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IMPRENSA HOJE

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Veja as manchetes dos principais jornais hoje (21/08/2024)

MANCHETES DA CAPA

O Globo

Acordo entre Poderes mantém emendas, mas exige transparência
Fazenda eleva a 28% projeção de futuro imposto único
Mercado revê expectativa de alta dos juros, e dólar sobe
Senado aprovação compensação à desoneração da folha
Candidatos apoiados por Bolsonaro lideram tempo de TV em São Paulo, Rio e BH
Conquistar o voto dos mais pobres vira desafio para a esquerda
Condenação de 2010 contraria versão de Marçal
Depois de uma ano, cartão Jaé é usado em apenas 1% dos embarques no Rio
Pista da Avenida Lúcio Costa terá redutores de velocidade
Convenção democrata tem Obama e despedida de Biden

O Estado de S. Paulo

Acordo entre Poderes mantém emendas, mas com novos critérios
PCC lavou dinheiro com agentes de jogadores, diz delação
Senado aprova desoneração da folha de pagamentos e compensações
Correios fazem acordo e vão cobrir R$ 7,6 bilhões do rombo do Postalis
Ajuste em distorções do BPC é ‘dedo na ferida’, afirma Haddad
Agência refaz lista de cidades aptas a receber royalties da mineração
Nunes resiste se ‘bolsonarizar’ para enfrentar Marçal
Ibirapuera faz 70 anos com lugar em lista dos melhores do mundo
Obama devolve a Kamala o apoio que recebeu há 17 anos

Folha de S. Paulo

Poderes chegam a acordo, mas emendas continuam suspensas
STF reúne 13 investigações sobre suspeitas em emendas
Lula acaba com transparência em verda da Codevasf
Senado aprova projeto de lei da desoneração
Aval a bets pode gerar arrecadção de R$ 3,06 bilhões
Haddad defende rever gastos do BPC e afirma que não é corte
Bolsa renova recorde e vai a 136 mil pontos
Fumaça de queimdas se espalha por dez estados
Democratas levam republicanos ao 2º dia de convenção

Valor Econômico

Poderes anunciam acordo e definem critérios para emendas
Senado aprova projeto que compensa desoneração
Democratas confiam em força de Obama
Na indústria, pouca ociosidade e estoques baixos
Gestora aposta em ‘situações especiais’
Maior exportador de algodão, Brasil vende até ao Egito
Abastecimento de energia no horário de pico preocupa ONS

Diga-me com quem andas, que te direi se vou contigo

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NAS ENTRELINHAS

As relações entre o presidente Lula e Nícolas Maduro, que acaba de forjar sua reeleição para continuar no poder na Venezuela, seriam um prato feito para o Barão de Itararé

O provérbio que intitula a coluna tem inspiração bíblica, mas é de autoria do humorista Fernando Apparício de Brinkerhoff Torelly, autodeclarado Barão de Itararé, uma referência à cidade paulista que foi palco de batalhas em 1893 (Revolta da Armada), 1930 (Revolução de 1930) e 1932 (Revolução Constitucionalista). A segunda diz-se que não houve, mas há controvérsias: tropas de Getúlio Vargas e Washington Luiz teriam se enfrentado de verdade.

Gaúcho do Rio Grande, a 317km de Porto Alegre (RS), Torelly nasceu em 29 de janeiro de 1895. Seu pai, João da Silva, era brasileiro, e sua mãe, Maria Amélia, uruguaia. Não tinha completado dois anos quando a mãe, então com 18, tirou a própria vida. Órfão de mãe, foi adotado pelos jesuítas de São Leopoldo. No Colégio Nossa Senhora da Conceição criou seu primeiro jornal de humor, o Capim Seco, escrito à mão.

Aos 17 anos, se matriculou na Escola de Medicina e Farmácia de Porto Alegre, mas não levou a sério a anatomia e virou jornalista. Trabalhou em jornais e revistas de Porto Alegre e interior. Aos 30 anos, foi bater às portas do jornal O Globo, no Rio de Janeiro, a capital do país. Se ofereceu a Irineu Marinho, seu fundador, para fazer qualquer coisa, de “varredor à diretor da redação”. Sua primeira crônica foi publicada na versão matutina do jornal, em 10 de agosto de 1925.

