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Instabilidade e equilíbrio fiscal

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O dólar bateu nos R$ 6,00. A inflação de 2024 esperada é de 4,63%. Foi registrado o maior resgate do Tesouro Direto de toda a série histórica. A saída de dólares, pela via financeira, bateu o recorde até outubro desde 1982. Os juros de longo prazo exigido como prêmio de risco pelos investidores em relação aos títulos públicos brasileiros chegaram aos 7%, acima da inflação. Isso traduz a deterioração veloz, nas últimas semanas, das expectativas dos agentes econômicos, que são os que tomam as decisões de investimento.

Como diria o maestro soberano Tom Jobim: “o Brasil não é para principiantes”. Aqui não há monotonia. Não temos horizontes previsíveis como vivêssemos na Suíça, Dinamarca ou Noruega. Aqui, o copo está sempre meio cheio e meio vazio. O otimismo ou o pessimismo depende do ponto de observação. A economia vem crescendo acima das previsões, o mercado de trabalho está aquecido como níveis baixos de desemprego e a renda média avançou. Está havendo uma pequena recuperação dos investimentos. Mas qual é o fôlego? As curvas da inflação, dos juros e déficits fiscais e da dívida pública apontam para o alto. O desenvolvimento precisa ser sustentado e não se dar em soluços no famoso “voo de galinha”.

Há já um razoável consenso de que desequilíbrios fiscais persistentes e estruturais têm impactos indesejáveis na inflação, na taxa de juros, no câmbio e no endividamento. Mas há ainda um vasto segmento de pessoas e lideranças que resistem a qualquer coisa que esbarre nos conceitos de responsabilidade fiscal, austeridade, equilíbrio orçamentário. Para esses, a vontade política basta para resolver qualquer problema, o orçamento é um verdadeiro saco sem fundos, o céu é o limite para os gastos.

É possível crescer muito mais e de forma consistente. O câmbio flutuante, o perfil do balanço de pagamentos, as reservas internacionais abundantes, o regime de metas da inflação e a autonomia do Banco Central são âncoras sólidas para a economia brasileira. Mas o perigo é o dilema fiscal. Podemos estar brincando com fogo.

O cumprimento da meta fiscal em 2024 será por um triz, usando, no limite, a margem de tolerância. Para 2025, quando a meta fiscal é novamente déficit primário zero, os números da Instituição Fiscal Independente (IFI), vinculada ao Senado Federal, indicam uma divergência do orçamento proposto pelo governo em torno de R$ 95 bilhões. O trabalho de Samuel Pessoa, Marcos Mendes, Marcos Lisboa e Alexandre Manoel, “Gastos Públicos nas tentativas de reeleição de 2014 e 2022” demonstra que o Governo Bolsonaro deixou como herança a necessidade de um esforço fiscal de 0,7% do PIB para zerar o déficit, confirmando a trajetória de correção do desequilíbrio esboçada a partir de 2015. Mas quatro decisões de gasto relativas ao salário-mínimo como indexador de despesas orçamentárias, à volta das vinculações de saúde e educação, ao valor do Bolsa Família e aos fundos criados pela reforma tributária, geraram, em 10 anos, segundo a IFI, uma necessidade adicional de recursos na ordem de R$ 2,3 trilhões.

Diante de desequilíbrios tão graves, o pacote de ajuste anunciado pelo ministro Fernando Haddad parece apontar na direção correta ao limitar despesas permanentes, insuficiente na dosagem e contraditório por misturar, em situação deficitária, a renúncia de receita relevante no Imposto de Renda. (Congresso em Foco – 30/11/2024 – https://congressoemfoco.uol.com.br/area/governo/instabilidade-e-equilibrio-fiscal/)

Marcus Pestan, diretor-executivo da IFI (Instituição Fiscal Independente). Economista, foi deputado federal e estadual e presidente do PSDB de Minas Gerais. Também foi secretário estadual da Saúde e professor da Universidade Federal de Juiz de Fora.

