IMPRENSA HOJE

Veja as manchetes e editoriais dos principais jornais (15/05/2023)

MANCHETES DA CAPA

O Globo

Falta de insulina no SUS já afeta os pacientes
Partidos não cumprem repasses de verbas para mulheres e negros
Para PF, há indícios de que Mauro Cid não agiu sozinho
Haddad reforça negociação do arcabouço fiscal
Wesley Cardia – ‘A casa de aposta é a grande vítima da manipulação’
Rio quer ser polo de inovação, mas capacitação é desafio
‘Já me falaram que eu deveria virar homem’
Eleição acentua polarização turca

O Estado de S. Paulo

Intenção de compra de imóvel cai ao menor nível desde 2020
Lançamentos têm queda de 6,3% em SP
Revisão do Plano Diretor facilita prédios em vilas em SP
Bolsonaro gastou R$ 4,4 mi com comida inadequada para indígenas
‘Revogaço’ de Lula aumenta problemas do governo no Congresso
José Galló – ‘O Brasil é o país do futuro que nunca chega’
Vacina contra câncer de pâncreas dá bons resultados
Projeção aponta para segundo turno em eleições na Turquia

Folha de S. Paulo

Valorização do mínimo é desafio à regra fiscal
Anista pode livrar partido que gastou com 4 t de carne
Bolsonaro teria usado a máquina na eleição, diz CGU
Lula veta plano de trocar acordo de leniência por obras
Professores têm mais de 300 alunos por ano
Parteiras tradicionais buscam reconhecimento
Liz O’Donnell – Não dá para ser boa em todos os papéis ao mesmo tempo
Quadruplica o número de uniões homoafetivas
Erdogan tem vantagem apertada em eleição turca

Valor Econômico

Disputas de PIS/Cofins podem elevar receitas do governo federal
Barbosa pede sobriedade e composição
Programa de negociação de dívidas pode demorar
Pagamento a doador de plasma gera polêmica
‘Carne não é mais commodity’
Petrobras pauta debate sobre preços

EDITORIAIS

O Globo

Iniciativa de reerguer indústria naval revela que PT nada aprendeu

Depois de vários fracassos, Petrobras é mais uma vez usada para sustentar construção de navios no Brasil

O novo presidente da Transpetro, Sérgio Bacci, informou que a empresa constituiu um grupo de trabalho com o objetivo de formular um plano para o Brasil voltar a construir navios. Operadora de uma rede de 8.500 quilômetros de gasodutos e oleodutos, dona de terminais marítimos e de uma frota de navios, a subsidiária da Petrobras será usada para, com suas encomendas, sustentar os estaleiros beneficiados pelo programa. Eis uma evidência contundente de que o PT não parece ter aprendido nada com os erros que cometeu nos 13 anos em que ficou no Palácio do Planalto.

O argumento dos defensores da proteção a qualquer setor é sempre o mesmo: gerar empregos. Bacci lembrou que a indústria naval empregava 82 mil em 2004 e agora apenas 20 mil. Fica subentendido que, com o mercado garantido pelas encomendas da Transpetro, esse número voltará a crescer.

Também foi assim nos governos anteriores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da ex-presidente Dilma Rousseff. Com a descoberta do pré-sal, as gestões petistas idealizaram a Sete Brasil, semiestatal que, de partida, encomendou 29 sondas submarinas a estaleiros — alguns construídos só para o negócio —, com investimentos totais previstos de US$ 26,4 bilhões.

Quase nada ficou pronto, porque a Sete, além de naufragar em dívidas, tinha destaque no esquema do petrolão, desbaratado pela Operação Lava-Jato. O dinheiro da Petrobras era desviado em favor de políticos e partidos, entre os quais o PT. Para dar uma ideia do prejuízo, só um acionista — o fundo de pensão dos funcionários da Petrobras, o Petros — firmou na Justiça um acordo para receber R$ 900 milhões como ressarcimento pelo investimento perdido na Sete Brasil.