Com a morte de Irineu Marinho, Torelly migrou para as páginas do jornal A Manhã, de Mário Rodrigues (1885-1930), pai dos jornalistas Mário Filho (1908-1966) e Nelson Rodrigues (1912-1980). Batizada de Amanhã Tem Mais…, a coluna diária fez enorme sucesso. Tanto que resolveu criar seu próprio jornal, o semanário A Manha, que circulou de 1927 até 1959. Morreu no dia 27 de novembro de 1971, aos 76 anos, em Laranjeiras, na Zona Sul do Rio, de “arteriosclerose cerebral, seguida de coma diabético”.

As relações entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente da Venezuela, Nícolas Maduro, que acaba de forjar sua reeleição para continuar no poder por mais seis anos, seriam um prato feito para o Barão de Itararé. A Venezuela tem as maiores reservas de petróleo do mundo, porém, sua população vive na miséria. As declarações atrapalhadas de Lula sobre a crise política no vizinho e seu aliado tóxico seriam motivos de piadas. Alimentariam aforismos, provérbios e trocadilhos de Torelly. Diria que o ditador venezuelano não cairá de maduro.

Labirinto

Lula está num labirinto diplomático, como Teseu da mitologia grega diante do Minotauro. Desde que a cúpula petista decidiu reconhecer a vitória de Maduro, a crise da Venezuela transformou a política externa num divisor de águas da política interna, não mais com a extrema direita, porém, entre o governo Lula e o chamado “centro democrático”.

Pode-se imaginar que a questão não tem importância porque o povo está preocupado com as agruras do dia a dia. Ou os políticos com as emendas ao Orçamento da União. Entretanto, para a opinião pública, Lula contemporiza com Maduro. Deixasse o Itamaraty seguir o roteiro da nossa diplomacia tradicional, independente e pragmática, não haveria tanta polêmica. Entretanto, falaram mais alto os laços ideológicos e a solidariedade pessoal quando estava preso.

Na diplomacia, as palavras são escolhidas com cuidado, mais ainda as ambíguas. De improviso, Lula disse três besteiras que o colocaram numa saia justa: que a situação da Venezuela era normal, quando a oposição estava sendo duramente reprimida; que Edmundo Gonzales deveria recorrer à Justiça, caso sua vitória não fosse reconhecida por Maduro; e que deveria haver um acordo para a realização de novas eleições ou formação de um governo de coalizão, o que nem Maduro nem a oposição aceitam.

Uma decisão ambígua de Lula abriu a porta do labirinto: aguardar a divulgação das atas de votação das eleições, o que Maduro se recusa a fazer, porque perdeu a disputa de lavada. O que o parecia ser uma manobra para ganhar tempo e reconhecer a vitória de Maduro, virou tábua de salvação para Lula, porque as atas verdadeiras nunca aparecerão. Isso abre a possibilidade de um rompimento político pessoal, mas não parece ser essa a determinação de Lula.

A questão central é subestimar a centralidade da democracia na definição de regime bolivariano, que Lula já chamou de “democracia relativa” e, agora, diz que é um regime “desagradável”. Grosso modo, desde a chegada ao poder de Hugo Chávez, o governo venezuelano tem um viés bonapartista, por se colocar acima das classes e ser sustentado por militares, embora tenha gozado inicialmente de grande apoio popular.

Com Maduro, a Venezuela derivou para um regime “iliberal”, no qual as eleições presidenciais legitimavam seu autoritarismo; sem isso, agora, se torna uma ditadura aberta, com características fascistas, porque não respeita a vontade das urnas e recorre ao terror de Estado para se manter no poder, com sequestros, prisões e assassinatos. Mais ou menos o mesmo caminho da Nicarágua, que expulsou o embaixador brasileiro e, ontem, proibiu de existir cerca de 1.500 organizações não-governamentais existentes no país.