A educação da educação

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Brasil: 40% de reprovação e um dos piores índices no Pisa (Anderson Schneider/Veja)

O olhar exclusivo para os testes de avaliação é ruim

Um dos passos positivos da educação a partir do final do século XX foi a adoção de práticas de avaliação como o Ideb e o Enem, no Brasil, e os testes de avaliação internacional do Pisa. Passamos a avaliar as escolas em função do número de alunos aprovados para ingresso na universidade. Os governos comemoram o aumento total do número de matriculados no ensino superior e as escolas exibem cartazes com fotos dos ex-­alunos aprovados. Não se avalia, contudo, o impacto da educação de base sobre os que não chegam ao ensino superior. É como se o propósito da avaliação de todo o sistema educacional fosse saber o sucesso de um vestibular, sem importar como ficaram os que não ingressaram, nem para que serviu entrar. Como se só importasse quantos chegam a uma ponte, sem considerar quantos não chegaram a ela e quantos alcançam o outro lado, nem qual o destino seguido depois pelos que conseguiram atravessá-la.

A avaliação da educação não tem levado em conta quantos não se matriculam no ensino fundamental, quantos abandonam a escola e ficam para trás no analfabetismo pleno ou funcional, quantos não concluem o ensino médio com qualidade e vivem despreparados para o mundo contemporâneo. A educação de base não tem sido avaliada como plataforma para lançar o jovem no mundo em que viverá, buscando sua felicidade pessoal e sua participação na construção de um mundo melhor. O que tem importado, insista-se, é quanto aumentou o número de alunos no ensino superior.

As escolas não são avaliadas para saber se cada aluno concluiu sua educação de base sabendo falar, entender, escrever, criticar na língua portuguesa; se ficou fluente em pelo menos um idioma estrangeiro; se recebeu noções de oratória, para saber se expressar na vida social e profissional; se está preparado para entender o mundo ao conhecer ciências, história, geografia, filosofia; se aprendeu noções e conhecimentos que lhe facilitem deslumbrar-se com as artes; se adquiriu consciência necessária para se solidarizar com a humanidade; perceber a necessidade de desenvolvimento sustentável e solidário com a natureza e com os seres humanos; se adquiriu habilidade para o desempenho de um ofício que lhe permita emprego ou empreendedorismo para assegurar renda satisfatória; ser capaz de continuar aprendendo mesmo depois da escola; e, para os vocacionados, o conhecimento necessário para disputar vaga nos melhores cursos das melhores universidades.

A avaliação da educação precisa ser educada para deixar de ser apenas uma régua estatística. É fundamental levar em conta não apenas quantos ingressam, mas quantos concluem os cursos, quais as necessidades do curso, qual o efeito da formação na inserção profissional do aluno na sociedade e o valor do que aprendeu para ajudar a construir o país, sobretudo qual o seu preparo para se reciclar profissionalmente ao longo da vida.

É preciso educar a avaliação para que sirva ao seu verdadeiro papel: indicar se a educação está oferecendo a cada pessoa, desde a infância, o mapa para sua vida pessoal e para suas atividades sociais na direção de aumentar o grau de riqueza, liberdade, justiça, civilidade no país onde vive. Não há outro caminho para encaminhar um Brasil mais justo. (Veja – 29/11/2024 – Edição 2921 – https://veja.abril.com.br/coluna/cristovam-buarque/a-educacao-da-educacao)

Com Corte de Gastos, Rubens espera que Senado tenha coragem e vote fim dos supersalários

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Relator do projeto aprovado por unanimidade na Câmara que barra os supersalários no serviço público e economiza R$ 4 bilhões ao ano, o ex-deputado federal Rubens Bueno (Cidadania-PR) espera que agora o Senado tenha a mesma coragem e, com o anúncio do Pacote de Corte de Gastos do Governo, que inclui o tema, leve a proposta ao plenário para votação.

“Aprovamos esse projeto na Câmara durante governo do Bolsonaro. Não é possível que no governo do Lula não vamos conseguir acabar com esses privilégios inadmissíveis, que sugam recursos bilionários que poderiam ser investidos em áreas sociais e até mesmo ajudar nesse esforço do governo para ajustar suas contas”, afirmou.

São 3 anos e 4 meses que a matéria aguarda por votação na Comissão de Constituição e Justiça do Senado. Até o momento, sequer um parecer sobre a proposta foi apresentado no colegiado, presidido pelo senador Davi Alcolumbre (União-AP).

Relator do projeto (PL 6726/2016) aprovado na Câmara no dia 13 de julho de 2021, Rubens Bueno vem há anos cobrando o andamento da proposta e inclusive se reuniu com diversos senadores para pedir agilidade na tramitação. Promessas foram feitas, mas, na prática, tudo continua parado.

