Freire: Maior partido da democracia brasileira, PT tem de ser instrumento da unidade contra Bolsonaro

Em entrevista ao UOL, presidente do Cidadania diz esperar manifestações maiores com a integração dos petistas aos próximos protestos

Em entrevista ao UOL News ao lado do presidente do PDT, Carlos Lupi, o presidente do Cidadania, Roberto Freire, avaliou que as manifestações deste domingo (12) foram os primeiros passos para a formação de uma frente ampla contra Jair Bolsonaro e convocou o PT, pela responsabilidade que tem como maior partido nacional, a se integrar a esse esforço “sem hegemonismos”. A legenda não esteve nas ruas neste 12 de setembro.

“O PT precisa ser instrumento da unidade. Por sua dimensão, por ser o maior partido da democracia brasileira, ele tem essa responsabilidade. Não é colocá-la em algum movimento menor. Se ele chamar, vai ter gente que vai dizer ‘com o PT, não vou’. Mas nós temos de dizer ‘ou vai com todos ou fica com Bolsonaro’. Mas toda essa discussão agora vai ajudar para que a próxima seja o mais ampla possível”, argumentou.

Questionado, Freire observou que haveria mais gente na rua se a sigla tivesse convocado para os protestos. Reconheceu, no entanto, que o slogan inicialmente proposto por MBL e Vem Pra Rua, dois dos principais organizadores da manifestação deste fim de semana, mesmo tendo sido abandonado, dificultou a unidade.

“É importante não nos deixarmos vencer por esses pequenos atritos. Não é fácil. Não estou dizendo que o PT não tenha suas razões. Mas a razão maior é retirar Bolsonaro”, sustentou. “Não vamos comparar a força do PT, a maior força de esquerda, com MBL e Vem Pra Rua. Temos de reconhecer isso. Se o PT tivesse participado, não teria havido qualquer constrangimento”, acrescentou.

Lupi, por sua vez, adiantou que haverá uma reunião na próxima quarta-feira (15) e que eles estão trabalhando para trazer também para os protestos MDB, PSDB, DEM e PSD.

“Temos de ter de um lado, os democratas, e, de outro, os autoritários e fascistas. Com esse facínora no poder, ou temos coragem de ter coesão pelo impeachment ou poderemos não ter eleição. Vamos deixar qualquer divergência para depois”, ressaltou.

O presidente do Cidadania lembrou que o movimento Diretas Já, apontado como exemplo de união, também não começou com todos os atores políticos que o notabilizou.

“Setores da esquerda diziam que nós, do PCB, não deveríamos estar com liberais como Ulysses e Tancredo, que era uma traição, que o MDB tinha sido criado pela ditadura. Conseguimos vencer e derrotamos a ditadura. Vamos ter de vencer qualquer problema agora e juntarmos todos. Este é o chamamento fundamental”.

Indagado sobre como mobilizar mais pessoas para os protestos, o presidente do PDT disse que não é possível comparar com a convocação de Bolsonaro, que tem uma máquina de fak news e um público de extrema direita que nega a pandemia, mas apontou que a tendência, é a presença ampliar em razão da crise econômica e do avanço da vacinação.

“Como mobilizar? Falar, convocar, unir, ampliar e colocar cada vez mais que esse rei está nu, está podre. Bolsonaro é o pior presidente da história da República brasileira. É corresponsável por 600 mil mortes e vai destruir as futuras gerações. Acham que estou exagerando? Veja seu vizinho, a quantidade de pedinte, gente passando fome, desemprego. Se isso não mobilizar… eu acho que vai!”, concluiu Lupi.

A avaliação de ambos é de que as próximas manifestações, de 2 de outubro e 15 de novembro serão maiores. A ideia é trabalhar o simbolismo da Proclamação da República e homenagear em novembro a promulgação da Constituição Federal de 1988, pilar básico da democracia. Freire disse acreditar que “pode ser o momento de unificar todos, dos liberais, passando por uma direita oposicionista, à esquerda”.

O Cidadania, segundo ele, estará presente em toda e qualquer manifestação, independentemente de quem as convoque, contra Bolsonaro.

Veja abaixo a entrevista na íntegra. O programa é apresentado pelo jornalista Diego Sarza e teve participação do também jornalista Leonardo Sakamoto:

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