É essencial reduzir a importância das siglas partidárias e valorizar alianças para abolir a exclusão social, reduzir a desigualdade, equilibrar a ecologia, assegurar democracia.
Continue lendoPablo Ortellado: O abominável
Um dos elementos constitutivos da polarização em curso é que nossa identidade política é essencialmente a negação daquela do adversário.
Continue lendoCristovam Buarque: Dúzia de Trumps
Nenhum dos vitoriosos, na direita ou na esquerda, tem projeto estratégico para o país. Negam responsabilidade nas décadas de atraso e de injustiça.
Continue lendoDenis Lerrer Rosenfield: A direita ganhou!
A derrota fragorosa do bolsonarismo e do petismo deu lugar à moderação e a posições democráticas que se situam primordialmente do lado da direita.
Continue lendoFernando Gabeira: O dilema das redes sociais
O problema central é que, ao contrário da TV ou do cinema, a inteligência artificial tende a se modificar num ritmo cada vez mais alucinante.
Continue lendoMauricio Huertas: O que a direita tem na cabeça para se misturar aos bolsonaristas?
Houve um tempo, entre o fim da ditadura e a decadência dos governos petistas, que culminou no impeachment de Dilma Rousseff e na condenação de Lula, que a direita brasileira se escondia no armário.
Vez ou outra botava a cabeça de fora, arriscava uma aventura aqui e ali, como ao eleger Fernando Collor em 1989 ou durante todo o período em que o malufismo predominou em São Paulo, nos anos 90, mas a moda era ser de esquerda e a reação vinha sempre maior.
Tanto era assim que o Brasil elegeu Lula presidente duas vezes, Dilma outras duas, e na capital paulista o PT chegou ao poder em três ocasiões diferentes, apesar do conservadorismo e de todo o preconceito latente. Ser de direita parecia coisa do passado.
A política é cíclica, nós sabemos. Há movimentos eleitorais pendulares entre a esquerda e a direita, ora mais para lá, ora mais para cá, às vezes até com um certo equilíbrio ao centro. Agora o GPS político mudou.
Tendências da moda passam e ressurgem. Mas a onda direitista que varre o Brasil atualmente é estarrecedora e merece reflexão. Afinal, que direita é essa que se vê empoderada com o bolsonarismo?
Liberais na economia e conservadores nos costumes, é a definição que mais se ouve por aí. Ora, mas isso é pura retórica. Na realidade são lunáticos obscurantistas. Meio xenófobos, meio subalternos ao modelo norte-americano de Donald Trump, que parece inspirar os bolsonaristas na cafonice e na imbecilidade.
Não é possível que a direita pensante brasileira se veja representada no governo Bolsonaro. Não há um só princípio do liberalismo, da meritocracia, do estado democrático de direito e essencialmente republicano respeitado pelos bolsonaristas.
São caricaturas de extrema-direita, com traços reacionários, autoritários, totalitários, intolerantes, armamentistas, fascistas. Não abrem mão do Estado; ao contrário, querem um poder centralizado, militarizado, censor, opressor.
São populistas. Desprezam a independência, a separação e a harmonia entre os poderes. Ignoram os freios e contrapesos da democracia. Atropelam liberdades e direitos individuais e coletivos. Calam vozes divergentes. Sufocam e reprimem minorias.
Investem na manutenção dessa polarização burra e estreita, escolhendo a dedo os inimigos reais (entre artistas, jornalistas, cientistas, professores, políticos opositores) e imaginários (carimbando qualquer adversário como comunista). Tática primária para manter a unidade de suas milícias nas redes, nas ruas e nas urnas.
A política, para essa direita quase folclórica, não tem serventia na mediação de conflitos e interesses, muito menos na representação da maioria com respeito ao indivíduo e às minorias organizadas. É mero instrumento para se atingir o poder – e prescinde da democracia quando chega ao objetivo principal.
Antigos aliados – pensadores e ativistas liberais legítimos, conservadores moderados, nacionalistas conscientes, reformistas, constitucionalistas, idealistas e até os chamados lavajatistas, responsáveis diretos pela eleição de Bolsonaro – pularam do barco ou vão sendo abandonados pelo caminho.
Referências anteriores, como Sérgio Moro, por exemplo, cedem espaço para figuras deploráveis da política que essa mesma direita prometia combater, como Roberto Jefferson e toda a turma corrupta e fisiológica do Centrão (os próprios condenados pela Lava Jato).
Quem domina o cenário são bajuladores e fanáticos da bolha ideológica – repetindo na mão inversa tudo aquilo que se criticava até então na esquerda e no PT. Proteção a bandidos de estimação, juízes comprados, fake news, PF e PGR controladas, a família e amigos dando as cartas em benefício próprio.
Saúde, Educação, Cultura, Economia, Meio Ambiente, Relações Exteriores, Justiça, Segurança Pública… tudo travado pela incompetência, dominado ideologicamente e gerando prejuízos internos e externos.
A imagem do Brasil no mundo nunca esteve tão ruim. Se não bastasse a vergonha internacional, negócios são desfeitos e muito dinheiro é perdido. Não se trata mais de esquerda x direita, mas de civilização x barbárie.
Portanto, diante de todo esse contexto político, social e econômico, o que clamamos é a construção de uma ampla frente democrática, que una partidos e movimentos cívicos, brasileiros anônimos e formadores de opinião, à direita, ao centro e à esquerda, para recolocar o Brasil no prumo.
Dos mais progressistas aos mais conservadores, de quem votou no Bolsonaro e de quem não votou, para resgatar o Brasil da mão desses delinquentes, milicianos e psicopatas, retomando o rumo da boa política, do desenvolvimento sustentável e da justiça.
ForaBolsonaro é o primeiro passo de uma trajetória necessária. Precisamos virar mais essa triste página da nossa História. Ter coragem para corrigir um erro crasso, livrar o Brasil de falsos mitos e de mitômanos. Enfim, recolocar o povo brasileiro no protagonismo do seu futuro. Pé ante pé, direito e esquerdo, a saída é em frente.
Mauricio Huertas é jornalista, editor do blog #Suprapartidário , idealizador do #CâmaraMan e apresentador do #ProgramaDiferente
Denis Lerrer Rosenfield: Acepções da direita
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É preciso barrar qualquer golpe à democracia; para isso, é necessário convencer o povo a defendê-la. Mostrar que os democratas estão unidos, reconhecendo seus erros, propondo-se a moralizar o serviço público e reformar o Brasil.
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