Veja as manchetes e editoriais dos principais jornais hoje (01/06/2021)

MANCHETES DA CAPA

O Globo

Com alerta de terceira onda, Bolsonaro aceita Copa América
CoronaVac leva a queda de 95% nas mortes em Serrana
MEC confirma provas do Enem nos dias 21 e 28 de novembro
Patriota racha por filiação dos Bolsonaros
Presidente debocha de atos de protesto
Recordes de cheia em Manaus
Caixa e BB disputam fundo de R$ 35,6 bi
Pequim autoriza 3º filho para conter crise demográfica

O Estado de S. Paulo

Conmebol anuncia Copa América no País; caso pode ir à Justiça
Presidente da CPI da Covid vê motivos para indiciamentos
Guedes diz que Bolsonaro não quer reforma administrativa
Serrana comemora sucesso
Filho ’01’ entra no Patriota
Venda online impulsiona e cria empresas
Em revés para Doria, PSDB deve mudar prévias
MEC prevê Enem em novembro
China permitirá a casais ter 3 filhos

Folha de S. Paulo

Com UTIs cheias, Bolsonaro negocia receber Copa América
Transplantar torneio da Argentina ao Brasil não o livra da pandemia
Flávio se filia ao Patriota e abre rota para o pai
Faltou maconha em protestos, diz presidente
Esquerda calcula riscos de novos atos e busca união
Serrana (SP) reduz óbitos em 95% após vacinar em massa
Postos em SP têm mais de 5.000 na fila por xepa de imunizante
PGR pede abertura de inquérito para investigar Salles
Cientistas criam fármaco contra vírus e variantes
Faxineira e pedreiro são principais vítimas na capital
Educação anuncia Enem em 21 e 28 de novembro
Sem insumos, VW paralisa produção de duas fábricas
Frio severo em Curitiba agrava situação de moradores de rua em meio à pandemia
Detenção de brasileiro por ofensa sexista é exceção no Egito
Ante cris demográfica, China autoriza três filhos por família
Peru revisa mortes por vírus, e saldo agora mais que duplica

Valor Econômico

Otimismo domina bolsa apesar de risco elétrico
Governo volta a ser sócio da inflação
Ocupar espaços
Commodities seguem com preços em alta
Alimento saudável é desafio à Nestlé
Índice de correção do FGTS causa enxurrada de ações
Anvisa adia a decisão sobre vacinas

EDITORIAIS

O Globo

Protestos com aglomerações são um contrassenso durante a pandemia

Não é razoável que se promovam manifestações de rua quando o país está na iminência de uma terceira onda

Não há legitimidade, de direita, centro ou esquerda, para conjugar o verbo aglomerar durante a pandemia. No último dia 23, o presidente Jair Bolsonaro participou de uma marcha sobre duas rodas no Rio, depois fez comício no alto de um carro de som ao lado do ex-ministro Eduardo Pazuello, ambos sem máscara. Em resposta ao ato descabido, movimentos sociais, políticos e partidos de oposição levaram dezenas de milhares às ruas de pelo menos 21 capitais no sábado, em manifestação também descabida do ponto de vista sanitário. Por mais que os organizadores pregassem uso de máscaras e distanciamento, aglomerações foram inevitáveis.

É flagrante a incoerência de quem vai às ruas protestar contra a política torta de combate à pandemia cometendo o mesmo erro que critica. Denunciar a matança que beira as 500 mil vidas perdidas, criticar o comportamento de Bolsonaro e pedir vacina não são salvo-conduto. É verdade que a probabilidade de contágio cai em ambientes externos e também com o uso de máscaras. Mas reuniões com centenas de pessoas com a epidemia em expansão são suficientes para que haja altíssima probabilidade de haver alguém infectado. Ambientes em que dezenas se aglomeram para falar alto, cantar ou gritar favorecem a propagação do vírus. Não se imagina que cidadãos vão a um culto, a um jogo de futebol ou a um comício para ficar em silêncio. Simplesmente os organizadores não têm como garantir que protestos desse vulto não se tornem focos de contágio. Ao contrário.

Nos Estados Unidos, a polícia de Los Angeles reportou um aumento de 21% nos casos de Covid-19 entre agentes que fizeram a segurança das manifestações do Black Lives Matter no ano passado, quando os EUA enfrentavam aumento no número de infectados. Também houve contágios comprovados nos protestos na Carolina do Sul, onde atos chegaram a ser adiados. Em pelo menos seis cidades americanas, houve salto significativo nas infecções três semanas após as manifestações, segundo pesquisa no “Journal of Public Health”. Embora não haja evidências de que as passeatas do Black Lives Matter tenham agravado a pandemia como um todo, um estudo do National Bureau of Economic Research mostra que isso pode ter acontecido porque elas acabaram por incentivar que determinados grupos ficassem em casa, por medo do contágio ou da violência. Não parece ser o caso do Brasil, onde os índices de isolamento despencaram.

