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Que falta nos faz um consenso nacional

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NAS ENTRELINHAS

A “política como negócio” faz parte da ordem democrática, mas, aqui, é feita de forma escamoteada e sufoca a “política do bem comum”, que deveria ser hegemônica

Uma das questões mais angustiantes da política brasileira é a ausência de um projeto de desenvolvimento sustentável, em bases democráticas, que conte com amplo apoio político e respaldo social. Sem um consenso nacional, a agenda é pautada pela “transa” entre seus protagonistas, movidos por interesses da pequena política. Essa urgência é dada pela distância crescente entre nosso país e outras nações, não somente os Estados Unidos ou os países europeus, mas, também, os asiáticos, como China e Índia, que, hoje, ocupam a posição de segunda e quinta economias do mundo, enquanto ficamos para trás.

Ontem, em um artigo publicado na Carta Capital, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, expôs de forma resumida uma agenda de integração do Brasil com os demais países da América do Sul que contempla obras de infraestrutura, transição energética, avanços da ciência e da tecnologia, além de medidas voltadas para as questões aduaneiras, policiais e o turismo. Hoje, lamentavelmente, o contrabando de mercadorias, o comércio ilegal de armas e o tráfico de drogas, além da imigração de refugiados — particularmente, de venezuelanos, que cresce —, têm mais visibilidade do que a agenda positiva.

Batizado de Consenso de Brasília, os países da América Latina têm predisposição de agir em conjunto, em que pese os problemas políticos no continente. E as mudanças geopolíticas transformaram a China na maior interessada em que essa integração ocorra. Por motivos óbvios: a Nova Rota da Seda é como um rio que busca o leito mais favorável. Mais uma razão para o Brasil acelerar a implementação das cinco rotas de integração com os países vizinhos, que são multimodais. Envolvem hidrovias, rodovias, infovias (fibra óptica), portos, linhas de transmissão elétrica, ferrovias e aeroportos.

O deslocamento do eixo do comércio mundial do Atlântico para o Pacífico impõe a modernização de nossa infraestrutura logística em onze estados de fronteira: Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraná, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima e Santa Catarina. Segundo a ministra Simone Tebet, três dessas rotas passam pelo Centro-Oeste e o Norte do país (Rota 1/Ilha das Guianas; Rota 2/Amazônica; Rota 3/Quadrante Rondon); duas englobam a Região Sul: (Rota 4/Bioceânica de Capricórnio, que sai de São Paulo até Antofagasta, no Chile, passando pelo Paraguai) e a Rota 5/Porto Alegre-Coquimbo, também no Chile, que cruza a Argentina).

“Uma rota não briga com a outra. O sucesso da saída mais ao leste, como a pavimentação da BR-156, no Amapá, fronteira com a Guiana Francesa, não atrapalhará, por exemplo, o escoamento de produtos na perna mais ao leste, como Tabatinga, no Amazonas”, explica Tebet. O governo Lula conta com uma carteira de US$ 10 bilhões, contados os recursos do BID, CAF, Fonplata e BNDES, para investir no projeto. Os vizinhos somam 200 milhões de habitantes, o equivalente a um Brasil inteiro, e são potenciais consumidores e produtores de bens e serviços.

Pequena política

Projetos dessa envergadura não acontecem apenas por vontade dos governos, há que se ter convergência de forças econômicas, políticas e sociais. Uma consciência coletiva é necessária para virar a chave e inaugurar um novo ciclo de desenvolvimento. Foi assim como o Plano de Metas de Juscelino Kubitscheck, na década de 1950, para um novo salto na industrialização do país, e com o Plano Real, nos governos Itamar Franco e, principalmente, Fernando Henrique Cardoso, que enfrentou a hiperinflação e estabilizou a moeda, rompendo a lógica da “inflação inercial” como forma de financiamento dos investimentos públicos. Em ambos os casos, havia os descrentes e quem fizesse oposição frontal ao projeto, mas criou-se um amplo consenso de que o país deveria estar engajado. Esse consenso é que evita, mitiga ou corrige os erros. É assim que funciona na democracia. A via de modernização autoritária, como correu no Estado Novo e no regime militar, dispensa amplos consensos, mas não nos interessa.

