IMPRENSA HOJE

Veja as manchetes e editoriais dos principais jornais (27/04/2023)

MANCHETES DA CAPA

O Globo

Congresso cria CPI, e governo articula ampliar maioria e isolar oposição
Relator faz últimos ajustes no texto do PL das Fake News
Ministro interino demite 29 em ‘limpa’ no GSI
Bolsonaro diz à PF que postou sem querer
Justiça suspende Telegram no Brasil por sonegar dados sobre ataques a escolas
Decisão do STJ abre caminho para governo arrecadar R$ 90 bilhões
Rio perde chance de reaver R$ 65 milhões por falha do TCE
Mulheres votarão pela 1ª vez no Sinodo dos Bispos
Médicos alertam para risco de desnutrição em usuários de Ozempic
Europa amplia exigências de transparência às plataformas
Pressionado, presidente da Colômbia troca sete ministros e rompa com partidos aliados

O Estado de S. Paulo

Tesouro Direto deve servir de garantia de aluguel a ‘vaquinha’
Liminar do STF trava decisão pró-governo
CPMI dos atos golpistas eleva poder de Lira sobre o Planalto
Bolsonaro atribui vídeo contra eleição a efeito de tramento com morfina
Justiça suspende Telegram por negar à PF dados neonazistas
Mortes provocadas por PMs sobem 8% no Estado, capital tem a maior alta
Disney alega perseguição política e processa governador
Papa permite pela primeira vez que mulheres votem em reunião de bispos
Sem apoio político, presidente da Colômbia decide reformar ministério

Folha de S. Paulo

Bolsonaro fala à PF que houve engano ao postar vídeo golpista
Polícia pede, e Justiça manda tirar Telegram ao ar no país
Ex-presidente na Agrishow gera mal-estar com governo
Para alterar marco do saneamento, PT quer projeto de lei
Brasil recebe aval para buscar Thiago Brennand
Xi telefona a Zelenski e diz que vai enviar negociador
Papa decide que, pela 1ª vez, mulheres votarão em sínodo
Sonda japonesa faz imagens da Terra e registra eclipse antes de perder contato
Petro troca ministros na Colômbia em meio a crise

Valor Econômico

Após pagar mais que toda a B3, Petrobras reduzirá dividendo
1º trimestre deve ter piora nos resultados
Governo prevê obter maioria e controle de CPMI
STJ permite à União cobrar IR e CSLL sobre incentivos de ICMS
Justiça Federal manda tirar Telegram do ar

EDITORIAIS

O Globo

Aceno de França traz alento para Santos Dumont

Ministro admitiu ser preciso limitar operação no aeroporto doméstico. Só tem de transformar palavras em atos

Depois da relutância do governo federal em reconhecer o desequilíbrio que afeta os aeroportos do Rio de Janeiro, foi um passo importante a declaração do ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, de que há consenso sobre a necessidade de limitar as operações no Santos Dumont como forma de recuperar o esvaziado Tom Jobim/Galeão. Feita depois de reunião com o governador fluminense, Cláudio Castro, e com o prefeito carioca, Eduardo Paes, traduz mudança de atitude que abre enfim oportunidade para resolver um imbróglio que prejudica a todos.

Limitar voos no Santos Dumont é essencial e urgente para reequilibrar o sistema. Do jeito como está, ele canibaliza o Galeão. Em três anos, o aeroporto internacional perdeu 8 milhões de passageiros e caiu da quarta para a décima posição no ranking dos mais movimentados do país (foram apenas 5,7 milhões em 2022, ante capacidade de 37 milhões). O Santos Dumont, em contrapartida, ganhou 1 milhão de passageiros no mesmo período e atendeu no ano passado 9,9 milhões, indo da sétima para a quinta posição.

A despeito dos números, o governo federal vinha resistindo a admitir o óbvio. A Infraero, que administra o Santos Dumont, teve a desfaçatez de ampliar a capacidade do terminal doméstico de 9,9 milhões para 15,3 milhões, mudando o critério de cálculo. Isso depois de reportagem do GLOBO mostrar que ele operava acima do suportável. Nem é preciso recorrer a números para perceber o problema. Basta andar pelo saguão e ver as filas que se formam, ou constatar os atrasos cada vez mais frequentes nos voos. No Galeão, ao contrário, dezenas de portões de embarque estão todo dia às moscas.