Tivesse deixado o caso por conta do Itamaraty, haveria uma saída diplomática para o Brasil sem grande desgaste político interno. Agora, para evitá-lo, Lula precisa romper com Maduro. Mas “quem não muda de caminho é trem”, diria o Barão de Itararé. (Correio Braziliense – 20/08/2024)

IMPRENSA HOJE

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Veja as manchetes dos principais jornais hoje (20/08/2024)

MANCHETES DA CAPA

O Globo

Roberto Campos Neto – ‘Espero que meu sucessor não seja julgado pela camisa que usou ao votar
Disputa eleitoral faz escalar troca de ataques entre Castro e Paes
Contra tática de Marçal, candidatos esvaziam debate em São Paulo
Propostas para cinco temas na corrida pela prefeitura paulistana
Cenário externo leva Bolsa brasileira a recorde histórico
Governo, Congresso e STF se reúnem por saída para emendas
Fumaça resultante de queimadas chega ao Sul e atinge 10 estados
Guerra do tráfico leva horror a praça de Vila Isabel
Israel aceita cessar-fogo, dizem EUA
Democratas iniciam convenção para oficializar Kamala

O Estado de S. Paulo

Otimismo com economia dos EUA faz Bolsa bater recorde
Para Galípolo, é preciso evitar ‘desarranjos’
Nunes e Boulos tentam conter ‘lacração’ de Marçal, que vira alvo do MP
Governo prevê 35% a mais de gastos em 4 anos com abono e seguro-desemprego
Microplático contamina peixes e praias de Ubatuba
Chavismo promove lei ‘antifacismo’ contra oposição
Tornado afunda iate com 22 a bordo na Sicília; morrem bilionário e filha
Democratas, unidos por Kamala e dividos por Gaza

Folha de S. Paulo

Magda amplia presença de sindicato e PT na Petrobras
Bolsa fecha acima de 135 mil pontos e bate recorde histórico
União pode perder R$ 44 bi por ano se renegociar dívida
Abreu e Lima faz 10 anos sem unidade antipoluição
Efeito Marçal faz campanhas em SP reverem estratégia
Celulares roubados em SP vão para favelas chefiadas pelo PCC
Superlua, quando satélite está mais próximo à Terra, ocorre até amanhã
Superiate de luxo afunda na Itália com 22 a bordo
George Santos faz acordo e se declara culpado nos EUA
Democratas dedicam 1º dia de convenção a Joe Biden

Valor Econômico

Pedidos de RJ batem recorde liderados pelas micro e pequenas empresas
Ibovespa sobe 1,36% e alcança marca inédita
Bolsa Família ajuda a mudar futuro de filho de beneficiário
Em convenção, Biden faz defesa de seu legado
Blinken diz que Israel aceitaria cessar-fogo
STF busca negociação sobre emendas

Cidadania disputa eleições com quase cinco mil candidatos

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O Cidadania vai disputar as eleições de 2024 com 4.873 candidatos. O maior número de postulantes é no estado de Minas Gerais, com 1.158 filiados registrados para concorrer ao pleito. Em São Paulo são 837 candidatos, seguido do Paraná com 613 e Rio de Janeiro, que lançou 492 candidatos.

O presidente nacional do Cidadania, Comte Bittencourt, vem percorrendo todos os estados do Brasil para mobilizar o partido nesta campanha, e deseja sucesso a todos os candidatos. “Vamos para as ruas e para as redes levar as propostas do Cidadania que são baseadas na justiça social, na defesa da democracia e no fortalecimento do poder local com novas práticas de administração”, destacou.

Entre as maiores cidades em que o partido disputa a prefeitura estão Manaus (AM), São Bernardo do Campo (SP), Campinas (SP), Macaé (RJ), Lages (SC) , Guarapuava (PR) e Araxá (MG).