O que isso tem a ver com o momento político que estamos vivendo? Muito pouco. Não está nas prioridades do Congresso Nacional, haja vista o debate sobre as emendas parlamentares ao Orçamento da União, que abocanham R$ 44,67 bilhões, sendo que R$ 25,07 bilhões em emendas individuais, R$ 11,05 bilhões em emendas de comissões, e R$ 8,56 bilhões em emendas de bancadas estaduais. Esses recursos são pulverizados, voltados para interesses paroquiais e, alguns casos, desviados. Momentaneamente, foram suspensos, por falta de transparência, mas o que interessa aqui é o espírito da coisa.

O que está por trás de tudo isso não é a grande política, um projeto nacional. É apenas a pequena “política como negócio”, que faz parte da ordem capitalista democrática, mas, aqui, é feita de forma escamoteada e sufoca a “política do bem comum”, que deveria ser hegemônica, para usar os conceitos do filósofo e sociólogo alemão Max Weber, autor de A política como vocação e A ética protestante e o espírito do capitalismo (Companhia das Letras). (Correio Braziliense – 15/09/2024)

Hélio da Apae e Michel Roriz intensificam campanha pela prefeitura de Anápolis

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Em uma carreata que movimentou a cidade neste sábado, o candidato a prefeito de Anápolis-GO, Hélio da Apae, e seu candidato a vice, o empresário e presidente estadual do Cidadania Michel Roriz, percorreram diversos bairros recebendo o apoio da população. No percurso eles também conversaram com moradores e apresentaram suas propostas para governar o município.

Anápolis fica localizada próximo a capital, Goiânia, e possui 415 847 habitantes, sendo a terceira maior cidade do estado em população e a segunda força da economia. Muito de seu PIB vem do o polo industrial, com destaque para o ramo farmacêutico.

A melhoria da saúde é um dos pontos centrais do plano de governo de Hélio e Michel. Eles pretendem focar na atenção primária à saúde, com o apoio do servidor municipal e a participação do setor privado “de forma limitada”. Propõe criar um sistema de regulação integrado com o Estado, universalizando o sistema de marcação de consultas.

Sobre as unidades de atendimento de “portas abertas”, Hélio menciona que irá incrementá-las com a criação de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) na região Norte, um Centro Materno Infantil e a reativação do Hospital Municipal.
Na atenção básica, Hélio e Michel afirmam que trarão de volta a gestão para a Prefeitura e aumentarão o número de agentes por meio da realização de concurso público.

Hélio também promete dar atenção ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), com a criação de uma nova sede e gratificação para os profissionais. Ele também menciona a ampliação das redes de atenção, com a reestruturação das redes de urgência e emergência, saúde mental, e a criação de um banco de sangue municipal.

Campanha de Dr. Samuel Carvalho empolga Nossa Senhora do Socorro

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O deputado estadual e candidato a prefeito de Nossa Senhora do Socorro-SE, Dr. Samuel Carvalho (Cidadania), está fazendo uma campanha empolgante no município e atraindo cada vez mais apoiadores. A cidade, de 192 mil habitantes é a segunda maior de Sergipe, atrás apenas da capital Aracaju.

Ele já realizou grandes carreatas na cidade e também vem visitando todos os bairros, conversando com moradores e ouvindo reivindicações sobre os problemas que os moradores de Socorro enfrentam no dia a dia.

“Até agora não tenho palavras para descrever tudo que vivemos na nossa grande carreata da mudança. Milhares de pessoas foram para as ruas declarar a sua vontade de mudança e foi lindo de se ver!”, disse o candidato.

Entre as propostas de Dr. Samuel, que tem como vice Edson Muniz, estão a melhoraria da saúde, da educação e da infraestrutura do município. O candidato já tem um histórico de preocupação com o município e como deputado estadual já destinou mais de R$ 3 milhões nos últimos anos para diversas obras e ações na cidade.

Mesmo em campanha pela reeleição, Welberth continua trabalhando e vistoriando obras

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Mesmo em intensa campanha pela reeleição, o prefeito de Macaé, Welberth Rezende (Cidadania), segue nas ruas trabalhando e acompanhando de perto o andamento das dezenas de obras realizadas pelo Governo na cidade. Ele lidera todas as pesquisas de intenção de votos, resultado do excelente trabalho que vem realizando nos municípios.

