Temor de impeachment levou Bolsonaro a recuar estrategicamente, diz vice-presidente do Cidadania

O vice-presidente do Cidadania, deputado federal Rubens Bueno (Cidadania-PR), avaliou nesta quinta-feira (9) que a ameaça de perda de sua base parlamentar, com o consequente avanço de um possível processo de impeachment que poderia abreviar seu mandato, levou o presidente Jair Bolsonaro a se aconselhar com o ex-presidente Michel Temer (MDB-SP) e divulgar o texto em que recua dos ataques descabidos e antidemocráticos ao Supremo Tribunal Federal.

“De início, parece que o presidente finalmente resolveu ter um mínimo de juízo. Mas o que pesou mais foi sua situação pessoal e o risco de impeachment. Ao se reunir com Temer, e seguir seus conselhos, ele mediu a temperatura política com aquele que esteve no centro do último processo de afastamento de um presidente da República. Percebeu que continuar esticando a corda poderia provocar a abertura final e seu próprio alçapão. Então, trata-se de um recuo estratégico”, disse Rubens Bueno.

Para o vice-presidente do Cidadania, outro ponto que pesou no recuo momentâneo de Bolsonaro foi o bloqueio nas estradas do país que está sendo feito pelos caminhoneiros e que já provoca desabastecimento e aumento dos preços de combustíveis e alimentos em diversas cidades do país. “Percebeu que perdeu o controle do movimento que insuflou e que os atos radicais, incentivados por ele, acabariam lhe atingindo diretamente, o que representaria uma queda maior ainda da sua avaliação como presidente”.

Rubens Bueno alertou, no entanto, que é cedo para dizer se essa mudança no discurso de Bolsonaro será perene. “Já estamos acostumados com seu estilo bate e assopra. Então, precisamos aguardar ainda por um período para ver se o tal ‘calor do momento’ não lhe provoque outros devaneios autoritários e antidemocráticos”, finalizou.

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