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Aprovação de Bolsonaro cai e aumenta a reprovação do presidente, mostra Ibope

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Pesquisa Ibope: governo Bolsonaro tem queda na aprovação e reprovação sobe para 32%

Pela primeira vez, porcentual de entrevistados que desaprovam forma de governar é maior que a quantidade de pessoas que aprovam

Daniel Weterman – O Estado de S.Paulo

A avaliação positiva (ótimo e bom) do governo do presidente Jair Bolsonaro passou de 35% em abril para 32% em junho, em uma tendência de queda, mostra pesquisa feita pelo Ibope e divulgada nesta quinta-feira pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). A avaliação negativa (ruim e péssimo), por sua vez, subiu de 27% para 32% no mesmo período.

Dos entrevistados, 32% consideram o governo regular (eram 31% na pesquisa anterior). Desde o início do governo, em janeiro, o porcentual de pessoas que consideram o governo ótimo ou bom caiu 17 pontos, de 49% para 32%, mostra a série histórica do Ibope. Já a avaliação negativa subiu 21 pontos nesse período, de 11% para 32%.

A avaliação dos brasileiros sobre a maneira do presidente Jair Bolsonaro governar o País piorou. O índice de pessoas que desaprovam a maneira de Bolsonaro governar subiu de 40% em abril para 48% em junho. A aprovação, por sua vez, caiu de 51% para 46% no mesmo período. Na série história, esta é a primeira pesquisa em que o porcentual de entrevistados que desaprovam o governo Bolsonaro é marginalmente maior do que a quantidade de pessoas que aprovam a gestão.

Em outro quesito do levantamento, 51% dos entrevistados dizem não confiar no presidente Jair Bolsonaro. O índice era de 45% em abril. Já os que confiam caíram de 51% para 46% entre um mês e outro.

O Ibope ouviu 2 mil pessoas em 126 municípios entre 20 e 26 de junho. O levantamento anterior havia sido realizado de 12 a 15 de abril. O nível de confiança do levantamento é de 95%.

No JN, Alessandro Vieira fala em “desvio da finalidade original” na medida para punir juízes e procuradores

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Senado aprova projeto que facilita punição a juízes e procuradores

Projeto aprovado é uma das alterações dos parlamentares que desfiguraram o texto original das dez medidas de combate à corrupção.

Jornal Nacional – TV Globo

O Senado aprovou um projeto que facilita a punição a juízes e procuradores. É uma das alterações dos parlamentares que desfiguraram o texto original das 10 medidas de combate à corrupção (veja aqui o vídeo).

A reunião da Comissão de Constituição e Justiça do Senado nem tinha começado quando o coordenador da Lava Jato, procurador Deltan Dallagnol, usou as redes sociais para criticar o projeto.

“Se ele for aprovado, ele vai ser um grande retrocesso. Para vocês terem ideia, dentre as pegadinhas que tem lá, tem a possibilidade de o investigado investigar e acusar o próprio investigador. Por isso nós somos contra esse projeto”.

A punição para abuso de autoridade praticado por juízes e procuradores foi incluída por deputados: em 2016, o projeto das dez medidas de combate à corrupção, apresentado pelo Ministério Público Federal, com apoio de mais de dois milhões de assinaturas, foi desfigurado na Câmara. Das dez medidas, apenas duas foram mantidas integralmente. E o Senado mexeu de novo.

A proposta tipifica o crime de caixa dois eleitoral, com pena de dois a cinco anos de prisão e multa, e transforma em crimes hediondos a corrupção ativa e passiva e o peculato, ou seja, o uso de recursos públicos em benefício próprio.

Mas na Comissão de Constituição e Justiça, a polêmica foi o trecho do abuso de autoridade, incluído pelo relator Rodrigo Pacheco, do Democratas.

O projeto diz que juízes e membros do Ministério Público abusarão da autoridade, entre outros pontos, se atuarem com motivação partidária e quando houver comprovado dolo específico, com o objetivo de agir para se beneficiar, para prejudicar a outro ou por capricho ou por satisfação pessoal, e se participarem de casos em que estejam impedidos por lei.

A proposta prevê pena de seis meses a dois anos de prisão.

O item que motivou críticas do procurador Deltan Dallagnol foi mantido. Um acusado, uma suposta vítima de abuso de autoridade poderá presar queixa na Justiça se após denunciar o juiz ou procurador o Ministério Público não apurar a conduta da autoridade.

O texto ressalva que “a simples divergência, discordância na interpretação da lei e das provas, não vai configurar abuso de autoridade”, o chamado crime de hermenêutica.

Vários senadores criticaram a inclusão do abuso de autoridade no projeto, chamado por juízes e procuradores de Lei da Mordaça.

“O que se quer aqui é intimidar juízes e promotores, assustar juízes e promotores porque, em vez de previsão de punições administrativas, aqui se quer criminalizar”, disse o senador Lasier Martins (Podemos -RS).

“São matérias absolutamente estranhas ao texto inicialmente aprovado, requerido e endossado pela população brasileira. Nós somos aqui agentes públicos e temos que nos curvar ao princípio da impessoalidade. Isso aqui, na minha opinião, é perseguição”, afirmou a senadora juíza Selma (PSL-MT).

“Há inclusão de matéria estranha no projeto de iniciativa popular. Eu não sei se isso chegaria a configurar uma ilegalidade ou uma irregularidade de tramitação, mas é claramente um desvio da finalidade original do projeto”, afirmou Alessandro Vieira (Cidadania-SE).

O relator se defendeu.

