IMPRENSA HOJE

Veja as manchetes e editoriais dos principais jornais (20/09/2022)

MANCHETES DA CAPA

O Globo

Ipec mostra Lula líder com 47%; Bolsonaro fica com 31%
Hostilidades contra imprensa marcam a passagem de Bolsonaro por Londres
Meirelles declara voto em Lula, mas defende teto
Universal adapta discurso, sem perder tom político
Cresce busca por crédito de até R$ 21 mil
Fila por consulta chega a mais de um ano
Pólio: só 40% dos menores de 5 anos estão protegidos
Depois de novo cálculo, teles querem de volta da Oi R$ 3,18 bilhões
Guerra na Ucrânia divide Assembleia da ONU em sua volta presencial
O último adeus

O Estado de S. Paulo

Verba do fundo eleitoral vai para ‘candidaturas fantasmas’
Tebet critica Lula e afirma que ele será ‘um novo Perón’
Henrique Meirelles apoia petista, que prega voto útil; rivais reagem
Mercado espera que Copom mantenha taxa de juros em 13,75%
Governo determina que mais petiscos para pets sejam recolhidos
Má qualidade de vida faz crescer risco de câncer antes dos 50 anos
Petrobras baixa preço do diesel em 5,7%, 3ª redução em 50 dias
Adeus à rainha – Capítulo final de um realeza britânica

Folha de S. Paulo

Lula mira 1º turno; Bolsonaro diz que derrota seria anormal
Petista vai a 52% de votos válidos; presidente tem 34%, aponta Ipec
Paraná Pesquisas recebeu do PL R$ 2,7 milhões pré-campnaha
Corte no Casa Verde e Amarela vai congelar 140 mil moradias
Brasil volta às urnas com mais emprego, mas inflação em alta
Tribunal freia compra pela União de R$ 38 milhões em coturnos
Juiz suspende condenação de Deltan no TCU
Elizabeth 2ª é sepultada ao lado do príncipe Philip após 11 dias de cerimônias e último adeus de multidões

Valor Econômico

Força de trabalho ainda está abaixo do pré-covid
Operadoras reivindicam R$ 1,73 bi da Oi
Viagem a funeral frustra campanha
Lula tem 47% e Bolsonaro, 31%, mostra Ipec
Mercado reage bem a apoio de Meirelles
Hidrogênio verde para caminhões
Petrobras baixa mais uma vez o preço do diesel

Correio Braziliense

Combater o feminicídio é um desafio a candidatos ao GDF
Esplanada pode fechar no 1º turno
Alianças para mudar a saúde e o transporte
Lula tenta reforça luta por voto útil
Bolsonaro discursa na ONU, em NY
A partir de hoje, o diesel está mais barato 5,8%
Ex-delegado Durval Barbosa é esfaqueado em casa
Último adeus a Elizabeth

EDITORIAIS

O Globo

Produtividade pífia deveria ser tema da campanha eleitoral

Em quatro décadas, economia foi incapaz de reagir no indicador decisivo para desenvolvimento do país

Em suas propostas de governo, os candidatos à Presidência têm falado muito em geração de emprego e crescimento. Mas o desafio mais relevante para a economia brasileira é outro: chama-se produtividade. Tem sido crônica, na nossa História, a ocupação de enormes contingentes da população em atividades com baixíssima capacidade de gerar riqueza, fator que contribui para agravar a pobreza e a desigualdade. De acordo com os números compilados pelo Observatório de Produtividade Regis Bonelli, da Fundação Getulio Vargas (FGV), a produtividade da economia brasileira cresceu mísero 0,4% anual entre 1982 e 2019.

O motivo tradicionalmente associado a esse desempenho vergonhoso é a formação deficiente da mão de obra, que faz do Brasil um país onde faltam profissionais qualificados para ocupações produtivas, enquanto proliferam cobradores de ônibus, ascensoristas, porteiros, empacotadores, flanelinhas e tantas outras atividades que não existem mais em países desenvolvidos.

Nesse quesito, contudo, os resultados até que não foram os piores. A produtividade do trabalho cresceu 0,6% ao ano, com picos de 1,6% entre 2001 e 2010 e de 1,2% antes da recessão de 2014. Desde então ela tem recuado, mesmo assim sempre se manteve acima da produtividade da economia no período de quase quatro décadas. O resultado pode ser explicado pela ampliação do tempo de estudo (de 3,5 anos na década de 1980 para quase nove em 2010) e da população com nível superior, que alcançou 22,2% neste ano.