“Ao contrário, o que se vê é uma subserviência. O Orçamento de 2025 do Judiciário prevê um aumento de 6,84% nas despesas primárias. Além disso, as despesas com pessoal terão acréscimo de 8,18%, principalmente para o pagamento da terceira e última parcela dos reajustes de magistrados e servidores previstos para fevereiro de 2025, além de outros penduricalhos incluídos nos salários”, critica Rubens Bueno.

Estudo feito pela instituição República.org no Anuário de Gestão de Pessoas no Serviço, e divulgado nesta segunda-feira (18) pelo jornal O Estado de S. Paulo, mostra que o pagamento de auxílios e penduricalhos acima do teto remuneratório do funcionalismo público, atualmente previsto em R$ 44 mil, custou aos cofres públicos ao menos R$ 20 bilhões entre 2018 e 2024.

“Nosso projeto acaba com dezenas de penduricalhos que hoje engordam os salários e burlam o cumprimento do teto constitucional. Só será permitido que ultrapasse o teto os poucos adicionais que estão previstos na Constituição. O que estamos fazendo é apenas regulamentar o que já está previsto em nossa Carta maior e acabar com essa farra de privilégios para uma minoria do serviço público”, resume Rubens Bueno.

Breno Salomão se prepara para assumir a prefeitura de Lagoa Santa, exemplo de administração do Cidadania

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Na região metropolitana de Belo Horizonte, o município de Lagoa Santa é um exemplo de como a administração do Cidadania serve de espelho para diversas cidades do país. Rogério Avelar, atual prefeito, completa agora seu quarto mandato como prefeito da cidade que conta com 66.744 habitantes. Nesse pleito, o Cidadania elegeu Breno Salomão, atual vice-prefeito, para dar continuidade a esse trabalho que serve de exemplo para o Cidadania.

Eleito com 66,91% dos votos, Breno Salomão tem uma longa história com a cidade. Ela começou há quase duas décadas e agora terá o seu momento mais importante com ele sucedendo Rogério Avelar.

Engenheiro civil de formação, Breno foi o secretário de obras do município de 2006 a 2008. Ele ocupou também a Secretaria de Planejamento, isso entre 2009 e 2012. Os dois cargos lhe permitiram conhecer a fundo a Lagoa Santa e o impulsionaram à vida política.

“Como gestor público, meu maior prazer é manter o diálogo com a população para saber o que precisamos fazer para melhorar a vida das pessoas em nosso município. Esse contato estará sempre aberto nessa nova caminhada, agora como prefeito de Lagoa Santa”, ressalta Breno, que toma posse em 1º de janeiro.

Encadeamentos desastrosos

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Uma sociedade fragmentada, com uma cultura política rarefeita, com muitos desníveis sociais, é propensa a complôs, ações terroristas, lideranças autoritárias

O golpe de Estado aconteceria em dezembro, após as eleições presidenciais de 2022, para impedir a posse dos eleitos e sequestrar Alexandre de Moraes. Os três seriam então simplesmente assassinados. Agora, a Polícia Federal revelou tudo, reunindo as apurações em um calhamaço de quase 900 páginas.

O planejamento golpista teve uma história. Começou em 2019, com as mentiras sobre fraude eleitoral, forjadas para instigar a população e mexer com os militares. Nos quatro anos seguintes, o gabinete de Jair Bolsonaro foi um larvário de articuladores e “tropas de combate”, que infestou a opinião pública com mensagens salvacionistas causadoras de caos e temor.

Tudo o que houve de estranho e esquisito naqueles quatro anos esteve encadeado: ministros desqualificados, ataques ao sistema eleitoral, desinformação, militares boquirrotos e indisciplinados, discursos virulentos, acampamentos “populares” às portas de quartéis, kids pretos empoderados, milícias digitais, toda uma mixórdia de fatos, personagens, palavras e atitudes, difundidas sibilina ou ostensivamente.

Havia ódio impulsionando a movimentação, juntamente com uma visão obtusa do mundo, brutal, tosca, sem preocupação pública. Forjou-se assim uma cultura hostil à sociedade, calcada em um “patriotismo” rastaquera.

Os golpistas construíram um castelo no ar. Pensaram ter mais força e melhor organização, e acharam que a fortuna (as circunstâncias) os beneficiaria. Que as Forças Armadas e o sistema político os apoiariam e que um “clamor popular” empurraria os tanques pelas ruas. Na hora H, deram-se conta de que a montanha a ser escalada era mais alta, a democracia era resiliente e não seria abatida com facilidade.

