IMPRENSA HOJE

Veja as manchetes e editoriais dos principais jornais (14/06/2023)

MANCHETES DA CAPA

O Globo

Americanas admite fraude e acusa antiga diretoria e auditorias
Ministra ganha sobrevida no cargo, e Centrão amplia pressão sobre Planalto
CPI convoca Torres e Cid e pede acesso a celular de Bolsonaro
Minha Casa, Minha Vida deve contemplar classe média
Desoneração da folha de pagamento avança no Senado
Live de Lula usa TV Brasil e tem baixa audiência
Nova lei proíbe ultraprocessados em cantinas de escolas cariocas
‘Imaginação’ artificial gera debate sobre a arte além do que se vê
Trump vira réu de novo, em caso de arquivos sigilosos

O Estado de S. Paulo

Americanas reconhece fraude e culpa diretoria destituída
Consultorias podem ter tido papel em rombo
CPMI dos Atos Golpistas pede acesso a dados do celular de Bolsonaro
Comissão do Senado amplia desoneração da folha a 3 mil municípios
Petrobras avalia retomada do controle acionário da Braskem
Estado tem 4 mortes por febre maculosa em 6 dias; fazenda é fechada
Estados Unidos – Espera por visto bate recorde e chega a 21 meses em SP
Trump depõe na Justiça, deixa digitais e chama promotor de lunático

Folha de S. Paulo

Americanas assume fraude, que pode envolver R$ 50 bi
Há indícios de ação de auditorias no esquema, diz executivo em CPI
CPI do 8/1 convoca Torres, Braga Neto, Mauro Cid e Heleno
Itaú aumenta projeção do PIB em quase 1 ponto
UE investirá R$ 10 bi em hidrogênio verde no Brasil
Lula adota formato ‘live’, popular na gestão Bolsonaro
Campinas vê surto com 4ª suspeita de febre maculosa
São Sebastião tem alagamentos e entra em alerta com chuvas
Trump vira réu pela 2ª vez e alega ser inocente em caso de papéis sigilosos

Valor Econômico

Americanas admite fraude, envolvendo contratos fictícios de publicidade de R$ 21,7 bi
Ainda faltam muitas peças do quebra-cabeça
Bancos esperam efeito menor de decisão do STF
Daniela ainda segue no cargo, mas demissão é tida como inevitável
Desoneração da folha passa na CAE do Senado

EDITORIAIS

O Globo

Postura de Lula ameaça acordo já fechado com UE

Ao tentar revogar compromissos já assumidos, presidente faz o jogo dos protecionistas europeus

É do interesse do Brasil um acordo de livre-comércio entre Mercosul e União Europeia (UE). Por isso causam preocupação as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Brasília em encontro com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. Lula criticou exigências dos negociadores da UE na área ambiental e disse querer rever um mecanismo do texto já acordado sobre a participação de empresas europeias em compras governamentais. Não está claro se o objetivo é aparar arestas pontuais e firmar logo o acordo ou criar empecilhos, para assim reabrir a negociação iniciada em 1999 e concluída em 2019, adiando indefinidamente a implementação. A segunda possibilidade seria desastrosa para o Brasil, tanto do ponto de vista comercial como geopolítico.

O acordo firmado prevê a eliminação de impostos de importação para mais de 90% dos bens comerciados entre os dois blocos ao longo de um período de transição de 15 anos. Embora as vantagens comerciais para o setor industrial sejam menores, pois as tarifas europeias já são baixas, a implementação elevará os investimentos e favorecerá a integração brasileira a cadeias globais. Para o setor agrícola, o ganho advém do aumento das cotas para diversos produtos. Por tudo isso, não surpreende que entidades representativas de empresários industriais e do campo sejam favoráveis ao tratado.

O acordo é um primeiro passo para abrir a economia brasileira — ainda uma das mais fechadas do planeta — à competição. Negociações multilaterais envolvendo dezenas de países são consideradas impossíveis na atual conjuntura internacional. As grandes potências não mostram interesse nessa alternativa, e a Organização Mundial do Comércio (OMC) sofre há anos uma erosão de poder. O único caminho disponível para a liberalização comercial hoje é a assinatura de acordos entre países ou blocos.