“Se alguém aqui reconhece que não deve haver previsão de abuso de autoridade em relação à autoridade pública, respeitável, tem que votar contra mesmo. Agora, se reconhece que é preciso ter um abuso de autoridade, é preciso também reconhecer que o relatório que nós fizemos é um relatório que se aproxima muito do que é o equilibrado, o razoável, senão totalmente, o razoável possível neste momento e nestas circunstâncias”, disse Rodrigo Pacheco.

O projeto foi aprovado em duas votações e o destaque que retiraria o abuso de autoridade do projeto foi derrotado. Apenas os senadores Alessandro Vieira (Cidadania-SE), Oriovisto Guimarães (Podemos), Juíza Selma (PSL), Jorge Kajuru (PSB) e Lasier Martins (Podemos) se manifestaram pela exclusão.

Assim, o texto das medidas contra a corrupção seguiu para o plenário, prevendo punição por abuso de autoridade a juízes e procuradores.

País registra criação de 32,1 mil novas vagas de emprego em maio

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A criação de empregos com carteira assinada teve saldo positivo em maio, com a criação de 32.140 vagas, informa o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), divulgado nesta quinta-feira (27) pelo Ministério da Economia. O indicador mede a diferença entre contratações e demissões. O saldo positivo em maio foi resultado de 1.347.304 admissões contra 1.315.164 desligamentos ocorridos no período.

É o terceiro ano seguido em que o mês de maio apresenta saldo positivo, apesar de uma ligeira queda no volume total de novas vagas na comparação com o mesmo mês nos anos de 2017 (34,2 mil) e 2018 (33,6 mil).

Para o secretário de Trabalho do Ministério da Economia, Bruno Dalcolmo, o resultado do mês está em sintonia com o desempenho da economia, mas ainda abaixo do desejado.

“A geração de emprego está em linha com o que a economia vem demonstrando, da mesma forma que, nos últimos anos, o crescimento não foi tão grande quanto se gostaria”, afirma Dalcolmo. Apesar de a criação de empregos ter diminuído no mês passado, na comparação com anos anteriores, Dalcolmo não vê tendência de queda. “Não há tendência nem de subida, nem de descida [na geração de empregos]. Significa uma economia que está um pouco em compasso de espera, a ser definido por outros pontos importantes como a reforma da Previdência”, disse.

No acumulado do ano, foram criados mais 351.063 postos de trabalho, o que elevou para 38,761 milhões o estoque de empregos formais no país. É o maior estoque desde 2016, quando o Caged registrou 38,783 milhões de empregados com carteira assinada.

Destaques

O crescimento do número de vagas em maio foi impulsionado pela agropecuária, setor que registrou, sozinho, a abertura de 37.373 empregos. O cultivo do café e da laranja responde pela maior parte das contratações, cerca de 33 mil. Também aparecem com destaque atividades de apoio à agricultura e a criação de bonivos.

“Esse resultado se explica também, como nos outros anos, pelo bom desempenho de café e laranja. São empregos que têm importância sazonal nesse mês, especialmente em Minas Gerais e em São Paulo”, explica o subsecretário de Políticas Públicas e Relações de Trabalho do Ministério da Economia, Matheus Stivali.

Na construção civil, foram abertos 8.459 empregos, principalmente em obras de construção de rodovias e ferrovias, projetos para geração e distribuição de energia elétrica e instalações elétricas. Em seguida, aparece o setor de serviços, com saldo positivo de 2.533 novas vagas, destaque para serviços médicos e odontológicos, ensino, comercialização e administração de imóveis e instituições de crédito e seguros. Administração pública (1.004) e extração mineral (627) também registraram resultado positivo.

No comércio, tanto varejista quanto atacadista, porém, houve mais demissões do que contratações, com o fechamento de 11.305 postos de trabalho. Em seguida, aparece a indústria de transformação, que fechou 6.136 empregos. Segundo Stivali, o resultado no comércio explica -se pelo fechamento de duas grandes empresas de terceirização em São Paulo, que demitiram um grande número de empregados.

O salário médio de admissão no mês de maio foi de R$ 1.586,17, e o salário médio de quem foi demitido, de R$ 1.745,34 no mesmo período.

Regiões

No recorte geográfico, quatro das cinco regiões do País tiveram saldo positivo na geração de empregos, com destaque para o Sudeste, que respondeu por 29.4 mil empregos, seguido por Centro-Oeste (6.148), Norte (4.110) e Nordeste (3.319). A exceção foi a Região Sul, que terminou o mês com o fechamento de 10.935 vagas formais de emprego. (Agência Brasil)

Na Coluna do Estadão, Eliziane Gama fala sobre entrada dos estados na reforma da Previdência

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COLUNA DO ESTADÃO – O ESTADO DE S. PAULO

Pronto, falei!

Eliziane Gama, líder do Cidadania no Senado: “Não podemos criar uma colcha de retalhos na Previdência. Se isso ocorrer no texto da Câmara, o Senado terá que mexer”, sobre a entrada dos Estados na PEC

Veja as manchetes e editoriais dos principais jornais hoje (28/06/2019)

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MANCHETES

O Globo

Governo acelera liberação de verba de emenda para aprovar reforma
Para incentivar crédito, Guedes promete R$ 100 bi
Após prisões, cresce pressão por saída de ministro
Bolsonaro reage a críticas de chefes de Estado
Nos 25 anos do Plano Real, criadores da moeda analisam economia do País
“Stonewall despertou uma luta LGBT mais organizada”
Brasil sofre, mas vence nos pênaltis

O Estado de S. Paulo

Guedes reage a Congresso e faz plano para reanimar economia
Encontro entre Bolsonaro e Macron no G-20 é cancelado
Conselho do MP arquiva apuração contra procuradores
Avaliação positiva de Bolsonaro cai para 32%
Assessores do ministro do Turismo são presos
USP quer formar mais doutores em menos tempo
Trump critica aliados