Não que seja impossível combinar manifestação e protocolos sanitários. Em abril de 2020, israelenses protestaram numa praça em Tel Aviv usando máscaras e mantendo rigorosamente distanciamento de dois metros, numa imagem que correu mundo. Nada parecido ocorreu sábado nas capitais brasileiras. Protestar com distanciamento exige um nível de disciplina utópico.

Não é razoável que se promovam manifestações de rua quando o país está na iminência de uma terceira onda. Por mais nobres que sejam as causas, não é hora de protestos gigantescos. O vírus não faz distinção entre as aglomerações do governo e as da oposição.

O Estado de S. Paulo

As manifestações contra Bolsonaro

Foram muito significativas as manifestações contra Jair Bolsonaro. Não é trivial ir às ruas para expressar descontentamento com o governo em meio à pandemia

Foram muito significativas as manifestações do sábado passado contra o presidente Jair Bolsonaro, não somente em razão da dimensão – houve passeatas em quase todas as capitais e no Distrito Federal, além de cidades menores – e da numerosa participação, mas principalmente pela realização, em si mesma, do protesto.

Afinal, não é trivial ir às ruas para expressar descontentamento com o governo em meio a uma pandemia, que dá todos os sinais de um novo recrudescimento. Até agora, as ruas eram uma espécie de monopólio da militância radical bolsonarista, desde sempre à vontade para desafiar as orientações sanitárias para demonstrar seu apreço por Bolsonaro e sua hostilidade às instituições democráticas.

Já a oposição ao presidente, com a fundada preocupação de que aglomerações poderiam contribuir para a disseminação ainda maior do vírus, demorou a mobilizar os muitos descontentes com Bolsonaro; afinal, não era uma decisão fácil ir às ruas depois de passar meses criticando os bolsonaristas e o presidente por incentivarem ajuntamentos irresponsáveis. Como resultado dessa hesitação, os bolsonaristas investiram na narrativa segundo a qual as manifestações promovidas por eles – sem nenhuma resposta da oposição, salvo inócuos panelaços – provavam que o “povo” estava com o presidente.

Mas isso agora mudou. A detalhada exposição pública, na CPI da Pandemia, da irresponsabilidade do governo Bolsonaro na condução da crise certamente encheu muitos brasileiros de vergonha. Ao mesmo tempo, o presidente mais uma vez causou indignação ao participar ativamente de um comício no Rio de Janeiro em que a pandemia foi ignorada, coadjuvado pelo sorridente ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, símbolo da desídia na administração da pandemia.

Essa caracterização explícita do desprezo bolsonarista pelos brasileiros em geral parece ter sido a gota d’água que levou parte dos grupos de oposição a Bolsonaro a deixar de lado a prudência e convocar manifestações de rua.

Muito se dirá sobre os organizadores desses atos e suas motivações. Não se pode ignorar que o protesto do sábado passado serviu para dar força à campanha de Lula da Silva à Presidência, tão antecipada e fora de hora quanto a de Bolsonaro. Embora o chefão petista tenha silenciado a respeito da manifestação, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, deu o ar da graça, bem como dirigentes de partidos que orbitam o lulopetismo. Ademais, a maioria absoluta dos organizadores era de partidos e movimentos de esquerda, o que tende a reduzir a representatividade do protesto.

Mas seria um erro entender, a partir disso, que o antibolsonarismo seja uma exclusividade da esquerda. As pesquisas de opinião mostram que parte significativa da população rejeita Bolsonaro, e é lícito supor que, se não fossem as reticências sanitárias motivadas pela pandemia, muito mais cidadãos, de diversos credos políticos, poderiam se animar a participar de manifestações contra o presidente.

O mais importante, contudo, é constatar que os protestos da oposição tendem a marcar uma inflexão na atmosfera política. Para muita gente, o risco da continuidade do governo de Bolsonaro é maior do que o perigo representado pelo coronavírus, razão pela qual valeria a pena arriscar-se em manifestações de rua se isso causar problemas para o presidente. Exagerado ou não, esse ânimo é significativo do cansaço com a irresponsabilidade de Bolsonaro, não apenas durante a atual crise, mas praticamente desde a posse.

Tudo indica que, no momento em que o País corre o risco de uma nova onda de contaminações na pandemia, as ruas voltaram a ser a arena política nacional – o que vem se repetindo com frequência desde 2013. O embate entre o bolsonarismo e o antibolsonarismo, que antes estava restrito ao universo das redes sociais, a partir de agora poderá ser travado ao ar livre, com ou sem vírus.

Bolsonaro menosprezou os protestos da oposição, dizendo que “teve pouca gente nessa manifestação de esquerda” porque a polícia está “apreendendo muita maconha” e “faltou erva para o movimento”. A troça infantil trai um certo nervosismo.

Folha de S. Paulo

Alerta hídrico

Seca se agrava e já afeta preços da energia elétrica, pressionando a inflação

O Brasil esteve acossado nos últimos dias por notícias reminiscentes das tenebrosas crises de 2001 (racionamento de energia no país) e 2014 (falta de água em São Paulo). A estiagem se agrava e ressuscita perspectivas inquietantes.