Do ponto de vista geopolítico, também faz sentido estreitar a aproximação com os europeus. Num momento em que a disputa entre Estados Unidos e China só faz crescer, o Brasil precisa escapar das armadilhas dessa bipolaridade. Estreitar os laços com os europeus seria uma maneira salutar de evitar ser forçado a escolher um dos lados, ampliando as opções.

A crítica de Lula às exigências ambientais é válida. Apresentado no começo do ano, um adendo exige uma meta impraticável para o fim do desmatamento e prevê sanções em caso de descumprimento. O artifício parece uma maquiagem ambiental para o velho protecionismo. Reduzir o desmatamento é interesse também do Brasil e, com boa vontade, as exigências poderiam ser reformadas ou eliminadas.

O caso das compras governamentais é distinto. Obcecado pela ideia de política industrial, Lula quer barrar a participação dos europeus em licitações do governo, voltando atrás num compromisso já assumido pela diplomacia brasileira. Se insistir, dará oportunidade para que a UE apresente velhas e novas demandas. Já será difícil garantir todas as aprovações necessárias para que o texto do acordo entre em vigor (27 parlamentos nacionais, fora o Parlamento Europeu). Reabrir as negociações depois de fechado o texto só piora a situação. É tudo o que os protecionistas europeus querem para dinamitar o acordo. Será provavelmente o fim de um tratado fundamental para dinamizar a economia brasileira. Infelizmente, talvez seja esse o plano de Lula.

O Estado de S. Paulo

O Ministério da Saúde na quitanda do Centrão

Os olhos de Arthur Lira e aliados cresceram sobre uma das pastas mais importantes do governo. Pelo bem do País, é bom que Lula resista a cedê-la à sanha patrimonialista do Centrão

Em meio às pressões por uma reforma ministerial que estabeleça novas bases para um duvidoso apoio congressual ao governo, os olhos do Centrão, mais especificamente do ajuntamento político liderado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), cresceram sobre o Ministério da Saúde. Até agora, o presidente Lula da Silva tem resistido bem às chantagens de alguns parlamentares oportunistas pela tomada de uma das pastas mais importantes – e ricas – da Esplanada. Para o bem do País, e pelo futuro de um governo que ainda dá seus primeiros passos, é bom que Lula não baixe a guarda.

Se ceder o Ministério da Saúde à sanha patrimonialista de Lira e seus aliados, Lula selará o destino de seu terceiro mandato presidencial. Ao fim e ao cabo, o presidente não perderá apenas o controle sobre uma pasta que é vital para o sucesso de qualquer governo, em qualquer país, como se isso já não fosse grave o bastante; Lula sinalizará ao Congresso uma fraqueza política que certamente será tida como irreversível e encaminhará o que resta de sua administração rumo à desventura.

Não se trata de envolver a Saúde em uma redoma inexpugnável que torne a pasta imune às barganhas políticas próprias da democracia, sobretudo em regimes presidencialistas multipartidários, como é o caso brasileiro. A titular da pasta, ministra Nísia Trindade, por acaso é socióloga e não é filiada a partido político. Está onde está como coroação de sua trajetória de dedicação à saúde pública, em especial por sua gestão da Fiocruz durante a pandemia de covid-19. Mas ela poderia estar envolvida na política partidária e continuar ostentando as mesmas credenciais que a habilitam para o cargo de ministra da Saúde. Houve políticos que estiveram à frente da pasta, médicos ou não, que realizaram um excelente trabalho. O caso mais notável é o do ex-senador José Serra (PSDB-SP), engenheiro civil por formação.

A questão, portanto, não é a barganha política envolvendo o Ministério da Saúde; são seus termos e seu objetivo. O que está por trás da cobiça do Centrão decerto não é a intenção de fazer pela saúde pública do País algo muito melhor do que o que já esteja sendo feito pela ministra Nísia e sua equipe. Em entrevistas e conversas de bastidor relevadas pela imprensa, Lira jura de pés juntos que seu indicado para o Ministério da Saúde seria alguém afeito à área. Se é assim, por que, então, substituir a atual ministra? A pergunta é retórica.