Não foi a primeira aventura naval brasileira. Nos governos Ernesto Geisel e João Figueiredo, tentou-se até exportar navios, fortemente subsidiados. O resultado foi um calote de US$ 500 milhões na Carteira de Comércio Exterior (Cacex) do Banco do Brasil. No final do governo Figueiredo, em 1984, estourou o escândalo da Sunamam (Superintendência Nacional da Marinha Mercante), agência que dava aval fajuto a estaleiros com que estava em atraso, para eles levantarem dinheiro junto aos bancos. Nada deu certo. Depois da ditadura, foi lançado o Programa de Modernização e Expansão da Frota da Transpetro (Promef), também sem resultados positivos.

Agora, mais uma vez a Petrobras será usada na tentativa de substituir importações num setor em que o Brasil não tem chance diante dos estaleiros asiáticos. Fala mais alto, porém, a ideia fixa do governo petista de “reindustrializar” o país por meio de subsídios, esquemas de proteção e reservas de mercado. Se o plano for adiante, os acionistas da Petrobras, controladora da Transpetro, arcarão com os prejuízos de mais esse erro empresarial cometido em nome do Estado. Num segundo momento, o contribuinte será chamado a capitalizar estatais em apuros. E o país estará novamente diante do naufrágio da mesmíssima iniciativa que tantas vezes já viu soçobrar.

O Estado de S. Paulo

O poder dos mitômanos

Na política da pós-verdade, Trump e George Santos parecem ganhar mais votos quanto mais desmoralizam a realidade; para competir com essa gente, é preciso provar que a verdade é valiosa

Em 2022, Long Island (NY) elegeu um deputado republicano que se dizia descendente de vítimas do Holocausto e do 11 de Setembro, diplomado em prestigiosas universidades, executivo da Broadway e Wall Street, multimilionário e filantropo. Hoje, seus eleitores se descobriram representados por um picareta indiciado por 13 crimes federais.

O surpreendente é que não são revelações surpreendentes. Já nas eleições, adversários denunciaram George Santos como um mentiroso descarado. O jornal local Leader endossou o candidato democrata, mesmo querendo apoiar um republicano, mas Santos era “tão bizarro, inescrupuloso e cara de pau que não podemos”. A maioria do eleitorado, ao contrário, só queria ser representada por um republicano, por mais cara de pau que fosse. Muitos se arrependeram, mas em vão, porque os republicanos, de quem depende a deposição de Santos, estão preferindo a lealdade à decência.

Santos não é só trapaceiro. É mitômano. Mas um mitômano que emprega sua psicopatia a favor da trapaça. “É o congressista que os EUA merecem”, disse a revista The Economist, que acrescentou: “É o homem certo para uma democracia em que vencer importa mais que qualquer coisa”. O mesmo vale para Donald Trump, que ascendeu à Casa Branca contando mentiras facilmente desmontáveis e tentou sequestrá-la com a maior mentira da democracia moderna americana: a de que as eleições foram “roubadas”. Mas, por incrível que pareça, Trump, que continua a mentir entre uma diástole e uma sístole, ainda é o presidenciável republicano favorito. Na política da pós-verdade, gente como Trump e George Santos parece ganhar mais votos quanto mais desmoraliza a realidade.

Mentiras são o pão de muitos políticos desde que existe a política. Mas elas eram fabricadas para se passar por verdades. “Tal como se diz que a hipocrisia é o maior tributo à virtude, a arte de mentir é o mais forte reconhecimento do poder da verdade”, disse William Hazlitt. Não mais. O prefixo “pós” sugere que a verdade já não é essencial, tornou-se obsoleta – e, em muitos sentidos, agora é indesejada por uma parte dos eleitores. Na política da pós-verdade as emoções são elevadas acima da razão, como princípio da ação política. As mentiras já não são contadas para convencer os eleitores de uma falsa realidade, mas para inflamar seus preconceitos, ressentimentos, paranoias.

Como disse o criador do termo “política da pós-verdade”, David Roberts, ela é uma cultura “na qual a política – a opinião pública e as narrativas da mídia – se tornou quase inteiramente desconectada das políticas públicas – a substância da legislação”. A política se torna uma disputa eleitoral permanente, mas não, como outrora, por visões de Estado, e sim pela autopromoção e comoção pública, como nos reality shows e nas redes sociais.

