Em entrevista à Band News, presidente diz ver como insensata eventual defecção e avalia que candidatura isolada só “cumpriria tabela”
Em entrevista à BandNews TV, o presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire, afirmou que, mesmo na hipótese de saída do União Brasil do grupo, PSDB, MDB e Cidadania continuarão discutindo um candidato de terceira via para quebrar a polarização entre Lula e Bolsonaro.
“Não queremos fazer figuração. Estamos trabalhando para construir a terceira via. Ontem, ficou evidenciado que MDB, PSDB e Cidadania, mesmo na hipótese de saída do União Brasil, vão continuar. Vamos disputar a eleição. Não há nada definido no cenário eleitoral”, assinalou.
Freire observou que não dá ainda como certa a defecção do União Brasil e fez um apelo à unidade.
“Imaginamos que vai prevalecer a responsabilidade em relação ao país, que busca uma alternativa a essa polarização, ao ódio que gera uma fratura na sociedade, que provoca uma política de não votar numa opção, mas contra Lula ou Bolsonaro. Não me parece sensato que eles saiam para um voo solo, salvo se for para cumprir tabela. Se for para disputar realmente, não há por que buscar isolamento”, argumentou.
O presidente do Cidadania disse que nomes que estão hoje na mesa são de Simone Tebet, do MDB, e de João Dória, do PSDB, ambos com legitimidade para ser cabeça de chapa. Ele sustentou que as prévias valem se o candidato for do PSDB e salientou que a carta recente divulgada pelo ex-governador Eduardo Leite encerrou a discussão.
“No momento em que houver um consenso em torno de uma candidatura, uma coligação entre partidos, o que vai valer é a escolha dos três. Sendo um candidato de todos os partidos, evidente que o MDB não tem por que se subordinar a uma escolha do PSDB. Se não, nem precisaríamos discutir, explicou.
Sobre os critérios para definir o nome, Freire avaliou que se eles fossem puramente objetivo, a resposta poderia sair de um programa de computador.
“Mas é um processo que tem a ver com consensos, conjunturas, o melhor para enfrentar esses dois candidatos, quem tem mais condições de pensar um Brasil em que as famílias voltem a dialogar nos domingos, nos churrascos, nas feijoadas, sem brigas de nós contra eles. Precisamos superar o ódio na política. Quem melhor representa isso?”, pontuou.
O ex-deputado por Pernambuco e São Paulo ainda observou que só Bolsonaro e Lula pensam estar garantidos no segundo turno e que ainda há tempo para definir a candidatura da terceira via.
“O Brasil ainda não está voltado para a discussão da eleição. O mundo político sim. Mas as pessoas estão buscando sua sobrevivência. Temos problemas graves: desemprego, economia que não cresce, inflação. O cotidiano é que está presidindo as preocupações da quase totalidade da sociedade”, ponderou.
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