Para o parlamentar, comissão tem que durar o tempo que for necessário para apurar os fatos diante da dificuldade de acesso a documentos e a necessidade de ouvir uma série de outras pessoas (Foto: Leopoldo Silva/Agência Senado)
O líder do Cidadania no Senado, Alessandro Vieira (SE) defendeu, nesta terça-feira (14), que a CPI da Pandemia dure o tempo que for necessário – e não, necessariamente, acabe em setembro como tem proposto o relator do colegiado, senador Renan Calheiros (MDB-AL), para não prejudicar o andamento de apurações cruciais para o indiciamento dos responsáveis por ações e omissões na maior crise sanitária do País. Entre as dificuldades encontradas hoje pelos membros da CPI, está a falta de acesso aos documentos e a necessidade de ouvir importantes depoimentos.
Alessandro Vieira disse saber que o relator tem objetivos claros de encerrar a CPI em setembro, mas fez dois alertas: a dificuldade de acesso a documentos e a necessidade de a comissão ouvir uma série de outras pessoas.
“A CPI não pode se omitir. O nosso prazo real vai até início de novembro. Acho justo e concordo com antecipações, mas não antecipações que acabem cerceando o trabalho todos”, disse.
“Nosso prazo maior vai até início de novembro”, reiterou Alessandro Vieira, durante o depoimento do advogado Marcos Tolentino à CPI.
Renan Calheiros tem afirmado que pretende apresentar o relatório final sobre os trabalhos da comissão e a sugestão de indiciamento dos potenciais culpados no dia 24 de setembro.
O parlamentar do Cidadania disse que está difícil para senadores acessarem documentos e que falta ouvir importantes depoentes que precisam esclarecer denúncias recebidas pela CPI.
“Essa CPI tem desafios marcantes e talvez o mais importante, do ponto de vista da estratégia da investigação, é não perder os caminhos”, apontou Alessandro Vieira.
O senador, que é delegado da Polícia Civil em Sergipe, afirmou que a ‘CPI não foi a única que recebeu os relatórios de inteligência do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), mostrando operações milionárias suspeitas, mas também as autoridades, como o Ministério Público Federal e a Polícia Federal, a quem cabe tomar providências.
“Tudo isso está sendo mapeado pela CPI para ser encaminhado aos órgãos competentes: empresas povoadas por laranjas, fantasmas, contas de passagem, todo o roteiro típico de uma grande esquema de lavagem”, disse Alessandro Vieira.
‘Corrupção’
“A corrupção não é de esquerda, nem de direita, é um comportamento humano que passa pela falta de atividade, na omissão dos órgãos de controle”, reagiu o líder do Cidadania, após inquirir o advogado e empresário Marcos Tolentino.
Ele que prestou depoimento à comissão, mas, amparado numa decisão do Supremo Tribunal Federal, esquivou-se a maior parte do tempo em responder. Tolentino nega, mas ele é considerado pela cúpula da comissão o “sócio oculto” do FIB Bank instituição que emitiu carta-fiança para a contratação, pela Precisa Medicamentos, para a compra de lote da vacina indiana Covaxin. O contrato da Precisa com o Ministério da Saúde para o fornecimento das vacinas acabou encerrado após denúncias de irregularidades. (Com informações da assessoria do parlamentar)