O golpe morreu na praia, em dezembro de 2022. Bolsonaro fugiu do País dias antes de transmitir o cargo. Em 8 de janeiro de 2023, bateu o desespero: uma chusma fanatizada e devidamente orientada depredou a Praça dos Três Poderes. O ato repulsivo mostrou a face tragicômica do plano, deixando claro que ele carecia de gente preparada, de lideranças competentes, de uma ideia razoável de País, de um princípio de honra.

O ataque à democracia não se consumou, mas produziu estragos.

Passaram-se dois anos para que a sordidez acumulada fosse investigada e exposta pela Polícia Federal. Foram então presos quatro militares e intimadas dezenas de oficiais de alta patente, assessores, um padre e o próprio Bolsonaro, que, segundo o inquérito, “planejou, atuou e teve o domínio de forma direta e efetiva” do golpe. Uma página que envergonha a história nacional começou, assim, a ser virada.

As revelações deste novembro de 2024 estão sendo esmiuçadas. O importante, agora, é refletir sobre as razões que possibilitaram a cogitação golpista, cuja gosma infecta escorreu pelo gabinete presidencial, pelo entorno de quartéis e redes sociais. Por que pensaram em algo tão estarrecedor? Além do incentivo do presidente, houve outros estímulos? As Forças Armadas não caíram na esparrela, mas não visualizaram o que se tramava?

A complexidade da vida atual explica parte do problema. Hoje ficou mais fácil tramar conspirações. Por mais que haja anteparos estatais, há muitas brechas para serem exploradas com más intenções. O Brasil não está sozinho nessa condição.

Uma sociedade fragmentada e com dificuldades de coesão, com uma cultura política rarefeita, com muitos desníveis sociais, tudo girando em alta velocidade, é propensa a complôs, ações terroristas e lideranças autoritárias. A confiança nas instituições declina, as reclamações se sucedem e a insegurança generalizada clama por uma “ordem” que caia do céu, como se fosse apaziguar mentes inquietas e sofridas. Diálogos refluem, a política torna-se uma batalha mais árdua.

Descrições desse tipo devem ser relativizadas. A desconfiança cresce, mas não predomina inconteste. As instituições falham, mas não deixam de respirar. O sistema democrático enfrenta dificuldades, mas se reproduz. Os cidadãos parecem desnorteados, mas a cada dia são mais bem informados e se mostram capacitados para enfrentar os desgovernos e brigar pela vida.

Tragédias servem para que aprendamos algumas coisas. Uma delas é exigir que se vá a fundo na apuração das responsabilidades. Anistiar os envolvidos é debochar da sociedade. Eles precisam ser punidos, exemplarmente, para que tragédias semelhantes não voltem a acontecer.

O País não está em clima de guerra civil, como mostraram as eleições municipais de 2024. Pode haver gente confusa e reacionária, mas não há uma maioria expressiva com sangue nos olhos e facas nos dentes.

É um erro trabalhar com narrativas que simplifiquem o que é complexo. O binarismo político, a falta de diálogo, os embates polarizados jogam contra os democratas, afastando-os da política como negociação e busca de consensos criativos.

A inteligência política é indispensável quando o cenário é estranho e escorregadio. Os democratas precisam tratá-la como recurso estratégico. Tanto para resolver problemas e construir um país, quanto para minimizar o risco de que pasmaceiras golpistas ganhem corpo e alma. (O Estado de S. Paulo – 30/11/2024 – https://www.estadao.com.br/opiniao/marco-aurelio-nogueira/encadeamentos-desastrosos/?)

Marco Aurélio Nogueira, professor titular de Teoria Política da Unesp

IMPRENSA HOJE

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Veja as manchetes dos principais jornais hoje (02/12/2024)

MANCHETES DA CAPA

O Globo

Créditos extras e precatórios fazem dívida pública disparar
Governo quer ampliar espaço de MDB, PSD e União para conter debandada
Japeri tem 5 dos 10 bairros mais negros do Estado do Rio
Campanha de alerta contra HIV foca nos mais jovens
Obituário/Rogério Cerqueira Leite
Mar alvinegro para saudar o Botafogo
Biden alega ‘desvio judicial’ e concede indulto ao filho Hunter