Folha de S. Paulo

PF prende 3 por elo com caso dos laranjas do PSL
Bolsonaro chega ao G20 irritado com cobranças
Guedes fala em liberar R$ 100 bi de compulsório
Meta de inflação é reduzida para 3,5% em 2022
Força Aérea não diz se sargento com droga foi vistoriado
Estado de São Paulo bate recorde histórico de mortalidade materna
Taxar fortunas nos EUA, a pedido de bilionários, está longe de consenso

Valor Econômico

BNDES cobra multa para aceitar quitação antecipada
Guedes fala em R$ 100 bi para crédito
‘Só a reforma não vai garantir o crescimento’
GPA comandará os negócios do Casino na AL
Uma startup para reforço educacional

EDITORIAIS

O Globo

É inoportuno tratar da lei do abuso de autoridade

A ressurreição de projeto que limita investigações ocorre num momento sem espaço para esta discussão

Nunca se pensou que seria fácil enfrentar a corrupção crônica de que participam políticos e empresas privadas que atuam próximas a governos. Mesmo em momentos de avanços históricos da Lava-Jato no desmantelamento do petrolão — a gazua que abriu os cofres da Petrobras e do Tesouro por PT e aliados, mancomunados a empreiteiros —, não era possível garantir que a enraizada cultura de saque do dinheiro do contribuinte seria derrotada de forma terminal.

A prova está na retomada da atuação de grupos, com ativas bancadas no Congresso, para construir barreiras legais à atuação de procuradores e juízes, a fim de dificultar a constituição de novas forças-tarefas entre MP, Judiciário, Receita e órgão policiais, no enfrentamento da criminalidade organizada de colarinho branco.

Para isso, não se deixou passar a oportunidade aberta pela divulga

ção em capítulos de supostas mensagens hackeadas de telefones do juiz Sergio Moro e do chefe da Lava-Jato, procurador Deltan Dallagnol. Alegadas conversas entre os dois são apresentadas como prova de conluio, para anular a Lava-Jato, no todo ou em parte.

Neste momento, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, resgata o projeto sobre abuso de autoridade, aprovado na Câmara e parado na Casa, e o pauta, para ele ser aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça a toque de caixa.

A iniciativa de Alcolumbre seria para evitar uma CPI sobre a troca das supostas mensagens entre Moro e Dallagnol. Mas a ressurreição deste projeto do abuso de autoridade, ainda do tempo de Renan Calheiros na presidência do Senado, repete a manobra de se levantar um assunto importante no Congresso em momento propício a decisões casuístas.

Usa-se um fato ainda não esclarecido para reduzir o espaço de investiga

ção de casos de corrupção na política. Ao menos o relator da matéria, senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), atenuou a proposta da lei.

O tema do abuso de autoridade é importante na defesa de direitos individuais, mas não se deve usá-lo de forma oportunista para constranger juízes, procuradores e policiais.

Neste sentido, é sensata a defesa que o ministro Edson Fachin faz de que o caso das mensagens precisa passar por instâncias inferiores, antes de algum julgamento no Supremo. Falta muito a esclarecer para que a mais alta Corte se pronuncie.

O Congresso deveria ir pelo mesmo caminho e não abrir flancos para que os antigos e novos grupos de interesse da corrupção se aproveitem do momento para atacar os espaços dos organismos de Estado que atuam nesta área.

É mais do que defensável atualizar a legislação contra o abuso de autoridade. Mas que isso não sirva de pretexto para restabelecer a impunidade de criminosos de colarinho branco.

O Estado de S. Paulo

Pior desempenho em três anos

No pior desempenho desde o fim da recessão, a economia brasileira deve crescer 0,8% neste ano e entrar em 2020 com a indústria ainda muito fraca, segundo o Banco Central (BC) e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), dois órgãos oficiais. A redução da confiança de empresários e famílias é mencionada nos dois estudos como um dos principais entraves aos negócios. Se algum choque puder romper o ciclo vicioso de estagnação, deverá vir da melhora das expectativas, de acordo com a análise apresentada pelo Ipea. Isso dependerá, continua o texto, do equacionamento do problema das contas públicas. O outro relatório cita o “recuo dos indicadores de confiança de empresas e consumidores, com impactos sobre as perspectivas de consumo e investimento”.

Em março, os dois órgãos projetavam expansão de 2% para o Produto Interno Bruto (PIB) neste ano. Uma nova baixa do Índice de Confiança da Indústria foi informada ontem pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). O indicador caiu 1,5 ponto em junho, para 95,7 pontos, e retornou ao nível de novembro, pouco superior ao de outubro (94,2), mês das eleições. Essa divulgação coincidiu com as do Relatório de Inflação do BC e da Carta de Conjuntura do Ipea. Os dois documentos apresentam, a cada trimestre, um exame das condições gerais da economia e de suas perspectivas. Pouco mais tarde, no mesmo dia, uma nova piora da avaliação do governo do presidente Jair Bolsonaro foi divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), com base em pesquisa realizada pelo Ibope.

O julgamento positivo (governo ótimo ou bom) diminuiu de 35% em abril para 32% em junho, numa confirmação da tendência de queda. Em janeiro, a classificação positiva era dada por 49% dos entrevistados. A pior avaliação (ruim ou péssimo) passou de 11% para 32% entre janeiro e junho. O governo ainda é classificado como regular por 32%. As novas projeções anunciadas ontem estão pouco abaixo da publicada no último boletim Focus do BC, postado no portal da instituição na segunda- feira. Nesse boletim, baseado em estimativas de cerca de cem instituições financeiras e consultorias, a mediana das projeções de crescimento do PIB chegou a 0,87%, na 17.ª queda consecutiva.