“Infelizmente, a mágica do retorno pós-eleições à normalidade parece ter se perdido. A política democrática hoje é consumida por um senso de extrema urgência, em que não há lugar para concessões. Essa política é um choque de duas imaginações apocalípticas”, diagnosticou o escritor Ivan Krastev. “À esquerda, ativistas ambientais acreditam que, se não agirmos já, então, amanhã ou depois de amanhã, não haverá mais vida humana na Terra. A direita nativista, de sua parte, é guiada não pelo medo do fim da vida como tal, mas pelo medo de que nosso ‘modo de vida’ esteja a ponto de acabar. Ambos compartilham um senso de que estamos empenhados em uma ‘luta final’.”

As democracias foram transformadas “pelo poder dos sentimentos de modo que não podemos ignorar ou reverter”, disse William Davies, no livro Estados Nervosos. Isso não significa que os que creem em uma política baseada em evidências e racionalidade devem abandonar suas convicções. Mas precisam encontrar modos de disseminá-las com paixão genuína. Se quiserem recuperar seu protagonismo no drama democrático, precisarão de fórmulas criativas para atrair os apáticos à vida pública e esfriar a cólera dos zelotas. Mas, para competir com os mentirosos profissionais, precisarão provar que a verdade não é só valiosa, mas arrebatadora.

Folha de S. Paulo

Queda à vista

Surgem sinais de corte do juro do BC, que depende da responsabilidade do governo

Mesmo com as incertezas vigentes na economia internacional e na conjuntura doméstica, que ainda resultam em riscos para a inflação, começa a se consolidar a perspectiva de redução da taxa básica de juros no segundo semestre.

Embora o Comitê de Política Monetária tenha mantido a Selic em 13,75% ao ano, a ata da reunião trouxe sinais de que há maior conforto com o balanço de riscos adiante.

O Copom mantém a cautela, ao destacar fatores que ainda podem dificultar a convergência da inflação para a meta de 3% em 2024.

Em especial, há incerteza em relação à nova regra de controle das contas públicas que substituirá o teto de gastos, ao passo que as expectativas para o índice de preços ao consumidor permanecem elevadas e ainda distantes dos objetivos do Banco Central.

Contudo o órgão reconhece que a divulgação de uma norma fiscal pelo governo contribuiu para reduzir o risco de cenários mais adversos de descontrole da dívida e disparada da taxa de câmbio, da inflação e dos juros no mercado.

A proposta ainda precisa ser votada no Congresso, e espera-se que o Parlamento endureça a versão vinda da Fazenda, retomando os gatilhos de ajuste e punições no caso de descumprimento das metas de superávit nas contas.

A economia também dá sinais incipientes de desaceleração. Embora o resultado do primeiro trimestre tenha sido sólido, em parte devido ao excelente desempenho do agronegócio, acumulam-se evidências dos efeitos da restrição monetária. O crédito e o ritmo de criação de novos empregos mostram acomodação, o que sugere um menor vigor da demanda.

O risco ainda presente é a persistência de projeções elevadas para o IPCA —de 6,1% e 4,2% para este ano e 2024, respectivamente. Porém, com o avanço da tramitação da regra fiscal e outros fatores capazes de reduzir pressões inflacionárias, como a queda das matérias-primas internacionais e de preços no atacado, além da valorização do real, o prognóstico é de acomodação dos juros.

Tal trajetória já é incorporada pelo mercado, que indica a taxa básica em torno de 11,5% no final de 2023. É uma melhora em relação ao início do ano, quando as desastrosas declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) contra a responsabilidade fiscal fizeram disparar o custo do dinheiro.

A retórica agressiva só gerou perda de tempo. Com a melhora das últimas semanas, as expectativas apenas retornaram ao patamar anterior à celeuma presidencial.

É preciso muito mais. Consolidar juros de um dígito em 2024 e adiante demandará seriedade na definição de metas fiscais e, principalmente, no seu cumprimento.

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