Em contrapartida, a produtividade do capital — relativa a novas fábricas, máquinas e infraestrutura — simplesmente não cresceu em 40 anos. Entre os motivos da estagnação, dois se destacam. Primeiro, a barafunda tributária incentiva escolhas improdutivas e aumenta o custo de investimento. É comum empresas preferirem deixar de crescer ou alocarem recursos em atividades que geram menos renda, só para não abrir mão dos regimes especiais de tributação que infestam a economia.

O segundo motivo é a intromissão recorrente do setor público onde não deveria. São inúmeros os projetos, obras de infraestrutura e delírios considerados “estratégicos” pelas diferentes versões do desenvolvimentismo que volta e meia assumem o poder no Brasil. Não é coincidência que a produtividade do capital tenha desabado com o desastrado Programa de Aceleração do Crescimento do governo Dilma Rousseff e com as dezenas de refinarias, hidrelétricas e outros projetos economicamente catastróficos. Capital mal alocado gera baixa produtividade.

Um terceiro componente, chamado “produtividade total dos fatores”, avalia a eficiência da interação entre capital e trabalho. É uma medida de modernização tecnológica, técnicas de produção, melhoras no ambiente jurídico, de negócios etc. Como sempre dispôs de mão de obra abundante e barata, o Brasil nunca se destacou nesse quesito.

Somos uma economia de capital escasso, que tradicionalmente cresce à base da força bruta, pondo mais gente para trabalhar mais horas. Infelizmente, o bônus demográfico que garantiu o crescimento da população economicamente ativa está perto do fim. Será preciso crescer com inteligência. Gerar mais riqueza com menos capital e menos horas de trabalho. Os meios para isso são conhecidos: educação, tecnologia, um ambiente favorável às empresas e acolhedor aos investimentos. A classe política já deveria ter acordado.

O Estado de S. Paulo

Comício infame

Incapaz de sentir compaixão por seus compatriotas, Bolsonaro desrespeita o luto dos britânicos, usa funeral da rainha como palanque e, de quebra, volta a duvidar do sistema eleitoral

A pretexto de atender ao funeral de Estado da rainha Elizabeth II, o presidente Jair Bolsonaro viajou a Londres para fazer comício e produzir imagens para sua campanha pela reeleição. Trata-se de evidente abuso de poder político e econômico, o que impõe a aplicação de uma punição exemplar pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Não satisfeito, Bolsonaro ainda ampliou sua extensa folha corrida de crimes de responsabilidade ao difundir – mais uma vez sem provas – suspeitas sobre a segurança do sistema eleitoral do País, dizendo que, se ele não ganhar a eleição no primeiro turno, é porque “algo de anormal aconteceu no TSE”.

Durante essa rápida e infame passagem pela capital do Reino Unido, Bolsonaro envergonhou a grande maioria dos brasileiros, que decerto ainda guarda na alma um senso de decência. Além de usar recursos públicos para fazer campanha eleitoral, o que é expressamente proibido pela lei, Bolsonaro se fez acompanhar de indivíduos que nada têm a ver com a missão de Estado que lhe cabia desempenhar, mas têm tudo a ver com sua campanha eleitoral. Interessado em transformar a eleição numa “guerra santa”, Bolsonaro levou um líder evangélico e um padre. Já em Londres, Michelle Bolsonaro levou a tiracolo um influenciador digital que aproveitou para fazer propaganda, nas redes sociais, dos produtos usados pela primeira-dama – afinal, diante de um presidente capaz de fazer comício num funeral, que mal há em fazer marketing com o luto?

O contraste com outro funeral importante, o do líder sul-africano Nelson Mandela, é gritante. Em 2013, a então presidente, Dilma Rousseff, para enfatizar que se tratava de uma missão de Estado, levou em sua comitiva os ex-presidentes Lula da Silva, Fernando Henrique Cardoso, José Sarney e Fernando Collor.

Enfrentando uma rejeição proibitiva para um incumbente que tenta a reeleição, Bolsonaro achou que era o caso de usar o funeral da rainha para tentar transmitir a imagem de um governante estimado pela chamada comunidade internacional. Na verdade, ao se comportar como um aproveitador, Bolsonaro só logrou aprofundar o sentimento de comiseração que o mundo civilizado passou a nutrir pelo Brasil desde que ele tomou posse.