Um dos exemplos disso é a obra de macrodrenagem na Linha Vermelha, que passou por uma vistoria de Welberth. Ela é de extrema importância para moradores dos bairros Visconde de Araújo, Miramar e Campo D’Oeste. Esses bairros estão recebendo, já há algum tempo, a instalação de novas manilhas que vão aumentar a capacidade de absorção das águas, melhorando a questão dos alagamentos na cidade.

“Estou aqui na obra da Linha Vermelha. Uma grande obra e que vai mudar definitivamente a vida das pessoas. Por aqui vamos acabar com a questão dos alagamentos. Triplicamos a capacidade de absorção das águas e também das bombas que foram colocadas vindas do México. Estamos fazendo um grande projeto de drenagem e depois faremos um grande boulevard por cima, construindo uma bela ciclovia”, destacou o prefeito.

Welberth fez questão de frisar que as intervenções realizadas nos bairros visam solucionar de uma vez por todas a questão dos alagamentos. O problema era recorrente no município e já gerou inúmeros prejuízos aos moradores dos bairros. Essa era uma das maiores reinvindicações dos macaenses.

“Macaé tem obras para todos os lados e sobretudo obras que melhoram a vida das pessoas e vão acabar com os alagamentos não só aqui mas também em vários bairros da cidade. Um forte abraço a todos. E estamos aqui, trabalhando”, disse o prefeito ao encerrar a visita.

Com informações do Clique Diário

Recuperação de Nunes deixa Boulos em segundo

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NAS ENTRELINHAS

A eleição de São Paulo, a cidade mais importante do país, está no radar dos políticos, analistas e da opinião pública de todo o país

O prefeito Ricardo Nunes (MDB), que pleiteia sua recondução ao cargo, voltou a liderar a disputa eleitoral em São Paulo, com 27%, segundo a pesquisa DataFolha divulgada ontem. Guilherme Boulos (PSOL), com 25%, está em empate técnico. A outra novidade da pesquisa é o recuo de Pablo Marçal (PRTB), que está com 19%. Pesaram na recuperação de Nunes a propaganda gratuita de rádio e televisão, a entrada na campanha do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e do pastor Silas Malafaia, além dos esforços do ex-presidente Jair Bolsonaro para que seus eleitores apoiem o prefeito, em vez de Marçal.

Duas semanas de horário eleitoral gratuito de rádio e televisão, que continua sendo um fator decisivo nas eleições, influenciaram esses resultados, apesar da força das redes sociais. Todos os marqueteiros agora procuram combinar as duas mídias na campanha eleitoral, o que de certa forma refreou a ascensão eleitoral de Marçal. O influenciador conta com milhões de seguidores nas redes, mas tem pouco tempo de tevê e rádio e perdeu a força do X, cujo acesso foi proibido no Brasil. Nunes tem 65% do tempo disponível na propaganda gratuita, devido à ampla coalizão de partidos que o apoiam.

Nunes estava em terceiro na disputa, com 19%, enquanto Boulos tinha 23% e Marçal, 21%. Na semana passada, o DataFolha já havia detectado a recuperação de Nunes (22%), empatado com Marçal (22%). Boulos, com 23%, ainda estava ligeiramente à frente de ambos. Era uma situação de tríplice empate técnico. Tabata Amaral (PSB) oscilou de 9% para 8%; José Luiz Datena (PSDB), de 7% para 6%. No terceiro pelotão, estão Marina Helena (Novo), com 3%, além de Beto Haddad (DC) e Ricardo Senese (UP), com 1%. Os demais não pontuaram. Declararam voto nulo 7%; os indecisos são 4%.

A eleição de São Paulo, a cidade mais importante do país, está no radar dos políticos, analistas e da opinião pública de todo o país. A emergência do influenciador e coach Pedro Marçal, com uma narrativa agressiva e de extrema direita, despertou muita atenção nacional. De certa forma, as eleições em capitais estratégicas para a política nacional, como Rio de Janeiro, com a liderança absoluta do prefeito Eduardo Paes, e Recife (PE), onde o prefeito João Campos tem liderança mais folgada ainda, faz com que a capital paulista tenha as eleições mais “nacionalizadas”.