O fundamental é definir como reequilibrar o movimento entre os dois aeroportos. A proposta defendida por Castro e Paes é sensata: restringir os voos no Santos Dumont à ponte aérea Rio-São Paulo e a alguns outros trechos, como Rio-Brasília ou Rio-Belo Horizonte. Os demais voos seriam transferidos, desafogando o terminal doméstico, hoje saturado, e trazendo fôlego ao Galeão, onde nas últimas décadas foram feitos grandes investimentos públicos e privados.

O governo sugere reduzir o ICMS cobrado sobre o querosene de aviação de companhias que aceitem transferir parte de seus voos do Santos Dumont para o Galeão. Ainda que seja bem-intencionada, é medida meramente paliativa, que não resolverá o problema essencial: a insanidade de manter um aeroporto superlotado a poucos quilômetros de outro subaproveitado.

A Changi, empresa de Cingapura que administra o Galeão, anunciou no ano passado que, em razão das condições desfavoráveis, devolveria a concessão. Neste ano, admitiu que poderia permanecer, desde que a União aceitasse renegociar a outorga. Mas essa hipótese parece fora de cogitação. O governo ainda discute alternativas para revigorar o aeroporto internacional.

Independentemente do que aconteça com o Galeão, é fundamental restringir os voos no Santos Dumont. Não basta apenas limitá-los ao número atual, pois nenhum dos dois aeroportos funcionará de forma adequada. O aceno feito pelo ministro Márcio França é o primeiro sinal de que é possível chegar a uma solução sensata. Mas precisa se traduzir em medidas concretas, tomadas com base em dados reais, e não nos interesses disfarçados atrás dos números da Infraero.

O Estado de S. Paulo

Democracias prisioneiras do medo

A perspectiva de uma reedição da disputa entre Biden e Trump nos EUA expõe dilemas de democracias que, como no Brasil, têm dificuldade de encontrar sangue novo e ideias novas

O presidente americano, Joe Biden, anunciou que concorrerá à reeleição em 2024. No fim do ano passado, o ex-presidente Donald Trump, derrotado por Biden em 2020, também anunciou que concorrerá à nomeação dos republicanos. É improvável que os democratas se amotinem contra o incumbente. As primárias republicanas são mais incertas, mas, hoje, Trump lidera as intenções de voto dos afiliados do partido.

O fenômeno desconcertante é que as pesquisas apontam que só 5% dos americanos gostariam de ver a disputa Biden-Trump reeditada – 70% não gostariam que Biden disputasse e a mesma proporção não gostaria que Trump disputasse. A se confirmar uma repetição de 2020, será uma batalha pela menor rejeição.

A disputa à reeleição de um incumbente é – não só, mas principalmente – um referendo. Biden tem resultados razoáveis. Valendo-se de sua experiência de 36 anos no Senado, ele conseguiu aprovar reformas no sistema de saúde e um pacote de US$ 1 trilhão para investimentos em infraestrutura e transição para a economia verde. Na política externa, fez mais do que ninguém para frear o assalto da Rússia à Ucrânia e tem se empenhado em revigorar as alianças ocidentais.

Mas não é nisso que aposta para ganhar as eleições. O vídeo em que anunciou sua candidatura não faz menção a conquistas passadas ou futuras, exceto uma: vencer Trump. Após uma sucessão de imagens da invasão do Capitólio e referências a “extremistas MAGA” (sigla para Make America Great Again, lema trumpista), Biden arrematou: “Vamos terminar o serviço”, insinuando que só ele pode fazê-lo. O anúncio de Trump também se resumiu a reciclar o medo: dos imigrantes, da epidemia de opioides, do crime, da sexualização de crianças, da China e outras ameaças que, de novo, só ele poderia superar.

A aposta de Biden pode render. Sua impopularidade líquida (a diferença entre os que o aprovam e desaprovam) é de 10 pontos; a de Trump, 19. Sua inclinação a abraçar o protecionismo e subsídios à indústria tem apelo popular e responde às ansiedades de potenciais eleitores de Trump com a globalização. O disruptivo Trump, por sua vez, motiva como ninguém os democratas a irem às urnas, desmobiliza os republicanos moderados e afasta os eleitores independentes, decisivos para as eleições americanas. Após 2016, Trump só colecionou reveses eleitorais.