O Estado de S. Paulo

Bets chinesas pagam laranjas para atuar no mercado brasileiro
Vítimas afirmam ter recebido ameaças
Tribunais dão bônus a juízes antes de decisão do Congresso
Máfia e PCC tinham rede criptografadas exclusiva para comunicação
PF suspeita que desembargador do MS comprou casa de luxo com propina
Morre o físico Rogério Cezar de Cerqueira Leite, aos 93 anos
Corinthians vota hoje impeachment do presidente do clube

Folha de S. Paulo

Burocracia trava projeto do Ibama para conter multas bilionárias
Tesouro projeta gastos maiores com saúde por envelhecimento
Investimento em previdência privada, com atenção, pode ser opção a aposentadoria
Marcos Lisboa – Investidor está desistindo do Brasil sem solidez fiscal prometida
PGR prevê modelo controverso de denúncia conjunta
Emocionados, famílias de Paraisópolis (SP) protestam contra violência policial
Cativeiro de modelo sequestrada tinha cobras e escorpiões
Moscou e Damasco atacam cidade síria; já são 412 mortos

Valor Econômico

Trocas de CEOs em grandes empresas marcam 2024
Frustração com fiscal piora cenário no mercado
Economia tem desaceleração leve no 3º tri e aponta PIB forte no ano
Governo tenta acelerar análise do pacote de ajuste
Black Friday tem a maior alta em 4 anos
Ineficiente, agro francês ataca acordo

Cristovam aponta para a necessidade de atração de jovens para o partido

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O presidente do Cidadania no Distrito Federal, ex-senador Cristovam Buarque, aponta para a necessidade de um trabalho de base intenso no partido para a atração de jovens para a legenda. De acordo com ele, somente os quadros experientes do partido não são capazes de cumprir a missão de crescimento eleitoral que o Cidadania necessita e os jovens são fundamentais nesse movimento para fortalecer a participação da sociedade na política.

O alerta de Cristovam foi feito no último sábado, durante evento de confraternização do partido que também contou com a presença de Marcelo Aguiar, presidente da Fundação Astrojildo Pereira (FAP).

Golpe

Cristovam abordou ainda a questão da tentativa de golpe arquitetada por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro para tentar derrubar o presidente Lula e inclusive com possibilidade de prisão e assassinato de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

“0s golpes acontecem pela força dos golpistas ou pelo apodrecimento dos democratas”, disse o ex-senador, que também criticou os privilégios de uma pequena parcela do serviço público que ganha salários muito altos, fora dos padrões aceitáveis, e vira as costas para a sociedade, que acaba cada vez mais desacreditando na política.

Robin Hood e o pacote fiscal de Haddad

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NAS ENTRELINHAS

A primeira especulação contra a proposta de reforma no imposto de renda é de que a medida é eleitoreira e tem por objetivo pavimentar a reeleição de Lula

Ao anunciar o pacote de ajuste fiscal simultaneamente a mudanças no imposto de renda, que isentam quem recebe até R$ 5 mil e sobretaxam os acima de renda de R$ 50 mil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva libertou o gênio que estava preso na garrafa e, agora, gera toda sorte de especulações sobre as eleições de 2026. Seu propósito era mitigar os desgastes provocados pelos cortes de gastos preparado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, como uma espécie de Robin Hood, que tira dos ricos para dar aos mais pobres.

O mítico personagem medieval é considerado um herói na Inglaterra e ganhou as telas do cinema ao menos uma dezena de vezes. Errol Flynn (1938), Sean Connery (1976), Kevin Costner (1991), Cary Elwes (1993), Russel Crowe (2010), Taron Egerton (2018) e um raposão antropomorfizado da Disney já interpretaram o personagem do folclore saxão, que também foi objeto de estudos do historiador britânico Eric Hobsbawn (!917-2012), no livro “Bandidos”, que trata do fenômeno por ele denominado de banditismo social. Uma caraterística singular do feudalismo na Inglaterra foi a tradição de justiça popular saxã.

O contexto é a divisão da Inglaterra entre saxões e normandos, que detêm o poder, enquanto o rei Ricardo Coração-de-Leão lidera uma Cruzada, na qual seria derrotado. Robin Hood é um nobre saxão injustamente condenado por defender um camponês. Considerado fora da lei, foge para a floresta, adota o nome de Robin Hood e forma um bando de leais amigos (João Pequeno, Frei Tuck, Allan Dale e Will Scarlet), para fazer justiça social por conta própria. Ao final, casa-se com Lady Marian, sobrinha de Ricardo e se torna um nobre cavaleiro. Ainda hoje, a história passa de pais para filhos no Reino Unido.