A disputa é vista como um laboratório das tendências que se apresentarão nas eleições de 2026, principalmente para presidente da República. Pesquisas mostram que a polarização esquerda versus direita, que seria protagonizada por petistas e a extrema-direita, está muito mitigada na maioria das grandes cidades. Em onze capitais, a eleição deve se decidir no primeiro turno. São favoritos os seguintes candidatos: Boa Vista(RR), Arthur H (MDB); João Pessoa(PB), Cícero Lucena (PP); Macapá (AP). Dr. Furlan (MDB); Maceió (AL), JHC (PP); Palmas (TO), Janad Valcari (PL); Recife (PE), João Campos (PSB); Rio (RJ); Salvador (BA), Bruno Reis |(União); São Luís (MA), Eduardo Braide (PSD); Teresina (PI), Fábio Novo (PT); e Vitória (ES), Lorenzo Pasolini (Republicanos).

Laboratório eleitoral

Mesmo assim, São Paulo continua sendo o grande laboratório. Na pesquisa espontânea, Nunes oscilou para cima, de 10% para 14%. Boulos segue à frente, passou de 19% para 20%, e Marçal empacou: em 14%, ante eram 15%. Pode-se dizer que são as parcelas de eleitores mais definidos política e ideologicamente. São os candidatos de esquerda, de centro direita e de extrema-direita de maior densidade eleitoral, respectivamente.

O fenômeno mais interessante é o descolamento de grande parcela dos eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro do candidato que ele apoia, Ricardo Nunes, exatamente por ser um político centrista. O que isso pode significar para as eleições de 2026, com Bolsonaro inelegível, independentemente de quem ganhar a eleição? Essa é a pergunta em todas as cabeças.

Do ponto de vista social, também há coisas interessantes: Nunes é o preferido dos mais pobres (34%), muito provavelmente por causa das realizações de sua gestão e do peso da máquina administrativa que comanda: 31% dos eleitores consideram a sua gestão boa ou ótima e 45% regular, o que também reflete a propaganda eleitoral de rádio e televisão. Essa parcela da população costuma ser protagonista do imponderável nas eleições. Nesse universo, Boulos tem 21% e Marçal, 13%. Isso também explica a vantagem de Nunes nas simulações de segundo turno.

Boulos ainda tem esperança de avançar na base eleitoral do presidente Lula, pois só alcançou 48% desses eleitores até agora. Espera-se que isso ocorra caso Lula entre para valer na sua campanha. Nunes, porém, recuperou uma parcela dos eleitores de Bolsonaro ( 39%) , enquanto Marçal mantém 39%. Com a eleição embolada, a pesquisa aponta um segundo turno Nunes versus Boulos, com vantagem para o primeiro, mas Marçal não morreu.

Fora da Vale

A propósito da nota intitulada Controle da Vale, publicada ontem, sobre a disputa de bastidores pelo controle do departamento jurídico da empresa, os advogados Luís Fernando Franceschini e Marcos Oliveira esclarecem que “não têm nenhum envolvimento direto com a Vale e tampouco influem em postos na administração da corporação. (Correio Braziliense – 13/09/2024)

IMPRENSA HOJE

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Veja as manchetes dos principais jornais hoje (13/09/2024)

MANCHETES DA CAPA

O Globo

Governo quer usar R$ 9 bi para evitar disparada na conta de luz
Vendas de umidificador crescem mais de 600%
Retorno – Máscara, de novo, um item rotineiro
Volta do horário de verão é ‘real possibilidade’
Datafolha: Nunes cresce e descola de Marçal, agora o mais rejeitado
Paes promete cumprir mandato até o fim e evita nacionalizar debete
Mentira analógica – Quadrilha espalhava fake news eleitorais nas ruas e esquinas
Pesquisas confirmam eleitor evangélico mais à direita
MP investiga empresa paga por emenda de Hugo Mota
PF conclui inquérito e acusa Janones de operar rachadinha
Hoje é dia de Rock in Rio
EUA impõem sanção a 16 por fraude eleitoral na Venezuela