Ainda assim, não se pode subestimá-lo. Os problemas que ele exagera não deixam de ser reais. A economia, crucial para um incumbente, ainda atravessa uma turbulência: a inflação (em parte pelos gastos de Biden) pressiona e os riscos de recessão não estão afastados. Uma crise geopolítica por viradas inusitadas na Ucrânia ou conflitos na Ásia pode desestabilizar o governo de Biden, ecoando o desastre no Afeganistão. E sua aposta pode malograr: as pesquisas de intenção de voto sugerem que ele venceria Trump, mas perderia para outros presidenciáveis republicanos.

Seja lá qual for seu resultado, a disputa presidencial que se avizinha expõe uma exaustão da política americana. Há uma dificuldade de encontrar ideias novas e sangue novo. O incumbente democrata terá 82 anos em 2024, enquanto Trump, seu possível adversário, terá 78. Ou seja, a política dos EUA parece ter sido incapaz de produzir líderes mais jovens depois do fenômeno Barack Obama, que se elegeu aos 47 anos.

Não é um fenômeno exclusivo dos EUA. O último segundo turno no Brasil registrou a maior média etária em toda a redemocratização. Se os dois candidatos tivessem enfatizado suas propostas, ficaria explícito que foram forjadas nas mentalidades de esquerda e de direita dos anos 70. Mas não precisaram, porque ambos também apostaram no medo um do outro. Ambos tinham altos índices de rejeição, e venceu o que teve ligeiramente menos.

EUA e Brasil são as duas maiores democracias do Ocidente. Assim como em outras, as disputas políticas estão sendo orientadas mais à repetição do que à inovação e estão sendo vencidas mais pelo temor do que pela esperança. Independentemente das preferências ideológicas à esquerda ou à direita, essa política gerontocrática e amedrontada sugere um esgotamento cívico que pede um profundo exame de consciência por parte da sociedade.

Folha de S. Paulo

A CPI e Bolsonaro

Ex-presidente presta depoimento patético; comissão pode virar circo de versões

Comissões parlamentares de inquérito, por sua natureza, são instrumentos de minorias congressuais e não interessam ao governo de turno —este sempre tem algo a perder, nem que seja apenas tempo para o avanço de seus projetos legislativos prioritários.

Não é diferente com a CPI mista instalada nesta quarta-feira (26) para investigar o ataque de motivações golpistas às sedes dos três Poderes em 8 de janeiro. Nesse caso em particular, chega-se ao paradoxo de que o bolsonarismo, alvo natural da apuração, tenha pressionado pela criação do colegiado.

Já o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), sustentado por uma coalizão partidária de maioria incerta no Parlamento, pouco pôde fazer para evitar a CPI.

Depois do vazamento de imagens que mostram o então chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Gonçalves Dias, perambulando na Presidência durante a ofensiva dos vândalos, o Planalto viu-se obrigado a apoiar o que já era inevitável.

Não se trata, obviamente, de uma comissão parlamentar desprovida de mérito —há, afinal, um fato gravíssimo e de múltiplas ramificações a ser esclarecido. Entretanto é também evidente o risco de que a investigação dê lugar a uma batalha política por versões e à costumeira disputa por holofotes.

Para os adeptos de Jair Bolsonaro (PL), há ao menos uma chance de contra-ataque, depois que o episódio infame rendeu solidariedade doméstica e internacional a Lula e pronta reação das instituições.

Mais de 2.000 suspeitos foram presos; mais de 1.000 foram denunciados pela Procuradoria-Geral da República; 100 já se tornaram réus no Supremo Tribunal Federal.

O ex-presidente, ameaçado pela inelegibilidade e pelo rumoroso caso das joias da Arábia Saudita, prestou nesta quarta depoimento patético à Polícia Federal que ilustra o seu ocaso político.

Bolsonaro disse ter postado por engano, sob efeito de medicamentos, um vídeo com ataques às urnas eletrônicas em 10 de janeiro. Procura assim não ser responsabilizado por incitar as invasões golpistas de dois dias antes.

A extensão precisa de seu papel nos atos está em investigação. O que dispensa novas evidências é a campanha antidemocrática que promoveu ao longo de anos, com alegações de fraudes eleitorais desprovidas de qualquer base, culminando em uma exposição escandalosa a embaixadores estrangeiros.

O bolsonarismo talvez consiga aproveitar a CPI para fustigar o governo. Não apagará o fato, no entanto, de que o punhado de idiotas fanatizados que vandalizou o patrimônio público seguia um líder que nunca se mostrou disposto a aceitar a derrota nas urnas.

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