Da sacada da residência oficial do embaixador do Brasil, no bairro londrino de Mayfair, Bolsonaro se dirigiu a um pequeno grupo de apoiadores prometendo se opor ao que chama de avanço da “ideologia de gênero”, da “ideologia do aborto” e da “ameaça comunista”. De quebra, ignorando completamente o motivo oficial da visita, foi a um posto de combustíveis em Londres para mostrar que a gasolina ali é mais cara do que no Brasil, o que seria um feito de seu governo. Mas a tosca propaganda eleitoral – que, enfatize-se, usou recursos públicos – obviamente não levou em conta o poder de compra de cada país: no Brasil, abastecer com cerca de 50 litros custa 22% de um salário mínimo; no Reino Unido, custa menos de 6% do piso salarial britânico.

Questionado por jornalistas sobre o óbvio uso da viagem para fins eleitorais, Bolsonaro se irritou, mandou os repórteres fazerem “uma pergunta decente”, virou as costas e encerrou a entrevista.

Em países democráticos, uma das regras mais elementares das disputas eleitorais é a igualdade de condições entre os candidatos. No Brasil, tanto a Constituição como a Lei Eleitoral dispõem de normas muito bem definidas para garantir que candidatos que detêm mandatos eletivos não abusem do poder político e econômico de seus cargos a fim de obter vantagens indevidas em relação aos adversários. Bolsonaro tem obliterado impunemente cada um desses anteparos republicanos. Até quando?

No Twitter, o presidente se apropriou de uma fala do arcebispo da Cantuária durante a cerimônia em memória da rainha Elizabeth II para continuar fazendo campanha e transmitir a ideia segundo a qual é um “servo” do povo brasileiro. “Aqueles que servem serão amados e recordados. Aqueles que se apegam ao poder e aos privilégios serão esquecidos.”

Esquecido Bolsonaro seguramente não será. Haverá de ser lembrado como um dos presidentes mais indignos que já governaram o Brasil.

Folha de S. Paulo

Colapso educacional

Exame indica regressão trágica no ensino básico, que exige esforço federativo

Após quase dois anos de escolas fechadas e ensino a distância precário e desigual, era esperado que o resultado da avaliação nacional dos estudantes do ensino básico fosse ruim. O conjunto de indícios e indicadores de 2021, afinal conhecido, sugere um desastre a ser tratado como emergência em uma situação já cronicamente grave.

A avaliação foi prejudicada pela queda da participação dos estudantes e escolas no exame do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb), realizado a cada dois anos. Por si, o fenômeno sugere uma espécie de desligamento da escola — abandono dos estudos, desalento ou falta de condições quaisquer para fazer a prova.

Essa abstenção dificulta comparações com o desempenho em anos anteriores. Feita a ressalva, os resultados parecem aterradores.

No caso do segundo ano do ensino fundamental, o Saeb realizou um exame com apenas uma amostra dos estudantes; no quinto e no nono ano do fundamental e do final do ensino médio, a avaliação se pretende censitária. Como ressaltado pelo instituto Todos pela Educação, verificou-se que um terço dos avaliados é incapaz de ler palavras isoladas em um texto.

Em certas disciplinas e séries, houve regressões de anos no nível de aprendizado, como se fosse perdido mesmo o pequeno, mas regular, progresso de uma década.

O diagnóstico preciso do prejuízo será, mais do que nunca, trabalho de investigação detalhada de cenários locais. Quanto aos esforços para atenuar a catástrofe, urge também uma iniciativa nacional.

Não se trata de retórica. A educação básica é da alçada de cidades e estados, porém o financiamento desses níveis de ensino tem complementação federal. Agora, de modo tardio, é preciso que se realize um esforço federativo a fim de alertar para a gravidade do problema, identificar os auxílios necessários e coordenar ações.

É uma crise nacional, um subproduto da epidemia, mas também da desigualdade crônica e de descaso secular com a escola. Como agravante, o Ministério da Educação está em ruínas depois dos anos de convulsão ideológica e administrativa de Jair Bolsonaro (PL).

É uma emergência, embora se saiba que avanços na educação tendam a ser lentos. A indiferença em relação ao colapso de 2020-21 pode prejudicar uma geração.

Trata-se também de um assunto de presidente da República, que deveria se dirigir de modo solene ao país e convocar um plano de recuperação, e de Congresso Nacional —ainda que as soluções devam ser locais e descentralizadas.

O tema, contudo, não está no centro dos debates desta campanha eleitoral, até aqui muito pobre de conteúdo programático.