O Estado de S. Paulo

Bets criam mercado de apostas sobre eleições; Fazenda vê ilegalidade
Um grande passo para o bate-volta espacial
Governo sabia que haveria seca e incêndios, apontam documentos
‘Não dá para cancelar contrato sem condenação’, diz Ricardo Nunes
STF valida execução imediata de penas do Tribunal do Júri
Congresso aprova até 40 anos de prisão para feminicídio
Trump se recusa a debater com Kamala de novo

Folha de S. Paulo

Nunes e Boulos se isolam à frente e Marçal recua, aponta Datafolha
Autoridade climática sob Marina pode ter Congresso resistente
Fumaça se espalhou pelo Brasil e países vizinhos em um mês
Safra de 2024 deve cair 6% por causa do clima extremo, prevê IBGE
País não possui protocolos para proteger população de nível critíco de poluição
Repasse de dinheiro esquecido ao governo alerta investidores
Janones é indiciado pela PF por suspeita de ‘rachadinha’
Bilionário faz primeira caminhada espacial privada da história na missão Polaris Dawn
EUA impoõem sanções a juízes do Supremo da Venezuela

Valor Econômico

Mudança climática leva seguradoras a reavaliarem gerenciamento de riscos
Agosto responde por 49% da área queimada no ano
‘Valor’ e Amcham promovem evento sobre clima em NY
A doutora Marisa Monte
Subsídio em renegociação de dívida dos Estados pode chegar a R$ 62 bi
Nunes e Boulos sobem e Marçal cai, diz Datafolha
Em 3 meses, 2 mil vagas de medicina foram aprovadas

Chile quer rever anistia de golpistas

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NAS ENTRELINHAS

Segundo dados oficiais, 3.216 pessoas foram assassinadas, 1.400 pessoas desapareceram; um total de 40 mil pessoas foram presas e torturadas

O presidente do Chile, Gabriel Boric, anunciou que pretende revogar a lei de anistia aos crimes contra a humanidade cometidos durante a ditadura Pinochet, entre 1973 e 1990. Sua decisão coincide com as comemorações de 51 anos do golpe de Estado que derrubou o governo democrático de Salvador Allende, em 11 de setembro de 1973, e colocou Augusto Pinochet no poder. Sua decisão com certeza terá repercussões no Brasil, que precisam ser levadas em consideração, porque não faltam os que desejam fazer a mesma coisa por aqui.

Um projeto de lei apresentado pela então presidente Michelle Bachelet, em 2014, dorme nos bastidores do Congresso chileno. Exclui da anistia, indulto e prescrição em relação aos crimes contra a humanidade cometidos por agentes do Estado ou com sua autorização — ou seja, os torturadores e seus comandantes.

As discussões sobre a proposta no Chile estão paralisadas desde 2018. Segundo dados oficiais, 3.216 pessoas foram assassinadas e 1.400 pessoas detidas desapareceram. Segundo o Programa Oficial de Direitos Humanos, um total de 40 mil pessoas foram presas e torturadas. Boric anunciou a intenção de rever a lei durante a cerimônia de homenagem a Allende e demais vítimas do golpe, no Palácio de La Moneda. Uma parte da sociedade chilena ainda carrega os traumas do regime. Outra, quer esquecer.

O sangrento golpe de Estado deflagrado por oficiais das Forças Armadas, ao qual aderiu o comandante-chefe do Exército, general Augusto Pinochet, pôs fim à única experiência de uma via democrática ao socialismo na América Latina. Durante três horas, houve combate entre as forças legalistas e golpistas no palácio presidencial de La Moneda, bombardeado por aviões da Força Aérea e invadido pelo Exército. Ao final, Allende foi encontrado morto.

A Junta Militar decretou estado de guerra e promoveu um regime de terror que durou 17 anos. Em 2011, 21 anos após o fim da ditadura no Chile, uma perícia confirmou que o próprio Allende se suicidou. A CIA (agência central de inteligência dos EUA), multinacionais, empresários e locais e organizações neofascistas — como o grupo Patria y Libertad — participaram diretamente do golpe. Havia forças navais norte-americanas na costa chilena, no Pacífico.

Milhares de pessoas foram presas e levadas para o Estádio Nacional, inclusive brasileiros que estavam exilados no país, entre os quais Jane Vanini, Luiz Carlos Almeida, Nelson de Souza Kohl, Túlio Roberto Cardoso Quintiliano e Wânio José de Matos, que foram assassinados. Seus corpos nunca foram encontrados.