Essas estimativas apontam um cenário de atividade bem pior que o do primeiro biênio posterior à recessão. O País cresceu apenas 1,1% no ano passado, mesma taxa de 2017, e a expectativa de um resultado melhor com a posse do novo governo logo se esvaiu. No primeiro trimestre, o Produto Interno Bruto diminuiu 0,2%. Deve ter ficado estável no segundo, de acordo com o BC. Pode ter crescido 0,5%, pela estimativa do Ipea. A divulgação dos números oficiais desse período está prevista para 29 de agosto, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o Relatório de Inflação, a agropecuária crescerá 1,1% neste ano; a indústria, 0,2%; e os serviços, 1,2%.

O Ipea apresentou projeções piores para os dois primeiros setores e melhores para o terceiro: expansão de 0,5% para a agropecuário, recuo de 0,1% para a indústria e aumento de 1,2% para os serviços. Nos dois conjuntos, os números mais preocupantes são os da produção industrial, com ligeiro aumento na estimativa do BC e ligeira queda na do Ipea. O setor industrial já fraquejava em 2012, afundou na recessão de 2015- 2016, mal ensaiou uma recuperação e continua débil. As projeções são ruins para os segmentos de extração mineral, de construção e de transformação, mas o pior cenário é o deste último. Segundo o BC, a indústria de transformação deve encolher 0,3% em 2019.

Mesmo com um resultado pouco melhor o quadro se manterá muito sombrio. Enquanto a estagnação continuar, a criação de empregos formais será muito lenta e o investimento, muito baixo. Paradeira nas fábricas é má notícia para toda a economia, por seus efeitos no conjunto do emprego e da atividade. Bastará a aprovação da reforma da Previdência para o arranque? E valerá a pena esperar até lá? É duvidoso, mas essa é a intenção declarada pelo governo.

O Estado de S. Paulo

Grave falha de segurança

A prisão do sargento Manoel Silva Rodrigues, integrante do Grupo de Transporte Especial (GTE) da Força Aérea Brasileira (FAB), impõe uma rigorosa investigação sobre seu possível envolvimento em um esquema de tráfico internacional de drogas, além do reforço do protocolo de segurança adotado pelo GTE sobre os militares que atuam no transporte de autoridades. Rodrigues foi preso no aeroporto de Sevilha, na Espanha, após a Guarda Civil local encontrar nada menos do que 39 kg de cocaína em sua bagagem de mão. A audácia do militar foi tal que, segundo os agentes que o capturaram, a droga, dividida em 37 pacotes de pouco mais de 1 kg cada um, nem sequer foi escondida entre roupas e objetos pessoais.

Poucas situações podem ser mais graves do que essa envolvendo um militar que serve diretamente à Presidência da República. O sargento Rodrigues fazia parte da comitiva de militares que acompanham a viagem do presidente Jair Bolsonaro a Osaka, no Japão, onde ocorre a cúpula do G-20. Ele estava designado para atuar como comissário de bordo na aeronave reserva da equipe presidencial. De acordo com o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Rodrigues “não estaria em momento algum” na mesma aeronave em que viaja o presidente. Isso não torna o fato menos grave. E não é possível afirmar que “em momento algum” Rodrigues não poderia ter estado a bordo do mesmo avião em que viaja Bolsonaro.

Se lá estava a serviço compondo uma equipe reserva, evidente que poderia atuar em caso de problemas com a equipe principal. Em nota à imprensa, a FAB afirmou que instaurou um Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar o episódio. Disse ainda que “medidas de prevenção a esse tipo de ilícito são adotadas regularmente” e que essas medidas serão reforçadas devido ao incidente. “Esclarecemos que o sargento partiu do Brasil em missão de apoio à viagem presidencial, fazendo parte apenas da tripulação que ficaria em Sevilha.

Assim, o militar em questão não integraria, em nenhum momento, a tripulação da aeronave presidencial, uma vez que o retorno da aeronave que transporta o Presidente da República não passará por Sevilha, mas por Seattle, nos Estados Unidos”, afirma outro trecho do comunicado à imprensa. O presidente Jair Bolsonaro, por meio do Twitter, também se manifestou sobre a prisão do sargento Rodrigues. Disse ter ordenado a colaboração do Ministério da Defesa com as investigações das autoridades espanholas para a “pronta elucidação dos fatos” e afirmou que “caso seja comprovado o envolvimento do militar nesse crime (tráfico de drogas), o mesmo será julgado e condenado na forma da lei”.

O sargento Rodrigues já havia servido em comitivas dos ex-presidentes Dilma Rousseff e Michel Temer. Desde 2015, de acordo com o Portal da Transparência da Controladoria- Geral da União (CGU), realizou 29 viagens domésticas e internacionais. É imperioso que seja investigado se, de fato, faz parte de um esquema internacional de tráfico de drogas e desde quando. No dizer do vice-presidente Hamilton Mourão, o sargento Rodrigues é uma “mula qualificada”. O gravíssimo episódio é um embaraço para o presidente Jair Bolsonaro às vésperas de um evento internacional do porte da cúpula do G-20. O ministro- chefe do GSI, Augusto Heleno, classificou como “uma falta de sorte” a prisão do militar ter ocorrido justo neste momento.