IMPRENSA HOJE

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Veja as manchetes dos principais jornais hoje (19/08/2024)

MANCHETES DA CAPA

O Globo

Governo planeja cerco a operações com moedas digitais
Escolas do Rio com piores notas do Ideb estão em regiões com mais violência
Campanha de Ricardo Nunes se divide sobre como lidar com Marçal
Aumentam os acidentes com fios de postes no país
Concurso Unificado mobiliza 1 milhão de pessoas
Despedida de Silvio Santos – Enterro foi reservados para amigos e parentes em SP
Convenção democrata começa hoje para referendar Kamala

O Estado de S. Paulo

Cortes no Orçamento de 2025 geram crise entre ministérios
28% das escolas brasileiras proíbem uso de celular pelos alunos
Advogados pró-PT obtêm nomeações para o Excutivo e o Judiciário
Concurso unificado tem mais de 50% de abstenção
Uma ponte que, por ora, não leva a lugar nenhum
Ucrânia almeja zona-tampão em região invadida da Rússia

Folha de S. Paulo

Governo se reúne mais com bets para regular apostas
‘Enem dos Concursos’ tem abstenção superior aos 50%
STF pode evitar tributo sobre VGBL e PGBL
Aliados de Lula chefiam comissões com mais emendas
Pressão de Lula por petróleo ignora berçário de peixes, mangue e floresta
Marina Silva – É preciso premiar país que mantém floresta de pé
Congonhas muda rotas e leva ruído a Ibirapuera
1 em 4 candidatos mudou declaração de cor da pele
X desobedece ao STF em momento pré-eleições
Convenção democrata é chance para Kamala

Valor Econômico

Fila do INSS cai, mas alta no auxílio-doença preocupa e indica aumento de fraudes
O adeus ao apresentador, empresário e ícone da TV
Ministros do STF veem ‘freio de arrumação’ em caso de emendas
Projeções de crescimento maior e juro mais alto ganham força
Incorporadoras lucram R$ 1,3 bi no 2º trimestre

Cidadania prepara evento com ex-presidentes para celebrar 40 anos do fim da ditadura

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Sessão do Congresso em 25 de abril de 1984. De pé (esq. para dir.): deputado Dante de Oliveira; senadores Fernando Henrique Cardoso, Humberto Lucena e Roberto Saturnino; e deputado Roberto Freire. Sentado: senador Moacir Dalla, presidente do Congresso

Por Pedro Lima – Coluna Estadão

O Cidadania vai promover um ato político para celebrar os 40 anos do fim da ditadura militar no Brasil. Ainda sem data definida, a solenidade já tem as presenças confirmadas dos ex-presidentes José Sarney (MDB) — o primeiro civil a comandar o País após 21 anos de militares — e Fernando Henrique Cardoso (PSDB), além do ex-senador Cristovam Buarque (Cidadania) e do ex-deputado federal Roberto Freire (Cidadania). Em 15 de janeiro de 1985, Tancredo Neves foi eleito presidente pelo colégio eleitoral, mas morreu antes de assumir o cargo.

À Coluna do Estadão, o presidente nacional do Cidadania, Comte Bittencourt, revelou que vai convidar para o evento “todos os personagens da política que são democratas, e todos os partidos que contribuíram com essa reconstrução”. “Não tem que excluir ninguém”, afirmou. Ele evitou confirmar, porém, se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que foi deputado federal constituinte, estará na lista.

“A ideia é que a gente possa fazer não só um movimento de comemoração, mas de fortalecimento da democracia”, reforçou à Coluna. “Tem uma coisa ainda embrionária, mas que o partido já decidiu fazer.”

Com Silvio Santos candidato, a história seria outra

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NAS ENTRELINHAS

O apresentador recusara todos os convites para ingressar na política, mas a eleição direta para a Presidência, com apoio de Sarney, era muito tentadora

A história poderia ter sido outra na primeira eleição direta para presidente da República após a redemocratização, que elegeu Fernando Collor de Mello, numa disputa de segundo turno com outro candidato que surpreendeu os políticos da época, o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Quem poderia ter mudado esse curso? O apresentador e empresário Silvio Santos, fundador e dono SBT, que faleceu na madrugada deste sábado, em São Paulo, aos 93 anos. Seu nome de batismo era Senor Abravanel.