As liberdades e garantias constitucionais foram suprimidas. O Parlamento foi fechado. Em 1974, Pinochet assumiu formalmente o cargo de chefe supremo da Nação e, quatro anos depois, em 1978, realizou um plebiscito de cartas marcadas para respaldar sua permanência no poder. Implantou um regime econômico liberal monetarista, com sucesso inicial, mas que levou o país a uma grave depressão no início dos anos 1980. A partir daí, a oposição ganhou as ruas.

Em setembro de 1986, Pinochet sofreria um atentado em que morreram cinco de seus guarda-costas e do qual escapou apenas com ferimentos leves. O episódio levou a uma brutal escalada repressiva, que culminou com a Operação Albânia, na qual foram assassinados 12 opositores do regime chileno. O atentado foi organizado por um grupo armado que havia rompido com o Partido Comunista chileno.

Em 1988, ao final do mandato de oito anos, como estabelecia a Constituição aprovada pelo próprio Pinochet, em 1980, o ditador convocou um novo plebiscito, mas a campanha do “não” foi vitoriosa, com 55,9% dos votos. No ano seguinte, o democrata cristão Patricio Aylwin, foi eleito. Houve uma transição negociada para que Pinochet deixasse o poder, no qual a moeda de troca foi sua permanência como chefe supremo das Forças Armadas — depois senador vitalício. Foi o primeiro beneficiado pela Lei da Anistia de 1978, que impediu a punição dos torturadores e comandantes militares.

Deu menos sorte na Inglaterra, em 1998, quando foi detido pela Scotland Yard. Havia uma ordem de prisão contra Pinochet emitida pelo juiz Baltasar Garzón, por genocídio, terrorismo e abuso dos direitos humanos. O governo britânico negou sua extradição, declarando-o mentalmente incapacitado. O general regressou ao Chile em 2000, mas teve que renunciar ao mandato de senador vitalício. Em 2004, descobriu-se que mantinha contas secretas no exterior com saldos de US$ 28 milhões de origem ilícita. Morreu impune, em 2006, de infarto e edema pulmonar. Na ocasião, foi homenageado pelas Forças Armadas chilenas.

Controle da Vale

Não é somente o governo Lula que tenta ter o controle da Vale e enfrenta resistência dos acionistas. Resolvida a presidência, com a escolha de Eduardo Pimenta para o lugar de Eduardo Bartolomeu — solução prata da casa —, a briga agora é pelo controle do Departamento Jurídico. Os advogados Luís Fernando Franceschini e Marcos Oliveira, que são colegas do Banco do Brasil e sócios de banca, têm negócios de mineração e estão fazendo um lobby fortíssimo para emplacar o novo diretor. O presidente resiste. (Correio Braziliense – 12/09/2024)

IMPRENSA HOJE

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Veja as manchetes dos principais jornais hoje (12/09/2024)

MANCHETES DA CAPA

O Globo

Seca e fogo levam Amazônia a líder em emissão de gases poluentes
Marina Silva: ‘Ainda não é suficiente, mas já fizemos muito’
Planejamento avalia mudar reajuste e subir idade mínima para BPC
Lira sinaliza apoio a Hugo Motta em sua sucessão e desagrada a parte do Centrão
Nunes cresce após TV, mas segue em tríplice empate com Marçal e Boulos
Ramagem aposta em Bolsonaro na reta final e dá nota 7 a Castro
Macaé Evaristo: ‘Fui escolhida pela minha trajetória’
MP denuncia sete, mas livra Carlos Bolsonaro de rachadinha
Injeção semanal de insulina se mostra eficaz contra diabetes
Obituário/Alberto Fujimori – Ditador peruano que iniciou dinastia política
Kamala corre contra o tempo depois de vitória em debate

O Estado de S. Paulo

Efeito Toffoli gera romaria de delatores por revisão de acordos
Câmara aprova texto-base da desoneração da folha de pagamento
Reajuste de auxílio a juízes federais cusa R$ 241 milhões aos cofres públicos
‘Não estou contra Lula. Luto para que ele faça coisas certas’, diz Marçal
Carlos Nobre: ‘Até 2070, o Pantanal acaba e a Amazônia perde metade da floresta
Seca acende alerta de alta nos preços de energia, alimentos e combustíveis
Brasil apela à UE para não aplicar lei antidesmate
Morre em liberdade Alberto Fujimori, ex-ditador peruano
Plano de Obrador de trocar juízes em eleções é aprovado