Para que não se tenha mais que contar com a “sorte”, a FAB deve rever o mais rápido possível os procedimentos de segurança que envolvem os integrantes do GTE. Já indicou que assim o fará. O sargento Rodrigues, de acordo com a acusação, transportou uma substancial quantidade de cocaína em um avião da FAB que poderia ter servido à comitiva presidencial. Isso é suficiente para causar constrangimento a Jair Bolsonaro, o que já é grave o bastante. Mas poderia ser pior. Ele, ou qualquer outro integrante do GTE, poderia ter transportado algo que pusesse em risco a integridade física do presidente da República.

O Estado de S. Paulo

Uma lei para as autoridades

Ao aprovar o projeto de lei que criminaliza o abuso de autoridade, o Senado deu um importante passo para um maior equilíbrio institucional e, principalmente, para que todos – também as autoridades – estejam sob o império da lei. Num Estado Democrático de Direito, não faz sentido que os abusos cometidos no exercício da função pública fiquem impunes. Há muito tempo é sentida a necessidade de uma lei sobre abuso de autoridade. Não se trata de uma novidade e tampouco é uma reação à Lava Jato, como alguns querem apresentar o projeto de lei aprovado pelo Senado, que agora será encaminhado à Câmara dos Deputados.

Por exemplo, no II Pacto Republicano de Estado por um Sistema de Justiça mais acessível, ágil e efetivo, assinado em abril de 2009 pelos chefes dos Três Poderes, consta, entre as matérias prioritárias de estudo, a “revisão da legislação relativa ao abuso de autoridade, a fim de incorporar os atuais preceitos constitucionais de proteção e responsabilização administrativa e penal dos agentes e servidores públicos em eventuais violações aos direitos fundamentais”. O texto final aprovado pelo Senado é bastante cuidadoso com os juízes e os promotores. Por exemplo, o projeto rejeitou a criminalização da interpretação de juízes, o chamado crime de hermenêutica. Com isso, ficou claro que divergências na interpretação da lei e na análise dos fatos e das provas não configuram crime. Continua sendo plena a liberdade do juiz no exercício da profissão.

O que não pode é utilizar deliberadamente o cargo para outras finalidades. O elenco das condutas abusivas é também muito pedagógico e pode contribuir para que haja maior respeito à lei e à função pública. Por exemplo, o projeto de lei prevê punição para o juiz que proferir julgamento em caso de impedimento legal. Também criminaliza a instauração de procedimento sem indícios, a atuação com evidente motivação político-partidária ou o exercício de atividade empresarial ou outra função pública, exceto o magistério. O texto aprovado pelo Senado também estipula pena para a manifestação de juízo de valor sobre processo pendente de julgamento.

Essa previsão recebeu inúmeras críticas. Houve quem tenha qualificado a restrição como “lei da mordaça”. Nada mais distante da realidade. O projeto simplesmente ratifica uma proibição que já consta da Lei Orgânica da Magistratura (Lei Complementar 35/1979): “É vedado ao magistrado manifestar, por qualquer meio de comunicação, opinião sobre processo pendente de julgamento, seu ou de outrem, ou juízo depreciativo sobre despachos, votos ou sentenças, de órgãos judiciais, ressalvada a crítica nos autos e em obras técnicas ou no exercício do magistério” (art. 36, I). Ora, é próprio do regime republicano estabelecer consequências para o descumprimento da lei.

Para a configuração do crime de abuso de autoridade, o projeto exige a existência de dolo específico. Trata-se de um ponto importante, que traz segurança jurídica e evita que a lei seja usada para perseguições indevidas. Para que a conduta de uma autoridade seja qualificada como abuso de autoridade é preciso que ela tenha sido praticada com a finalidade específica de prejudicar ou beneficiar ou seja motivada por capricho ou satisfação pessoal. O Senado também diminuiu a pena prevista para quem cometer o crime de abuso de autoridade. Se antes a previsão era de pena de reclusão, agora é de detenção de 6 meses a 2 anos, podendo começar em regime aberto ou semiaberto, além de multa. “O que fizemos aqui foi um amadurecimento do texto para torná-lo o mais equilibrado possível.

O que não se pode é deixar de punir o abuso de autoridade”, disse o senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG). O projeto de lei sobre abuso de autoridade não é uma necessidade momentânea. É elemento essencial de um ordenamento jurídico equilibrado, que se preocupa em proteger os direitos e as liberdades de todos os cidadãos ante o mau uso – o abuso – das funções públicas. Nunca é demais reiterar que manipular o poder estatal para fins abusivos é crime.

Folha de S. Paulo

Gás para todos

Conselho define diretrizes para a abertura do setor, com mérito de recusar intervencionismo; objetivo deve ser elevar a concorrência e baratear o produto

Já parece estabelecido o consenso de que, embora essencial, a reforma da Previdência não bastará para tirar o país da atual prostração econômica, mesmo se aprovada em tempo hábil e com alcance satisfatório. Nesse sentido, é positivo que o governo se mova em busca de uma agenda de aumento da eficiência e da produtividade.

Ainda que não despertem a atenção geral como os tradicionais —e muitas vezes enganosos— estímulos fiscais, medidas voltadas ao fomento da concorrência e da inovação podem dar alento mais duradouro a setores importantes.

Aqui se inclui o caso do mercado de gás, ora objeto de uma proposta ampla de redesenho com a qual se estimam, talvez com alguma precipitação, investimentos de R$ 34 bilhões até 2032.

A Petrobras ocupa posição dominante nesse segmento, com quase 80% da produção nacional, além de deter até recentemente toda a infraestrutura básica de transporte e processamento. Mesmo as poucas empresas concorrentes precisam vender seu produto para a estatal.

O quadro piora quando se considera o restante da cadeia. As redes de transporte que fazem a ponte com os consumidores estão hoje concentradas em monopólios estaduais, nem sempre focados na melhor prestação de serviço.