Uma semana atrás, 70 milhões de brasileiros ficaram sem luz no Norte e no Nordeste. O blecaute não teve relação com a seca, e sim com falha na operação do linhão de Belo Monte, porém bastou para reativar a má memória.

O país anda longe de emergência no abastecimento, verdade, mas nessas horas se revela a capacidade de prevenir desastres futuros, por remotos que pareçam.

De preocupante tem-se o alerta de condições hidrológicas desfavoráveis emitido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) na sexta-feira (28). Reservatórios do Sistema Interligado Nacional adentram junho no nível mais baixo desde 2015, numa das piores secas no Sudeste e no Centro-Oeste.

Nessas regiões, inicia-se agora o período com menores índices pluviométricos; só após setembro retornam chuvas mais copiosas. Fala-se na maior crise hídrica em nove décadas. Não fosse a baixa de atividade com a pandemia, haveria risco de apagões já em 2022.

Um efeito se faz sentir de imediato, com o acionamento das caras usinas termelétricas e a consequente elevação das tarifas de eletricidade. As contas já vêm calculadas no nível vermelho patamar 1, e não será surpresa se escalarem em breve para o patamar 2.

A combinação de eletricidade cara para indústria e serviços com escassez de água para irrigar lavouras de commodities tende a elevar pressões sobre a inflação em alta. Tomara esse indicador acenda a luz vermelha no Planalto e instigue o que lhe resta de governo a adiantar-se ao agravamento previsível, não repetindo a inação criminosa na pandemia de Covid-19.

Outra notícia de mau augúrio: a destruição de mata atlântica segue maior que em tempos pré-Jair Bolsonaro, tendo consumido mais 130 km² em 2019-20, 14% acima do período 2017-18 (restam ao bioma mais devastado do país 12,4% da vegetação original). O cerrado também sucumbe, somando 1.200 km² de devastação de janeiro a abril.

Mata atlântica e cerrado abastecem a grande caixa-d’água para hidrelétricas do Brasil, no Sudeste e no Centro-Oeste. Não que o desmatamento recente seja a causa imediata da presente estiagem, mas há uma relação óbvia entre manutenção de cobertura florestal e reposição de recursos hídricos.

Acredite quem quiser que a iniciativa de preservar florestas para produzir água partirá do atual ocupante do Palácio do Planalto.

Valor Econômico

Alerta hídrico

Seca se agrava e já afeta preços da energia elétrica, pressionando a inflação

O Brasil esteve acossado nos últimos dias por notícias reminiscentes das tenebrosas crises de 2001 (racionamento de energia no país) e 2014 (falta de água em São Paulo). A estiagem se agrava e ressuscita perspectivas inquietantes.

Uma semana atrás, 70 milhões de brasileiros ficaram sem luz no Norte e no Nordeste. O blecaute não teve relação com a seca, e sim com falha na operação do linhão de Belo Monte, porém bastou para reativar a má memória.

O país anda longe de emergência no abastecimento, verdade, mas nessas horas se revela a capacidade de prevenir desastres futuros, por remotos que pareçam.

De preocupante tem-se o alerta de condições hidrológicas desfavoráveis emitido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) na sexta-feira (28). Reservatórios do Sistema Interligado Nacional adentram junho no nível mais baixo desde 2015, numa das piores secas no Sudeste e no Centro-Oeste.

Nessas regiões, inicia-se agora o período com menores índices pluviométricos; só após setembro retornam chuvas mais copiosas. Fala-se na maior crise hídrica em nove décadas. Não fosse a baixa de atividade com a pandemia, haveria risco de apagões já em 2022.

Um efeito se faz sentir de imediato, com o acionamento das caras usinas termelétricas e a consequente elevação das tarifas de eletricidade. As contas já vêm calculadas no nível vermelho patamar 1, e não será surpresa se escalarem em breve para o patamar 2.

A combinação de eletricidade cara para indústria e serviços com escassez de água para irrigar lavouras de commodities tende a elevar pressões sobre a inflação em alta. Tomara esse indicador acenda a luz vermelha no Planalto e instigue o que lhe resta de governo a adiantar-se ao agravamento previsível, não repetindo a inação criminosa na pandemia de Covid-19.

Outra notícia de mau augúrio: a destruição de mata atlântica segue maior que em tempos pré-Jair Bolsonaro, tendo consumido mais 130 km² em 2019-20, 14% acima do período 2017-18 (restam ao bioma mais devastado do país 12,4% da vegetação original). O cerrado também sucumbe, somando 1.200 km² de devastação de janeiro a abril.

Mata atlântica e cerrado abastecem a grande caixa-d’água para hidrelétricas do Brasil, no Sudeste e no Centro-Oeste. Não que o desmatamento recente seja a causa imediata da presente estiagem, mas há uma relação óbvia entre manutenção de cobertura florestal e reposição de recursos hídricos.

Acredite quem quiser que a iniciativa de preservar florestas para produzir água partirá do atual ocupante do Palácio do Planalto.

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