A necessidade de uma produção própria, isto é, de construir ou reconstruir nossa visão de mundo. Qual o nosso rosto? Ainda temos algum?
Para isso, é preciso incentivar nossos espaços e publicações a não se limitar a reproduzir textos da grande imprensa em nossa rede social, por exemplo. Entregamos nossa reflexão à Academia, abrindo mão de uma elaboração que unisse a teoria à prática, ou seja, o Partido abdicando de uma reflexão autônoma, a interferir na realidade. Massa crítica também se faz em casa.
Isso posto, propomos três campos sobre o qual devemos nos debruçar, a saber:
a) exame do desenvolvimento atual das forças produtivas, com foco na automação e no trabalho por contra própria, assim como nos limites impostos pela sobrevivência do meio ambiente;
b) aprofundamento do conhecimento da cultura brasileira (regionalismo, identitarismo, miscigenação, papel da contraelite cultural, a contribuição ou presença feminina) e por fim
c) estudo permanente e acurado da Democracia entendida como uma conquista do processo civilizatório, além de nos dedicarmos à análise dos impasses presentes em seu sistema de representatividade e institucionalização. Repensar, em suma, o caráter de massas da Democracia, democratizar a Democracia.
Ivan Alves Filho, historiador