Mas voltemos ao pacote. A primeira especulação contra a proposta de reforma no imposto de renda é de que a medida tem por objetivo pavimentar a reeleição de Lula, tese adotada no mercado financeiro. O economista Samuel Pessôa, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre-FGV), por exemplo, tem essa compreensão. O objetivo de Lula seria seduzir o eleitorado de classe média, com renda de R$ 3 mil a R$ 5 mil, para compensar o desgaste do corte de gastos.

O problema, segundo Pessôa, é que a medida está sendo proposta num momento de desequilíbrio das contas públicas e tende a agravar esse quadro, provocando aumento de inflação no país. Tão logo a proposta foi anunciada, o dólar disparou e chegou a valer mais de R$ 6 na quinta-feira (28/11). Isso deve encarecer produtos importados ou produzidos no Brasil e cotados internacionalmente, o que inclui os alimentos. “A pior coisa, para os pobres, é bagunça macroeconômica”, afirma Pessôa, um economista liberal, que defende austeridade fiscal e aumento da eficiência do setor público.

Segundo Pessôa, “uma crise fiscal contrata inflação, desorganização de emprego, outras coisas que são muito ruins”, como aconteceu entre 2014 e 2016, no segundo mandato de Dilma Rousseff. O colapso da “nova matriz econômica” adotada pela ex-presidente é um fantasma que ronda o governo Lula, ao lado da narrativa do “golpe”. O impeachment de Dilma foi um processo constitucional, com julgamento presidido pelo atual ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski.

Chapéu de pena

A proposta de aumentar a isenção do imposto de renda veio junto com outras medidas de cortes de gastos. O pacote anunciado por Haddad, porém, foi considerado insuficiente para alcançar o objetivo de economizar R$ 70 bilhões em dois anos, devido à tendência de crescimento de despesas obrigatórias, como aposentadorias, com taxas acima da expansão econômica do país.

A disparada do dólar provocou a revisão de investimentos e gerou mais incertezas. A proposta de mudança no imposto de renda zera o jogo fiscal na planilha da equipe econômica, mas o mercado interpretou a proposta politicamente. Avalia-se que o Congresso aprovaria o aumento da faixa de isenção até R$ 5 mil, porém, não sobretaxaria os mais ricos, com o aumento do imposto para quem tem renda acima de R$ 50 mil, o que provocaria mais déficit público.

Seria como convidar o peru para a ceia de Natal. O dólar só parou de subir quando os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AÇL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), em comum acordo com Haddad, anunciaram que as propostas sobre o imposto de renda somente seriam examinadas em 2026. O freio de arrumação foi completado pela revisão dos bloqueios na Educação (R$ 3.041,3 milhões), Saúde (R$ 4.388,8 milhões), Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (R$ 1.038,9 milhões), Integração e do Desenvolvimento Regional (R$ 945,3 milhões), Defesa (R$ 606,6 milhões) e Cidades (R$ 2.471,6 milhões), dentro das metas do arcabouço fiscal deste ano. Espera-se que o mercado se acalme. Veremos nos pregões de amanhã.

Entretanto, o mercado político, digamos assim, continuará agitado. A proposta do imposto de renda antecipou as especulações eleitorais, em meio ao avanço das investigações sobre a tentativa de golpe de estado de 8 de janeiro de 2023, nas quais o ex-presidente Jair Bolsonaro está cada vez mais enrolado. Lula sempre defendeu o aumento de impostos para os super ricos. Agora, faz uma proposta para atender à classe média: isentar do imposto de renda quem recebe até R$ 5 mil. Hoje, a isenção vai até R$ 2.259,20. Lula candidato é o gênio fora da garrafa. Pôs na cabeça o chapéu de pena do Robin Hood. (Correio Braziliense – 01/12/2024 – https://blogs.correiobraziliense.com.br/azedo/robin-hood-e-o-pacote-fiscal-de-haddad/)