Valor Econômico

Desastres na educação durante a pandemia

Os bons resultados das escolas em tempo integral confirmam que essa é uma política adequada para incentivar a aprendizagem

Dados divulgados pelo governo federal na semana passada confirmaram o que já se temia: o período da pandemia foi um desastre para a educação. Os resultados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) e do Índice de Desenvolvimento da Educação Brasileira (Ideb), informados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Nacionais Anísio Teixeira (Inep), ligado ao Ministério da Educação (MEC), mostraram que a aprendizagem recuou em todos as fases escolares em 2021, voltando até meados da década passada em alguns casos.

O Brasil foi um dos países que mais tempo ficou com as escolas fechadas em consequência do atraso do governo em comprar vacinas e dispor de doses suficientes para toda a população, de modo a garantir a segurança sanitária de professores e estudantes. As atividades presenciais nas escolas só foram retomadas no segundo semestre do ano passado e, ainda assim, em esquema de rodízio de alunos no início. Houve falha também na organização do ensino remoto, alternativa à qual se apelou em um primeiro momento. Sem apoio do governo federal na instalação de infraestrutura de redes de internet e disposição de equipamentos para a conectividade dos alunos, a oferta foi bastante desigual.

Isso trouxe consequências negativas previsíveis para o ensino, refletidas agora no Saeb. Realizado a cada dois anos desde 1990, o mais recente exame cobriu exatamente o período da pandemia. Pelo Saeb, são aplicadas provas de língua portuguesa e matemática a estudantes do quinto e do nono anos do ensino fundamental e do terceiro ano do ensino médio. Em sistema amostral, aferiu também alunos do segundo grau, faixa em que foram registradas as maiores perdas. A nota média desses estudantes, em fase de alfabetização, despencou 24,5 pontos para 725,5 pontos em comparação a 2019. Nessa fase, as crianças já deveriam saber ler e escrever plenamente, mas muitas não conseguem ainda localizar uma informação explícita em texto de duas linhas.

Houve perdas também nas outras faixas etárias. A maior delas ocorreu em matemática entre os alunos do quinto ano do ensino fundamental, que recuaram para o patamar de 2013 e não conseguem resolver problemas como adição e subtração de cédulas e moedas, em reais, ou converter uma hora em minutos. Mais de um terço deles não identifica figuras geométricas como triângulo ou círculo. A nota dessa faixa na disciplina caiu quase 5% para 216,85 pontos. Em língua portuguesa, a perda foi menor, de 3% para 208,01, equivalente a meio ano de aprendizado.

Nos anos finais do ensino fundamental (nono ano), a queda em matemática foi de 2,5% para 258,64; e ficou praticamente estável em língua portuguesa, com 260,41 pontos, mas indica que os alunos não conseguiriam reconhecer opiniões distintas sobre o mesmo assunto em reportagens, contos e enquetes. No ensino médio, a nota de matemática caiu 2,7% para 271; e a de língua portuguesa, 1,3% para 275,97 pontos.

Já os resultados do Ideb, que combinam as notas do Saeb com a taxa de aprovação dos estudantes, foram comprometidos pela orientação do Conselho Nacional de Educação (CNE) de aprovar automaticamente os alunos para evitar desestimular os alunos. Por esse motivo, o resultado ficou distorcido. Mesmo nesse cenário catastrófico, a nota do Ideb apenas recuou, e ainda assim ligeiramente, nos anos iniciais do ensino fundamental, de 5,9 antes da pandemia para 5,8. Nos anos finais do fundamental, até subiu, de 4,9 para 5,1 pontos; e ficou estável em 4,2 pontos no ensino médio.

Outro problema desses testes em períodos excepcionais foi a baixa na participação dos alunos, com queda de 10 pontos percentuais, para cerca de 71%. No caso do ensino médio, foi de apenas 61,4% em comparação com 75,6% antes da pandemia, percentual já considerado usualmente o menor entre as faixas de alunos examinados. Também afetado pela interferência política, o Inep vem passando tempos turbulentos no governo de Bolsonaro e isso contribuiu para o atraso na distribuição das provas, aplicadas entre outubro e novembro de 2021, o que influenciou negativamente na participação das escolas.

Apesar disso, as provas do Ideb e Saeb trazem valiosas lições. Uma delas é a limitação do homeschooling, defendido pelo governo Bolsonaro, como ficou evidente nas deficiências apresentadas pelo ensino remoto, especialmente na fase de alfabetização. Do lado positivo, os bons resultados das escolas em tempo integral confirmam que essa é uma política adequada para incentivar a aprendizagem.

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