Não surpreende, assim, que o gás natural custe no Brasil entre duas e quatro vezes o valor cobrado nos Estados Unidos e na Europa.

Nesse contexto, o projeto do governo Jair Bolsonaro (PSL) para a abertura do setor, embora cercado de incertezas e dificuldades, merece ser recebido com aprovação —a começar, porque não se alicerça em intervencionismo.

O Conselho Nacional de Política Energética divulgou na segunda-feira (24) as diretrizes a serem seguidas. Entre as mais fundamentais está exigir que a Petrobrás se desfaça de sua posição dominante no transporte e na distribuição.

Para tanto haverá venda de participações em subsidiárias, mas de modo a não permitir a formação de monopólios regionais.

Outra medida é facilitar o acesso de terceiros à infraestrutura de escoamento e processamento, uma espécie de direito de passagem. Com isso, busca-se eliminar o poder monopolista da gigante estatal e abrir caminho para mais investimentos na malha de transporte.

Também será um desafio lidar com as empresas estaduais, que prestam serviços de gás canalizado e fazem a conexão com os pontos de consumo. Aqui se trata do chamado monopólio natural, quando não faz sentido econômico criar estruturas redundantes.

No governo se estudam meios de convencer os estados a aderirem à estratégia, possivelmente por meio da repartição de outros recursos.

Na soma geral, o plano faz sentido e surge em boa hora, quando o país se prepara para o grande leilão dos excedentes de petróleo das áreas do pré-sal. O barateamento do gás pode contribuir para viabilizar uma vasta gama de atividades industriais hoje dormentes.

Folha de S. Paulo

Vexame

A prisão de um militar brasileiro eom39 kg de cocaína, em Sevilha, na Espanha, expôs o governo Jair Bolsonaro (PSL) a um constrangimento de proporções globais.

Conforme as autoridades, o segundo-sargento Manoel Silva Rodrigues, da Aeronáutica, foi flagrado na escala do avião que conduzia uma equipe de apoio ao mandatário —em deslocamento, noutra aeronave, rumo a Osaka, no Japão, para o encontro do G20.

O caso, que mancha o prestígio das Forças Armadas e macula a imagem da própria Presidência da República, suscita indagações que terão de ser respondidas com presteza e transparência, sob pena de o mal-estar instaurado transformar-se em descrédito.

Até aqui, as declarações oficiais não têm contribuído para enquadrar o episódio no contexto de gravidade em que se inscreve. A Aeronáutica optou por uma nota protocolar, na qual “reitera que repudia atos dessa natureza” e promete prioridade na elucidação do caso.

Por seu turno, a reação do presidente interino, general Hamilton Mourão, foi prosaica—o traficante fardado seria o que chamou de “mula qualificada”, em referência ao termo que vulgarmente designa pessoas contratadas para transportar drogas ilícitas.

Já o general Augusto Heleno, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, considerou a ocorrência “desagradável”. Segundo seu julgamento tratou-se de “falta de sorte acontecer exatamente na hora de um evento mundial”.

O presidente Bolsonaro recorreu a uma rede social para tentar desvincular o detido de sua equipe e considerar o fato inaceitável.

Convenha-se que o episódio parece saído de um filme caricatural acerca de uma república de bananas —não fosse sua gravidade real.

A prisão do segundo-sargento, que já realizou 29 viagens oficiais no Brasil e no exterior, põe a nu falhas clamorosas dos mecanismos de segurança que deveriam proteger os deslocamentos do presidente e de outras autoridades. A quantidade de droga encontrada, afinal, é exorbitante.

Até aqui, nem mesmo se sabe se o acusado passou por inspeção antes de embarcar, dado que o inquérito corre sob sigilo. Não resta ao governo e às Forças outro caminho que não a apuração rigorosa e célere do ocorrido, incluindo eventuais conexões do militar. É o único meio de atenuar o vexame.

Carmen Zanotto destaca uso de tecnologia no enfrentamento da violência contra a mulher

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A deputada federal Carmen Zanotto (Cidadania-SC) destacou o uso da tecnologia no enfrentamento da violência contra a mulheres. Para ela, ferramentas, como aplicativos, podem contribuir para reduzir os alarmantes números do feminicídio no País.

“É importante que a ciência e a tecnologia sejam usadas na prevenção da violência contra as mulheres,  sobretudo no ambiente doméstico, onde acontece a maioria dos casos. Os números do feminicídio continuam alarmantes. Essa matança é uma vergonha para todos nós”, disse a parlamentar.

Carmen é autora do requerimento para a realização do seminário junto a colega do Cidadania, deputada feddelra Paula Belmonte (DF).

A declaração da parlamentar ocorreu durante o seminário realizado, nesta quinta-feira (27), pela Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara dos Deputados que debateu as novas tecnologias destinadas à prevenção e ao combate à violência contra a mulher.

Durante o evento, foram apresentados pelos palestrantes vários recursos tecnológicos que podem ser colocados à disposição das mulheres, dentre eles os aplicativos que denunciam os agressores e que fazem o reconhecimento facial do criminoso.

O Brasil ocupa 5ª pior posição no ranking mundial de homicídios de mulheres, sendo que 79% dos casos de violência acontecem dentro da própria residência.

A deputada catarinense chamou atenção para a responsabilidade das instituições e da sociedade civil no enfrentamento da violência contra a mulher. Segundo a parlamentar, apesar do aumento do feminicídio, o País começa a “acordar” para a questão, mas o problema nas pequenas cidades, sobretudo na área rural, é ainda mais grave.

“Nestes locais, os gritos de socorro das mulheres ainda não são ouvidos”, alertou.