Evidentemente, depois que o Supremo Tribunal Federal determinou o fim do orçamento secreto, ou o fim do esquema tal como ele fora engendrado pelo governo Bolsonaro, o que atrai esse grupo de parlamentares ligados a Lira é o orçamento da Saúde – quase R$ 150 bilhões em 2023, sem contar os recursos adicionais que podem ser acrescidos ao longo do ano desde a promulgação da chamada PEC da Transição. É de dinheiro que se trata.

A questão é que o Ministério da Saúde não está à venda e não deveria estar a serviço de outros interesses que não o interesse público. Faz pouquíssimo tempo que a pasta foi dizimada pelo governo anterior. Permanecerá na história do País como marca indelével da desumanidade de Jair Bolsonaro a submissão do Ministério da Saúde aos interesses particulares do ex-presidente em meio à mais dramática crise sanitária a se abater sobre o País na história recente. O esforço do atual governo deve ser no sentido de reconstruir a Saúde e recolocar a pasta nos trilhos de uma administração técnica e responsável.

Não resta dúvida de que coalizões de governo implicam divisão de poder e recursos com partidos políticos. Mas essas negociações devem se dar em termos republicanos, vale dizer, tendo como norte o interesse público. Além disso, devem estar coadunadas com uma estratégia nacional de desenvolvimento. Do que se sabe dessas barganhas que tratam a Saúde como mais uma mercadoria no varejão da política, ao contrário, sobressaem interesses paroquiais de parlamentares que se julgam em posição de manter uma faca na jugular do governo a fim de saciá-los. E que se dane o cidadão que adoece.

Folha de S. Paulo

Trégua econômica

Melhora de expectativas cria chance para o governo, que precisa fixar confiança

Graças a um tanto de sorte e outro de mérito, as últimas semanas foram de melhora das expectativas econômicas de curto prazo.

Com a ajuda do recuo dos preços globais de matérias-primas, o IPCA caiu a 0,23% em maio, menos do que esperava a maior parte dos analistas. As projeções para este 2023 enfim deixaram a casa dos 6% e se encontram em torno de 5,4% agora —o que torna mais provável o início do corte dos juros do Banco Central.

O Produto Interno Bruto do primeiro trimestre também se mostrou melhor que a encomenda, graças a um desempenho excepcional do setor agropecuário. As estimativas para o ano, que chegaram a ficar abaixo de um vexatório 0,8%, agora caminham para algo mais próximo de 2% ou mais.

Têm sido bons, ademais, os resultados do comércio exterior, a despeito das incertezas quanto à conjuntura internacional. As exportações somaram US$ 136,1 bilhões de janeiro a maio, em alta de 3,6% sobre o mesmo período de 2022, e a balança teve superávit de expressivos US$ 34,9 bilhões.

Os temores mais sombrios para o início do mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foram dissipados —e, se o presidente não voltar a tensionar o ambiente, um ciclo mais virtuoso pode ter início.

Será um erro imaginar que as dificuldades ficaram para trás. A inflação permanece acima da meta e ainda exige atenção do BC. Os números do PIB mostram fraqueza do consumo e queda de investimentos, e o saldo do segundo trimestre provavelmente será pior.

Como sugere estudo recém-publicado pela FGV, o desemprego só não subiu mais neste ano porque cerca de 3 milhões de brasileiros deixaram a força de trabalho — vale dizer, não estão mais ocupados nem procurando vagas.

A atual trégua econômica, pois, não exime o governo de fixar bases mais sólidas de confiança para prazos maiores. A providência imediata é reforçar a credibilidade do objetivo de eliminar o déficit das contas do Tesouro em 2024.

De acordo com pesquisa do Ministério da Fazenda, as projeções de analistas no início de maio ainda apontavam para um rombo em torno dos R$ 80 bilhões no próximo ano. É preciso demonstrar intenção e viabilidade de ao menos reduzir drasticamente esse montante, inclusive contendo despesas.

O avanço da reforma tributária e a conclusão do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia são outros passos importantes — além, é claro, do cuidado em não caminhar para trás, como já se ensaiou neste início de governo.

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