Folha de S. Paulo

Grande SP segue até sábado com má qualidade do ar e risco de incêndios
Estiagem leva governo Lula a avaliar retomada do horário de verão
Dragas gigantes de garimpo ilegal voltam ao rio Madeira
Fazenda espera R$ 30 bi com fim de litígios tributários
Anúncios pagos favoráveis a Marçal ferem lei eleitoral
‘Órfãos do X’ para trabalho se adptam a outras redes, mas temem isolamento
Morre Alberto Fujimori, ditador condenado do Peru
‘Já ganhou’ de trumpistas contra Biden vira clima azedo após debate com vice

Valor Econômico

Número de servidores públicos é recorde, puxado por municípios
Câmara aprova texto-base da desoneração
Nunes, Marçal e Boulos mantêm empate técnico
Bombeiros da Força Nacional vão à Amazônia
Scala destinará R$ 3 bilhões a polo de ‘data centers’ no RS
Pilbara Minerals investirá em MG US$ 400 milhões
Mercados globais refletiram o debate nos EUA

Na Veja, Rubens Bueno defende presidencialismo mais próximo do parlamentarismo

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Sem comando

Número de partidos e de candidatos já é menor, mas faltam líderes para mudança

Por José Casado

Há 460 000 brasileiros caçando votos em todas as cidades. Nove em cada dez disputam uma vaga de vereador. Como a legislação eleitoral é permissiva, proliferam excentricidades numa campanha em que se queimam 6 bilhões de reais do dinheiro dos impostos, quantia maior do que as prefeituras gastam por ano na construção de moradias e serviços de urbanização nos 5 570 municípios, informa o Tesouro Nacional.

Em consequência, ocorre a difusão de pseudônimos esdrúxulos, legalmente admitidos como nomes de urna, na televisão, no rádio, nas redes e nas ruas. Na cidade de São Paulo, entre outros, apareceu o candidato 100 Mizéria, possível vítima de acidente ortográfico. Em Suzano, no interior paulista, registrou-se um enigmático Cató Sete Cruzes.

São centenas de milhares em todo o país. Tem Cuiu Noconoco, em São João Batista do Glória (MG); Bidô de Zé Sapo, em Salgado (SE); Capote da Batata, em São Vicente do Seridó (PB); Doidão de João Turrão, em Macambira (SE); Cobra Choca, em Uruçuí (PI); Irmão Capenga, em Simões Filho (BA); Biu Aleijado, em João Alfredo (PE); Manoel Cotoco, em Ipaba (MG); e Ricardo Boca Aberta, em Cornélio Procópio (PR).

Na listagem dos tribunais eleitorais figuram, também, Pouca Roupa, em São Sebastião do Alto (RJ); Pelado, em Itapiranga (AM); Dayse Picão, em Conceição do Mato Dentro (MG); Valmir Pica, em Argirita (MG); e Marlene de Zé Durinho, em Propriá (SE). Ainda tem Jesus, em Maximiliano de Almeida (RS), Abençoado, em Itaperuna (RJ); e Neguim do Exú, em Augustinópolis (TO).

Eles emolduram a política numa comédia, ou tragicomédia, cujo roteiro é escrito pelo Congresso a cada temporada eleitoral. Zé do Pó, de Barras (PI); Bagulino, de Matupá (MT); Simone Tranqueira, de Santo Antônio da Barra (GO); e Cara de Lata, de Redenção (PA), pertencem a essa multidão de aspirantes à distinção comunitária, realçada no cardápio de mordomias à disposição do prefeito, do vice e do vereador.

Assim como Lambança do Cassiporé, do Oiapoque (AP); Pretinho Caninana, de Santa Luzia (PA); ou Fumaça da Brasília Amarela, de Orlândia (SP), todos se ajustaram de maneira peculiar às regras aprovadas nos plenários da Câmara e do Senado, onde reverberam bizarras saudações a “Sua Excelência Tiririca”, “Sua Excelência Astronauta”, “Sua Excelência Nelson Barbudo” e “Sua Excelência Zé Trovão”.