Carmen Zanotto falou também sobre o aumento da violência contra a mulher em seu estado, Santa Catarina, onde só este ano houve 28 feminicídios, um aumento de 78% em relação a 2018.

Pibinho: Ipea prevê que economia deve crescer 0,8% este ano

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O PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil deve ter crescimento de 0,8% este ano e de 2,5% em 2020. A previsão é do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), que divulgou nesta quinta-feira (27) duas seções da Carta de Conjuntura. De acordo com a análise, o segundo trimestre de 2019 deve fechar em alta de 0,5% em relação aos três primeiros meses do ano.

A projeção para este ano coincide com a do BC (Banco Central), também divulgada hoje (27). Para a inflação, a previsão do órgão é que feche o ano em 3,9%, acima da previsão de 3,6% do Banco Central.

De acordo com o diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea, José Ronaldo de Castro, a queda da projeção de crescimento de 2% para 0,8% se deve à frustração dos indicadores alcançados até agora. No primeiro trimestre deste ano, o PIB caiu 0,2%.

“Em relação ao que se esperava no início do ano, os indicadores mensais que vieram, o dado do PIB do primeiro trimestre realmente veio abaixo do que a gente imaginava e isso causou uma redução bastante grande da nossa projeção para o ano de 2019”.

Atividade econômica

Para a atividade econômica, o Ipea aponta 2,5% de crescimento no acumulado do ano até abril no comércio varejista ampliado, que inclui automóveis e materiais de construção. O setor de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo apresentou queda de 0,3% no acumulado do ano; móveis e eletrodomésticos tiveram queda de 1,4% no período; e livros, jornais, revistas e papelarias somam perdas de 28,7% no ano. Com crescimento nas vendas, veículos, motos, partes e peças tiveram crescimento de 7,9% no acumulado do ano; outros artigos de uso pessoal somam aumento de 6,4%; e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos subiram 6,1%.

De acordo com Castro, a melhora do quadro econômico vai depender de aprovação de reformas econômicas. Sem elas, segundo ele, a retomada da economia não se concretiza.

“O destaque que eu gostaria de dar é uma melhora da confiança [do empresário], que geraria uma alta dos investimentos produtivos. Se houver essa alta dos investimentos produtivos, a gente consegue gerar emprego e fazer a economia retomar o ciclo econômico que estava no negativo. A gente pode reverter essa situação gerando emprego, gerando alta da renda para o brasileiro, com essa melhora no investimento”, disse

Castro ressalta que o cenário foi estimado considerando a redução de 1 ponto percentual na taxa básica de juros da economia, a Selic, de 6,5% para 5,5% no fim deste ano, além da aprovação no próximo trimestre da reforma da Previdência.

“Quanto mais rapidamente ocorrer essa reforma e essa sinalização de viabilidade do setor público brasileiro, mais rapidamente a gente vai conseguir reverter as expectativas e iniciar uma retomada mais intensa. Então, a aprovação, se ela acontecer já agora no início do segundo semestre, ela consegue ter algum impacto neste ano. Se essa aprovação demorar mais do que a gente está imaginando, obviamente que o crescimento deste ano poderá ser prejudicado”, explicou.

O diretor detalha que as mudanças que ocorreram no projeto original da reforma da Previdência, no decorrer das discussões no Congresso Nacional, reduziram o tamanho da economia que seria gerada, mas “ainda assim viabiliza a melhora do quadro fiscal no Brasil”.

Abono salarial

Para ele, a mudança proposta no abono salarial, de ser pago para quem ganha até R$ 1.364 e não só para o trabalhador que recebe apenas um salário mínimo, atualmente no valor de R$ 998, diminuiu a economia que a reforma proporcionaria. Castro destaca também que os estudos do Ipea demonstram que essa política não contribui para a redução da desigualdade no país. Atualmente, pode ter acesso ao abono quem ganha até dois salários mínimos.

“Em relação ao abono salarial, se o objetivo dele é reduzir pobreza e distribuir renda, ele não atinge bem esses objetivos. Então, para atingir esses objetivos, o ideal seriam outras políticas públicas que não o abono salarial. Então, olhando do ponto de vista de redução de desigualdade e redução de pobreza, o ideal seria de fato eliminar o abono totalmente”.

Segundo a análise do Ipea, 59% dos pagamentos do abono salarial atualmente são feitos para trabalhadores que estão na metade da população que tem a renda mais alta, e não entre os de menor rendimento. E apenas 15% é pago para os 30% mais pobres. (Agência Brasil)

Paula Belmonte defende preservação da família em casos de violência doméstica

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A deputada federal Paula Belmonte (Cidadania-DF) defendeu, nesta quinta-feira (27), a preservação família, na medida do possível, em casos de violência doméstica.

A parlamentar presidiu  seminário  na Câmara sobre novas tecnologias destinadas à prevenção e ao combate à violência contra a mulher e as famílias, promovido pela Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Casa. A realização do debate foi requerida por Paula e pela deputada federal Carmen Zanotto (Cidadania-SC).

Paula Belmonte afirmou que, quando se trata de violência contra a mulher, é importante levar em conta a questão do amor e da sustentabilidade.

“Eu estive em lugares no Distrito Federal onde ouvi depoimentos dando conta de que mulheres não falavam de seus maridos porque não tinham como sobreviver, como dar comida a seus filhos. Então, elas se submetiam por uma cesta básica”, contou a parlamentar.

Para Paula, o ideal é que as agressões cessem e a família seja preservada.

“O objetivo é a gente trazer o homem à consciência e fazer a prevenção. Não podemos aceitar a violência contra a mulher, mas também não podemos fazer com que isso seja a destruição da família”.

A parlamentar disse que conhece pessoas que passaram pelo problema e “por causa do amor resolveram e a família foi preservada”.