O “dono do Baú da Felicidade” era considerado um aventureiro diante de figuras como Ulysses Guimarães (PMDB), Mario Covas (PSDB0, Leonel Brizola (PDT), Paulo Maluf (PDS) e Aureliano Chaves (PFL). Ma non troppo. Tinha um padrinho poderoso, o ex-presidente José Sarney, que havia virado vidraça na campanha eleitoral, porque ninguém o defendia. Outros candidatos também confrontavam Sarney: Afonso Camargo (PTB), Afif Domingos (PL), Celso Brant (PMN), Fernando Gabeira (PV), Roberto Freire (PCB) e Ronaldo Caiado (PSD). E o histriônico Eneas (PRONA), que se destacou entre os desconhecidos.

Sílvio Santos foi uma cartada de última hora, articulada pelo deputado Marcondes Gadelha, que seria seu vice, e mais dois cardeais do PFL muito ligados a Sarney: Hugo Napoleão e Edison Lobao. Os três aliados do presidente da República à época quase conseguiram remover a candidatura de Aureliano Chaves, mas faltou combinar com o empresário Antônio Ermírio de Moraes, que prometeu financiar a campanha do ex-vice-presidente.

Aureliano Chaves havia sido vice do presidente João Batista Figueiredo, o general que deixou o Palácio do Planalto pela garagem, sem passar a faixa para Sarney. Político mineiro, fora um dos que insurgira contra a candidatura de Paulo Maluf na antiga Arena, para apoiar Tancredo Neves no colégio eleitoral.

A elite paulista temia que a entrada em cena de Sílvio Santos favorecesse os candidatos de esquerda. Com os votos concentrados, Collor estaria no segundo turno. Silvio Santos foi obrigado a buscar um partido pequeno, o PMB, que removeu da disputa o pastor Armando Corrêa.

Também faltou combinar com o jornalista Roberto Marinho, dono do maior grupo de comunicação do país, que apoiava aquele que viria a vencer o pleito: Collor de Mello, que se notabilizara no governo de Alagoas como “caçador de marajás”. Filho do senador Arnon de Mello, sócio do dono da rede Globo em Alagoas, Collor candidatou-se por um pequeno partido, o PRN, e fez sua campanha tendo como alvo o governo Sarney. Caiu nas graças de Marinho porque defendia a abertura da economia e as privatizações, além de herdar os antigos laços comerciais com o amigo de seu pai. Marinho era o principal fiador de sua candidatura.

A candidatura de Silvio Santos foi oficializada duas semanas antes da eleição, no dia 31 de outubro de 1989. De pronto, se tornou uma alternativa para derrotar os dois candidatos de esquerda, Lula e Brizola, diante do fato de as candidaturas de Ulysses e Covas não terem emplacado. O primeiro foi “cristianizado” pelo governador de São Paulo, Orestes Quércia (PMDB); o segundo, era líder de um partido ainda em formação, o PSDB.

Populismo de centro

Collor já liderava a disputa, mas não teve apoio da mesma elite política que mais tarde viria a se articular com os jovens cara-pintadas da campanha do impeachment, que o levou à renúncia. Sílvio Santos nunca exercera um cargo político, porém, era um empresário competente e sabia se movimentar nos bastidores do poder. Só com a popularidade de apresentador de tevê não teria construído seu império de comunicação.

Foi durante o regime militar que Sílvio Santos obteve autorização para operar canais de TV no Rio, São Paulo, Porto Alegre e Belém, e formar o Sistema Brasileiro de Televisão, o SBT. O programa “Semana do Presidente”, criado em 1981, para divulgar as ações do governo Figueiredo, agora divulgava as ações do presidente Sarney.

Até então, Silvio Santos recusara todos os convites para ingressar na política, mas a eleição direta para a Presidência, com apoio de Sarney, era muito tentadora. Marconde Ferraz defendia a tese de que o apresentador seria um “populista de centro”, contra um populista de direita e outro de esquerda. Quem mais se sentiu ameaçado foi Collor de Mello, que agora enfrentava um segundo colocado que lhe tirava votos e não dois concorrentes que disputavam votos entre si, como acontecia com Lula e Brizola.

