez, têm agido para alterar o formato das avaliações, buscando adaptar-se à nova realidade. Exames com consulta e tarefas de casa cedem lugar a testes realizados na sala de aula, a provas orais ou a textos escritos à mão.

São medidas paliativas, que apenas tangenciam a revolução que se insinua. No Brasil, a comunidade acadêmica mal começou a discutir como encarar o problema. Conforme noticiou o Estadão, a página da nova ferramenta está em inglês, mas o sistema entende e fornece respostas em português. Uma das saídas apontadas por professores é a elaboração de questões mais complexas, que exijam capacidade de análise dos estudantes e fujam do repertório à disposição da inteligência artificial. O professor Carlos Rafael, que leciona no curso de Sistemas de Informação da ESPM, afirmou que o banco de dados do ChatGPT vai até 2021. Ou seja, fatos mais recentes estariam fora do alcance da máquina – pelo menos por enquanto.

Transformações provocadas por avanços tecnológicos fazem parte da história humana. Vale lembrar que a inteligência artificial já foi capaz de derrotar campeões de xadrez e está presente em atividades tão variadas como o controle de estoques, o reconhecimento facial ou o atendimento ao público em serviços digitais. Não surpreende, portanto, que chegue às salas de aulas. Assim como em outras áreas, cabe a professores e estudantes tirar proveito da tecnologia sem incorrer em plágio nem adotar condutas antiéticas.

Uma das tantas possibilidades de uso do ChatGPT, por exemplo, é ajudar estudantes na revisão de conteúdos e na preparação para testes. O sistema, se bem orientado, elabora resumos e roteiros que podem facilitar a vida de qualquer aluno. Tal funcionalidade pode servir também a docentes na hora de planejar aulas. Nesse sentido, porém, recomenda-se cautela dupla. Embora útil para selecionar informações e apresentar temas complexos de maneira simplificada, a ferramenta é, por enquanto, incapaz de substituir a figura do professor, além de estar sujeita a erros e limitações – algo que o próprio ChatGPT admite com transparência. Sua contribuição, portanto, não pode ser mais que um ponto de partida para o trabalho docente.

O mesmo raciocínio se aplica a pesquisadores e estudantes de pós-graduação: o uso da inteligência artificial é bem-vindo na medida em que acelere e amplie a geração de conhecimentos. Nunca para pular etapas indispensáveis à validade do método científico. Quanto a isso, será bem-vindo um ChatGPT que contribua para aperfeiçoar as ferramentas que detectam casos de plágio, identificando textos produzidos por inteligência artificial – algo que está no radar de universidades e revistas científicas.

Se a inteligência artificial será capaz de substituir a mente humana, ainda é uma questão em aberto. O fato, contudo, é que a IA já é uma realidade, e pode servir tanto ao estudante preguiçoso quanto aos profissionais que precisam poupar tempo gasto em atividades cotidianas para se dedicar integralmente à criação – a verdadeira vocação da inteligência humana.

Folha de S. Paulo

Estado e governo

É saudável que haja medidas públicas protegidas do desejo do presidente de turno

Para os lulistas mais exaltados, é inadmissível que a diretoria não eleita do Banco Central, ao insistir em manter a taxa Selic em 13,75% anuais, crie embaraços ao desejo do presidente legitimamente escolhido pela população.

Esses mesmos lulistas, porém, provavelmente aplaudiram decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em janeiro de 2021, de autorizar a aplicação emergencial das vacinas Coronavac e AstraZeneca contra a Covid-19.

Não há dúvida de que aquela foi uma medida fundamental para o Brasil começar a controlar a pandemia, mas, tecnicamente, também se tratava de um grupo não eleito de especialistas —aprovados, no entanto, pelo Legislativo— contrapondo-se aos desejos do então presidente legitimamente eleito.

Goste-se ou não do teor de cada decisão tomada por agência reguladora e outras autarquias, o fato é que essas entidades se tornaram peça-chave na administração de Estados modernos. Elas trazem algumas vantagens importantes.

Por serem compostas por colegiados que não buscam o aplauso de eleitores, têm mais independência do que governantes para implementar políticas de Estado, perseguindo objetivos de longo prazo, em especial quando estes exigem algum tipo de sacrifício no presente. É bem esse o caso do BC.

Há ainda assuntos que são técnicos demais para ficar a cargo dos Poderes eleitos, como a regulação médicas. Numa das vezes em que o Parlamento se embrenhou por esse terreno, aprovou uma lei que liberava, sem o aval da Anvisa, o uso da fosfoetanolamina, mais conhecida como “pílula do câncer” —que não trata a doença.

Foi só por intervenção do Supremo Tribunal Federal, um Poder não eleito, que norma foi revogada.

O grau de autonomia de cada autarquia pode variar. Há desde os conselhos e diretorias cujos membros podem ser demitidos a qualquer momento até aqueles com mandatos fixos e não coincidentes com os de políticos eleitos.

O grau de blindagem varia, mas o importante é que essas entidades não fiquem totalmente sujeitas aos impulsos de governantes de turno. Elas fazem parte do sistema de freios e contrapesos que caracteriza as democracias.

Esse desenho não deixa de trazer riscos. Um problema, para o qual ainda não há solução a contento, é a proximidade entre reguladores e regulados. As quarentenas, pelas quais dirigentes que saem do cargo precisam passar algum tempo sem trabalhar no setor, atenuam, mas não resolvem a questão.

Não surpreende que seja assim. A democracia é o regime do aperfeiçoamento incremental. Quando não há soluções ótimas, fica-se com as menos ruins.

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