Marcelo Calero protocola pacote de combate ao tráfico de bens culturais

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O deputado federal Marcelo Calero (Cidadania-RJ) protocolou na Câmara um pacote com sete medidas para combater o tráfico ilícito de bens culturais. Entre as propostas estão dois projetos de lei: um para aumentar a pena para os crimes contra o patrimônio e para o crime de lavagem de dinheiro, quando se tratar de bem cultural, e outro para promover treinamento e conscientização para servidores dos órgãos de segurança pública.

As ações têm a finalidade de intensificar as leis atuais e diminuir a criminalidade acerca do tema.  Segundo dados recentes do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), há 1.644 bens tombados desaparecidos registrados desde 1997, no banco de dados, e apenas 130 recuperados até o momento.

Os estados mais afetados são respectivamente São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Minas Gerais. Igrejas e museus são os locais mais furtados.

“Temos de implementar estas propostas de forma ágil para que consigamos diminuir o prejuízo causado pelo tráfico ilícito desses bens”, afirma o deputado Marcelo Calero.

Veja abaixo todas as propostas protocoladas

– PL 3.362/2019: altera a Lei nº 13.756, de 12 de dezembro de 2018, para promover treinamento e conscientização para servidores dos órgãos de segurança pública, membros do Ministério Público e agentes da Receita Federal que atuam em aduanas e policiais rodoviários federais, acerca do enfrentamento ao tráfico ilícito de bens culturais;

– PL 3.363/2019: projeto de lei que tipifica a importação, a exportação ou a transferência de bem cultural, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, bem como cria causa de aumento de pena para os crimes contra o patrimônio e para o crime de lavagem de dinheiro, quando se tratar de bem cultural;

– INC 864/2019: indicação ao Poder Executivo, a fim de que seja implementada capacitação específica para os auditores fiscais da Receita Federal para o reconhecimento de declarações suspeitas, prevenindo a lavagem de dinheiro por meio de bens culturais;

– REQ. 53/2019: requerimento de realização de seminário para tratar do tema relativo ao tráfico e comércio ilícito de bens culturais no âmbito da Comissão de Cultura;

– INC 865/2019: indicação ao Poder Executivo, relativa à disseminação de informações ao público em geral sobre valorização de bens culturais e o prejuízo causado pelo tráfico ilícito desses bens;

– INC 863/2019: indicação ao Poder Executivo para criar área de perícia específica nos quadros da Polícia Federal.

– INC 862/2019: indicação ao Poder Executivo com a sugestão de que o governo brasileiro adote as medidas necessárias para negociar e concluir instrumentos internacionais bilaterais ou multilaterais, ou promovê-los junto a organismos internacionais especializados, com o objetivo de fortalecer os mecanismos de cooperação internacional relacionados à proteção do patrimônio cultural, à prevenção e à repressão ao tráfico ilícito de bens culturais.

Pesquisa do IBGE aponta crescimento do segmento de varejo no comércio brasileiro

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O IBGE (Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou, nesta quinta-feira (27), pesquisa que aponta o segmento varejista como o mais representativo na atividade comercial brasileira em 2017 na comparação com 2008. Os dados foram divulgados por meio da PAC (Pequisa Anual de Comércio).

De acordo com o levantamento, o varejo respondeu por 45,5% da receita operacional líquida de R$ 3,4 trilhões do comércio nacional em 2017 contra 44,6% do setor atacadista e 9,9% do comércio de veículos, peças e motocicletas.

Na análise dos últimos 10 anos, o comércio varejista saiu de 39,6% em 2008 para 45,5% em 2017. Já o comércio de veículos caiu de 16% para 9,9%. Segundo o estudo, o segmento atacadista manteve-se praticamente estável subindo de 44,6% em 2008 para 44,6% em 2017.

A pesquisa mostra que 1,5 milhão de empresas registradas no País em 2017 obtiveram receita bruta de R$ 3,8 trilhões, sendo R$ 1,7 trilhão auferido pelo varejo e atacado cada, e R$ 360,6 bilhões pelo comércio de veículos, peças e motocicletas.

Contratação

O setor de comércio contratou 10,2 milhões de pessoas e foram pagos R$ 226,7 bilhões em salários, retiradas e outras remunerações. O valor adicionado bruto obtido pela atividade comercial atingiu R$ 538,7 bilhões em 2017.

Para o técnico de Coordenação de Comércio e Serviços do IBGE, Jordano Rocha, o aumento da participação do varejo ocorreu devido à diminuição da participação do segmento de veículos, peças e motocicletas. Ele ainda destacou que o varejo foi o segmento que mais contratou.

“Em emprego, não houve grandes mudanças na participação de cada segmento de 2008 para 2017. O varejo continua sendo o segmento que mais empregava, entre esses três. Em 2017, ocupava cerca de três quartos do pessoal ocupado em comércio”, disse Rocha.

Na análise das variações de aumento na receita operacional líquida foram observadas em hipermercados e supermercados (2,7%), passando de 9,8% para 12,5% em dez anos; no comércio varejista de produtos alimentícios, bebidas, fumo e minimercados (2,6%), de 2,2% para 4,8%; e no comércio por atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo (2,1%), de 6,3% para 8,4%.

As principais quedas, por outro lado, foram identificadas no comércio de veículos automotores (- 5,5%), de 11,6% para 6,1%; no comércio por atacado de combustíveis e lubrificantes (-1,4%), de 12,7% para 11,3%; e no comércio por atacado de máquinas, aparelhos e equipamentos, inclusive tecnologia da informação (TI) e comunicação (-0,8%), de 4,5% para 3,7%. (Com informações do IBGE)