A operação para remover Silvio Santos foi articulada pelo tesoureiro da campanha de Collor, PC Farias, e o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, então funcionário da Xerox do Brasil, que descobriu irregularidades no registro da candidatura. O PMB não havia realizado as convenções estaduais exigidas pela legislação eleitoral. Foi um ovo de Colombo: seis dias antes das eleições, por 7 votos a 0, a candidatura de Silvio Santos foi impugnada. Collor obteve no primeiro turno 30% dos votos, quase o dobro de votos do segundo colocado, Lula. No segundo, venceu o petista por 53% a 46%. (Correio Braziliense – 18/08/2024)

IMPRENSA HOJE

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Veja as manchetes dos principais jornais hoje (16/08/2024)

MANCHETES DA CAPA

O Globo

Lula vê ‘sequestro’ do Orçamento, e Congresso recorre da liminar de Dino
Brasil não reconhece Maduro eleito e vê ideia de novo pleito rejeitada
Ideb mostra rede pública fluminense na penúltima posição
Escolas em tempo integral têm desempenho melhor
Bolsonaristas expõem contrariedade com atitudes de Nunes
Ex-aliados criticam Freixo por defender voto em Paes
Americanas fecherá 100 lojas e vai focar em produtos baratos
Ucrânia finca pé na Rússia

O Estado de S. Paulo

Número de jovens internados por ansiedade sobe 136% em 10 anos
Em MG, doena afeta 60% dos universitários
PEC da Anistia é aprovada; trâmite rápido contradiz Pacheco
Ensino fundamental – Rede particular de SP piora e não figura no topo do ranking
Verba do PCC para camapnhas é ‘muito maior do que se imaginava’, diz PM
Rebeca já fala em se aposentar: ‘Talvez para antes de Biles’
Biometano é mantido no gás natural em derrota da Petrobras
Biden aparece com Kamala pela 1ª vez desde desistência
Nicolás Maduro e oposição rejeitam proposta de nova eleição na Venezuela

Folha de S. Paulo

Lula agora diz não reconhecer vitória de Maduro em eleição
Órgão do TSE sob Moraes teve acesso informal a dados da polícia paulista
Congresso conclui aprovação de PEC com anistia a partidos
Americanas atuou para manter nota de risco
Quase 4 anos de aprendizado separam alunos ricos de pobres
Polícia Civil de SP faz operação contra fraudes em convênios
Sabesp antecipará R$ 2 bi à Prefeitura de SP após venda
Britânico faz de fazenda do bisavô área de preservação da Mata Atlântica no RJ

Valor Econômico

Novatas na bolsa se unem a rivais em operações de fusões e aquisições
Barroso nega suspensão de liminares de Dino sobre emendas
Ações da Americanas caem 57,6%
Lula diz que não reconhece eleição de Maduro
‘Big Techs’ buscam mudar regras para emissões
Construção civil sente falta de mão de obra
Ibovespa ganha 7% após oito pregões seguidos de alta
As novas vozes do jazz

Eleições 2024: Estamos todos juntos por um país mais justo

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Foi dada a largada. A partir de hoje, começa a campanha. Uma campanha pela democracia e pela justiça social.

O Cidadania é um partido centenário e em eterna evolução. Assim como são nossos candidatos nesse pleito municipal de 2024. Sabemos ouvir, articular e contribuir.

A Executiva Nacional do Cidadania deseja a todos os nossos candidatos, nessas eleições, sucesso, e aproximação ao que é mais essencial: a voz do eleitor.

Estamos todos compromissados em manter, nessa jornada, um país mais justo.

Somos um partido que faz a diferença!

Brasília, 16 de agosto de 2024.

Executiva Nacional do Cidadania

Agora é Moraes que precisa se justificar

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NAS ENTRELINHAS

As críticas sobre a atuação coordenada do ministro nas duas Cortes recrudesceram. Nos meios jurídicos, muitos questionam a condução dos processos pelo ministro Alexandre de Moraes

O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), saiu em defesa do ministro Alexandre de Moraes, a propósito de reportagens publicadas pela Folha de S.Paulo na última terça-feira, na qual o ministro é apontado como autor de mensagens não oficiais que ordenaram à Justiça Eleitoral produzir relatórios com objetivo de embasar suas decisões no inquérito das fake news, o que seria ilegal. Segundo Barroso, “a ideia de que as iniciativas foram tomadas à margem da lei é equivocada”.