O mapa das disputas municipais, desenhado a partir dos dados da Justiça Eleitoral, mostra um país enclausurado na política do baixo clero, da qual o ciclo Jair Bolsonaro até agora foi sua melhor tradução. Mas revela, também, mudanças relevantes. Elas estão ocorrendo por gravidade, por escassez de lideranças para acelerar o ritmo das transformações.

Esta eleição municipal tem 100 000 candidatos a menos do que na última. Significa queda de 20% em relação à campanha de 2020. Nas cidades com mais de 500 000 habitantes o declínio foi de 38%. Em São Paulo, por exemplo, há dez disputando a prefeitura, eram catorze quatro anos atrás. Outros 1 008 lutam pelas 55 cadeiras de vereador, e isso é metade do contingente da batalha anterior.

Uma dúzia de partidos políticos desapareceu nesse período, em consequência de fusão ou incorporação a outro. Restaram 29 registrados. Desses, apenas dezoito possuem bancadas no Congresso.

A tendência é a eliminação de mais meia dúzia nos próximos seis anos. Isso porque a sobrevivência de cada partido está condicionada, por lei, à eleição de uma bancada mínima de deputados federais. Hoje esse piso é de onze parlamentares. Vai subir para treze na eleição legislativa de 2026. E para quinze em 2030. Sem essa representação básica na Câmara dos Deputados, uma organização partidária se torna inviável, sem acesso a fundos públicos e à propaganda eleitoral (que nunca foi “gratuita”, é paga com o dinheiro dos impostos).

Não deixa de ser uma volta ao passado, mas com a bússola apontada para o futuro. Será necessário resolver o impasse político do sistema de governo presidencialista, operado sob uma Constituição de viés parlamentarista e na realidade eleitoral do voto já virtualmente distrital. Esse quadro de incoerências, agravadas pela expansão do poder do Legislativo sobre fatias do orçamento público, tem empurrado parlamentares a uma atuação disfuncional em Brasília, como “vereadores federais”.

Dirigentes partidários como o ex-­presidente Michel Temer, do MDB, Gilberto Kassab, do PSD, e Rubens Bueno, do Cidadania, acham inevitável a mudança, para um tipo de presidencialismo mais parecido com o parlamentarismo. Só aconteceria a partir de 2030, depois do ciclo Lula. Isso por absoluta escassez de liderança na Praça dos Três Poderes, em Brasília.

Camacam quer levar melhoria da saúde e mais desenvolvimento para Amargosa

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Com propostas para a melhoria da saúde e para o desenvolvimento econômico do município baiano de Amargosa, o economista e executivo da área de telecomunicações, Alvimar Camacam (Cidadania-BA), está com uma campanha intensa nas ruas em busca de votos para conquistar a prefeitura da cidade.

Com o candidato a vice, empresário Renê Alves, Camacam visitou nesta semana a feira da cidade, onde conversou com comerciantes e com a população, e também se reuniu com agentes comunitários de saúde de Amargosa, quando ouviu de perto os desafios diários que eles enfrentam para cuidar da população. “Esses profissionais são os olhos e ouvidos da saúde pública em cada localidade, e a visão deles sobre os problemas que enfrentamos hoje nos ajudam a compreender o muito que pode ser melhorado”, disse o candidato, agradecendo os profissionais por confiarem em seu projeto de governo.

Na área de desenvolvimento econômico, estão entre as propostas de Camacam o incentivo para a abertura de novas empresas, cursos de capacitação e acesso ao crédito.

Ele disputa o cargo com o atual prefeito Júlio Pinheiro (PT) e com o Coronel Beto (PSL). “A nossa pré-candidatura a Prefeito de Amargosa representa uma campanha de propósito: a de transformar a vida das pessoas e a cidade de Amargosa para melhor. Após trabalhar 35 anos em empresas privadas, quero me dedicar a uma causa maior: a de utilizar o meu aprendizado e experiência em favor da minha cidade-mãe e ao progresso e qualidade de vida do nosso povo”, afirmou o pré-candidato.

Amargosa está localizada na região do Vale do Jiquiriçá, microrregião de Jequié. Sua população, conforme o censo do IBGE de 2022, é de 36.522 habitantes.