Em Sergipe, Cidadania se prepara para governar e fazer gestões eficientes

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Com a eleição do prefeito de Nossa Senhora do Socorro, Dr. Samuel Carvalho, e do vice-prefeito de Aracaju, Ricardo Marques, o Cidadania se prepara para fazer gestões eficientes em Sergipe. No último sábado (30), o partido realizou um encontro estadual com a presença dos eleitos e dezenas de dirigentes da legenda. O evento, que aconteceu na Assembleia Legislativa do Estado, contou com a presença do presidente nacional do Cidadania, Comte Bittencourt, e do presidente regional, deputado estadual Georgeo Passos,

“Feliz em reunir amigos e lideranças do Cidadania neste sábado, na Alese. Um encontro com nosso presidente nacional Comte Bittencourt e o ex-prefeito de Vitória do Espírito Santo, Luciano Rezende. A amiga e prefeita eleita de Aracaju, Emília Corrêa, também esteve conosco. Grato pela presença de todos! Momento de compartilhar conhecimento, experiências e as conquistas das últimas eleições”, resumiu Georgeo.

Luciano Rezende, prefeito de Vitória de 2013 a 2020, e com cinco mandatos de vereador, disse estar feliz por poder compartilhar com os outros integrantes do partido sua caminhada de mais de 30 anos na vida pública. Ele ressaltou a importância da gestão eficiente das cidades e recomendou uma publicação da Fundação Astrojildo Pereira (FAP) nessa área. O livro trata da Gestão Compartilhada do Governo Reto, Rápido e Eficiente.

“Vencer as eleições é muito difícil, mas fazer um bom mandato é tão difícil quanto. Precisamos nos preparar e estar sempre abertos a novas ideias”, disse o ex-prefeito de Vitória.

Já o deputado estadual e prefeito eleito de Nossa Senhora do Socorro, Dr. Samuel Carvalho, vem se preparando para administrar bem a cidade e visitando Brasília para se inteirar de projetos que podem ser aplicados na região. “Estamos comprometidos em melhorar a educação de Sergipe e de Socorro, focados em solucionar esses problemas, como a falta de vagas na educação infantil, com a maior agilidade possível”, afirmou Samuel Carvalho.

Ricardo Marques, eleito vice-prefeito de Aracaju, agradeceu ao presidente nacional do partido, Comte Bittencourt, pelo apoio decisivo na caminhada vitoriosa para prefeitura da capital sergipana. “A liderança e a visão política do presidente Comte tem sido fundamentais para o fortalecimento do Partido Cidadania em todo o Brasil”, destacou.

Para o presidente nacional do partido, o encontro mostrou que o Cidadania está fortalecido em Sergipe e pronto para encarar novos desafios. “Elegemos um prefeito, dois vice-prefeitos e 29 vereadores em 2024. Nosso objetivo agora é atrair novos filiados para o partido, governar bem e chegarmos fortes para a disputa eleitoral de 2026”, afirmou Comte Bittencourt.

Cidadania Sergipe promove encontro com lideranças e a presença do presidente nacional

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O Cidadania em Sergipe realizará, neste sábado (30), um grande encontro que promete fortalecer a atuação política e cívica da legenda no estado. O evento reunirá presidentes de diretórios municipais, lideranças eleitas e outros membros do partido para debater estratégias e construir um diálogo em prol de pautas coletivas e regionais.

O encontro, que acontecerá no plenário da Assembleia Legislativa de Sergipe, a partir das 8h30, contará com a presença de figuras de peso no cenário político nacional. Entre os destaques, está a participação do presidente nacional do partido, Comte Bittencourt, e do ex-prefeito de Vitória (ES), Luciano Rezende, reconhecido por sua gestão inovadora na capital capixaba. Também estará presente o vice-prefeito eleito de Aracaju, Ricardo Marques.

A programação promete abordar temas estratégicos para o desenvolvimento regional e o fortalecimento do papel do partido em nível municipal e estadual. O evento é aberto a filiados e interessados em conhecer mais sobre as propostas e valores do partido. O deputado estadual Georgeo Passos, presidente estadual do Cidadania, destacou a importância do evento para o fortalecimento das bases do partido.

“O apoio de lideranças nacionais e locais nos dá a segurança de que estamos no caminho certo para transformar ideias em ações concretas que beneficiem nosso povo. Este encontro representa mais do que uma reunião, é uma oportunidade de construirmos juntos o futuro do Cidadania em Sergipe. Estamos trazendo grandes referências nacionais e locais para inspirar e enriquecer o debate político em nosso estado”, assegurou Georgeo.