Nos bastidores, a denúncia foi o assunto da abertura da sessão do Supremo. Segundo as reportagens de Fábio Serapião e Glenn Greenwald, as trocas de mensagens entre o gabinete de Alexandre de Moraes no STF e o órgão de combate à desinformação do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), à época sob seu comando, indicam que os alvos de investigação eram previamente escolhidos pelo ministro ou por seu juiz assessor. Greenwald, jornalista norte-americano radicado no Brasil, é o mesmo que denunciou as relações promíscuas entre o então juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, e os procuradores federais da força-tarefa da Lava-Jato.

Os relatórios eram refeitos quando não ficavam sob medida para decisões do ministro Moraes, como multas ou bloqueios de contas e redes sociais. As mensagens foram trocadas entre Aírton Vieira, juiz instrutor do gabinete de Moraes no STF; Marco Antônio Vargas, juiz auxiliar de Moraes durante sua presidência no TSE; e Eduardo Tagliaferro, então chefe da AEED (Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação). Esse órgão que era subordinado a Moraes na Justiça Eleitoral.

O gabinete de Moraes no STF teria utilizado a estrutura do TSE para produzir relatórios contra cerca de 20 aliados de Bolsonaro. Um dos alvos foi o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), seu filho. Conversas de novembro de 2022 entre Marco Antônio Vargas e Tagliaferro mostram o pedido para relacionar o parlamentar com o argentino Fernando Cerimedo, que disseminava fake news sobre a segurança das urnas eletrônicas.

“Ele quer pegar o Eduardo Bolsonaro”, “A ligação do gringo com o Eduardo Bolsonaro”, escreveu o juiz, em 4 de novembro. “Será que tem?”, respondeu Tagliaferro. Na manhã seguinte, voltaram ao tema: “Tem um vídeo do Eduardo Bolsonaro com a bandeira do jornal que fez a live de ontem, conseguimos aí relacionar ele àquilo”, informou Tagliaferro. “Bom dia! Que beleza”, respondeu o juiz auxiliar de Moraes.

Bumerangue

As mensagens foram trocadas de agosto de 2022, no período eleitoral, a maio de 2023, ou seja, após o 8 de janeiro de 2023, quando bolsonaristas invadiram e depredaram os palácios dos Três Poderes, em Brasília. Tagliaferro negou a não conformidade. “Cumpri todas as ordens que me eram dadas e não me recordo de ter cometido qualquer ilegalidade”, disse Tagliaferro.

Presidente do Supremo, Barroso expressou a opinião majoritária entre os pares, mas certamente há vozes discordantes. “Todas as informações que foram solicitadas pelo ministro Alexandre de Moraes referiam-se a pessoas que já estavam sendo investigadas. Informações voltadas à obtenção de dados referentes a condutas de reiteração de ataques à democracia e de ataques de ódio”, justificou. Segundo o presidente do STF, diversas determinações, requisições e solicitações foram feitas a inúmeros órgãos, inclusive, ao TSE, que, “no exercício do poder de polícia, tem competência para a realização de relatórios”.

O ministro Gilmar Mendes, decano da Corte, também se manifestou. Disse que “a censura que tem sido dirigida” a Moraes parte de setores que buscam “enfraquecer a atuação do Judiciário e, em última análise, fragilizar o Estado Democrático de Direito”. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, também defendeu o ministro e elogiou a “diligência, coragem, assertividade e retidão” nas manifestações, decisões e no modo de conduzir os processos.

As críticas sobre a atuação coordenada do ministro nas duas Cortes recrudesceram. Nos meios jurídicos, muitos questionam a condução dos processos por Moraes, principalmente depois que acumulou as investigações no TSE e compartilhou provas com o inquérito criminal. O ministro agora é acusado de exorbitar nos seus poderes. Parlamentares da oposição se mobilizam para pedir seu impeachment no Senado e aprovar uma anistia para os envolvidos no 8 de janeiro. É um efeito bumerangue. (Correio Braziliense – 15/08/2024)